Esta Edição Especial foi organizada com os artigos referentes à XIX Jornada de Ensino de História e Educação, ocorrida na Universidade Federal de Santa Maria, em agosto, de 2013. O conjunto de artigos é resultados das apresentações de Mesas, Conferências e Oficinas, bem como, das Comunicações realizadas durante o evento.
O evento acontece anualmente e é promovido pelo Grupo de Trabalho (GT) de Ensino de História e Educação, da ANPUH-RS, desde 1996, com o objetivo de socializar a produção de professores e pesquisadores da área do ensino da história e construir um espaço de reflexão acerca das relações entre História e Educação. Para a realização do evento uma instituição de ensino superior é escolhida a partir de reuniões de trabalho com as coordenações e representantes do GT, com o objetivo de promover e sediar a jornada. Neste ano, o evento ocorreu no mês de agosto, tendo como instituição anfitriã a Universidade Federal de Santa Maria.
A XIX Jornada, da qual os artigos presentes nesta Edição Especial são resultado, pretendeu abordar o tema da Formação de Professores de História. A escolha do tema está relacionada aos desafios que se apresentam à docência em História na atualidade, o que torna urgente pensar a formação docente, a constituição de uma identidade do professor de História e o modo como os docentes tem levado a efeito o cumprimento da legislação acerca da História da África, dos afrodescendentes e dos indígenas. Tendo em vista que em 2013, a lei 10.639/3 completa 10 anos de aplicação e a lei 11.645/8, 5 anos, momento oportuno de reflexão e avaliação sobre a aplicabilidade das mesmas e as suas possibilidades de inclusão destes temas nos Projetos Pedagógicos da Educação Básica.
O tema da formação docente está na ordem do dia, o problema do estágio supervisionado se constitui em desafio para todos os professores dos cursos de História e não apenas um assunto das Faculdades de Educação. Nesse sentido, compreende-se que o papel da formação do licenciado em História está relacionado a uma leitura que implica uma unidade entre as chamadas disciplinas de conteúdo e as chamadas disciplinas pedagógicas.
Ao mesmo tempo, tem-se procurado desconstituir um certo estereótipo criado, ao longo do tempo, sobre o que é ser professor de História. Um modelo que circula pelas escolas, pelo cinema, pela televisão, e que limita o modo como as pessoas vêem esse profissional. As discussões que se processaram no evento estão relacionadas a tentativa de desconstruir o estereótipo de um profissional que repete informações que podem ser, num árduo e estafante movimento intelectual, memorizadas pelos estudantes. Além do mais, discutiu-se os espaços de atuação do profissional de História, de modo geral, em função do processo de criação da profissão de historiador, recente conquista da área.
A recepção da legislação sobre a obrigatoriedade da História da África, dos afrodescendentes e dos indígenas foi um dos elementos mais destacadas das discussões, como se pode ver pelos artigos constantes nesta Edição. A produção do material didático e os modos de abordagem do tema são, hoje, objeto de grande preocupação dos professores, estudantes e pesquisadores da área.
Além disso, os artigos desta Edição Especial se reportaram a diferentes direções da pesquisa e das práticas pedagógicas na área. Então, encontramos textos que decorrem de trabalhos de pesquisa e textos que dizem respeito a práticas pedagógicas, como o uso de jogos e de filmes no ensino de História. Além do mais, verifica-se também relatos de experiências de estágios docentes.
Assim, o GT de ensino de História e Educação da ANPUH-RS, se coloca a tarefa de propor a discussão teórica e, ao mesmo tempo, a abertura para a troca de experiências, através de um espaço consagrado como as Jornadas de Ensino.
O objetivo central do GT de Ensino de História e Educação, que é o da formação continuada, se realiza em cada uma das jornadas promovidas anualmente. Pretendemos que esse caráter de formação continuada de professores, propiciado pelo GT, seja um espaço de aproximação entre a Pós-graduação, a formação inicial e as redes de ensino. A educação básica, como foco dessa proposta, se revela não como um receptáculo das investigações acadêmicas, mas, a ampla participação de professores e estudantes de licenciatura nas jornadas, permite, ao contrário, que haja um diálogo entre as experiências de ensino de História da escola básica e o que se tem produzido na universidade. Devemos considerar que o espaço da Jornada também quer ser, ao modo da escola básica, um espaço multidisciplinar, onde dialogam, sobretudo, o campo mais geral da Educação, da História e das Ciências Humanas.
A Jornada em sua estrutura organizacional tem estimulado a participação tanto da comunidade acadêmica como também dos professores que compõem as redes públicas de educação. Nesse sentido, os educadores da rede, sobretudo da região de Santa Maria, mas também de todo o estado do Rio Grande do Sul, foram estimulados a participar do evento.
A XIX Jornada de Ensino de História e Educação, este ano, em Santa Maria, ocorreu junto a outro grande evento, que se encontra em sua terceira edição, fato que deu um caráter muito mais significativo e amplo ao evento regional. O III Seminário Internacional de Educação Histórica se propõe dar continuidade às edições anteriores, os quais tiveram como sede a Universidade Federal de Santa Maria. Os seminários de Educação Histórica vêm se sedimentando em buscas e alternativas de caminhos próprios para a formação de professores de História, aprofundando os debates sobre a temática que envolve essa formação, inicial e continuada, pautada na necessidade de aproximar a formação teórica das práticas profissionais em sala de aula, constituindo em significado para a organização desta terceira edição. Neste sentido, aliamos a proposta das Jornadas de Ensino da ANPUH-RS à questão da Educação Histórica, a qual se preocupa com a busca de respostas concernentes ao desenvolvimento do pensamento histórico e à formação da consciência histórica de crianças e jovens. Deste princípio norteador, como se fosse uma semente, germinam as presentes análises focadas na compreensão de que está se trabalhando meticulosamente com uma ciência que congrega e contempla as múltiplas temporalidades pautadas nos diferentes sujeitos históricos, os quais constroem e construíram o passado histórico, lembrado, conhecido à luz do tempo presente.
Organizadores
Nilton Mullet Pereira – UFRGS.
José Carlos da Silva Cardozo – UNISINOS/UFRGS.
José Iran Ribeiro – UFSM.
Júlio Ricardo Quevedo dos Santos – UFSM.
PEREIRA Nilton Mullet (Org d); CARDOZO José Carlos da Silva (Org d); RIBEIRO José Iran (Org d); SANTOS Júlio Ricardo Quevedo dos (Org d)
Referências desta apresentação
PEREIRA, Nilton Mullet; CARDOZO, José Carlos da Silva; RIBEIRO, José Iran; SANTOS, Júlio Ricardo Quevedo dos. Apresentação. Revista Latino-Americana de História. São Leopoldo, v.2, n.6, p. 7-9, 2013. Acessar publicação original [DR]
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