Os debates sobre a chama da história pública têm ganhado grande visibilidade entre os historiadores brasileiros nos últimos anos. Seminários, simpósios, cursos, publicações e, inclusive, a formação de uma Rede Brasileira de História Pública demonstram o crescente interesse e a repercussão dessas discussões em nosso país.
De origem anglo-saxã, o termo história pública procura dar conta, de uma forma ampla, das relações e do diálogo entre a produção acadêmica e não acadêmica do conhecimento histórico. De um lado, os lugares de produção de saber histórico se multiplicaram, indo além dos departamentos e centros universitários. De outro, as numerosas contendas sobre a memória coletiva e o dever de memória têm frequentemente colocado a disciplina histórica no centro de debates públicos com amplas repercussões políticas e sociais. Tais fenômenos refle tem-se na vasta produção editorial, audiovisual, museológica, entre outras, que mobiliza saberes históricos, articulando demandas por esse tipo de conhecimento vindas de diversos setores da sociedade civil e do Estado.
Neste sentido ganham enorme relevância, nas amplas dimensões do debate sobre a história pública, temas como o do próprio papel do historiador, da importância social do conhecimento acadêmico e suas possíveis apropriações por diferentes públicos, do caráter multidisciplinar da produção histórica e suas várias linguagens, além da relação da história com as políticas públicas, entre muitas outras questões. O diálogo entre a universidade e outros espaços de elaboração de conhecimento histórico que a história pública propõe implica necessariamente uma reflexão sobre o lugar da história e dos diversos profissionais que atuam com esses saberes.
Apesar da nova conceituação e das discussões específicas que a história pública abre, é importante notar que tais questões não são completamente novas. Vários desses debates estiveram presentes, por exemplo, na formação e na trajetória do CPDOC / FGV, que em certo sentido pode ser considerado uma das instituições pioneiras no enfrentamento de discussões relacionadas ao hoje denominado campo da história pública. Parece-nos evidente, porém, que o entusiasmo e a dimensão adquirida por essa área de estudos em tempos recentes está a exigir mais reflexões e novas sistematizações. Este número de Estudos Históricos procura justamente colaborar neste sentido.
Luciana Heymann Quillet – Professora da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC / FGV).
Marco Aurélio Vannucchi Leme de Mattos – Professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC / FGV).
Paulo Fontes – Professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC / FGV).
Os editores
HEYMANN, Luciana Quillet; MATTOS, Marco Aurélio Vannucchi Leme de; FONTES, Paulo. Editorial. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v.27, n.54, jul. / dez. 2014. Acessar publicação original [DR]
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