Metodologia da pesquisa em Educação Histórica | Educar em Revista | 2019

A História é uma recolha de experiências”1

A escolha do tema “Metodologia da pesquisa em Educação Histórica”, sugerido ao dossiê, pode causar, aos mais experimentados leitores da História e do seu ensino, uma certa inquietude. No entanto, o leitor saberá também que há várias maneiras de se pensar a História, pensar o ensino de História e, portanto, a pesquisa historiográfica e a pesquisa sobre o ensino de História. Todos que, de alguma forma, passaram pela formação inicial de historiador, recordam-se das reflexões de Marc Bloch sobre o ofício de historiador e de como era caro, ao autor, o compromisso com o rigor metodológico da investigação histórica. Mas não só: para além do rigor científico, para Bloch, “o historiador é chamado a prestar suas contas. Não se aventurará a fazê-lo sem um pequeno estremecimento interior: qual o artífice, envelhecido no ofício, que nunca perguntou a si mesmo, com o coração apertado, se fez uso avisado de sua vida” (BLOCH, s/d., p. 11). O mesmo historiador, ao se apresentar a um público de jovens alunos do Liceu de Amiens, em 1913, diz: “Como sabeis, sou professor de história (…)”, demonstrando, assim, a preocupação em expandir a natureza desse ofício (BLOCH, 1998, p. 21).

No decorrer do século XX e, já no século XXI, o ofício de historiador continuou a ser desafiado de maneira qualitativamente nova, merecendo até ser chamado de “profissão histórica” pelo historiador francês Antoine Prost (PROST, 2001, p. 45). Uma profissão que foi levada a assumir, entre outros, a responsabilização pelos usos públicos da História, nos quais se incluem, certamente, o ensino de História e a educação histórica. Entre a década de Marc Bloch e as primeiras décadas do século XXI, a constituição do campo disciplinar da História, reinventado em inúmeros movimentos historiográficos, tem consolidado a metódica da ciência, sinalizando, àqueles que se dedicam ao ofício, os diferentes caminhos a serem percorridos na produção do conhecimento histórico. Vale citar, entre outros, a obra clássica de Júlio Aróstegui (2006) sobre pesquisa histórica, que valeu, para muitos, como iniciação ao ritual de pesquisador. Pode-se dizer que se trata de uma obra que ainda não se encontrou similar como introdução à pesquisa sobre o ensino de História. Como explicitou Jörn Rüsen (2010), a consolidação da História como ciência levou, no caso da Alemanha, o que pode ser expandido ao Brasil, a uma separação entre quem produz e quem ensina a História. Trata-se de um contexto que vem sendo superado com a formação, em vários países do mundo, de comunidades científicas de historiadores dedicados à pesquisa sobre o ensino de História. Entre essas comunidades, inserem-se os historiadores, que se dedicam ao campo da Educação Histórica.

A historiadora portuguesa Isabel Barca, em artigo publicado em 2005, apresenta ao público brasileiro a nova área de investigação denominada Educação Histórica, de tradição anglo-saxônica, na qual se localizariam as pesquisas sobre aprendizagem e ensino de história. Nesse caso, o foco são os princípios, fontes, tipologias e estratégias de aprendizagem histórica, com vistas ao conhecimento sistemático das ideias e do desenvolvimento do pensamento histórico de alunos e professores. O enquadramento teórico dessas investigações é a natureza do conhecimento histórico e seu objetivo é o desenvolvimento do pensamento histórico. Na concepção de Barca (2005), as investigações em Educação Histórica estão em uma charneira, ancoradas em diferentes campos, como a Epistemologia da História e a Metodologia de Investigação em Ciências Sociais.

Como afirma a autora, o fato de as pesquisas sobre aprendizagem histórica estarem em uma “charneira” ou um entrecruzamento de diálogos com outras áreas de conhecimento, particularmente as ciências da educação, dificulta, mas não impossibilita, a definição de objetos e a construção de arcabouços teóricos e metodológicos das investigações. A dificuldade produz, como resultado, uma demanda maior de tempo nas análises, particularmente quando o entrelaçamento entre perspectivas relacionadas ao método de ensino, à historiografia e às práticas dos professores se explicita de forma mais contundente. Esse entrelaçamento torna-se mais visível, evidenciando uma articulação orgânica entre filosofia, teoria da história e historiografia, concepções e métodos da história e sua relação com o ensino-aprendizagem histórico. Assim, no sentido apontado, a especificidade dessas investigações a incluem em uma espécie de “charneira” com uma fundamentação científica própria, que foram sendo construídas gradativa e sistematicamente

sob o enfoque desta pesquisa, sobretudo de índole qualitativa, têm sido investigadas quer ideias substantivas como democracia ou revolução, quer ideias sobre a natureza da História como explicação, narração, evidência, significância, consciência histórica… No estudo pioneiro “Understanding and research”, de Dickinson & Lee (1978), envolvendo alunos dos 12 aos 18 anos, os investigadores interrogaram-se sobre o enquadramento teórico que deveria presidir à pesquisa sobre o pensamento histórico, questionando a lógica não histórica que serviu de base a pesquisas anteriores, bem como a noção piagetiana de invariância de estágios de desenvolvimento, pelo menos quando aplicada ao processo de compreensão histórica (BARCA, 2005, p. 16).

Assim, pode se acompanhar uma certa tradição das pesquisas que vêm sendo realizadas sobre pensamento histórico, consciência histórica e aprendizagem, observando-se uma mudança de paradigma em direção aos referenciais da ciência da História, em detrimento aos referenciais da psicologia e da pedagogia. No contexto dos trabalhos desenvolvidos pelos investigadores da educação histórica, agrupa-se um conjunto multiperspectivado de temáticas de investigações, principalmente em situações e espaços de escolarização. Todavia, adotar como referencial a teoria da consciência histórica para investigações em espaços de escolarização pressupôs a ênfase na metodologia qualitativa da investigação educacional, em abordagens antropológicas e/ou sociológicas, não descartando a necessidade de abordagens históricas para se entender a historicidade, por exemplo, da própria ideia de aprendizagem.

A adoção da perspectiva de investigação em Educação Histórica inclui, portanto, novas problemáticas e novas abordagens de pesquisas no que se refere, principalmente, à análise dos processos, dos produtos e da natureza do ensino e aprendizagem histórica em diferentes sujeitos, bem como os significados e sentidos dados a esses processos. Ademais, eles indicam, fundamentalmente, que a investigação em Educação Histórica há que levar em conta uma séria reflexão sobre a natureza do conhecimento histórico e seu papel como ferramenta para análise da sociedade e como recurso para a construção da consciência histórica e, portanto, como formação para a cidadania.

O conjunto de artigos publicado no dossiê é revelador do crescimento da produção acadêmica na área da Educação Histórica em nosso país e em outros países, como é o caso da Espanha. O campo de investigação em Educação Histórica vem se definindo com sua especificidade própria, em diferentes países e também no Brasil. Essa especificidade vem sendo apontada por autores como Rüsen (2012), Barca (2005) e Schmidt (2009) e decorre, principalmente, dos seus fundamentos sobre ensino e aprendizagem, baseados na epistemologia da História, especialmente na teoria da consciência histórica, bem como nas pesquisas já realizadas sobre essa temática. De um lado, a análise realizada por Caimi indica que o campo “denominado educação histórica, dialoga mais estreitamente com os referenciais da epistemologia da história” (CAIMI, 2009, p. 70). De outro, pode-se afirmar que as pesquisas empíricas da Educação Histórica incluem muitos e diferentes aspectos em múltiplos contextos e os pesquisadores dessa área têm procurado encontrar caminhos que possam incorporar a complexidade desses elementos teóricos e empíricos. Como exemplo, cita-se o Simpósio Internacional “Triangulação nas pesquisas em Educação Histórica”, organizado pelos pesquisadores Christoph Kühberger, Roland Bernhard e Christoph Bramann, realizado em maio de 2017, na Universidade de Educação de Salzburg, Suíça. O objetivo do simpósio foi contribuir para o desenvolvimento de parâmetros teóricos e metodológicos que possam subsidiar pesquisas internacionais no campo da Educação Histórica.

Tendo como norte as contribuições já produzidas no campo da Educação Histórica, no que se refere aos seus aportes teóricos e metodológicos específicos, tais como os sujeitos, objetos e temáticas de investigação, foi organizado o presente Dossiê – Metodologia da pesquisa em Educação Histórica: Debates Contemporâneos.

O primeiro artigo – “História, Historiografia e Pesquisa em Educação Histórica” -, do historiador e especialista em teoria e filosofia da História, Prof. Dr. Estevão Chaves de Rezende Martins, da Universidade de Brasília, sistematiza importantes fundamentos pertinentes às relações entre cultura histórica e ensino de História, partindo da recuperação da historicidade dessas relações. Tendo como norte o diálogo e interdependência entre a narrativa histórica em geral e a narrativa historiográfica em particular, o autor mostra a relevância dessa interlocução para a pesquisa em educação histórica.

Valendo-se de sua trajetória como investigadora na área da educação histórica, a historiadora e professora Dr.ª Maria Auxiliadora Schmidt, da Universidade Federal do Paraná, no artigo “O historiador e a pesquisa em educação histórica”, analisa uma mudança de paradigma no campo das pesquisas em ensino de História, a partir das interlocuções com a teoria e a filosofia da História e que se tornaram referências para as pesquisas em educação histórica. Essa mudança de paradigma é exemplificada, pela autora, a partir da análise de 13 teses produzidas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná, consideradas como indiciárias do diálogo entre a teoria da aprendizagem referenciada na filosofia da História e teorias da pesquisa educacional.

Para entender o sentido atribuído pelos professores a História ensinada nas escolas, a pesquisadora Marlene Cainelli, juntamente a outros pesquisadores brasileiros, desenvolveu uma pesquisa com professores de história de quatro estados brasileiros, com o uso de questionários, onde investigaram as formas e sentidos que os professores atribuem aos conteúdos substantivos da História e aos conteúdos de segunda ordem; dessa forma foi possível entender como os professores fazem suas escolhas e como metodologicamente trabalham em sala de aula. No artigo apresentado para o dossiê, intitulado “Didática da história e a competência de atribuição de sentido: um estudo a partir da metodologia da educação histórica”, é possível entender as carências que orientam os professores nas escolhas dos conteúdos e nas formas metodológicas para ensinar história, constituindo a partir dessas escolhas um percurso de escolhas teóricas e metodológicas que identificam os conceitos de passado, história e a manutenção de uma determinada metodologia para ensinar história. São analisadas 81 narrativas de professores de História que responderam um questionário aplicado pelos investigadores nos estados da Bahia, São Paulo, Paraná e Goiás.

Um dos desafios contemporâneos do ensino de História e, particularmente, da educação histórica contemporânea, é compreender os processos de formação do pensamento histórico e da consciência histórica, tendo como foco a aprendizagem a partir das linguagens contemporâneas. Esse desafio foi abraçado pelo historiador e professor Dr. Marcelo Fronza, da Universidade Federal do Mato Grosso. No artigo “As histórias em quadrinhos e a Ditadura militar brasileira: a triangulação metodológica como critério investigativo das ideias históricas de jovens brasileiros” ele investiga como as histórias em quadrinhos que abordam a ditadura militar brasileira de 1964-1985 possibilitam mobilizar as dimensões estética, política e cognitiva da cultura histórica de jovens estudantes de escolas públicas. Ademais, o autor insere elementos inovadores para analisar a aprendizagem de temas considerados “difíceis” ou “controversos” da História do Brasil, a partir de uma triangulação teórica e metodológica fundamentada na compreensão dos processos históricos vinculados à relação entre a interculturalidade e o novo humanismo e ao princípio da “burdening history” proposto Bodo von Borries (2016), o qual propõe que o fardo da história pode ser superado pela interpretação multiperspectivada instauradora de controvérsia provida pela autocrítica na teoria da história.

Seguindo a tradição da investigação de narrativas (auto)biográficas que vem desenvolvendo em suas pesquisas, o historiador e professor Dr. Jorge Luiz da Cunha, da Universidade Federal de Santa Maria, em seu artigo “Educação histórica e narrativas (auto)biográficas”, busca analisar as metodologias de pesquisa e práxis no campo do ensino de história associadas ao uso de narrativas (auto)biográficas. Para isso, utilizou como base empírica levantamentos autobiográficos e biográficos de professores de História, da educação básica, de forma a interpretar os usos da Educação Histórica nos resultados alcançados em sala de aula, na trajetória dos discentes envolvidos, e na própria identidade dos docentes.

Como evidência da expansão das investigações em outros países, estão três artigos que complementam o dossiê. O primeiro, com o título “Investigar em educação histórica em Portugal: opções metodológicas”, é da pesquisadora Isabel Barca, da Universidade do Porto. Uma das iniciadoras das investigações em Educação Histórica, ela tem procurado compreender o pensamento histórico dos jovens, utilizando metodologias de natureza qualitativa acompanhadas de análises quantitativas. Alguns processos e resultados destes estudos realizados em Portugal são apresentados e discutidos pela autora.

Na Espanha, os professores e historiadores Dr. Pedro Miralles e Dr. José Monteagudo-Fernández, da Universidade de Murcia, tem o instigante título “Métodos, instrumentos y procedimentos para conocer cómo se evalúan las competências históricas”. Com pertinência e clareza, os autores caminham pelas complexas veredas da avaliação em educação histórica. Em seu artigo, eles buscam explicar as características da avaliação em História, adotando uma metodologia de pesquisa de desenho misto, baseado em enfoques quantitativo e qualitativo. Para a análise quantitativa, basearam-se na análise de elementos como frequências, médias, tabelas de contingências e análise da dependência entre as variáveis. No estudo qualitativo analisaram como foi construída a narrativa histórica nos exames e manuais didáticos, por meio da frequência e repetição de fatos, conceitos, datas e personagens. O processamento e vinculação entre os dados foi realizado a partir do programa Access.

O outro artigo, intitulado “Educación histórica y competencias educativas”, resulta de um projeto de pesquisa encetado por investigadores de três universidades espanholas distintas – Ramón López Facal, da Universidade de Santiago de Compostela; Cosme J. Gómez Carrasco, da Universidade de Murcia; e Belén Castro-Fernández, da Universidade de Santiago de Compostela. Segundo os próprios autores, o trabalho aborda os fundamentos teóricos e metodológicos de uma investigação sobre produção de narrativas por docentes em formação, por meio de um enfoque misto e holístico, de natureza quantitativa e qualitativa, que permitiu a recolha de informações e evidências de forma sistemática, rigorosa, fiável e válida.

Acredita-se que o dossiê ora apresentado, ademais de sinalizar para o amadurecimento do campo das investigações em educação histórica, oferece indicativos inovadores para a construção de objetos de investigação na área, por exemplo, a partir de perguntas e hipóteses que permitem: a visualização das ações de diferentes sujeitos; a demarcação de enquadramentos teóricos a partir de autores, enfoque e princípios ontológicos e epistêmicos, além de conceitos e intuições teóricas que permitem problematizar diferentes objetos de investigação; a definição de estratégias metodológicas de obtenção de evidências e referenciais teóricos, bem como a triangulação necessária para a análise de dados, documentos e materiais, tendo como objetivo precípuo a sistematização dos resultados obtidos. E, finalmente, reflexões acerca do produto da investigação que, além de colaborarem para a melhoria da qualidade da educação histórica na vida prática, sinalizam para novas possibilidades e projetos de investigação. Espera-se, assim, que o dossiê cumpra a sua finalidade de contribuir na construção do conhecimento no campo da Educação Histórica.

Nota

1Citação do historiador Marc Bloch. Ver BLOCH, Marc. História e historiadores. Lisboa: Editorial Teorema, 1998, p. 17.

Referências

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Organizadores

Maria Auxiliadora Schmidt – Universidade Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Educação. Curitiba. E-mail: dolinha@uol.com.br https://orcid.org/0000-0003-4820-5913

Marlene Cainelli – Universidade Estadual de Londrina. Londrina. E-mail: cainelli@uel.br https://orcid.org/0000-0002-9709-3834


Referências desta apresentação

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Apresentação. “A História é uma recolha de experiências”. Educar em Revista. Curitiba, v. 35, n. 74, mar./abr. 2019. Acessar publicação original [DR]

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