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Novos Domínios da História | Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas

Este texto procura apontar algumas discussões do livro “Novos Domínios da História”, organizado pelos historiadores Ciro Flamarion e Ronaldo Vainfas. A coletânea foi lançada em 2012 e procura oferecer ao leitor as tendências contemporâneas do campo epistemológico da História e de como os historiadores estão enveredando por caminhos, às vezes, divergentes, outras vezes de encontros. Na verdade a obra é uma complementação de “Domínios da História”, publicado em 1997 que se tornou referência nas discussões sobre Teoria e Metodologia da História e nas Áreas de Ciências Humanas e Sociais.

A coletânea apresenta um conjunto de 16 capítulos que podem ser lidos separadamente ou não, o fato é que se complementam e são temas em que o leitor pode exercitar uma interpretação transversal e interdisciplinar. Com isso, os autores levam-nos a examinar as dimensões conceituais da Área de História e os campos movediços que alguns títulos apresentam incitam-nos a refletir sobre a pesquisa e a forma que interpretamos as fontes e os sujeitos que selecionamos a perscrutar.

A proposta da obra atual “Novos Domínios da História” procura provocar nos pesquisadores a busca por temas diversos e “explorar territórios não penetrados”. A sutilidade dos pesquisadores nos artigos nos leva a entender a dinâmica sempre atuante da pesquisa histórica na contemporaneidade. Por esses vieses notamos que os “novos territórios” estão sendo decifrados, mas precisamos ampliar as explicações e comunicar as vitalidades dos historiadores no sentido de construir diálogos entre teoria e metodologia.

Entendemos na obra que o sentido para o “novo” é a forma que os organizadores encontraram para sensibilizar os leitores da necessidade que temos para avançar, na interpretação as relações de sociabilidades, em caminhos desconhecidos e os trajetos que buscamos são exatamente para desconstruir as certezas e saltarmos para outras possibilidades de pesquisas e de formas metodológicas.

Esses trajetos nos permitem experimentar e a indagar que “os seres humanos tem sentidos” e o esforço para os pesquisadores das Ciências Humanas e Sociais é exatamente marcar as experiências desses sujeitos no diálogo denso com as fontes e nessa busca incessante perceberem quais projetos se estabeleceram nesses movimentos.

A título de exemplo, são as questões distinguidas nos domínios “quase canônicos” dos temas da “nova história política”, da “biografia histórica” e da “história das relações internacionais”. Quer dizer, não são temas “novos”, o que há de “novo” são as abordagens que os pesquisadores utilizaram para notabilizar os sujeitos na pesquisa. Ao fazê-los contribuem para que História e Conhecimento sejam postos a assinalar fronteiras e registrar as histórias de homens e mulheres na luta pelas sobrevivências sob a luz do presente.

Ainda na parte introdutória da obra é importante registrar as questões apontadas por Ciro Flamarion Cardoso sobre “as modalidades básicas da epistemologia da história”. Cintando Alun Munslow, o autor ressalta que os enfoques teórico-metodológicos podem ser denominados por três características peculiares: a) Reconstrucionismo – centra ai uma concepção empirista da história, mas suas investidas estão centradas nas bases do século XIX; b) Construcionismo – Aqui aponta uma postura heterogênea da História em que as análises se confluem entre o marxismo, as análises werberianas e a herança intelectual dos Annales; c) Desconstrucionismo – Nessa vertente, aponta a guinada pós-modernas em que há um desfoque na forma de analisar os sujeitos. O foco são as narrativas em que o “discurso histórico” sobre o “passado” e a “verdade histórica” são apenas práticas do discurso. Logo, “o discurso histórico não produz informação nova acerca do passado” e nessa visão são citados Hayden White e Paul Veyne como intelectuais céticos ao afirmar que “a história não tem um método porque não faz exigências, bastando-lhe que as coisas a relatar tenha acontecido”.

Destarte, o ponto nodal dessas sinalizações são basilares e o que nós podemos avaliar é que o conhecimento histórico é dinâmico, complexo e deve continuar a sê-lo.

Portanto, não é objetivo da obra refutar as tendências epistemológicas da História, mas como historiadores devemos nos conscientizar desses movimentos dentro da ciência histórica como ações “presentes e ativas”. Por isso, precisamos avançar nas nossas pesquisas, é mais salutar que hierarquizar o conhecimento e querer apontar um único modelo explicativo da História.

Portanto, os artigos são postos para avaliação e o leitor atento perceberá que a História se “renovou” e os historiadores avançam por olhares múltiplos. Por exemplo, na abordagem da “História, memória e tempo presente” a historiadora Márcia Maria Menendes Motta1 une as categorias da memória e do tempo presente para analisar o campo de concentração nazista. E no esboço textual põem à prova a necessidade que temos de revermos nossas leituras sobre o passado nazista a luz do presente. Aqui a visão da pesquisadora é critica quando nos atenta sobre os interesses de quem que se debruça e indaga o tempo “de agora”, ou seja, o estudo do tempo presente é um desafio e precisamos enfrentar que as práticas metodológicas no “campo da investigação” não são “fáceis”, pois o sentido político e ético que devemos articular com a pesquisa são fundamentais para essa prática. E reforça: “É necessário conhecer e dar a conhecer o debate das interpretações sobre o fenômeno estudado, pois, sem isto, a história que se registrar se confunde indelevelmente com a memória que se desejou questionar”.2

Por esse mesmo viés envereda Marieta de Moraes Ferreira3 em que o tempo presente e a ética na pesquisa com a História Oral se defronta com o método que utilizam os historiadores no momento que registram e contextualizam as histórias dos sujeitos em foco. Nesse sentido, a História Oral aparece como caminhos alternativos de interpretações e não pode ficar presa a um debate retrógrado sobre técnica e metodologia, mas devemos internalizá-la como um indício que nos auxilia a “estabelece [r] e ordena [r] procedimentos de trabalho” como quaisquer outras metodologias. No entanto, o debate entre teoria e prática é constante, pois é dessa relação que poderemos discutir as formas com a qual, entrevistador e entrevistado, se relacionam no ato da entrevista. A mesma condição direciona para a transcrição, interpretação e preservação dos artefatos da entrevista e do uso que o pesquisador fará para garantir a socialização dessas memórias que ao mesmo tempo é de classe e também é politica.

Noutros artigos podemos defrontar-nos com a sensibilidade do historiador para rediscutir as proposições da História Social.4 E para tal citamos os artigos de Maria Regina Celestino de Almeida5 e Henrique Espada Lima6, pois apresentam eixos comuns, mas a forma que interpretam a História Social, a cultura e o diálogo com a História e Antropologia é que podemos tomar como mote para estabelecermos uma lógica interpretativa dos momentos que os historiadores optam por certas escolhas teóricas.

Para a historiadora Maria Regina Celestino de Almeida o intenso diálogo que se tem travado entre História e Antropologia tem se tornado importante para alargar os debates “sobre as sociedades da América Colonial e pós-colonial nas quais povos indígenas e africanos foram sendo inseridos”.7 E nesse sentido, há possibilidades da articulação entre fontes e métodos para entendermos as relações de sociabilidades e étnicas de certos grupos. Mas a concepção de História Social que a historiadora procura estabelecer na pesquisa histórica está centrada em de E. P. Thompson que toma a cultura como algo dinâmico e processual, ou seja, são nas ações e relações que os homens agem, conforme os lugares sociais e seus objetivos. Assim, cultura e classe não são conceitos isolados das relações sociais, antes devem serem problematizados como processos que partem das próprias “experiências dos atores sociais”.

Para Henrique Espada Lima, a História Social é pensada a partir das perspectivas do historiador italiano Carlo Ginzburg. No artigo o historiador consegue, com leveza, apresentar-nos o lugar da “micro-história” nas suas acepções contemporâneas. Daí, parte do texto centra na historicização e contextualização dos fazeres micro-analíticos e que sua distinção, enquanto método, está na essência narrativa do historiador que através do “paradigma indiciário” consegue descrever o contexto e os sujeitos, mas para isso parte de um diálogo filigranado com as fontes, que ao problematizá-las, devemos procurar analisá-las pelo avesso. Ou seja, cercar a presa e fazê-las exalar culturas.  Por falar em micro-história é oportuno apresentarmos o artigo de Ciro Flamarion Cardoso – “História e poder: uma nova história política”.8 O texto é arguto e erudito, características que marcam indelevelmente os textos do historiador. No início o autor  procura apontar os campos de análises da ciência política e seu objeto, bem como os sentidos interpretativos que, tradicionalmente, fizeram os pesquisadores debruçar sobre o campo de investigação na área da teoria em que destacou três vertentes: o governo, a administração e as relações internacionais. Posteriormente, com o avançar das “novas” tendências da história política acrescentaram ao bojo de estudos os temas do “comportamento político e das políticas públicas”. O fato é que numa visão articulada por historiadores de tendências diversas e distintos espaços acadêmicos (Jacques Julliard, Réne Rémond, Pierre Nora, etc.), todos elucidavam revigorar e desconstruir a pecha sobre a história política que havia construído no século XIX: a de uma história politica9, biográfica10 e narrativa11.

O artigo de Ciro Flamarion é denso e procura decifrar as farpas que cercam o conceito de política e poder e dos laços que os aproximam e afastam teoricamente e metodologicamente. Para isso dar ênfase ao Brasil, cujas abordagens são foucaultianas e que precisamos avançar e notar que o conceito de poder possa alçar outros pontos e tendenciar condições heterogêneas para ampliarmos as análises dos papeis do Estado12, da política e do poder a partir de fontes diversas e centrar os sujeitos da pesquisa em enfoques diversos.

Seguindo o raciocínio da ampliação epistemológica do trabalhador do historiador e da relação que estabelecemos com as fontes está o artigo de Ulpiano T. Bezerra de Menezes.13 O autor, com sagacidade e erudição, expõe que há poucos trabalhos que buscam a cultura material14 e visual como metodologia de pesquisa. Ao optarmos por esse viés podemos enveredar para uma investida interdisciplinar e partir para campos antes não explorados pela via da cultura material, que sejam as áreas: antropologia, sociologia, semiótica, etc. Portanto, é significante que “o historiador rompa as limitações nas quais se deixa com frequência aprisionar pela redução da imagem apenas a ‘documento visual’ e a tarefas taxonômicas e de leitura iconográfica”.15 Assim, é preciso para o pesquisador se familiarizar sobre a natureza do trabalho e do uso de imagens para analisarmos as relações sociais e para isso devemos ir para além dos apontamentos de Erwin Panofsky e avançarmos as discussões da imagem como documento e artefato de memórias que precisam serem problematizadas e indagadas, desde a sua produção enquanto imagem, quanto o uso da circularidade de conceitos e ideologias. Centra ai os apontamentos da imagem como “poder” e como tal precisam ser decifradas e levadas a sair do ermo.  Ainda seguindo o viés de ampliarmos a noção de fonte no campo do visual está o artigo de Ana Maria Mauad e Marcos Felipe Brum Lopes que em “História e Fotografia”16 incitam os historiadores na discussão do uso da fotografia como componente para captarmos as experiências históricas e mapeiam os circuitos sociais do uso imagético por parte dos pesquisadores, desde o século XIX, quando vislumbrava o urbano e a modernização; ao século XXI, em que os caminhos são ampliados e direcionam-se as análises para destacar “a alteridade social e cultural como tema fotográfico recorrente”. Portanto, um texto oportuno, pois o uso de fotografias digitais na atualidade é visível e nós devemos nos apropriar dessa produção a avaliarmos as maneiras privadas e públicas de apropriação dessas produções de imagens. Nessa mesma linha interpretativa está o artigo de Alexandre Busko Valim17. O historiador utiliza de argumentos semelhantes as do campo visual para informar que o cinema também não é explorado pelos pesquisadores e por isso temos uma dívida com essa linguagem. Afinal, podemos fazer várias injunções e a diversidade de leitura no campo da história é  4 Importante para analisar o uso da temática dos “movimentos sociais” e as abordagens com a História Social é o artigo de MATTOS, Hebe. História e movimentos sociais. [p. 95-111]. Ao longo do texto a historiadora procura ampliar as discussões com a História da escravidão e as possibilidades de indagação para além da construção de identidades coletivas.  5 ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. História e antropologia. [p. 151-168]  6 LIMA, Henrique Espada. Micro-história. [p. 207-223]  7 ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Op. Cit. p. 151  8 CARDOSO, Ciro Flamarion. História e poder: uma nova história política. [p. 37-54]   9 No artigo de Sônia Regina de Mendonça e Virgínia Fontes notamos as formas de abordagens da História e teoria política pelos vieses interpretativos de Antonio Gramsci e Pierre Bourdieu. No artigo expõem que a história política saiu do ostracismo e “renovou” seus objetos de pesquisas. Cf. MENDONÇA, Sonia Regina de; FONTES, Virgínia. História e teoria política. [p. 55-72]  10 Conferir o texto de SCHMIDT, Benito Bisso. História e Biografia. [p. 187-205]. Neste o autor nos direciona para as formas teórico-metodológicas que contemporaneamente os historiadores debruçam para estudar os “grandes personagens” pelos historiadores-biográficos.  11 Ler o texto de Ciro Flarmarion Cardoso. História e intertextualidade. [p. 225-241]. Aqui podemos averiguar o encontro dos historiadores com a linguística e a semiótica. O cerne do debate é o “discurso” historiográfico via Hayden White e Dominick LaCapra e o autor não se exime de fazer severas críticas aos pós-modernos, destacando-os como “céticos radical”.  12 Destaca-se aqui o artigo de Estevão de Rezende Martins em que no bojo recente da história das relações internacionais procura-se analisar as diversas formas que o Estado pode ser pensado, internamente e externamente, pelos pesquisadores. E sobre as questões que encontram na agenda atual destacam-se: “instauração e preservação da paz, prevenção e resolução de conflitos armados, integração regional, comércio bi e multilateral, organismos internacionais, desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente, solidariedade humanitária, comunicação e informação e análogos”. p. 74 . Ver. MARTINS, Estevão de Rezende. História das relações internacionais. [p. 73-93]; Aproxima-se das discussões relativas ao Estado e das estratégias de segurança nacional o texto de Luis Carlos Soares e Ronaldo Vainfas – Nova história militar. [p. 113-132]. A historiografia sobre a guerra ganha interpretações diversas e sobre o bojo da “Nova História” rompem com as críticas da Escola dos Annales e sai do exilio. Assim sendo, o nazismo, a Al-Qaeda e outros temas de segurança nacional, inclusive, a fragilidade de defesa dos Estados Unidos ao ataque as Torres Gêmeas – World Trade Centre – em 11 de setembro de 2001, são notabilizados pela vertente de “terrorismo de Estado”. E ai pode está o engodo das futuras pesquisas.  complexa. Por isso o uso da linguagem cinematográfica urge ser familiarizado entre os historiadores e sob essa égide “ter no horizonte que os filmes precisam ser decupados, ou seja, é preciso dividir e reorganizar a narrativa de acordo com as questões consideradas essenciais em dada pesquisa”.18  O último artigo da coletânea remete-nos a pensar a dinâmica do trabalho do historiador e nos faz refletir sobre os fazeres da empiria para além dos acervos públicos e privados. É o que faz a historiadora Célia Cristina da Silva Tavares, no texto História e Informática19 ao defender o uso da ferramenta tanto para a pesquisa quanto para o ensino. A ocasião do artigo é uma forma de expor a guinada contemporânea que hoje temos ao nosso dispor para preservar, armazenar e consultar diversos documentos pelas redes sociais da internet. São exemplos o uso do “Google It”, “Google Drive”, “Google Docs e Book” e de links criados por pesquisadores e instituições como forma de expor dados e documentos coligidos num determinado grupo de pesquisa ou do trabalho dos diversos acervos de memória (Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional, Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa, etc.). Esses e outros acervos têm auxiliado historiadores brasileiros a ampliar a noção de sujeito e de fontes para a história, pois centra nesse discurso a socialização dos acervos e sua preservação. Logo, a forma de coletar e armazenar os arquivos, destaca a autora, está disponível em uma diversidade de periféricos: “CDs, DVDs – os mais antigos – Blu-Rays, Pen-Drivers, HDs Externos, estes cada vez menores e, inversamente, com mais capacidade de acumulação de dados”.20  Nesse último artigo fica visível à complexa atuação do trabalho do historiador e, de certa forma, sintetiza a obra organizada pelos historiadores Ciro Flamarion e Ronaldo Vainfas, pois se o objetivo era expor os limites e as possibilidades dos métodos historiográficos, creio que o propósito foi alcançado. História e conhecimento, independente dos usos que fazermos para coletar as fontes e das metodologias interpretativas que fazemos, salientamos que o mais significante é nos posicionar sobre as interpretações das relações de sociabilidades e como tarefa árdua zelarmos pela ética na pesquisa.

Finalizo ressaltando que os artigos confluem e se entrelaçam para expor que a empiria se metamorfoseou e passado/presente são postos para análises em tempos e lugares possíveis. No entanto, a história não é abstrata e parte de algo palpável e o entremeio para o diálogo com esses passados/presentes são as fontes. Estas induzem e conduzem nossas interpretações. Para tanto, destaca Ronaldo Vainfas, “o historiador que só ousa enfrentar a história se tiver um corpus documental na alça da mira”. E sobre o uso das fontes documentais precisamos ampliar os debates e prosseguir avaliando nossas andanças. Daí, reforço ao leitor que a obra merece ser lida para reavaliarmos os “avanços” e pô-los em “xeque”; também para nos flexibilizarmos a “retornos úteis”.

Notas

1. MOTTA, Márcia Maria Menendes. História, memória e tempo presente. [p. 21-36]

2. Ibid., p.35

3. FERREIRA, Marieta de Moraes. História oral: velhas questões, novos desafios. [p. 169-186]

4. Importante para analisar o uso da temática dos “movimentos sociais ” e  as  abordagens  com  a  História Social é  o  artigo  de  MATTOS,  Hebe.  História  e  movimentos  sociais.  [p.  95-111]. Ao  longo  do texto  a historiadora procura a mpliar as discussões com a História da escravidão e as possibilidades de indagação para além da construção de identidades coletivas.

5. ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. História e antropologia. [p. 151 – 168]

6. LIMA, Henrique Espada. Micro-história. [p. 207-223]

7. ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Op. Cit. p. 151

8. CARDOSO, Ciro Flamarion. História e poder: uma nova história política. [p. 37-54]

9. No artigo de Sônia Regina de Mendonça e Virgínia Fontes notamos as formas de abordagens da História e teoria política pelos vieses interpretativos de Antonio Gramsci e Pierre Bourdieu. No artigo expõem que a história  política  saiu  do  ostracismo  e “renovou” seus objetos de  pesquisas.  Cf. MENDONÇA,  Sonia  Regina de; FONTES, Virgínia. História e teoria política. [p. 55-72]

10 Conferir  o  texto  de  SCHMIDT,  Benito  Bisso.  História  e  Biografia.  [p.  187-205].  Neste  o  autor  nos direciona  para  as  formas  teórico-metodológicas que  contemporaneamente  os  historiadores  debruçam para estudar os “grandes personagens”pelos historiadores -biográficos .

11. Ler  o  texto  de  Ciro  Flarmarion  Cardoso.  História  e  intertextualidade.  [p.  225 -241].  Aqui  podemos averiguar  o  encontro  dos  historiadores  com  a linguística e a semiótica. O cerne do debate é o “discurso” historiográfico via Hayden White e Dominick LaCapra e o autor não se exime de fazer severas críticas aos pós-modernos, destacando-os como “céticos radical”.

12. Destaca-se aqui o artigo de Estevão de Rezende Martins em que no bojo recente da história das relações internacionais  procura -se  analisar  as  diversas  formas que o  Estado  pode  ser  pensado,  internamente  e externamente, pelos  pesquisadores.  E  sobre  as  questões  que  encontram  na  agenda  atual  destacam -se: “instauração e preservação da paz, prevenção e resolução de conflitos armados, integração regional, comércio bi e multilateral, organismos internacionais, desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente,  solidariedade  humanitária, comunicação e informação e análogos”. p. 74 . Ver.  MARTINS, Estevão de Rezende. História das relações internacionais. [p. 73-93]; Aproxima-se das discussões relativas ao Estado e das estratégias de segurança nacional o texto de Luis Carlos Soares e Ronaldo Vainfas –Nova história militar. [p. 113 -132]. A historiografia sobre a guerra ganha interpretações diversas e sobre o bojo da “Nova História” rompem com as críticas da Escola dos Annales e sai do exilio. Assim sendo, o nazismo, a Al-Qaeda  e  outros  temas  de  segurança  nacional,  inclusive,  a  fragilidade  de  defesa  dos  Estados  Unidos  ao ataque  as  Torres  Gêmeas – World  Trade  Centre -em  11  de  setembro  de  2001,  são  notabilizados pela vertente de “terrorismo de Estado”. E ai pode está o engodo das futuras pesquisas.

13. MENEZES, Ulpiano T. Bezerra de. História e imagem: iconografia/iconologia e além. [p. 243-262]

14. Ler  o  artigo  de  Marcelo  Rede.  História  e  cultura  material.  [p.  133-150].  No  texto  o  autor  tece  algumas possibilidades de trabalho e sinaliza, a partir de um texto pedagógico, as relações ínfimas entre história e a cultura material. Assim também faz com as tendências contemporânea s e da forma  que os pesquisadores estão interpretando a cultura material nas ciências humanas.

15. MENEZES, Ulpiano T. Bezerra de. Op. Cit. p. 233.

16. MAUAD, Ana Maria; LOPES, Marcos Felipe Brum Lopes. História e Fotografia. [p. 263-281]

17. VALIM, Alexandre Busko. História e cinema. [p. 283-300]

18. Idem, p. 298.

19. TAVARES, Célia Cristina da Silva Tavares. História e Informática. [p. 301-317]

20. Idem, p. 310


Resenhista

Francisco Gleison da Costa Monteiro – Docente de Métodos e Técnicas da Pesquisa  em História, Universidade Federal do Piauí (UFPI).  Doutorando em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).  E-mail: gleison.monteiro@bol.com.br.


Referências desta resenha

CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (Orgs). Novos Domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Resenha de: MONTEIRO, Francisco Gleison da Costa. História e conhecimento: o trabalho do historiador e o diálogo com as fontes. Revista de Teoria da História, n.10, dez/2013.

Itamar Freitas

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