Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé | André Marques
Um novo livro é sempre motivo para comemorar. Em tempos de cerco ferrenho à área da cultura, torna-se motivo para a reflexão. O livro que aqui se apresenta – Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé, de André Marques – é fruto de pesquisa desenvolvida na FAU Mackenzie (1), que resultou em dissertação de mestrado (2). Coube a mim o privilégio de acompanhar sua confecção, oficialmente como orientador, na prática como interlocutor entusiasmado pelo tema. Os diálogos imaginários travados por João Filgueiras Lima com Richard Neutra e Jean Prouvé refletem a interlocução de bastidores entre pesquisador e orientador, mas também mediações variadas, como a discussão intertextual com outros pesquisadores, o diálogo frequente com o arquiteto transformado em objeto de estudo, o bate-papo descontraído com colegas, o debate apaixonado com os membros da banca de qualificação.
Especulo aqui o quanto estão entranhados os âmbitos individual e coletivo envolvidos em um trabalho autoral. Há alguns anos, me propus desafio semelhante ao resenhar a dissertação de mestrado de Eduardo Ferroni sobre o arquiteto Salvador Candia (3). A ambição era relacionar o mestrado à produção acadêmica realizada nos programas brasileiros de pós-graduação na área de arquitetura e urbanismo. Apontei ali o processo de revisão crítica ocorrido a partir dos anos 1990, quando as teses e as dissertações abriram espaço para novos personagens – destaque para os arquitetos estrangeiros radicados no país, tão relevantes em São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais – e novas interpretações – particularmente um novo olhar sobre os arquitetos brasileiros, que escapa da fórmula que privilegia o caráter nacional da arquitetura nativa (4).
Escola Corona, corte e planta, Bell, Estados Unidos, 1935. Arquiteto Richard Neutra
Redesenho Andre Marques
Na lista de arquitetos abordados pelas pesquisas acadêmicas constam não só os mais famosos da primeira geração moderna – Flávio de Carvalho, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Vilanova Artigas, Rino Levi, Oswaldo Bratke, Lúcio Costa, Jorge Machado Moreira, Irmãos Roberto –, mas muitos dos que se destacam na sequência, como Attilio Correa Lima, Francisco Bolonha, Alcides da Rocha Miranda, Severiano Porto, Paulo Mendes da Rocha, Pedro Paulo de Melo Saraiva, Abrahão Sanovicz, Carlos Millán, Eduardo Kneese de Mello, David Libeskind, Flavio Império, Sérgio Ferro, Rodrigo Lefrève, dentre outros. Mesmo alguns profissionais em ação – casos de Eduardo de Almeida e da dupla Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci – ganham suas monografias.
Por desconhecer as fontes, na abrangente listagem de trabalhos acadêmicos que realizei naquele momento não constam trabalhos sobre João Filgueiras Lima, arquiteto cuja obra já era de amplo conhecimento e difusão, ao menos desde o livro monográfico organizado por Giancarlo Latorraca no ano 2000 (5). Ao me esquecer do arquiteto, ficaram fora do inventário ao menos quatro dissertações de mestrado que já haviam sido defendidas em importantes programas de pós-graduação: de Elane Ribeiro Peixoto, na FAU USP, em 1996 (6); de Gislene Passos Ribeiro, na FAU Mackenzie, em 2004 (7); de Jorge Isaac Perén Montero, na EESC USP, em 2006 (8); e de Eduardo Westphal, na FA UFRGS, em 2007 (9).
Se tivesse eu escrito a resenha no ano seguinte, a omissão seria improvável. Em 2009, Giancarlo Latorraca, diretor técnico do Museu da Casa Brasileira – MCB, convidou a Romano Guerra Editora para realizar duas publicações relacionadas a Lelé: o catálogo da exposição que ocorreria no museu no ano seguinte, de 20 de julho a 19 de setembro de 2010; e um livro escrito pelo próprio arquiteto, em que narrava sua experiência arquitetônica e urbanística na área da saúde. O catálogo acabou sendo publicado sem nossa participação (10) e lançado durante a exposição, enquanto o livro acabou demorando além do previsto e foi finalizado pela RG apenas em 2012 (11).
Meu conhecimento um tanto superficial e protocolar da obra de Lelé mudaria por completo após conhecer André Marques durante o processo seletivo para ingresso no programa de pós-graduação da FAU Mackenzie. Na ocasião, o candidato já manifestava a intenção de realizar seu mestrado tendo a obra de João Filgueiras Lima como tema, além de demonstrar conhecimentos gerais e específicos que me chamaram a atenção. Após sua aprovação, nos encontramos por duas vezes na exposição de Lelé no MCB – na primeira vez, por acaso; na segunda, combinada, vimos e comentamos juntos a mostra, e selamos o acordo de orientação (12).
Depois disso, os dados e informações se ampliariam exponencialmente, pois ao mesmo tempo em que conhecia melhor os projetos de Lelé durante a produção do livro, André me municiava com um sem-número de informações sobre as obras e a trajetória pessoal do arquiteto (13). Curiosidade ilimitada e disposição sem freios, combinação ideal, nem sempre presente, para uma investigação profícua: cobrir a bibliografia disponível sobre o arquiteto, visitar as obras comentadas, entrevistar o arquiteto quando possível, escrutinar seus desenhos, redesenhar seus croquis… Não seria exagerado dizer que, em alguma medida, André Marques mimetizou o próprio personagem, chegando a trajar a jaqueta azul maoista, tão habitual no vestuário de Lelé, para descobrir o simbolismo que o gesto exprimia (14).
Os trabalhos monográficos ausentes de minha resenha me chegaram ao conhecimento por intermédio de André Marques. Além das quatro dissertações comentadas, outros dois textos acadêmicos desenvolvidos na FAU USP foram descobertos pelo pesquisador: o mestrado de Cristina Câncio Trigo, de 2009 (15); e o doutorado de Ana Gabriella Lima Guimarães, de 2010 (16). Distinto dos demais, que centram seu interesse na obra construída, da qual fazem um panorama, este último registra as conexões de Lelé com a arquitetura internacional, ao “estabelecer parâmetros e/ou vinculações da obra de Lelé com as obras de arquitetos high-tech como Norman Foster, Nicholas Grimshaw, Michael Hopkins, Renzo Piano, entre outros” (17). Ao tratar da relação entre a obra de Lelé e a arquitetura voltada para a produção seriada – um dos binômios explicativos de André Marques, ao lado das preocupações ambientais –, essa tese foi inspiradora.
Contudo, algumas dissertações de mestrado escaparam ao pesquisador e ao seu orientador: a da própria Ana Gabriella Lima Guimarães, defendida em 2003 na Escola de Engenharia de São Carlos sob orientação de Hugo Segawa (18), e a de Adalberto Vilela, orientada pela experiente Sylvia Ficher e defendida em janeiro de 2012 no curso de pós-graduação da FAU UnB (19). Esses trabalhos teriam sido de extrema utilidade, pois vinculam projetos de Lelé ao pensamento e à obra de Richard Neutra (20), em especial a preocupação ambiental, um dos binômios explicativos de André Marques ao lado da industrialização leve proposta por Prouvé. Por fim, destaca-se a ausência da dissertação de Mariele Lukiantchuki, defendida em 2010 na EESC USP, que também teria sido útil à argumentação de Marques por tratar do Hospital Sarah, um dos quatro projetos examinados no último capítulo (21).
De resto, não custa lembrar que o impacto provocado no Brasil pela experiência de Neutra em Porto Rico, registrada no livro Arquitetura social em países de clima quente (22), já havia sido assinalado no artigo de Claudia Loureiro e Luiz Amorim publicado em 2002 (23), e o interesse amplo e difuso que esse livro angariou dentre os arquitetos brasileiros fora destacado por Adriana Irigoyen (24) e Patrícia Pimenta Azevedo Ribeiro (25) em suas teses de doutorado na FAU USP, de 2005 e 2007, respectivamente. Eu mesmo, a partir de 2011, comecei a orientar as pesquisas de Fernanda Critelli sobre as viagens do arquiteto austríaco para a América Latina e sua interlocução com diversos países latino-americanos, em especial com o universo arquitetônico brasileiro, pesquisas que se desdobraram em três monografias nos níveis de iniciação científica, mestrado e doutorado, respectivamente em 2012, 2015 e 2020 (26), além de um artigo apresentado no evento Enanparq Natal 2012 (27), levantando questões, abordagens e bibliografia incorporadas no trabalho de André Marques. Por fim, até o próprio Lelé havia revelado interesse pela obra de Neutra em várias situações, como se vê, por exemplo, no seu depoimento a Cynara Menezes em 2004 (28).
Esse conjunto de informações permitirá a André Marques delinear o que ele chama de “estratégias bioclimáticas”, fundamentalmente a busca constante de João Filgueiras Lima por uma ventilação passiva eficaz para insuflar ar em suas edificações, priorizando as forças da natureza em detrimento do embarque de tecnologia. É perspicaz a passagem na qual Marques relaciona estratagemas de ventilação natural presentes na arquitetura vernácula ou primitiva e as reinterpretações propostas por Lelé e Norman Foster, que chegam por caminhos diversos a soluções semelhantes para o clima quente e seco. No Hospital Sarah Kubitschek de Salvador, de 1991, o arquiteto brasileiro vai canalizar os ventos em túneis técnicos, com o ar rebaixado em sua temperatura e livre da poeira graças a chafarizes estrategicamente localizados em espelhos de água externos, lindeiros à construção (solução que repetirá no Sarah de Fortaleza, de 1992). Foster, por sua vez, vai estudar com acuidade as estratégias passivas de cidades tradicionais no Oriente Médio e de tribos do deserto para projetar uma torre de captação do vento, com esguichos de água internos para refrigerar o ar que vai ventilar a cidade de Masdar (2007-2014), construída no deserto de Abu Dhabi (29).
O rigor de André Marques se revela no enfrentamento das obras construídas, com descrição fiel dos aspectos técnico-construtivos e foco no desempenho real do edifício avaliado. Assim, a Escola Transitória de Abadiânia (1982-1984) nos é apresentada com suas qualidades espaciais e construtivas, mas também com seus defeitos e limitações no aspecto ambiental – os pequenos sheds para ventilação e iluminação naturais não funcionam adequadamente. Olhar atento que identifica em Lelé a preocupação constante com a performance, uma ação pensada como laboratório experimental baseado em “recorrência e aperfeiçoamento”. Assim, o arquiteto vai experimentar em obras distintas o mesmo dispositivo, mas corrigido a cada etapa à luz dos problemas detectados. Em suma, repetir e aprimorar como princípios de projeto. O porte cada vez maior dos sheds observado na série de projetos do arquiteto é entendido como evolução conquistada no ajuste constante do elemento técnico em busca do controle das forças naturais. Nesse ponto é que se encontram as duas matrizes intelectuais que impactam o pensamento e a obra de Lelé, segundo André Marques: a busca de uma arquitetura ambientalmente apropriada a ser construída com coordenação modular e repetição seriada.
Curiosamente, Richard Neutra e Jean Prové estiveram juntos no Brasil em 1959, como participantes do Congresso Internacional Extraordinário de Críticos de Arte, que discutiu o tema “Cidade nova: síntese das artes” em três cidades sede: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília (30), a futura nova capital ainda em obras e que seria nos anos seguintes local da relevante atuação de Filgueiras Lima, responsável pela construção de edifícios da cidade universitária, em especial o Instituto Central de Ciências – conhecido como “Minhocão” e de autoria de Oscar Niemeyer –, e o Colina, blocos residenciais de sua autoria, construídos com pré moldados, para abrigar professores.
Se a relação com Richard Neutra é mais evidente e documentada, a com Jean Prouvé é mais conceitual e difusa. Durante a primeira parte da pesquisa, o arquiteto francês aparecia em posição destacada, mas não tinha o protagonismo que acabaria ocupando na versão final. No subcapítulo “Racionalização e eficiência”, parte prevista do segundo capítulo sobre industrialização, constavam algumas citações recortadas de textos de Prouvé, acompanhadas de uma nota de aviso ao leitor: “Esta parte está sendo desenvolvida” (31). O que era uma ideia potencial ganha apoio e incentivo dos professores e arquitetos Rafael Perrone (FAU Mackenzie) e Paulo Bruna (FAU USP), membros da banca de qualificação. O uso intensivo de chapas metálicas dobráveis e montagem manual tornava Prouvé o mais próximo de Lelé dentre os arquitetos mais importantes da arquitetura industrializada em metal – foi esse o mote da conversa ocorrida no dia 3 de fevereiro de 2012, que acabou induzindo a personalização dos capítulos 2 e 3, associando a industrialização ao francês e a questão ambiental ao austríaco.
No dia 9 de novembro de 2012, às 15 horas, no mesmo edifício João Calvino, com os mesmos membros da banca de qualificação, a dissertação de André Marques foi aprovada com distinção e indicada para publicação. O capítulo 1 trazia o mesmo título “Cultura arquitetônica e sociedade (o monge/o hippie)registra a formação acadêmica e intelectual de Lelé, suas preferências e afinidades eletivas, seu grupo de interlocução, em especial com Oscar Niemeyer, um de seus mentores. O segundo capítulo “Arquitetura e indústria (o desenhista industrial)” torna-se “Arquitetura e indústria (construção) – conversando com Jean Prouvé”, e o capítulo “Arquitetura e meio ambiente (o ecólogo)” se transforma em “Arquitetura e meio ambiente (ambientação) – conversando com Richard Neutra”. Os dois aspectos destacados na obra de João Filgueiras Lima, construção e ambientação, se articulam agora de forma menos esquemática (32). A maior transformação ocorre nos , originalmente seis, divididos em dois grupos dispostos após os capítulos 2 e 3, que se reduziram a quatro mais expressivos – Escola Transitória de Abadiânia, Prefeitura de Salvador, Hospital Sarah Rio e Residência Roberto Pinho (caíram a Creche Mais e o Memorial Darcy Ribeiro) –, agora reunidos em um quarto capítulo, originalmente inexistente. Dessa forma, a interpretação de cada um dos projetos se faz a partir dos dois conceitos propostos, finalizando com a análise de espécimes, tendo como pano de fundo a história profissional do arquiteto, suas predileções e idiossincrasias. A última metamorfose ocorre no novo título escolhido para o livro, mais sintético e simbólico – Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé.
Em uma publicação que gosto muito, destaco dois feitos do autor, nos quais se verifica que na evolução de um trabalho alguns elementos se desenvolvem e ganham novo estatuto, enquanto outros fixam sua permanência desde o início. O primeiro é a reelaboração de todos os desenhos e croquis, levando ao limite a empatia com a obra do arquiteto estudado. Os redesenhos estavam presentes aqui e acolá nas versões anteriores, mas na publicação a opção se radicaliza e, exceto a foto de Celso Brando na capa, a de Lelé registrada por André Marques e as de Nelson Kon abrindo os capítulos, todas as demais ilustrações são de autoria de André Marques. Essa mudança radical da iconografia diferencia de sobremaneira o livro da dissertação. O segundo feito destacado é a criteriosa relação das fábricas montadas por Lelé ao longo das décadas, ausente dos livros do próprio arquiteto. Esse pequeno detalhe de extrema relevância já está presente no memorial de qualificação, permanece na dissertação de mestrado e está impresso no livro (33). A única mudança ocorre na última instituição relacionada, o Instituto Brasileiro do Habitat – IBH (2010-2014), situado em Salvador. Nos dois primeiros textos aparece apenas a data de criação, enquanto no livro é incluído o ano de fechamento da derradeira fábrica de Lelé. O arquiteto, pensamento e músculo do empreendimento, falece em 21 de maio de 2014 e, no mesmo ano, a instituição encerra suas atividades.
Um trabalho acadêmico é parte de uma construção coletiva. Assim como se beneficiou de diversas pesquisas anteriores, a dissertação de mestrado de André Marques se tornou uma das interpretações referenciais da obra do arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé. É interlocutor importante de trabalhos acadêmicos desenvolvidos nos anos seguintes em universidades de ponta, como o mestrado de Michel Hoog Chaui do Vale, defendido na FAU USP em 2016, orientado por Maria Cristina da Silva Leme (34), e os doutorados de Aristóteles de Siqueira Campos Cantalice II, defendido na UFPE em 2015, sob orientação de Fernando Diniz Moreira (35), de Sérgio Kopinski Ekerman, defendido na UFBA em 2018 e orientado pela dupla Naia Alban Suarez e Nivaldo Vieira de Andrade Junior (36), e de Adalberto Vilela, defendido no Swiss Federal Institute of Technology de Zurique em 2018, orientado por Laurent Stalder (37). É também citado em artigos científicos publicados em revistas e anais de seminários (38) e faz parte de ementa de disciplina na UFBA ministrada pelos professores José Fernando Minho e Ceila Cardoso (39). Creio não serem necessários argumentos extras para justificar sua publicação!
Notas
NE – o presente texto é o prefácio do livro comentado: MARQUES, André. Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé. Prefácio de Abilio Guerra; posfácio de Paulo Bruna. Coleção Pensamento da América Latina, volume 6. São Paulo/Austin, Romano Guerra Editora/Nhamerica Platform, 2020, p. 8-25.
1Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie. Área de concentração: “Projeto de arquitetura e urbanismo”; linha de pesquisa: “Arquitetura moderna e contemporânea: representação e intervenção”; projeto de pesquisa: “Arquitetura moderna e contemporânea: metodologia, pesquisa e difusão”; coordenador Abilio Guerra.
2MARQUES, André Felipe Rocha. A obra de João Filgueiras Lima, Lelé: projeto, técnica e racionalização. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2012.
3FERRONI, Eduardo Rocha. Aproximações sobre a obra de Salvador Candia. Orientadora Regina Maria Prosperi Meyer. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2008
4GUERRA, Abilio. Monografia sobre Salvador Candia e a necessidade de um diálogo acadêmico. Resenhas Online, São Paulo, ano 07, n. 078.03, Vitruvius, jun. 2008 <https://bit.ly/32MCtdn>.
5LATORRACA, Giancarlo (Org.). João Filgueiras Lima, Lelé. Série Arquitetos Brasileiros. São Paulo, Blau/Instituto Bardi, 2000.
6PEIXOTO, Elaine Ribeiro. Lelé: o arquiteto João da Gama Filgueiras Lima. Orientador Júlio Roberto Katinsky. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 1996.
7RIBEIRO, Gislene Passos. Lelé e a sustentabilidade na arquitetura: estudos de caso de hospitais da Rede Sarah. Orientador Carlos Leite. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2004.
8PERÉN MONTERO, Jorge Isaac. Ventilação e iluminação naturais na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: estudo dos hospitais da rede Sarah Kubitschek – Fortaleza e Rio de Janeiro. Orientadora Rosana Maria Caram de Assis. Dissertação de mestrado. São Carlos, EESC USP, 2006. O Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos, unidade da Universidade de São Paulo situada no interior do estado, se tornou independente quando foi criado o Instituto de Arquitetura e Urbanismo – IAU USP São Carlos, em 14 de dezembro de 2010.
9WESTPHAL, Eduardo. A linguagem da arquitetura hospitalar de João Filgueiras Lima. Orientador Benamy Turkienicz. Dissertação de mestrado. Porto Alegre, FA UFRGS, 2007.
10RISSELADA, Max; LATORRACA, Giancarlo. A arquitetura de Lelé: fábrica e invenção. Catálogo de exposição. São Paulo, Museu da Casa Brasileira, 2010.
11LIMA, João Filgueiras (Lelé). Arquitetura. Uma experiência na área de saúde. São Paulo, Romano Guerra, 2012.
12A relação teve fruto imediato, pois a visita do orientando a duas unidades da Base de Apoio Comunitário de Ribeirão Preto, projeto de Lelé, resulta em pequeno artigo publicado no mês seguinte: MARQUES, André. BACS Ribeirão Preto. Obras do arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé. Posteriormente, outra visita à obra se torna um pequeno ensaio sobre a Prefeitura de Salvador, também publicado pelo autor antes da defesa do mestrado: MARQUES, André. Sede transitória da Prefeitura de Salvador. Aspectos da racionalização e contexto histórico. Minha Cidade, São Paulo, ano 12, n. 139.02, Vitruvius, fev. 2012 <https://bit.ly/3iPdhsu>.
13A interlocução acabou resultando em artigo publicado originalmente na Itália, em dossiê especial sobre o arquiteto: GUERRA, Abilio; MARQUES, André. João Filgueiras Lima, Ecologia e Razionalità / João Filgueiras Lima, Ecology and Rationality. Paesaggio Urbano / Urban Design, vol. IV, Ferrara, 2014, p. IV-XIII. Republicações: GUERRA, Abilio; MARQUES, André. João Filgueiras Lima, ecologia e racionalização. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 181.03, Vitruvius, jun. 2015 <https://bit.ly/3hLC27p>; GUERRA, Abilio; MARQUES, André. João Filgueiras Lima, ecologia e racionalização. In GUERRA, Abilio. Arquitetura e natureza. São Paulo, Romano Guerra, 2017, p. 198-217.
14Sobre a jaqueta comunista chinesa, o traje Zhongshan, e a relação pessoal do autor com Lelé, ver: MARQUES, André. Lembranças de meu último encontro com Lelé. Drops, São Paulo, ano 14, n. 080.05, Vitruvius, mai. 2014 <https://bit.ly/2FLLA5H>.
15TRIGO, Cristina Câncio. Pré-fabricados em argamassa armada: material, técnica e desenho de componentes desenvolvidos por Lelé. Orientadora Claudia Terezinha de Andrade Oliveira. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2009.
16GUIMARÃES, Ana Gabriella Lima. A obra de João Filgueiras Lima no contexto da cultura arquitetônica contemporânea. Orientador Hugo Segawa. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2010.
17MARQUES, André Felipe Rocha. A obra de João Filgueiras Lima, Lelé: projeto, técnica e racionalização (op. cit.), p. 64.
18GUIMARÃES, Ana Gabriella Lima. João Filgueiras Lima: o último dos modernistas. Orientador Hugo Segawa. Dissertação de mestrado. São Carlos, EESC USP, 2003.
19VILELA, Adalberto. A casa na obra de João Filgueiras Lima, Lelé. Orientadora Sylvia Ficher. Dissertação de mestrado. Brasília, FAU UnB, 2012.
20Relação também feita pelo já mencionado mestrado de Eduardo Westphal.
21LUKIANTCHUKI, Marieli Azoia. A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro. Orientadora Rosana Maria Caram. Dissertação de mestrado. São Carlos, EESC USP, 2010.
22NEUTRA, Richard. Arquitetura social em países de clima quente / Architecture of Social Concern in Regions of Mild Climate. São Paulo, Gerth Todtmann, 1948.
23LOUREIRO, Claudia; AMORIM, Luiz. Por uma arquitetura social: a influência de Richard Neutra em prédios escolares no Brasil. Arquitextos, São Paulo, ano 02, n. 020.03, Vitruvius, jan. 2002 <https://bit.ly/2RGyx7X>.
24IRIGOYEN DE TOUCEDA, Adriana Marta. Da Califórnia a São Paulo. Orientador Paulo Bruna. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2005.
25RIBEIRO, Patrícia Pimenta Azevedo. Teoria e prática: a obra do arquiteto Richard Neutra. Orientador Adilson Costa Macedo. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2007.
26CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra no Brasil. Orientador Abilio Guerra. Monografia de iniciação científica. São Paulo, FAU Mackenzie, 2012; CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra e o Brasil. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2015; CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra: conexões latino-americanas. Orientador Abilio Guerra. Tese de doutorado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2020.
27Artigo apresentado no II Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo – Enanparq, Natal, 18 a 21 de setembro de 2012. Publicação posterior: GUERRA, Abilio; CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra e o Brasil. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 159.00, Vitruvius, ago. 2013 <https://bit.ly/35Se1t7>.
28Comenta Lelé: “e tinha ainda Richard Neutra, com uma proposta muito requintada em termos de acabamento, mista de aço e concreto. Usava estrutura metálica também, como eu”. LIMA, João Filgueiras. O que é ser arquiteto: memórias profissionais de Lelé (João Filgueiras Lima); em depoimento a Cynara Menezes. Rio de Janeiro, Record, 2004, p. 34.
29Essa semelhança entre projetos de Lelé e Foster, notada por André Marques, me faz lembrar de fato insólito e ilustrativo. Durante a produção do livro de Lelé, recebemos em nossa editora a visita de importante arquiteta do escritório Foster and Partners. Ao passar diante de um computador com um dos hospitais da rede Sarah estampado na tela, ela teve a reação automática de se aproximar, olhar e se interessar pela edificação. Detectou de imediato as conexões entre os raciocínios dos arquitetos brasileiro e britânico e não se furtou ao comentário: “Muito inteligente esse projeto”.
30LOBO, Maria da Silveira; SEGRE, Roberto (Org.). Congresso Internacional Extraordinário de Críticos de Arte. Cidade nova: síntese das artes. Rio de Janeiro, Docomomo-Rio/FAU UFRJ, 2009.
31MARQUES, André Felipe Rocha. MARQUES, André Felipe Rocha. A obra de João Filgueiras Lima, Lelé: projeto, técnica e racionalização. Orientador Abilio Guerra. Memorial de qualificação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2011, p. 44-46.
32“Quando pensamos nas duplas conceituais ciência e arte ou tecnologia e natureza, parece que estamos falando de coisas antagônicas. No entanto, é possível encontrar tais questões convivendo em sua plenitude nas obras de João Filgueiras Lima”. MARQUES, André Felipe Rocha. A obra de João Filgueiras Lima, Lelé: projeto, técnica e racionalização. Dissertação de mestrado (op. cit.), p. 168.
33MARQUES, André. Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé. Prefácio de Abilio Guerra; posfácio de Paulo Bruna. Coleção Pensamento da América Latina, volume 6. São Paulo/Austin, Romano Guerra Editora/Nhamerica Platform, 2020, p. 65.
34VALE, Michel Hoog Chaui do. João Filgueiras Lima (Lelé): arquitetura pública e urbanismo em Salvador (1979-81 e 1986-88). Orientadora Maria Cristina da Silva Leme. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2016.
35CANTALICE II, Aristóteles de Siqueira Campos. Descomplicando a tectônica: três arquitetos e uma abordagem. Orientador Fernando Diniz Moreira. Coorientador Joaquim Carlos Pinto de Almeida (Universidade de Coimbra). Tese de doutorado. Recife, PPDU UFPE, 2015.
36EKERMAN, Sérgio Kopinski. Tecnologia e transformação: pré-fabricação para reestruturação de bairros populares e assistência técnica à autoconstrução. Orientadores Naia Alban Suarez e Nivaldo Vieira de Andrade Junior. Tese de doutorado. Salvador, FA UFBA, 2018.
37VILELA, Adalberto. Architecture without Applause. The Manufactured Work of João Filgueiras Lima, Lelé. Orientador Laurent Stalder. Coorientadores Sylvia Ficher (UnB) e Max Risselada (TU Delft). Tese de doutorado. Zurique, Swiss Federal Institute of Technology, 2018.
38Como exemplos, menciono três artigos: MIYASAKA, Elza Luli; FERRARI-CAIXETA, Michele C. B.; MINTO-FABRÍCIO, Marcio. Arquitectura e Industrialización de la Construcción en la Obra de João Filgueiras Lima – Lelé. Revista de Arquitectura, v. 18, n. 1, Bogotá, jan./jun. 2016, p. 56-66 <https://bit.ly/3iPoJV0>; PAZ, Daniel J. Mellado. Lele´s update. A apropriação da arquitetura como tecnologia e algumas reflexões sobre o tema – parte 1. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 074.07, Vitruvius, jul. 2006 <https://bit.ly/3kIt9xl>; SENA, Rodrigo Oliveira; EKERMAN, Sergio Kopinski. O centro histórico de Salvador como laboratório: o restauro do Plano Piloto da Ladeira da Misericórdia. Teorias e práticas de intervenção no moderno. Anais do 13o Seminário Docomomo Brasil. Salvador, 7-10 out. 2019 <https://bit.ly/32NFI4v>.
39ARQB43 – Temas especiais em projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo. Relatos de um aprendizado: sobre a arquitetura de Lelé (plano de ensino). Professores José Fernando Minho e Ceila Cardoso <https://bit.ly/32PKbUp>.
Resenhista
Abilio Guerra – Professor de graduação e pós-graduação da FAU Mackenzie e editor, com Silvana Romano Santos, do portal Vitruvius e da Romano Guerra Editora. É coautor de Rino Levi – arquitetura e cidade (com Renato Anelli e Nelson Kon, 2001), autor de O primitivismo em Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Raul Bopp (2010) e Arquitetura e natureza (2017), e coorganizador de Brasil Arquitetura – Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz, projetos 2005-2020 (com Marcos Grinspum Ferraz e Silvana Romano Santos, 2020).
Referências desta Resenha
MARQUES, André. Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé. Prefácio Abilio Guerra e posfácio Paulo Bruna. São Paulo/Austin: Nhamerica Platform; Romano Guerra, 2020. Resenha de: GUERRA, Abilio. Como se escreve uma dissertação. Resenha Online. São Paulo, n. 226, nov. 2020. Acessar publicação original [DR]