A Dimensões – Revista de História da Ufes apresenta, neste número, um conjunto de textos com a preocupação de voltar o foco das investigações para a formação colonial brasileira. Trata-se de oferecer, com as contribuições colhidas, múltiplos olhares sobre as formas de governo, a constituição e o papel das elites e a organização do trabalhono vasto território que se convencionou chamar “império português”, com especial atenção sobre as capitanias do Brasil.
Por cerca de trezentos anos, um pequenino país atlântico europeu situou-se entre os maiores impérios, cobrindo possessões no Oriente, na África e na América. Acossado diante de seus competidores, Portugal, aos poucos, perdeu terreno nas Índias; porém, ao lançar-se à administração do ultramar, logrou tecer redes comerciais e políticas triangulares entre seus domínios atlânticos de forma a delas extrair os elementos de sua sobrevivência no contexto europeu. Assim, Portugal baseou-se na transposição de indivíduos e instituições nacionais que se conjugaram para o domínio das populações nativas ou imigrantes escravizadas para definição de territórios, organização do trabalhoe do comércio e defesa de sua conquista.
Aprofundando este viés analítico, na presente edição da Dimensões, os autores discutem conceitos e questões atinentes às formas intrínsecas da ordem colonial numa perspectiva histórica ampliada, fazendo ver – quer seja sob os pressupostos da micro história, da história cultural ou simplesmente valendo-se da discussão conceitual atualizada – as transformações e rupturas resultantes das implicações da Reforma nas instituições do reino, o gradual processo de “desumanização” dos povos nativos do Brasil – através da análise de textos coetâneos, os conceitos de redes, território e territorialidade aplicados às conexões estabelecidas localmente ou que atravessavam o mar em busca de outras franjas dos domínios lusitanos- a que os historiadores estão a chamar “império das redes”. E assim, neste número, demarcam-se conceitualmenteas relações familiares imbricadas com os negócios e com o poder nas duas margens do “mar oceano”, a auto percepção das identidades e percepções de pertencimento macro políticas dos habitantes frente às alterações urbanas e demográficas nas capitanias, as repercussões das contradições internas da estrutura produtiva e da organização do trabalho na cena política e social nas capitanias de El Rey.
Agrega-se ao dossiê um conjunto expressivo de contribuições de historiadores que, embora não estejam atrelados ao arco temporal da Colônia, com ele dialogam posto que, via de regra, apresentamvisões de conjunto ou microanálises de objetos e temas que têm na Modernidade e nas premissas históricas da formação da nação suas basesde formulação teóricometodológica ou sua escolha de fontes.
É nosso desejo que o presente dossiê reflita a importância que os editores e colaboradores da Dimensões dão a uma retomada dos estudos de história colonial do Brasil, neste alvorecer do século XXI, não no sentido de retomar uma via interpretativa única, “uma” ideia de nação que julgamos superada. É amplamente sabido quenão se escrevea história com teses invariáveis; ela se faz com o astuto olhar de quem vê o passado da sociedade brasileira – ampliando para a nossa gênese colonial, diremos também luso-afro-brasileira – como uma plataforma múltipla de experiências humanas, cuja materialidade presente nos transpõe para o que pensamos – ou deveras buscamos – ainda ser.
Luiz Cláudio M. Ribeiro
Organizador
RIBEIRO, Luiz Cláudio M. Apresentação. Dimensões. Vitória, n.31, 2013. Acessar publicação original [DR]
Visões de 1964 / Dimensões / 2014
BENTIVOGLIO Julio (Org d), Mil… 1964: Visões / Dimensões / 2014, Mil… 1964, Dimensões (Dmd)
Neste número, Dimensões apresenta um dossiê relacionado com os 60 anos passados do Golpe Militar em 1964 no Brasil. Nele se encontram um conjunto de artigos de diferentes pesquisadores brasileiros que versam sobre alguns importantes aspectos daquele momento da história do país, retratado por meio de abordagens específicas que conferem luz a problemas centrais dos estudos históricos e que de algum modo nos levam a pensar em questões candentes relacionadas com a Ditadura Civil-Militar no Brasil, o trauma, o dever de memória, os itinerários da repressão, o exercício do autoritarismo, a existência da tortura, ou ainda acerca dos pressupostos éticos que envolvem o trabalho do historiador, dentre outros.
Na sessão de artigos livres há um conjunto variado de estudos que revelam a pujança dos estudos históricos no Brasil, bem como expressam a multiplicidade de objetos, temas e abordagens vivenciadas no fazer historiográfico. Essa sessão conta com duas contribuições especiais que expressam a consolidação de parcerias internacionais e a procura, tanto por parte de pesquisadores brasileiros quanto por parte de historiadores estrangeiros por este periódico como um espaço para suas publicações.
Dentre esses artigos da sessão livre, destaco a presença de um pequeno ensaio de Hans Ulrich Gumbrecht sobre o futebol na América do Sul, gentilmente oferecido a Dimensões, e publicado em um momento singular que foi vivido pelo Brasil, ao sediar a Copa do Mundo de Futebol. Nele Gumbrecht apresenta uma síntese que ilustra o lugar especial que este esporte ocupa no cotidiano e na história de brasileiros, latino-americanos e também europeus.
Julio Bentivoglio
Editor geral
BENTIVOGLIO, Julio. Apresentação. Dimensões. Vitória, n.32, 2014. Acessar publicação original [DR]
Décima sexta edição. Esta edição foi publicada em 2023 visando o ajuste de publicações em…
Décima sétima edição. Esta edição foi publicada em 2023 visando o ajuste de publicações em…
Vigésima segunda edição. N.03. 2023 Edição 2023.3 Publicado: 2023-12-19 Artigos Científicos Notas sobre o curso de…
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Publicado: 2023-06-30 Edição completa Edição Completa PDF Expediente Expediente 000-006 PDF Editorial História & Ensino 007-009…
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