Mesmo com o todavia
Com todo dia
Com todo ia Todo não ia […]
A gente vai levando
A gente vai levando essa chama
“Vai levando”
Chico Buarque e Caetano Veloso1
Com a edição n. 41, eis, uma vez mais, a roda da ArtCultura a girar. Com ela soa o sinal de partida para mais algumas expedições ao mundo da História. Atentos ao nosso toque de reunir, 15 colaboradores de 12 instituições do Brasil, França, México e Portugal responderam presente. Abaixo do Equador, em particular, registramos a contribuição de pesquisadores do Distrito Federal e dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Os textos estão distribuídos por 5 seções: Além-Brasil, Ponto de vista, dossiê História & visualidades, Artigos e Resenhas. As colaborações assinadas por estudiosos de outras latitudes enveredam por caminhos que desbordam das bitolas convencionais: a primeira delas coloca em relevo o experimentalismo musical que marca a Sonoscopia; na segunda, uma parcela da história político-cultural latino-americana é revisitada e debatida a partir de um olhar decolonial.
Na sequência, inauguramos neste número a seção Ponto de vista, que conjuga a apreciação de assuntos de grande atualidade e a reflexão histórica e teórica. Neste 2020 em que fomos arremessados violentamente de encontro à Covid-19, este é, também para nós, historiadores, um tema inarredável. Ele faz as vezes de um fio-terra que nos ata à realidade com toda a sua crueza, por mais que os negacionistas de plantão – cujo pensamento tem a profundidade de um pires – insistam em escarnecer da pandemia. Para embrenhar-se por essa questão delicada, oferecemos aos leitores a oportunidade de conhecer o ponto de vista de um historiador sempre alerta em relação ao presente e ao presentismo.
No dossiê se abre espaço para trabalhos que transitam pelo universo da pintura, do cinema e da televisão, bem como pelo humor midiático. Eles dialogam com a proposta editorial de ArtCultura, que, de resto, se desdobra igualmente na seção Artigos. Nesta comparecem textos que vinculam cangaço à literatura popular em versos, história intelectual à história regional, além de outros que examinam parte do legado intelectual de Walter Benjamin, a música popular como traço de união entre Brasil e Portugal e o questionamento de determinadas dimensões do anarquismo de Roberto Freire. Por último, em Resenhas, passa-se em revista uma obra do historiador Ivan Jablonka, que entrecruza os domínios da História com os da Literatura e, a seguir, se analisam as pontes lançadas entre História e Teatro num livro recém-publicado.
Em ArtCultura 41, listamos ainda os 79 pareceristas que, entre 2019 e 2020, se dispuseram a emitir avaliações sobre os artigos encaminhados à revista. Procedentes de diferentes estados e países, seu aval – conferido uma, duas e até três vezes ou mais – atuou como referencial de qualidade para a acolhida dos textos estampados nos números 38, 39, 40 e 41. A todos eles, nossos agradecimentos.
Mais do que isso, com esta edição, apresentamos duas outras boasnovas. Incorporamos ao nosso conselho consultivo dois dos autores que contribuem neste número. De um lado, Paula Guerra, doutora e professora de Sociologia da Universidade do Porto/Portugal. Autora e coorganizadora de vários livros, suas pesquisas no âmbito da Sociologia da Cultura e das Artes – com especial atenção dedicada à música popular – a conduziram pelos 5 continentes e a trouxeram ao Brasil, onde colaborou com vários programas de pós-graduação. De outro lado, François Hartog, professor de Historiografia Antiga e Moderna na École de Hautes Études em Sciences Sociales, de Paris/França. Sua vasta produção intelectual repercute mundo afora, traduzida em diversos idiomas, inclusive no Brasil, onde muitos dos seus livros foram vertidos para o português. Também incursionou pelo país, selando laços intelectuais sólidos com pesquisadores da área de História da Historiografia e História Cultural. Poder, assim, contar com esses dois conselheiros de alto nível nos quadros da ArtCultura significa fechar com chave de ouro um ano em que se choram muitas perdas. Adalberto Paranhos Kátia Rodrigues Paranhos Editores de ArtCultura
Nota
1 “Vai levando” (Chico Buarque e Caetano Veloso), Chico Buarque e Maria Bethânia. LP Chico Buarque & Maria Bethânia, Philips, 1975.
Organizadores
Adalberto Paranhos – Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor do Instituto de Ciências Sociais e dos Programas de Pós-graduação em História e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2007. E-mail: akparanhos@uol.com.br
Kátia Rodrigues Paranhos – Professora dos cursos de graduação e pós-graduação em História da UFU, pesquisadora do CNPq e membro da Câmara de Ciências Humanas, Sociais e Educação da Fapemig.
Referências desta apresentação
PARANHOS, Adalberto; PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v. 22, n. 41, p. 5-6, jul./dez. 2020. Acessar publicação original [DR]
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