História Indígena: terra, conflitos e perspectivas / Escritas / 2015
A Escritas: Revista do Curso de História da Universidade Federal do Tocantins, Câmpus de Araguaína apresenta aos leitores, neste número, o Dossiê História Indígena: terra, conflitos e perspectivas, composto de oito artigos, que tratam a questão indígena em diferentes espaços, épocas e perspectivas analíticas. No primeiro artigo do Dossiê, Solon Natalício Araújo dos Santos investiga o papel dos Payayá e de outras etnias indígenas na chamada “Guerra dos Bárbaros”, ocorridas nos sertões da Capitania da Bahia no século XVII. No segundo artigo, Renata Ferreira de Oliveira trata dos discursos e narrativas acerca da posse das terras indígenas da Batalha, em Vitória da Conquista na Bahia, destacando tanto os relatos documentais quanto os relatos orais dos atuais moradores dessa região. Bruno Miranda Braga analisa os documentos que registram a presença de indígenas inseridos nas sociabilidades da Cidade de Manaus no segundo quartel do século XIX. Na sequência, Ana Cláudia de Souza Ferreira analisa os direitos territoriais indígenas presentes na legislação do Brasil Império, destacando o caso da Aldeia de Itaguaí, que se localizava no Rio de Janeiro. Noêmia Santos Pereira Moura e Edmundo Pires estudam o processo de territorialização Terena na Comunidade de Aldeinha, (1933 a 1984), em Mato Grosso do Sul, baseando-se em relatos escritos e orais. Dhiogo Rezende Gomes analisa os livros didáticos do 3º ano o Ensino Médio, retratando os limites da aplicação da lei que obriga os currículos e as escolas a trabalharem a história e cultura indígenas na educação básica. Sergio Luiz Marlow e Rosani Muniz Marlow, baseando-se um Michel Foucault, abordam a forma como as notícias do Jornal A Tribuna, do Estado do Espírito Santo, no ano de 2014, trataram da causa indígena na atualidade. Rogério Sávio Link aborda as representações que o Handbook of South American Indians faz sobre o povo indígena Apurinã em seus “seis volumes”, que foram produzidos na primeira metade do século XX e início da segunda metade.
Apresentamos, também, na seção livre, mais seis artigos com temas diversificados. Gustavo Balbueno de Almeida discute a criação do cargo de juiz de fora em Vila Bela da Santíssima Trindade, capital da capitania do Mato Grosso, em 1752. Arthur Ferreira Reis estuda a apropriação do pensamento econômico de autores franceses radicados no Brasil, durante o Primeiro Reinado, tendo como base os jornais O Spectador Brasileiro e O Verdadeiro Liberal. Daniel Dutra Coelho Braga investiga os significados políticos das medidas tomadas pela Marinha francesa, durante a Restauração Bourbon, especialmente no que se refere à retomada da tradição de grandes viagens científicas. Geane Bezerra Cavalcanti trata da ocupação urbana na cidade do Recife, nas décadas de 1930 e 1940, que era habitada por várias famílias pobres. Pedro Marcos Mansour Andes analisa as imagens que se construíram de Manaus durante o período da chamada “estagnação econômica da região”, discutindo as demandas da cidade no período de 1945-1967. Por fim, finalizando esta seção, temos o artigo de Leandro Mendonça Barbosa que fala das narrativas míticas gregas, buscando relacionar a questão da autoctonia com imaginário religioso do mundo antigo.
A todos que nos agraciarem com a consulta e leitura desse número, uma boa leitura.
Os Editores
[DR]