Durante as apresentações de trabalhos no XV Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância (ESUD) e o IV Congresso Internacional de Educação Superior a Distância (CIESUD), promovidos pela Associação Universidade em Rede (UniRede) e realizados no período de 20 a 23 de novembro de 2018, em Natal, Rio Grande do Norte, os participantes foram convidados a submeter seus artigos e relatos de experiência na revista EmRede, bem como foi realizada ampla divulgação para contemplar aqueles que também pesquisam sobre os temas abordados na revista.
Pierre Levy apresenta a ecologia como o estudo da “relação entre o pensamento individual, as instituições sociais e as tecnologias da comunicação” (LEVY, 1993, p. 133) e considera a “… cognição como resultado de redes complexas onde interagem um grande número de atores humanos, biológicos e técnicos” (Idem, p. 135). Giraffa e Nunes (2003, p. 31) trazem a ideia da ecologia digital que considera a rede como um sistema subsunçor, capaz de produzir conhecimento a partir de novas informações que são ligadas a uma estrutura de conhecimentos anteriores. Buscando integrar esses conceitos, o Comitê Científico do ESUD 2018 propôs o tema do congresso como a Educação em rede: construindo uma ecologia para a cultura digital. Assim, os trabalhos ali apresentados trouxeram a visão dos pesquisadores sobre todas essas possibilidades na educação a distância, em rede e via internet, bem como seus reflexos no ensino presencial.
Essa edição inicia com um artigo convidado, elaborado pelas professoras Dóris Faria e Selma Leite, as primeiras presidentes da UniRede, onde elas contam um pouco da história da Associação e propõem algumas reflexões sobre o seu papel atual na educação a distância, no momento em que a UniRede completa 18 anos de existência.
Os cinco artigos e três relatos de experiência selecionados para esta publicação demonstram a amplitude do tema dessa edição, bem como sua abrangência, já que representam vivências de diversas regiões do país.
A seção Artigos inicia com o texto de Angelita Hentges e Maria Laura Brenner de Moraes (IFSUL) aborda a formação inicial de professores a distância, trazendo o tema “Imaginários da Docência” e refletindo sobre como a formação está vinculada à virtualidade, à pedagogia simbólica e à imaginação criadora.
Marilia Maia Moreira (Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza), juntamente com os colegas do IFCE e da UFC, aborda o uso das técnicas e métodos propostos pelo design instrucional para apoiar a seleção de estratégias pedagógicas na produção de materiais didáticos para a educação a distância.
Danila Luz e Kathia Sales (UNEB) observaram os usos adotados para as tecnologias digitais em rede por estudantes de disciplinas a distância em cursos presenciais, refletindo sobre as eventuais limitações das ferramentas disponibilizadas pelos ambientes virtuais de aprendizagem adotados pelos professores.
Errol Pereira Junior, Eliza Schroeder e Décio Dolci (PPGA/FURG) trazem o tema da gestão em EaD, apresentando o site Trello como potencial ferramenta para apoiar o planejamento estratégico de uma secretaria de educação a distância, e refletindo sobre suas limitações e potencialidades.
Maria Aparecida Knupel (Unicentro) relata como vídeos, produzidos no formato de webséries, podem ser utilizados como objetos de aprendizagem, ampliando as possibilidades de formas de leitura e letramento dos estudantes e os engajando na aprendizagem.
A seção Relatos de Experiência inicia com o registro sobre a Escola do Trabalhador, resultado da parceria entre o Ministério do Trabalho e a Universidade de Brasília, cujo objetivo foi criar cursos massivos e abertos online para ampliar a qualificação dos trabalhadores, descrito por Wilsa Ramos e seu grupo de pesquisa na UnB.
Jéssica Esteves e Luis Otoni Ribeiro (IFSUL) exploraram diversos aplicativos para o ensino de inglês para iniciantes, buscando identificar as características do design de interação adotado e discutindo sobre a relevância de interações curtas e rápidas no envolvimento dos alunos na aprendizagem.
O último relato traz uma experiência criativa, através da proposta de uma oficina para produção de memes, termo que se refere a imagens, vídeos, frases etc. que chamam a atenção dos usuários da internet e rapidamente são distribuídos. A atividade, ao mesmo tempo prazerosa e desafiadora, foi realizada no formato de oficina com alunos do curso de Pedagogia e pode auxiliar na formação de um professor criativo, retomando o tema do primeiro artigo e fechando essa edição com chave de ouro.
Leia, compartilhe e comente as produções dos colegas da EaD. E inspire-se para também publicar nessa revista que é de todos que defendem a educação a distância pública, gratuita e de qualidade.
Boa leitura!
Organizador
Mára Lúcia Fernandes Carneiro – Editora-chefe Revista EmRede.
Referências desta apresentação
CARNEIRO, Mára Lúcia Fernandes. Editorial. EmRede – Revista de Educação a Distância. Porto Alegre, v. 6, n.1, p.3-4, 2019. Acessar publicação original [DR]
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