Abordar o Patrimônio Histórico Cultural em suas múltiplas dimensões: educar pelo patrimônio, com o patrimônio, práticas educativas, uso público do patrimônio, concepções interdisciplinares são algumas das reflexões contidas nesse dossiê. O qual teve como intuito aglutinar estudos e pesquisas sobre as interfaces entre História, Patrimônio Cultural e as práticas educativas na História ensinada.
São dimensões analíticas e metodológicas que apresentam o complexo enredo de narrar, lembrar, esquecer, difundir, preservar, questionar historicamente os percursos do Patrimônio. Perpassando espaços educativos, caminhando pelas praças, trilhando ruas, sensibilizando pelas edificações, permitindo que as memórias e histórias possam se tornar fontes históricas para / no ensino da História. São reflexões críticas que tem diferentes basilares epistemológicos para dialogar sobre a natureza documental, imagética, estética, formativo, educativo do patrimônio histórico cultural. E que, possibilitam projetar meios / motivação / concepções que para a Educação para o Patrimônio.
Seguindo essa perspectiva de problematização, dividimos os artigos com temáticas que dialogam sobre Ensino de História, sobre as identidades, as disputas, os enfrentamentos, as interfaces com diferentes áreas de conhecimento.
No artigo O Patrimônio cultural no ensino de história: entre teoria e prática, Maria Helena Pinto problematiza as concepções em Ensino de História, em Educação Histórica e em Educação Patrimonial como formativas. Com as possibilidades da exploração do meio local, analisando diversas fontes, questionando, levantando hipóteses e construindo interpretações baseadas em evidências.
Em Os campos da História e o patrimônio cultural: questões preliminares, Márcia Bortoli Uliana aborda os campos da História e o patrimônio cultural, com considerações sobre a gestão compartilhada do patrimônio e o papel do município de Dourados / MS. Focalizando no patrimônio local através de decretos e leis municipais, incluindo o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental entre as décadas de 1980 e 1990.
No artigo Educação Patrimonial, História Pública e Ensino, Jaqueline Ap. M. Zarbato, Joana Carolina Schossler e Aline Vieira Carvalho propõem refletir sobre as concepções da Educação Patrimonial e seu entrelaçamento com a História Pública nas proposições para o ensino de história no tempo presente. Fundamentando as análises sobre dimensões educativas em espaços públicos, com utilização das fontes em diferentes espaços de produção do conhecimento histórico.
Ensino de História, Patrimônio e Práticas educativas decoloniais no museu de percurso do negro de Porto Alegre, de Arilson dos Santos dos Santos Gomes, problematiza o ensino de história, o patrimônio e as práticas educativas decoloniais desenvolvidas na formação de jovens negros e quilombolas no âmbito das atividades do Museu de Percurso do Negro de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul.
No artigo de Carlos Ednei de Oliveira, Arquitetura histórica e o ensino de história, aponta em sua análise a relação entre a arquitetura e o ensino de história, com a proposta de utilizar a arquitetura como uma linguagem para o ensino de História. Utiliza a “Arquitetura Poaieira”, como proposta para o ensino de história e, também como prática à educação patrimonial.
O artigo Educação, cultura e patrimônio documental: possibilidades e desafios da educação pelo patrimônio no Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, de Michelle Márcia Cobra Torre, visa discutir as possibilidades e os desafios da educação pelo patrimônio cultural em instituições arquivísticas, com base nas relações entre educação, patrimônio e identidade.
Wanessa Pires Lott, em A educação patrimonial nas comunidades detentoras dos bens culturais, problematiza a partir de narrativas de Neusa de Assis Silva, Capitã do Congado da ‘Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus’, de Belo Horizonte, como se dá a política de educação para a apreensão do bem cultural pela comunidade externa, com ações vinculadas às práticas educativas escolares e / ou em instituições de memória.
O artigo de Priscila Maria de Jesus e Cristina de Almeida Valença Cunha Barroso, Comunicação, medicação e acessibilidade nos espaços culturais da Universidade Federal de Sergipe, apresenta o panorama dos museus e espaços de memória existentes na Universidade Federal de Sergipe. Com o uso de fichas avaliativas para compreender a dinâmica desses espaços dentro da relação Exposição – Educação – Visitante.
História, turismo cultural e educação patrimonial nos centros antigos de São Cristóvão – SE, São Luís – MA e Ilhéus – BA, dos autores Ivan Rêgo Aragão, Saulo Ribeiro dos Santos e Saulo Rondinelli Xavier da Silva, analisa a educação patrimonial vinculada ao conceito de história, memória, educação e patrimônio cultural, abordando as relações entre população local e os bens culturais do entorno, bem como, turistas e o patrimônio cultural.
O artigo Patrimônios culturais em São José / SC: identidades de quem?, de Elison Antonio Paim e Janaína Amorim da Silva tem como fundamento abordar a polissemia do termo patrimônio, tendo como ponto de partida a cidade de São José, na Grande Florianópolis, entrelaçando as concepções de território e identidades.
Ao longo desses artigos, apresentamos aos leitores / as, as contribuições teórico-metodológicas das concepções sobre Patrimônio Cultural e Educação Patrimonial para a leitura de mundo, ampliam os ‘olhares’ históricos sobre diferentes espaços e lugares de memória.
Compõem essa edição da Fronteiras – Revista de História outros três artigos livres que possuem igual importância para as reflexões acerca da escrita da História e / ou daquilo que objetivamos chamar de interdisciplinaridade entre as ciências. No texto intitulado Aglomerados periféricos: a expressão da tradicional pobreza e da segregação nas cidades brasileira, a historiadora Maria da Penha Smarzaro Siqueira discute a problemática da pobreza urbana, com foco na questão socioespacial, em abordagem que traça uma interface entre aspectos articulados a questão do desenvolvimento desigual no ideário da modernização capitalista, que se intensificou nas cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XX.
No artigo Comidas e cozinha na cultura sertaneja: passado e presente no interior da Bahia, o pesquisador Raimundo Pinheiro Venâncio Filho, analisa como as comidas e cozinha sertaneja da Bahia condicionadas as condições climáticas ao longo do tempo revelam os valores do sertão baiano, mostrando as particularidades culturais e o que é produzido regionalmente, como os ingredientes da culinária, que fazem parte dos princípios de participação comunitária e sustentabilidade dos municípios.
Finalizando a edição, Raylinn Barros da Silva, em seu texto Representações em relatos de memória: o Missionário Católico Quinto Tonini no antigo extremo norte de Goiás na Década de 1950, analisa as representações do missionário Orionita italiano que viajou pelo antigo extremo norte de Goiás, que buscou construir memórias para que seus missionários fossem lembrados como os desbravadores da região.
Desejamos uma excelente leitura.
Jaqueline Ap. M. Zarbato (PPGE / UFMS; ProfHistória / UFMT)
Janaína C. Mello (PPGH / UFAL; ProfHistória / UFS)
Organizadoras
MELLO, Janaína Cardoso; ZARBATO, Jaqueline Ap. M. Apresentação. Fronteiras – Revista de História. Dourados, v. 21, n. 38, Jul. / dez., 2019. Acessar publicação original [DR]
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