Cultura & Música Popular na Primeira e Segunda Repúblicas | ArtCultura | 2011

Justo no momento em que a ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte beira a casa de 800 assinantes, temos a satisfação de lançar seu número 22, que consolida ainda mais a parceria estabelecida entre a Edufu, o CNPq, a Capes e a Fapemig. Desde os idos de 2007/2008, quando passamos a contar com recursos oriundos dessas agências de fomento à pesquisa, a revista ganhou em musculatura e ampliou significativamente suas redes de interlocução. Já há algum tempo ela recebe demandas de publicação dos mais diferentes estados do Brasil e do exterior, com destaque para Alemanha, Argentina, Colômbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Jamaica, México e Portugal, como que a atestar a extensão do seu raio de alcance. Nesta edição, por exemplo, para além de pesquisadores nacionais, o elenco de colaboradores inclui intelectuais de três desses países, o que também equivale, a julgar pelo seu perfil, a uma reafirmação do caráter transdisciplinar deste periódico.

Depois de publicarmos mais de um minidossiê/dossiê sobre História & Cinema (v. ArtCultura n. 10, 13 e 18), chegou a hora de reduzirmos a escala de observação. Desse afunilamento do objeto de estudo surgiu novo minidossiê, que faz da relação entre História & Cinema Cubano-soviético seu ponto de ancoragem. Sua organização foi confiada a uma expert no assunto, Mariana Martins Villaça, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp-Guarulhos), que, para dar lastro internacional a esse conjunto de quatro artigos, convocou – sendo prontamente atendida – um pesquisador francês e outro cubano.

Uma feliz coincidência, proporcionada pelo envio e aprovação de outras três contribuições, originou mais um minidossiê, sob o título Cultura & Música Popular na Primeira e Segunda Repúblicas, que, de certa forma, está em linha de sintonia com dossiês anteriores sobre História & Música (v. ArtCultura n. 9, 13, 16 e 20). Neste caso, como se constata, o foco de análise se restringiu a dois períodos específicos da história do Brasil e se beneficiou de pesquisas recentemente realizadas que, aqui e ali, vêem e revêem sob outros prismas temas que freqüentam a agenda de estudos histórico-culturais nestes trópicos. Trata-se, aí, de descer ao rés do chão da história para caminhar pelas bordas, sem receio do debate que umas tantas formulações possam suscitar.

A organização do terceiro minidossiê coube ao mais novo membro do conselho editorial da ArtCultura, o historiador Alexandre de Sá Avelar, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nele figuram quatro textos que ora privilegiam reflexões teóricas sobre História & Biografia, à medida que põem em discussão seus quadros de referência, ora enveredam por estudos de caso, sem perder de vista os aportes teóricos necessários para que as biografias não se resumam a espelhos de Narciso. Desse modo, ArtCultura se abre para abrigar uma temática até então inédita em suas páginas.

Na seqüência, graças à preciosa colaboração de Maurício Miranda, doutorando na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), oferecemos ao leitor um artigo que ainda não havia sido vertido para o português, de ninguém menos que Fredric Jameson, professor de Literatura Comparada da Duke University/EUA. Seu autor, com uma vasta obra e uma reputação internacional firmada, dispensa apresentação. Recebê-lo na ArtCultura só nos enche de alegria. Acrescente-se a isso que, ele, habituado a altos vôos teóricos, aborda um tema essencialmente histórico, “O fim da temporalidade”.

Outra contribuição espontânea, que se somou à anterior, proveio de Vera Lúcia Silva Vieira, mestranda em História da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Franca). Em meio à sua pesquisa de pós-graduação, ela foi ao encontro do objeto, de carne e osso, de sua futura dissertação, o jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão, e nos concedeu o direito de divulgar, em primeira mão, uma entrevista gravada com ele. Nela, ao remontar ao transcurso de um tempo de esperanças confiscadas (o da ditadura militar imposta ao país em 1964), Loyola se estende em considerações que embaralham história e memória e ajudam a iluminar o processo de criação literária.

Por fim, apresentamos duas resenhas. A primeira, sobre um livro de nosso assíduo colaborador, Marshall Berman, professor de Pensamento Político e Urbanismo em The City College of New York/City University of New York e membro do conselho consultivo de ArtCultura. Um século em Nova Iorque: espetáculos em Times Square serve, em determinado sentido, como um bom pretexto para que o autor fale, com paixão, da cidade que ama, em que pesem todas as contradições que a envolvem. A segunda, revisita uma questão controvertida, os cruzamentos entre História e Literatura, da não menos controversa obra de Peter Gay, Represálias selvagens: realidade e ficção na literatura de Charles Dickens, Gustave Flaubert e Thomas Mann.


Organizadores

Adalberto Paranhos – Editor

Kátia Rodrigues Paranhos –  Editora


Referências desta apresentação

PARANHOS, Adalberto; PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v. 13, n. 22, p.5-6, jan./jun. 2011. Acessar publicação original [DR]

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