“Os mistérios das almas são os corpos”‘ [1]
Se a Revista Esboços leva este nome porque nascera sob o signo da incompletude – destinada que fora para publicar os artigos dos alunos do Programa de Pós-Graduaçãó em História da Universidade Federal de Santa Catarina, primeiras referências da tese, um ponto ainda tênue da realização da obra, fragmento que apenas prenuncia o desenho final -, hoje, [8] anos depois, o nome comunica a idéia de esboço como metáfora perene para toda obra humana. Se esboço simboliza o desenho preliminar para representar em escala menor a obra do artista, também pode ensejar a que cada repetição signifique uma experiência, nova sempre aberta à criação e nunca finalizada.
Cada número da Esboços configura as pesquisas com suas temáticas, suas fontes, suas discussões metodológicas, um jeito próprio de lidar com a história que envolve, não só o’ conjunto de interesses dos alunos, de Mestrado e Doutorado, que formam uma turma, mas também uma estética que dá o tom do interesse naquele momento pela história.
Esta nova Esboços que se apresenta traz boas novidades. A partir de agora, ela será organizada em forma de dossiê temático, continuando a receber contribuições sobre outros assuntos; será reservado um espaço para entrevistas e encontros com pesquisadores, que possibilitarão, ao mesmo tempo, reflexões e discussões acerca de assuntos relevantes ao campo historiográfico atual; será aberta uma nova sessão dedicada a ensaios que fomentem reflexões sobre a prática e o método do historiador, será publicado ainda os esboços das pesquisas desenvolvidas por alunos do Programa, além de resenhas que façam a crítica de trabalhos importantes recentemente publicados.
Do esforço, para criar um dossiê temático que represente as perspectivas Metodológicas de bom número de projetos desenvolvidos no Programa, decidiuse abordar o tema empo. Para ampliar o entendimento do tema, inseriu-se artigos de pesquisadores que contribuem para o debate historiográfico deste objeto, o mais concreto da história, o mais palpável e mais presente, e também o mais misterioso difícil de ser apreendido. Corpos de passagem, como bem designou Denise Bernuzzi Sant’anna, que abre o número com uma entrevista a propósito de sua obra [2] e a propósito do debate sobre o corpo como tema da história.
Conselho Editorial
Notas
1. MACEDO, Helder. Vícios e virtudes. Romance. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 59.
2. SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. Corpos de passagem: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. São Paulo: Estação da Liberdade, 2001.
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