A diretoria da ABHO eleita para o biênio de 2000-2002 no dia 26 de novembro de 1999, quando do V Encontro Nacional de História Oral, realizado em Belo Horizonte (UFMG), e empossada no dia 25 de maio de 2000, por ocasião do Seminário de Pesquisas promovido pelo Centro de Estudos Rurais e Urbanos (CERU) da Universidade de São Paulo, tem como pontos centrais de sua proposta programática fortalecer as relações entre os Núcleos Regionais e a Diretoria Executiva, apoiando suas iniciativas, bem como priorizar a edição e distribuição da Revista de História Oral, direcionando recursos da Associação para tal fim.
Esses princípios orientaram a publicação do Nº 4 da Revista História Oral, na medida em que divulga trabalhos apresentados nos Encontros Regionais da ABHO, promovidos pelos Núcleos das Regiões Centro-Oeste e Sul, dirigidos respectivamente por Nancy Alessio e Ieda Gutfreind.
Abrindo nossa matéria, encontram-se artigos integrantes do dossiê Narrativa e Narradores, da autoria de Olgária Matos, Antonio Torres Montenegro, Yonne Grossi e Amauri Carlos Ferreira, nos quais questões fundamentais para os oralistas são discutidas em seus aspectos teórico-metodológicos e empíricos. Longe de apresentarem um modelo analítico único, sugerem diferentes perspectivas de enfoque do tema, enriquecendo as possibilidades de reflexão sobre a construção narrativa e seus múltiplos significados.
Os artigos seguintes são representativos da pluralidade de objetos sobre os quais se debruça a história oral: Márcia Mansor D´Alessio interroga importantes historiadores franceses como Michel Vovelle, Madeleine Réberioux e Pierre Vilar sobre os rumos atuais da historiografia; Dora Schwarsztein e Alistair Thomson mergulham no penoso universo das memórias traumáticas; Maria Aparecida Silva explora o sonho recorrente de migrantes mineiros sobre a posse da terra e Sara Alonso, ao estudar os Tembé, é surpreendida por condições e compromissos éticos impostos à pesquisadora pelos grupos pesquisados, fazendo-a meditar sobre as implicações de tal código para o trabalho do antropólogo.
As entrevistas com Mercedes Vilanova e Marieta de Moraes Ferreira expressam os vínculos políticos da ABHO com a Associação Internacional de História Oral e o reconhecimento da produção brasileira nesse campo do conhecimento. Conduzidas pelos entrevistadores Marco Aurélio Santana e Verena Alberti, as presidentes da primeira diretoria da AIHO e a da atual gestão relatam os primeiros passos da instituição, revelando, em linguagem coloquial, o percurso intelectual que trilharam.
Encerram o volume duas resenhas sobre obras de interesse para os leitores. Lucília de Almeida Neves Delgado detém-se na análise de Para abrir as Ciências Sociais, trabalho coletivo de renomados autores que sugere a interdisciplinariedade como método, e Yara Aun Khoury comenta o livro Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo, de Teresa Pires do Rio Caldeira.
Comitê Editorial
Palavras do Comitê Editorial. História Oral. Rio de Janeiro, v.4, p.7-8, 2001. Acessar publicação original [DR]
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