Êxitos e fracassos: a circulação de pessoas, práticas e conhecimentos nos mundos ibéricos, séculos XVI-XVIII | Tempo | 2022
Rendição de Granada (1492). Cena retratada na obra de Francisco Pradilla y Ortiz, 1882. | Imagem: Pinterest
Nas últimas décadas, os estudos sobre a circulação de pessoas, conhecimentos, modelos jurídicos, políticos e valores econômicos têm sido um dos principais eixos da transformação da história moderna e colonial, incluindo os americanismos e hispanismos europeus e anglófonos. As contribuições fundamentais centraram-se em questões sobre a circulação de pessoas no contexto da expulsão de grupos marcados pela sua confissão e raça, a migração de escravos e cativos (Vincent, 2004, 2008, 2010; Kagan e Morgan, 2009; Martínez Montiel, 2004, 2012; Seijas, 2014; Valenzuela, 2015; Ruiz Ibáñez e Vincent, 2018; Oropeza, 2020, Schaub e Sebastiani, 2021), a lógica financeira e social das diásporas (Smallwood, 2007; Kagan e Morgan, 2009; Vincent, 2015; Trivellato, 2019; Sousa, 2019), a mobilidade do pessoal administrativo das monarquias europeias e os seus efeitos sociais e econômicos (Dedieu, 2005; Schaub, 2014; Esteban Estríngana, 2012; Pardo Molero e Lomas Cortés, 2012), as delegações territoriais nas cortes régias (La Monarquía…, 1998; Mazín, 2007, 2017; Álvarez-Ossorio, 2016; Herrero Sánchez, 2019; Mauro, 2021; Gaudin, 2017b), a itinerância como fundamento da nova nobreza (Muto, 2015; Yun Casalilla, 2009). De forma quase simultânea, multiplicaram-se os estudos sobre informação e comunicação política (Brendecke, 2016; Fragoso e Monteiro, 2017), circulação da lei e da justiça (Barriera, 2017, 2019; Cunill, 2015), formação de modelos culturais transregionais ou transoceânicos (Heywood e Thornton, 2007; Brook, 2009; Gerritsen e Riello, 2021), assim como a reinterpretação de missões e missionários como conectores de mundos distantes (Palomo, 2016; Romano, 2016; Sachsenmaier, 2018; para citar alguns dos exemplos mais interessantes).
No âmbito da história econômica, os modelos explicativos clássicos de extração de valores, dependência colonial, assimetria entre economias não monetarizadas e mercantilização deram lugar a estudos sobre redes de comerciantes, cidades e portos que funcionavam como entrepostos de grandes conglomerados, tramas relacionais que garantiam a circulação de mercadorias desde longas distâncias e a auto-organização em espaços de interação intercontinental, bem como a semente da resistência a estas lógicas (Linebaugh e Rediker, 2000; Fortea Pérez e Gelabert González, 2006; Pieper, Lozanne e Denzel, 2019; Grafe, 2012; Crespo Solana, 2010; Böttcher, Hausberger e Ibarra 2011; Antunes e Polonia, 2016; Poettering, 2019).
Em grande medida, as várias abordagens que passaram das comparações à exploração de histórias conectadas e as novas respostas da microanálise histórica às modas generalizantes da história global que, em não poucos casos disfarçaram o discurso nacionalista da história imperial, têm identificado a circulação como um aspecto intrínseco da configuração de sociedades em várias latitudes do planeta a partir do século XVI (Hespanha, 2019; Subrahmanyam, 2005; Levi, 2018; De Vito e Gerritsen, 2018; López-Vera, 2020).
A atenção às pessoas, coisas e ideias em movimento tem sido particularmente frutífera na formulação de novas explicações sobre a presença europeia no mundo, que deixam de lado discursos teleológicos valorativos a favor de abordagens que priorizam práticas específicas e dinâmicas relacionais a partir de investigações baseadas na convergência de fontes de diferentes arquivos. Juntamente a temas como a Índia portuguesa, as ligações comerciais transoceânicas ou o papel dos missionários europeus no Extremo Oriente, estas tendências experimentaram uma especial maturidade nos estudos sobre a esfera ibero-americana, tanto espanhola como portuguesa.
Nos últimos tempos, o estudo da circulação no âmbito dos impérios ibéricos incorporou fenômenos de mobilidade em diferentes escalas e com itinerários distintos dos estudados a partir da lógica da expansão europeia, na medida em que as mobilidades são tratadas no plural, em pequenos itinerarios, e se têm em conta as experiências americanas que produziram modelos para a Europa ou a Ásia (Calvo, 2019; Romano, 2016; Jeanne, 2014; Puente Luna, 2018 ; Bahena Pérez, 2021). Nesse sentido, vale a pena parar, para considerar o alcance e os limites da atenção prestada à circulação (Rey Castelao, 2021), como Bernard Vincent propôs em mais de uma ocasião, para evitar sobrestimar o seu papel em sociedades majoritariamente ancoradas em suas regiões de nascimento ou vecindad, e para examinar os quadros econômicos, sociais e políticos que definiam as capacidades de deslocamento, para colocá-los em relação com o conjunto das sociedades que conectavam.
Na sequência de uma extensa convocatória de artigos, este dossiê publicado na revista Tempo identifica alguns dos quadros interpretativos em que é essencial abordar os fenômenos circulatórios, ao mesmo tempo que pondera êxitos e fracassos. Em qualquer caso, o exercício permite também examinar os limites das nossas historiografias e as questões ainda por abordar. A ideia deste dossiê surgiu no âmbito do projeto RevFail, coordenado por Antonio Álvarez-Ossorio Alvariño, do Instituto de Estudos Avançados de Madri (Mias), que reúne várias universidades participantes de diversos países europeus e americanos, sendo que no Brasil a Universidade Federal Fluminense é a instituição contemplada.1
O presente dossiê visa oferecer uma visão inovadora dos êxitos e fracassos, com uma perspectiva transnacional, assim como propor ferramentas críticas para analisar e reverter narrativas baseadas na circulação de pessoas, conhecimentos e práticas nos mundos ibéricos e em seus domínios ultramarinos na Época Moderna. O fracasso está intimamente associado à experiência colonial no Atlântico ibérico. As monarquias espanhola e portuguesa foram consideradas a causa de fracasso a longo prazo, do “subdesenvolvimento” econômico e do atraso “antropológico” de diferentes regiões da América. Estudiosos e políticos discutiram sobre o fracasso das reformas políticas e econômicas do século XVIII (na América e em outros lugares) e sobre os resultados ambíguos após a dissolução das estruturas imperiais ibéricas e a transformação constitucional dos territórios americanos. Finalmente, às vezes se considera que as novas nações americanas reproduzem e reforçam o discurso sobre comunidades fracassadas, falta de indústria, falência do ensino superior e ausência de instituições científicas. O presente dossiê visa problematizar esta visão por meio da análise da circulação de pessoas, práticas e conhecimentos nos mundos ibéricos entre os séculos XVI e XVIII. Além disso, pretende sublinhar que as genealogias de insucesso podem ser contestadas e revertidas pela compreensão da natureza instável, temporária e relativa do fracasso.
Por um lado, cada um dos cinco artigos reunidos representa uma das principais linhas de pesquisa ao longo das quais foram desenvolvidos estudos sobre os fenômenos de circulação. Assim, os leitores encontrarão uma amostra da plasticidade institucional como enquadramento para a circulação de informação, agentes da autoridade, bem como dissidentes perseguidos, como no caso do tribunal português do Santo Ofício e da sua ação transatlântica. As pesquisas fundamentais que têm sido dedicadas aos itinerários daqueles marcados pela sua confissão, assim como as diásporas que desencadearam as perseguições, estão bem representadas no estudo de León Contrera sobre a circulação de mouriscos após a sua expulsão de Granada; enquanto os efeitos legais e sociais da circulação de agentes mercantis são retomados por um magnífico estudo de José Carlos Vilardaga sobre os flamengos em São Paulo durante o período da União Ibérica. A circulação de notícias, conhecimentos e a sua transformação em experiência ou conhecimento prático e, ao mesmo tempo espiritual num amplo arco temporal, é bem representada pelo artigo sobre os naufrágios recolhidos no tratado conhecido como História trágico-marítima, de Júnia Ferreira Furtado; enquanto o estudo de caso sobre o marquês de Montalvão, de Marcello Loureiro, aprofunda e revê o papel da circulação como fundamento da nova nobreza na esfera portuguesa.
Por outro lado, nos cinco estudos reunidos, é possível encontrar eixos que representam as principais convenções historiográficas em torno da circulação no mundo ibérico. Em primeiro lugar, os temas apresentados no dossiê ultrapassam o campo da história política. Assim, enquanto a presença dos flamengos em São Paulo no início do século XVII revela várias categorias de acesso à comunidade local em sintonia com os estudos sobre a vecindad (Herzog, 2006; Sullón Barreto, 2016; Bahena Pérez, 2021), demonstra também até que ponto as redes mercantis e os seus negócios de longa distância tinham configurado um espaço comum que, em parte, influenciou as condições da união das coroas ibéricas (Cardim, 2017) e foi o cenário da transformação dos bens de consumo em mercadorias (Yun Casalilla, 2022; Aram e Yun Casalilla, 2014). Conexões interimperiais que tinham uma lógica auto-organizativa, como Cátia Antunes e Amelia Polonia interpretaram recentemente (2016). O mesmo é válido para a circulação transatlântica de informações, comissários, familiares e perseguidos pela Inquisição portuguesa, cujas interações sociais e culturais ultrapassaram os limites da política confessional e levaram à transferência de ideias e práticas da esfera americana para a capital portuguesa. Isto produziu padrões de integração a longo prazo que explicariam, em certa medida, a capacidade da sociedade fluminense de acolher a corte real. Nesse mesmo sentido, a contribuição de Daniela Calainho vai além dos limites da administração de sentenças, para explorar a função do exílio como gatilho para a circulação de práticas heréticas, e o próprio tribunal como promotor involuntário dessa propagação. Assim, em consonância com as reflexões da historiografia sobre as práticas policêntricas que fundamentaram o exercício da autoridade para além da política dinástica, este dossiê subscreve a noção de mundos ibéricos como instrumento de reflexão em que convergem as esferas portuguesa e hispânica do globo, interconectadas pelo conjunto de itinerários pessoais ou coletivos em movimento, abaixo e acima das jurisdições e corporações (Ruiz Ibáñez, 2013; Pardo Molero e Ruiz Ibáñez, 2021).
Em segundo lugar, os textos que abordam a circulação dos conhecimentos fazem-no a partir de uma perspectiva não normativa, na medida em que esboçam a complexidade das práticas geradoras de conhecimento, a multidirecionalidade de suas circulações e os limites da sua transmissão no tempo, como é o caso das experiências de naufrágios compiladas por Júnia Ferreira Furtado na História trágico-marítima. Este artigo centra-se nas noções mutáveis de sucesso e fracasso em relação a relatos que remontam à segunda metade do século XVI.
A historiografia especializada tem enfatizado as necessidades das autoridades que determinaram a direção do fluxo de informação dos territórios para a corte e os tribunais reais como condição para o exercício da autoridade e práticas quotidianas que moldaram o império, tanto nas esferas hispânicas como portuguesas na América, África e Ásia (Brendeke, 2016; Gaudin, 2017a; Ramada Curto, 2019). Embora esta direcionalidade tenha caracterizado parte da circulação de saberes, o fato é que a experiência adquirida, tanto na esfera atlântica como em outras áreas ultramarinas, especialmente na Carreira da Índia, demonstra a multiplicidade de conhecimentos, desde os mais práticos, incluindo relatos de naufrágios, até os mais complexos, tais como as descrições geográficas (Machuca, 2015; Boumediene, 2016; García Redondo, 2018) que integravam as dinâmicas de circulação responsáveis quer pela mobilidade de navegantes, capitães, informantes locais etc., quer por aqueles que tiravam partido da recepção de seus conhecimentos em centros de saber europeus, americanos e asiáticos ou em suas oficinas de impressão (Pieper, 2005; Garone, 2018, Manrique Figueroa, 2019) e mesmo das populações de contato, para além da esfera de autoridade (Ruiz Ibáñez, 2014).
Em terceiro lugar, o dossiê procurou partir da reflexão sobre o sucesso e o fracasso, em consonância com as reflexões sobre este assunto levadas à cabo no projeto europeu RevFail, como um fil rouge para abordar a circulação como parte de estruturas sociais não determinadas por identidades supostamente imóveis, mas sim como promotores de identificações dinâmicas em relação às áreas de trânsito e de destino, para além daquelas de origem (Bahena Pérez, 2022). A intenção tem sido revelar caminhos abertos, mutáveis e, em qualquer caso, determinados por uma escolha racional, embora nunca explicada apenas com base na vontade dos atores. Assim, tanto a fortuna como a adversidade do marquês de Montalvão, analisada por Marcello Loureiro, caracterizaram a incerteza que a chamada Restauração de 1640 implicou para a nobreza portuguesa. Esta incerteza era uma constante em todo o mundo ibérico e em todas as hierarquias de qualidades sociais; incerteza promovida pela guerra, fome, emergências decorrentes de catástrofes naturais, crises políticas e econômicas ou desencadeadas por perseguições religiosas, como aconteceu com o destino dos mouros após a sua expulsão do reino de Granada, num estudo que realça os limites de circulação em sociedades profundamente desiguais e estruturalmente discriminatórias, como foram as do mundo ibérico, de acordo com o que já foi descrito por grandes mestres, em particular Bernard Vincent, de quem temos a sorte de continuar a aprender; bem como Antonio Domínguez Ortiz e António Manuel Hespanha, cujo legado ilumina os novos caminhos das histórias entrelaçadas da Europa e da América.
Nota
1 Esse dossiê é um dos resultados do projeto europeu “FAILURE: Reversing the genealogies of unsuccess, 16th-19th centuries” [H2020-MSCA-RISE, Grant agreement: 823998], e se insere na linha de pesquisa do WP4: “Unsuccessful polities, from empire to nations, and international relationships”. Ver: http://failure.es/
Referências
ÁLVAREZ-OSSORIO Alvariño, Antonio. Del reino al palacio real: la negociación del embajador de la ciudad de Nápoles en la corte de Carlos II. Estudis: Revista de Historia Moderna n. 42, p. 9-34, 2016.
ANTUNES, Cátia; POLONIA, Amelia(eds.). Beyond Empires: Global, Self-Organizing, Cross-Imperial Networks, 1500-1800 Leiden: Brill, 2016.
ARAM, Bethany; YUN CASALILLA, Bartolomé. Global Goods, and the Spanish Empire, 1492-1824 Chennai: Palgrave, 2014.
BAHENA PÉREZ, Martha Atzin. Circulación y lazos de crédito en ciudades de frontera: el caso de Diego de Alegría, Chiapa 1596-1630. Mediterranea: Ricerche Storiche n. 53, p. 529-548, 2021.
BAHENA PÉREZ, Martha Atzin. Narrativas de éxito y fracaso: autoridades indígenas de frontera y usos sociales del pasado en Chiapa de la Real Corona (1571-1603). Trashumante: Revista Americana de Historia Social n. 19, p. 28-49, ene.-jun. 2022.
BARRIERA, Darío G. Abrir puertas a la tierra: microanálisis de la construcción de un espacio político. Santa Fe, 1573-1640 Rosario: Museo Histórico Provincial Brigadier Stanislao López, 2017.
BARRIERA, Darío G. Historia y justicia: cultura, política y sociedad en el Río de la Plata (siglos XVI-XIX) Buenos Aires: Prometeo, 2019.
BÖTTCHER, Nikolaus; HAUSBERGER, Bernd; IBARRA, Antonio(coords.). Redes y negócios globales em el mundo ibérico, siglos XVI-XVIII Madrid: Iberoamericana; Frankfurt am Main: Vervuert; México, DF: El Colegio de México, 2011.
BOUMEDIENE, Samir. La colonisation du savoir: une histoire des plantes médicinales du Nouveau Monde (1492-1750). Vaulx-en-Velin: Les éditions des mondes à faire, 2016.
BRENDECKE, Arndt. Imperio e información: funciones del saber en el dominio colonial español Madrid: Iberoamericana; Frankfurt am Main: Vervuert, 2016.
BROOK, Timothy. Veermeer’s Hat: The Seventeenth Century and the Dawn of the Global World Londres: Bloomsbury, 2009.
CALVO, Thomas. Espadas y plumas en la monarquía hispana: Alonso de Contreras y otras vidas de soldados (1600-1650) Madrid: Casa de Velázquez; Zamora: El Colegio de Michoacán, 2019.
CARDIM, Pedro. Portugal y la Monarquía Hispánica (ca. 1550-1715) Madrid: Marcial Pons, 2017.
CRESPO SOLANA, Ana(coord.). Comunidades trasnacionales: colonias de mercaderes extranjeros en el mundo atlántico, 1500-1830 Madrid: Doce Calles, 2010.
CUNILL, Caroline. La circulación del derecho indiano entre los mayas: escritura, oralidad y orden simbólico en Yucatán, siglo XVI.Anuario de Historia de América Latina/Jahrbuch für Geschichte Lateinamerikas v. 52, p. 15-36, 2015.
DE VITO, Christian; GERRITSEN, Anne. Micro Spatial Histories of Global Labour London: Palgrave Macmillan, 2018.
DEDIEU, Jean-Pierre. Amistad, familia, patria… y rey: las bases de la vida política en la monarquía española de los siglos XVII y XVIII. Mélanges de la Casa de Velázquez v. 35, n. 1, p. 27-50, 2005.
ESTEBAN ESTRÍNGANA, Alicia(ed.). Servir al rey en la Monarquía de los Austrias: medios, fines y logros del servicio al soberano en los siglos XVI y XVII Madrid: Sílex, 2012.
FORTEA PÉREZ, José Ignacio; GELABERT GONZÁLEZ, Juan E. (eds.). La ciudad portuaria atlántica en la historia: siglos XVI-XIX Santander: Universidad de Cantabria, 2006.
FRAGOSO, João; MONTEIRO, Nuno Gonçalo(orgs.). Um reino e suas repúblicas no Atlântico: comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola nos séculos XVII e XVIII Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
GARCÍA REDONDO, José María. Cartografía e imperio: el padrón real y la representación del Nuevo Mundo Madrid: Doce Calles, 2018.
GARONE, Marina. Historia de la imprenta y la tipografía colonial en Puebla de los Ángeles (1642-1821) México: Instituto de Investigaciones Bibliográficas/UNAM, 2015.
GAUDIN, Guillaume. El imperio de papel de Juan Díez de la Calle: pensar y gobernar el Nuevo Mundo en el siglo XVII Ciudad de México: Fondo de Cultura Económica/El Colegio de Michoacán, 2017a.
GAUDIN, Guillaume. Un acercamiento a las figuras de agentes de negocios y procuradores de Indias en la Corte. Nuevo Mundo. Mundos Nuevos, 2017b. Disponível em:Disponível em:https://doi.org/10.4000/nuevomundo.71390 Acesso em: 20 maio 2022.
» https://doi.org/10.4000/nuevomundo.71390
GERRITSEN, Anne; RIELLO, Giorgio(eds.). Writing Material Culture History Londres: Bloomsbury, 2021.
GRAFE, Regina. Distant Tiranny: Markets, Power, and Backwardness in Spain, 1650-1800 Princeton: Princeton University Press, 2012.
HERRERO SÁNCHEZ, Manuel. Modelos de soberanía y diplomacia: las repúblicas mercantiles de Génova y las Provincias Unidas ante el conflicto hispano-francés por la hegemonía (1635-1659). Studia Historica. Historia Moderna v. 41, n. 1, p. 189-230, 2019.
HERZOG, Tamar. Vecinos y extranjeros: hacerse español en la Edad Moderna Madrid: Alianza, 2006.
HESPANHA, António M. Filhos da Terra: identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa Lisboa: Tinta da China, 2019.
HEYWOOD, Linda M.; THORNTON, John K. Central Africans, Atlantic Creoles, and the Foundation of the Americas, 1585-1660 New York: Cambridge University Press, 2007.
JEANNE, Boris. México-Madrid-Roma: un eje desconocido del siglo XVI para un estudio de las relaciones directas entre Roma y Nueva España em la época de la Contrarreforma (1568-1594). In: GARRIDO CABALLERO, Magdalena; VALLEJO CERVANTES, Gabriela (eds.). De la Monarquía Hispánica a la Unión Europea: relaciones internacionales, comercio e imaginários colectivos Murcia: Editum, 2014, p. 19-39.
KAGAN, Richard L.; MORGAN, Philip D. Atlantic Diaspora: Jews, Conversos, and Crypto-Jews in the Age of Mercantilism 1500-1800 Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2009.
LA MONARQUÍA española: grupos políticos locales frente a la corte de Madrid. Relaciones: Estudios de Historia y Sociedad v. XIX, n. 73, 1998.
LEVI, Giovanni. Microhistoria e historia global. Historia Crítica n. 69, p. 21-35, jul.-sept. 2018.
LINEBAUGH, Peter; REDIKER, Marcus. The Many-headed Hydra: Sailors, Slaves, Commoners and the Hidden History of Revolutionary Atlantic Boston: Beacon Press, 2000.
LÓPEZ-VERA, Jonathan. Toyotomi Hideyoshi y los europeos: portugueses y castellanos en el Japón samurai Barcelona: Universitat de Barcelona, 2020.
MACHUCA, Paulina. The Arrival of American Plants in the Philippines: Ecological Colonialism in the Sixteenth to the Eighteenth Centuries.Anais de História de Além-Mar n. XV, p. 231-260, 2015.
MANRIQUE FIGUEROA, César. El libro flamenco para lectores novohispanos: una historia internacional de comercio y consumo libresco México: UNAM, 2019.
MARTÍNEZ Montiel, María de la Luz. Afroamérica I: la ruta del esclavo México, DF: UNAM, 2004.
MARTÍNEZ Montiel, María de la Luz. Afroamérica II: africanos y afrodescendientes México, DF: UNAM, 2012.
MAURO, Ida. La justificación del envío de legaciones ante la corte por las ciudades de la Monarquía Hispánica (siglos XVI-XVII). Prohistoria: Historia, Políticas de la Historia n. 35, p. 223-251, 2021.
MAZÍN, Óscar. Gestores de la Real Justicia: procuradores y agentes de las catedrales hispanas nuevas en la corte de Madrid, I. El ciclo de México: 1568-1640 México, DF: El Colegio de México, 2007.
MAZÍN, Óscar. Gestores de la Real Justicia: procuradores y agentes de las catedrales hispanas nuevas en la corte de Madrid, II. El ciclo de las Indias: 1632-1666 México, DF: El Colegio de México, 2017.
MUTO, Giovanni; TERRASA Lozano, Antonio(eds.). Estrategias culturales y circulación de la nueva nobleza en Europa (1570-1707) Madrid: Doce Calles, 2015.
OROPEZA, Déborah. La migración asiática en el virreinato de la Nueva España: un proceso de globalización (1565-1700) Ciudad de México: El Colegio de México, 2020.
PALOMO, Federico. Procurators, religious orders, and cultural circulation in the Early Modern Portuguese Empire: printed works, images (and relics) from Japan in António Cardim’s journey to Rome (1644-1646). e-Journal of Portuguese History v. 14, n. 2, 2016.
PARDO MOLERO, Juan Francisco; LOMAS CORTÉS, Manuel(coords.). Oficiales reales: los ministros de la Monarquía Católica (siglos XVI-XVII) Valencia: Universitat de Valéncia; Red Columnaria, 2012.
PARDO MOLERO, Juan Francisco; RUIZ IBÁÑEZ, José Javier(dirs.). Los mundos ibéricos como horizonte metodológico: homenaje a Isabel Aguirre Landa Valencia: Tirant Lo Blanch, 2021.
PIEPER, Renate. Cartas de nuevas y avisos manuscritos en la época imprenta: su difusión de noticias sobre América durante el siglo XV. Cuadernos de Historia Moderna. Anejos n. 4(Cultura epistolar en la alta Edad Moderna: usos de la carta y de la correspondencia entre el manuscrito y el impreso), p. 83-94, 2005.
PIEPER, Renate; LOZANNE Jefferies, Claudia de; DENZEL, Markus A. Mining, Money and Markets in the Early Modern Atlantic: Digital Approaches and New Perspectives London: Palgrave Macmillan, 2019.
POETTERING, Jorun. Migrating Merchants: Trade, Nation, and religion in Seventeenth-century Hamburg and Portugal Berlin: De Gruyter, 2019.
PUENTE LUNA, José Carlos de la. Andean Cosmopolitans: Seeking Justice and Reward at the Spanish Royal Court Austin: Univesity of Texas Press, 2018.
RAMADA CURTO, Diogo. Cultura imperial y proyectos coloniales de los portugueses (siglos XV-XVIII) Madrid: Marcial Pons, 2019.
REY CASTELAO, Ofelia, El vuelo corto: mujeres y migraciones en la Edad Moderna Santiago de Compostela: Universidad de Santiago de Compostela, 2021.
ROMANO, Antonella, Impressions de Chine: L’Europe et l’englobement du monde (XVIe- XVIIe siècle) Paris: Fayard, 2016.
RUIZ IBÁÑEZ, José Javier. Las vecindades de las monarquías ibéricas Madrid: Fondo de Cultura Económica; Red Columnaria, 2013.
RUIZ IBÁÑEZ, José Javier. Les acteurs de l’hégémonie hispanique, du monde à la péninsule Ibérique. Annales. Histoire, Ciences Sociales v. 69, n. 4, p. 925-954, 2014.
RUIZ IBÁÑEZ, José Javier; VINCENT, Bernard(coords.). Refugiados, exiliados y retornados en los mundos ibéricos (siglos XVI-XX). Madrid: Fondo de Cultura Económica, 2018.
SACHSENMAIER, Dominic. Global Entanglements of a Man Who Never Traveled: A Seventeenth-Century Chinese Christian and His Conflicted Worlds. New York: Columbia University Press, 2018.
SCHAUB, Jean-Frédéric. L’île aux mariés: les Açores entre deux empires (1583-1642) Madrid: Casa de Velázquez, 2014.
SCHAUB, Jean-Frédéric; SEBASTIANI, Silvia. Race et histoire dans les sociétés occidentales (XVe-XVIIIe siècle) Paris: Albin Michel, 2021.
SEIJAS, Tatiana. Asian Slaves in Colonial Mexico: From Chinos to Indians New York: Cambridge University Press, 2014.
SMALLWOOD, Stephanie. Saltwater Slavery: A Middle Passage from Africa to American Diaspora Cambridge: Harvard University Press, 2007.
SOUSA, Lúcio de. The Portuguese Slave Trade in Early Modern Japan: Merchants, Jesuits and Japanese, Chinese, and Korean Slaves Leiden: Brill, 2019.
SUBRAHAMANYAM, Sanjay. Explorations in Connected History: Mughals and Franks Delhi: Oxford University Press, 2005.
SULLÓN BARRETO, Gleydi. Extranjeros integrados: portugueses en la Lima virreinal, 1570-1680 Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 2016.
TRIVELLATO, Francesca. The Promise and Peril of Credit: What a Forgotten Legend about Jews and Finance Tells us about the Making of European Commercial Society Princeton: Princeton University Press , 2019.
VALENZUELA MÁRQUEZ, Jaime(ed.). América en diásporas: esclavitudes y migraciones forzadas en Chiles y otras regiones americanas (siglos XVI al XIX) Santiago: RIL Editores; Instituto de Historia/Pontificia Universidad Católica de Chile, 2015.
VINCENT, Bernard. Les migrations morisques. In: LOPO, Domingo L. González; ROEL, Antonio Eiras(coords.). La inmigracion en España: actas del coloquio, Santiago de Compostela, 6-7 de noviembre de 2003 Santiago de Compostela: Universidad de Santiago de Compostela , 2004, p. 19-30.
VINCENT, Bernard. La esclavitud en el Mediterráneo occidental (siglos XVI-XVIII). In: TORRES, José Antonio Martínez(coord.). Circulación de personas e intercambios comerciales en el Mediterráneo y en el Atlántico (siglos XVI, XVII, XVIII) Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas , 2008, p. 39-64.
VINCENT, Bernard. Moriscos y movilidad: el ejemplo de Pastrana. Anales de Historia Antigua, Medieval y Moderna n. 42, p. 105-116, 2010.
VINCENT, Bernard. El río morisco Granada/Zaragoza/València: Servei de Publicacions Universidad de Granada; Universidad de Zaragoza; Universitat de València, 2015.
YUN CASALILLA, Bartolomé(dir.). Las redes del imperio: élites sociales en la articulación de la Monarquía Hispánica, 1492-1714 Madrid: Marcial Pons; Universidad Pablo de Olavide, 2009.
YUN CASALILLA, Bartolomé, From Goods to Commodities in Spanish America: Structural Changes and Ecological Globalization from the Perspective of the European History Consumption. In: YUN CASALILLA, Bartolomé; BERTI, Ilaria, SVRIZ-WUCHERER, Omar (eds.). American Globalization, 1492-1850: Trans-Cultural Consumption in Spanish Latin America. New York: Routledge, 2022.
Organizadores
Gibran Bautista y Lugo – Professor titular do Instituto de Investigaciones Históricas/Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). Cidade do México, México. E-mail: gibran@unam.mx ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1938-349X
Maria Fernanda Bicalho – Professora titular do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História/Universidade Federal Fluminense (UFF). Niterói (RJ), Brasil: E-mail: E-mail: mfbicalho@uol.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2362-7602
Referências desta apresentação
LUGO, Gibran Bautista y; BICALHO, Maria Fernanda. Apresentação. Tempo. Niterói, v. 28, n. 2, maio/ago. 2022. Acessar publicação original [DR]