Três décadas de crítica de mídia no jornalismo diário brasileiro / Revista Brasileira de História da Mídia / 2020
Primeiro semestre de 2020. A 17ª edição da Revista Brasileira de História da Mídia (BHM) é lançada em meio à pandemia do coronavírus. Quando divulgamos a chamada para o dossiê que compõe esta edição, sobre crítica da mídia, não imaginávamos que ele seria publicado em momento tão doloroso e sensível para o mundo e para o Brasil, que já contabiliza mais de 70 mil mortes por covid-19. E nesse cenário de tantas incertezas, o papel dos meios de comunicação é fundamental: a informação correta, em um cenário de tanta desinformação, pode salvar vidas.
O dossiê Três décadas de crítica de mídia no jornalismo diário brasileiro tem como editores convidados o professor Sérgio Luiz Gadini (UEPG) e a professora Elaine Javorski (UNIFESSPA). O conjunto de textos selecionados reúne temas, personagens, períodos e produtos midiáticos diversos, muitos deles emblemáticos desses 30 anos. A crítica da cobertura jornalística desde a criação da coluna de ombudsman no jornal Folha de S. Paulo é analisada na pesquisa de Diana Azeredo e Gislene da Silva. Marcelo Bronosky e Daniela Borcezi estudam os valores-notícia pelas lentes dos ombudsmen nos jornais brasileiros.
A trajetória de Magda Almeida, primeira ombudswoman do Brasil é o objeto de pesquisa de Marco Aurelio Reis e Cláudia Thomé. Jairo Faria Guedes Coelho e Fernando Oliveira Paulino estudam o ombudsman e a Comunicação Pública, através da análise dos primeiros 10 anos de existência da ouvidoria da EBC. Os primórdios da crítica dos meios de comunicação na Paraíba são investigados por Sandra Moura e Marcella Machado.
Sérgio Luiz Gadini reflete sobre os desafios e dificuldades no cotidiano da crítica jornalística, através da experiência de ombudsman no Jornal da Manhã, do Paraná. Também em uma abordagem regional, Marcel J. Cheida evidencia a efêmera experiência do ombudsman na imprensa de Campinas (SP).
A relação entre a atuação crítica do ombudsman, o jornalismo e a democracia é o centro da discussão proposta por Juliana do Amorim Rosas. Boanerges Balbino Lopes Filho analisa a ombudsmania pelas narrativas e visão singular de 1998 e do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Os artigos gerais reúnem temáticas diversas, com objetos e autores de diferentes lugares. De Portugal, Moisés de Lemos Martins disserta sobre a teoria na história dos meios de comunicação. Do Rio de Janeiro, Adriana Barsotti e Leonel Aguiar estudam as rotinas produtivas dos jornais. De Rondônia, Allyson Martins e Sandro Colferai discorrem sobre a história da imprensa no estado, analisando os períodos de formação dos jornais impressos na região. Do Rio Grande do Sul, Larissa Conceição dos Santos e Fabio Frá Fernandes refletem sobre os desafios à preservação da memória cultural no Brasil, através de um estudo no município de São Borja. Do Ceará, Paulo Eduardo Silva Lins Cajazeira analisa a historicidade da participação e interação no jornalismo televisivo. Também do Rio Grande do Sul, Thaíza Ferreira da Luz estuda o papel institucional da imprensa na Nova República.
A presente edição encerra-se com a entrevista realizada por Elaine Javorski com Paula Cesarino Costa sobre os desafios da atividade de ombudsman na Folha de S. Paulo, contribuindo para a temática do dossiê.
Desejamos a todos e a todas uma boa leitura. Fiquem bem, com saúde e, se puderem, em casa.
As editoras
Editorial. Revista Brasileira de História da Mídia. Teresina, v.9, n.1, 2020. Acessar publicação original [DR]