O número 22 da revista Fronteiras, a Revista Catarinense de História, com o dossiê História e Imprensa, apresenta discussões produzidas por pesquisadores e pesquisadoras de diferentes formações e de distintos lugares. Em comum um tema, ou ainda um objeto de estudo: a imprensa. Objeto de investigação complexo e instigante, a imprensa tem feito parte da agenda de pesquisa e análise da historiografia bem como de diversas áreas do conhecimento, e tem recebido notável destaque. Neste volume, apresentamos artigos cujos autores se debruçaram sobre jornais de grande circulação, jornais locais, bem como sobre jornais clandestinos. Assim, temos notícias do cotidiano, de política, de arte, de movimentos sociais, de turismo, dentre outros, analisados à luz dos instrumentos da interpretação histórica.
O artigo de autoria de Luciana Rossato e Mariane Martins, cujo título é “Um pedacinho de terra perdido no mar”: um novo destino turístico em construção, apresenta a discussão através de notícias publicadas no jornal catarinense O Estado na década de 1980. Em meio ao interesse político de impulsionar o turismo na cidade de Florianópolis, este jornal teve papel importante colocando em evidência temas que acionavam o passado da cidade para referenda-la como “destino turístico”.
A mídia catarinense é também discutida no texto de Rafaela Duarte, A euforia na imprensa: o movimento Diretas Já visto pelos jornais catarinenses, no qual a autora procura compreender o papel da imprensa como “ator social” durante o movimento Diretas Já. Tem como fontes textos e fotografias dos jornais O Estado, Jornal de Santa Catarina e A Notícia, todos de circulação em Santa Catarina.
Douglas Satírio da Rocha e Vicente Neves da Silva Ribeiro também de debruçaram sobre a mídia catarinense, e apresentam o artigo com o título Ocupando os editoriais: representações do MST no Jornal Diário da Manhã no Oeste Catarinense (1985 – 1989). Os autores analisam as representações sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a partir da análise do jornal Diário da Manhã, publicado entre os anos de 1985 e 1989 no Oeste catarinense, e percebem que questões relacionadas ao MST estão presentes no citado jornal em editoriais marcados por opiniões e interesses.
Outro texto sobre a mídia catarinense é apresentado por Anelise Rodrigues Machado de Araujo, As crianças estão nos noticiários: a imprensa escrita periódica na construção da História da Infância (Jornal Diário Catarinense, 1986-1990). Este artigo propõe reflexões relativas à História da Infância a partir de pesquisa realizada no Jornal Diário Catarinense (edições entre 1986 e 1990).
A exposição de notícias em jornais clandestinos do Brasil e do Uruguai, que denunciavam violências cometidas contra mulheres militantes contrárias às ditaduras desses países, é tema do artigo Miriam Alves do Nascimento, Os discursos nas denúncias de violência: Brasil e Uruguai. A pesquisadora utiliza os estudos de Gênero, além da História Comparada e da História Oral, buscando perceber se as autorias de tais jornais se utilizavam de prescrições de Gênero para estabelecer algum tipo de sensibilização junto aos seus leitores.
Crimes que se tornam “sensação” na imprensa carioca do século XIX são discutidos por Marilia Rodrigues de Oliveira, em Quando os crimes se tornam “sensação”: narrativas da imprensa, ciência e moral no Rio de Janeiro da Primeira República. Tais crimes eram apresentados relatando os problemas vividos pelos cidadãos-leitores e também de modo a suscitir o extraordinário ente eles. A autora parte de um caso especifico do caso da “Tragédia da rua Januzzi” para analisar porque determinados crimes mereciam tal espaço na mídia em detrimento de outros.
Completando a revista, na seção Artigos, temos o texto Nasce uma estrela: os primeiros anos da trajetória musical de Elis Regina, onde Andrea Maria Vizzotto Alcântara Lopes estuda a carreia musical da cantora e a recepção à sua obra, bem como a relação desta com a indústria fonográfica e meios de comunicação brasileiros.
Conectando-se com a História: a oficina “A História em diálogo com as NTICs e com o mundo virtual: o saber, o fazer e o ensinar histórico de Marcella Albaine Farias da Costa é outro texto da seção. A pesquisadora traz uma discussão sobre a ampliação da noção de fonte histórica a partir das novas linguagens midiáticas. Mais especificamente trata-se de uma investigação sob a ótica especifica de professores de História em formação inicial que vivem o desafio de pensar o ensino de História a partir das NTICs.
Na seção Resenha, a obra Mujeres peruanas. El otro lado de la Historia, de Sara Beatriz Guardia é apresentada por Edda O. Samudio, com ênfase na historiografia feminina e na historiografia latinoamericana. Temos também a resenha de Luisa Rita Cardoso feita para o livro de Gabriel Felipe Jacomel cujo título é Falar de si, falar de nós: o teatro feminista em tempos de ditadura.
Marlene de Fáveri
Nucia Alexandra Silva de Oliveira
Editoras de Fronteiras – Revista Catarinense de História
FÁVERI, Marlene de; OLIVEIRA, Núcia Alexandra de. Editorial. Fronteiras: Revista catarinense de História. Florianópolis, n.22, 2013. Acessar publicação original [DR]
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