Historiografia | Ars Historica || Estudo do Oitocentos | Ars Historica | 2015
A Ars Histórica tem o prazer de lançar sua décima primeira edição, trazendo dois dossiês temáticos: Historiografia e Estudo do Oitocentos. A escrita é a operação máxima do fazer histórico, que circunda todo um processo de análise e construção do objeto. Neste sentido, os dossiês que apresentamos dialogam e se apresentam como boa contribuição à comunidade científica nacional, na medida em que trazem em seu escopo, análises do procedimento de escrita da história no primeiro, e a aplicabilidade dos mesmos para a interpretação de um período no segundo.
O dossiê Historiografia representa a arte de escrever e dedicar-se à História, celebrando Clio em artigos sobre o conceito de identidade e etnicidade para entender a história indígena; o exercício de conservação do poder na modernidade através dos clássicos da Teoria Política e a análise da estrutura estatal portuguesa, além do o discurso de Platão na música de Marco Schacchi em 1649. E por fim, a aplicabilidade do “paradigma indiciário” do historiador Calo Ginzburg na obra referência Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre.
O segundo dossiê – Estudo do Oitocentos – apresenta trabalhos que se dedicam ao século de grandes transformações na história brasileira, que se transformando em Reino, construindo uma nação, que uma vez independente vive os paradoxos trazidos nos ventos da Revolução francesa e liberal, mas continua ao longo do século XIX com fortes heranças coloniais no seu quadro social. As contribuições engendram a análise dos discursos da imprensa católica ultramontana sobre casamento civil e religioso; as tensões na província do Maranhão no debate acerca dos pobres livres; as relações entre o clima tropical e o saber, em especial na Academia Imperial de Medicina e na Sociedade de Medicina e Cirurgia no Rio de Janeiro, bem como a participação ativa dos índios na efetivação da política indigenista pombalina no Diretório dos Índios no início da centúria.
Finalmente, na terceira sessão da Ars Histórica somos contemplados com um artigo que trata dos usos políticos das identidades étnicas e religiosas na mobilização da sociedade civil em conflitos políticos, sociais e ideológicos na África subsaariana; e três notas de pesquisa de graduandos: a primeira abordando o programa humorístico PPK-30 e sua veiculação entre 1944-1964; a segunda nota apresenta o conceito de opinião pública e pensamento político em Pierre Chapuis (1826); e por fim, trazemos uma análise das fontes historiográficas da “Questão religiosa” entre Católicos e Maçons no Segundo Reinado. Fechando a seleção, a resenha da obra de João Fragoso, Roberto Guedes e Antônio Carlos Jucá de Sampaio – Arquivos Paroquiais e História Social na América Lusa, séculos XVII e XVIII: métodos e técnicas de pesquisa na reinvenção de um corpus documental.
A décima primeira edição da Revista Ars Histórica, referente à Julho-Dezembro de 2015 procura evidenciar os fios de pesquisas históricas, não de maneira linear e contínua, mas numa tapeçaria de temas que evidenciam, em seus objetos, os fios condutores e direcionamentos das pesquisas realizadas atualmente em diversas universidades do país.
Organizadores
Comitê Editorial
Referências desta apresentação
Comitê Editorial. Editorial. Ars Historica. Rio de Janeiro, v.11, jul./dez. 2015. Acessar publicação original [DR]