Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, v.2, jul./dez. 2018.
Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, v.2, jul./dez. 2018.
ENTRE FEIRAS E FOLHETOS: A HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL | Douglas Augusto da Silva | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
A Literatura de Cordel chegou ao Brasil a bordo das primeiras caravelas portuguesas. Junto a essa literatura, vieram juntos artistas e poetas que foram desenvolvendo em terras brasileiras o cordel de forma oral, porém curiosamente, foi após três séculos, que surgiram de fato, os primeiros folhetos de autoria de poetas brasileiros, mais precisamente na Região Nordestina Brasileira. No Nordeste, o cordel encontrou um ambiente extremamente propício para o seu desenvolvimento: uma população com costumes e cultura rural, e predomínio praticamente absoluto da comunicação oral, e com a valorização das feiras livres e das feiras tradicionais, onde acontecia o encontro da comunidade, veio junto a grande valorização dos poetas e cantadores, que transformavam suas apresentações em verdadeiros espetáculos. – PALAVRAS-CHAVE: Cordel, Literatura, Nordeste Brasileiro
RELAÇÕES VISUAIS COM O PASSADO: O USO DE IMAGENS NA REVISTA DE EDUCAÇÃO (SANTA CATARINA, 1936-1937) | Thaís Cardozo Favarin | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Com base nas discussões da História Cultural e Cultura Visual este artigo busca levantar e analisar o conteúdo imagético da Revista de Educação. Este periódico pedagógico circulou no Estado de Santa Catarina durante os anos de 1936 e 1937, tendo publicações bimestrais. Além disso, foi pensado e articulado pelos sujeitos do, então, Departamento de Educação, de modo que em suas páginas é possível identificar uma série de representações acerca do ensino ideal e de prescrições relativas ao mundo escolar daquele período. A análise das fotografias e ilustrações mostrou estratégias empregadas pelos sujeitos que compunham a Revista para associar as próprias ações àquelas dos dirigentes do ensino da década de 1910. Também evidencia o esforço em enaltecer os resultados obtidos até a década de 1930, integrando-os a um ideal de modernidade. Palavras Chave: Revista de Educação, Cultura Visual, História Cultural
COMPREENDENDO A GEOMITOLOGIA | Rodrigo Lima Veloso Ribeiro | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Lendas sempre fizeram parte da cultura dos povos, elas ilustram a forma como as pessoas enxergam o mundo ao redor, e por isso podem ser usadas para compreender como civilizações antigas viam o que os cercava. A geomitologia é o estudo que procura conciliar a mitologia com a geologia, estudando lendas e mitos, buscando eventos geológicos que possam explicar as crenças estudadas. – PALAVRAS-CHAVE: Geologia, mitologia, paleontologia, geomitologia.
A ASCENSÃO DOS PERIÓDICOS DENTRO DA HISTORIOGRAFIA E UMA PROPOSTA TEÓRICO-METODOLÓGICA A PARTIR DE UMA LEITURA DE MICHEL FOUCAULT | André Luís Andrade Silva
O presente artigo explana sobre três eixos principais. O primeiro deles visa discutir sobre os principais veículos de comunicação brasileiro no século XX, destacando as reformulações e inovações dos periódicos. O segundo eixo, se refere a corrente historiográfica francesa, a Nova História, que possibilitou a abertura de trabalhos sobre novas temáticas e a utilização dos periódicos como objetos e fontes de investigações históricas. No terceiro eixo é apresentada uma proposta teórico-metodológica, a partir de uma leitura sobre os trabalhos de Michel Foucault, a qual nos auxilia a pensar os periódicos sob uma perspectiva de relações de poder.
Palavras chave: Periódicos, Historiografia, Michel Foucault.
PETRÔNIO E O SATYRICON – CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTEXTO LITERÁRIO DA OBRA | Adriano Fagherazzi | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Neste texto problematizaremos as relações entre literatura e cotidiano na Roma Antiga. Afinal, a literatura reflete práticas culturais das sociedades e possibilita a compreensão de valores e visões de grupos da época. No caso da Literatura Latina como fonte histórica, notamos uma vasta produção documental.Entretanto, destacamos que essas fontes devem ser trabalhadas de forma historicizante para atender às especificidades de tais escritos. Assim, a obra de Petrônio nos proporciona um complexo e rico exemplo sobre o período do Principado, principalmente quanto às questões de gênero e segmentos marginalizados da sociedade romana. – PALAVRAS-CHAVE: Literatura Romana; Petrônio; Satyricon
SOUTHERN BRAZIL LUMBER AND COLONIZATION COMPANY E A IMIGRAÇÃO DE POLONESES EM TRÊS BARRAS-SC (1906-1945) | Jessica Caroline de Oliveira | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados obtidos com duas entrevistas realizadas no ano de 2011, as quais são fruto do requisito da disciplina de História Oral, da Universidade Estadual do Paraná, campus União da Vitória, e serão dialogadas com alguns teóricos discutidos na disciplina de História Oral e Narrativa, do Programa de Pós-Graduação do Mestrado de História, Cultura e Identidades da Universidade de Ponta Grossa, no ano de 2016. As informações coletadas das narrativas transcritas, partem do objetivo central de pensar a presença de imigrantes que, no início do século XX, vieram de diferentes regiões da Europa para morar na cidade de Três Barras (SC) e trabalhar na Lumber. Levando em consideração a multiplicidade étnica que havia na localidade, optou-se por enfatizar o grupo étnico polonês, pois eram em maior densidade na referida cidade, contando com uma Colônia específica, escola e outras atuações sociais que permitem selecioná-los como eixo de análise. Para pensar estas questões, serão utilizados como base teórica Verena Alberti e Alessandro Portelli no que confere a História Oral; Soeli Regina Lima, Alexandre Tomporoski e Fernando Tokarski, além de outros autores que auxiliam na problematização dos demais pontos da pesquisa. – PALAVRAS-CHAVE: História Oral; Imigração Polonesa; Lumber.
HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA: ENSAIO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA HISTÓRIA | Michelle de Paula Pupo | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Neste ensaio trazemos algumas contribuições da teoria da história para a historiografia, e sua busca da legitimidade cientifica, em meio aos outros discursos presentes na sociedade. Buscando compreender as indagações e paradigmas que vão modificar a forma como os historiadores olham a história, como o rompimento da noção de um tempo retilíneo e o estruturalismo, como também a contribuição da interdisciplinaridade. Este ensaio é resultado dos estudos aprofundados na disciplina de teoria da história, do mestrado em história, cultura e identidades, da Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG.
Palavras-chave: história, ciência, teoria da história.
HISTÓRIA E FONTE ORAL: UMA VISÃO PANORÂMICA | Jéfferson Balbino | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
A história oral é uma das ramificações da historiografia que mais tem sido utilizada por pesquisadores situados no campo das Ciências Humanas e, também, em outras áreas uma vez que é uma ferramenta multidisciplinar, pois possibilita que o pesquisador vá em busca de sua fonte, tomando seu depoimento acerca de um determinado fato histórico que aquele indivíduo tenha vivenciado e assim produz e, posteriormente, analisa, criticamente, essa fonte.
O presente artigo objetiva-se em apresentar um panorama geral sobre a história e, conseguintemente, a fonte oral, os procedimentos necessários para a utilização dessa indispensável metodologia no uso da história oral, ou seja, quais são os caminhos que o pesquisador/historiador deve percorrer para ‘descobrir’ a sua fonte, como deve ocorrer os primeiros contatos e abordagens e como o mesmo deve lapidá-la antes de transformá-la em uma fonte oral. Para tal desígnio recorreremos a obra de alguns historiadores que possuem vastas experiências na produção de fontes orais dentre eles Sônia Maria de Freitas (2002), Alistair Thomson (2000), Alessandro Portelli (1997), Ângela de Castro Gomes (2008) e José Carlos Sebe B. Meihy (2015). – PALAVRAS-CHAVE: História Oral; Fonte; Procedimentos.
SISTEMAS SIMBÓLICOS E REPRESENTAÇÕES: ENTRE REDES, IDENTIDADES E ALTERIDADES |Wesley dos Santos Lima | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
A globalização como processo terá uma enorme influência na emergência da modernidade líquida, e com o crescimento das redes virtuais, um “admirável mundo novo” surgirá, modificando, assim, estruturas, sistemas e identidades. Tais mudanças necessitam de uma reflexão mais aprofundada sobre o assunto. Para isso, traremos aqui apontamentos que dimensionam a discussão acerca das transfigurações identitárias, em um panorama que é significativo, já que não só relaciona as diferenças para a manutenção das identidades, mas também estabelece a ligação dos processos modificadores inseridos na liquidez da sociedade atual. – PALAVRAS-CHAVEs: Identidades, sociedade, redes.
A BOCA DO LIXO E OS PORNOCHANCHEIROS: RELAÇÕES ENTRE POLÍTICAS PÚBLICAS E“DIVERSÕES ADULTAS” NO BRASIL CONTEMPORÂNEO | Romulo Gabriel de Barros Gomes | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
O presente artigo tem como objetivo analisar o contexto histórico-formativo da região que abrigou a maior quantidade de produtoras cinematográficas reportadas pela historiografia do cinema nacional, além de uma tradição de prostituição e outras “diversões” transgressoras. A região passou a ser conhecida como Boca do Lixo, no centro da capital paulista. Bem como observar sua relação ambígua com as instâncias governamentais durante as décadas que perduraram sua existência, tanto quanto zona de tolerância, como pólo cinematográfico especializado em produções eróticas durante o regime civil-militar brasileiro. O eixo desta discussão é a problematização acerca do discurso normatizador e amplamente moralizante dos governos e, por outro lado, sua permissividade ou mesmo incentivo direto às atividades da Boca num segundo plano, nos bastidores da política. Compreende-se que, a partir de tal análise, faz-se possível observar o que é apontado por Michel Foucault ao observar no exercício difuso e capilar do(s) poder(es) um potencial ora cerceador, ora quanto criador e que tece relações nem sempre lineares e quase sempre difusas. – PALAVRAS-CHAVE: Boca do lixo. Cinema. Ditadura civil-militar. Pornochanchadas.
GÊNERO E EDUCAÇÃO: UMA INTERFACE NECESSÁRIA | Caroline Becher e Alef Guilherme Zangari da Silva | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Este trabalho tem como objetivo, trazer reflexões referentes ao campo do debate de gênero nas escolas. Torna-se importante, compreender a questão de gênero e da diversidade sexual na escola. Atendendo a discussão aqui proposta, buscou-se conceituar gênero a partir de sua concepção enquanto categoria histórica de análise, e partir desta definição estabelecer a interface com a sexualidade, diferenças sexuais e a construção de educação em gênero e diversidade. A escola, formadora de opiniões, constitui-se espaço de promover relações igualitárias e respeitosas, oportunizando discussões acerca das diferenças entre cidadãos(ãs). A análise das representações sociais dos/as docentes acerca da homofobia constitui um caminho promissor para estimular a reflexão e a busca de conhecimentos mais coerentes acerca da amplitude dessa violência que, de modo sutil ou manifesto, ocasiona sofrimentos. – PALAVRAS-CHAVE: Gênero, homofobia, escolas.
DESSOCIALIZAÇÃO, DESPERSONALIZAÇÃO, DESSEXUALIZAÇÃO, DESCIVILIZAÇÃO E ALIENAÇÃO: A ESCRAVIDÃO DOMÉSTICA NAS SOCIEDADES CENTRO-OCIDENTAIS AFRICANAS | Jessica Caroline de Oliveira | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Sabendo que o continente africano possui uma gama de especificidades históricas e culturais, este artigo tem por objetivo apresentar o modo como a condição de escravo foi justificada nas sociedades Centro-Ocidentais. O interesse por esta temática vale-se da constante generalização e maneira deturpada pelo qual o processo de escravidão é pensando no tocante a África, tendo em vista a sua constante vinculação ao modelo de escravização empregado pelos europeus. Logo, anseia-se delinear o que e de que forma foram elaboradas as prerrogativas que oportunizavam a existência e manutenção de um sistema de escravidão africana e, nesta acepção, delinear o que a distingue dos modelos subsequentes empregados pelas culturas islâmicas e europeias. Para tal, utilizou-se como arcabouço teórico os pesquisadores Meillassoux (1995), Wedderburn (2006) e Lovejoy (2002). – PALAVRAS-CHAVE: Escravidão Doméstica; Condição de Escravo; África.
“OS GOLPES DE MARTELO” EM DEFESA DA HISTÓRIA: TEMPORALIDADES, NARRATIVA E ESTÉTICA
Assis Daniel Gomes | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Neste artigo, tenciona-se relacionar a discussão sobre o tempo, a narrativa e a estética na história buscando indicar caminhos de análise, bem como realçar a sua importância para compreender o mundo contemporâneo. Para isso, percorreu-se uma bibliografia teórica para alicerçar nossa proposta e a defesa do conhecimento histórico. Enfim, clarificar os limites entre a história e a ficção não é deixar de colocá-las em relação dialógica, mas manter as suas especificidades de existência e o seu lugar político na sociedade. – PALAVRAS-CHAVE: temporalidades, narrativa, estética. |
O RETRATO DO PRINCEPS DOMICIANO NA IV SÁTIRA DE JUVENAL | Bruno Torres dos Santos | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
O presente artigo tem por objetivo analisar como o Princeps é retratado literariamente no gênero satírico, pelo poeta Juvenal. O imperador em questão é o polêmico Domiciano, terceiro da dinastia flaviana, que, por ter cometido diversos assassinatos de entes importantes da sociedade, inclusive senadores, foi morto num complô. Para tal, servirá de corpus a IV sátira de Juvenal, da qual serão extraídos os excertos a serem traduzidos, interpretados e analisados. Sendo assim, algumas informações sobre o contexto histórico, sobre o poeta e sobre o gênero literário fornecerão subsídios para melhor compreensão dos fenômenos apontados neste poema. – PALAVRAS-CHAVE: Construção literária; Domiciano; Sátira.
DO HIBRIDISMO À RESSIGNIFICAÇÃO: NOTAS EM TORNO DO CULTO AOS SANTOS CATÓLICOS NA PRÁTICA RELIGIOSA BRASILEIRA
Emerson José Ferreira de Sousa | Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, volume especial, dez. 2018.
Muitos estudiosos do fenômeno religioso partem do pressuposto de que não existe prática religiosa que não seja híbrida ou sincrética. Compartilhando dessa mesma lógica, compreende-se que nem mesmo o culto aos santos oficiais no catolicismo brasileiro esteve imune às diversas formas de hibridismo que perpassam nosso cotidiano. Desse modo, por meio da análise de uma historiografia que há muito debate o tema, objetiva-se aqui discutir como o culto aos santos ao longo da história da prática católica brasileira é perpassado por diversas hibridizações, o que situa esses representantes do sagrado no meio de inúmeras práticas religiosas ressignificadas. No campo teórico, nos apoiamos em Peter Burke quando ele afirma que às formas hibridas ocorrem através de encontros múltiplos sob diversas situações, e mais especificamente em relação ao catolicismo brasileiro, em Eduardo Hoornaert que nos faz compreender que este é situado em meio a vários hibridismos que moldaram historicamente suas formas de expressão. Em um primeiro momento, buscamos perceber como a formação híbrida da sociedade brasileira influenciou na pluralidade e dinamicidade de sua prática católica. Posteriormente, focaremos as diversas (re)apropriações em torno do culto ao santos pelo próprio sistema implementado na sociedade que se formava, e pelas contingências de sua vida privada. – PALAVRAS-CHAVE: Catolicismo; apropriação; devoção