Colégio Pedro II: A Trajetória de seus Uniformes Escolares na Memória coletiva da Cidade | Beatriz Boclin Marques Santos e Vera Lucia CAbana de Quiroz Andrade

O trabalho de pesquisa de Beatriz Boclin Marques dos Santos e Vera Lucia Cabana de Queiroz Andrade, ambas professoras doutoras e pesquisadoras do Colégio Pedro II, lotadas no Núcleo de Documentação e Memória do Centro de Documentação e Memória do CPII, órgão que abarca os acervos do colégio e que coordena as atividades de biblioteca histórica, museu, laboratório de digitalização do acervo e o Centro de Estudos Linguísticos e Biblioteca Antenor Veras Nascentes, o ex-aluno de 1902 e depois professor catedrático de Português e Espanhol, nos apresenta uma visão da evolução da sociedade carioca através do acompanhamento das variações dos uniformes dos alunos do colégio e dos respectivos itens dos regulamentos internos, ao longo de um tempo que se inicia em meados do século XVIII com o Colégio dos Órfãos de São Pedro (1739) e depois Seminário São Joaquim (1766), passando pelo Colégio Imperial em 1834 até a criação do Colégio Pedro II em 1837 e daí até os nossos dias, percorrendo a transição Império/República, o período da chamada “República Velha”(1889 – 1930), a era Vargas/Dutra/Vargas (1930 -1937 -1945 – 1951 -1954) e os períodos compreendidos entre os anos 1960 até o século XXI.

Fica bem claro o processo de variação dos costumes e seus uniformes, entre uma instituição religiosa católica inicial, passando por uma marca militar que perdurou até 1961, muito embora com atenuações ocorridas ao longo dos anos, até os atuais uniformes, onde o caqui, primeiramente com dólmã, depois com a camisa ´com gravata, foi substituído pela a clássica combinação branca azul que passou a prevalecer, onde a gravata foi a última peça a desaparecer.

A pesquisa vai mais além, pois mostra a evolução da instituição ao longo dos anos, sua modernização com a inauguração da unidade de São Cristóvão, em comparação com a sede da av. Marechal Floriano. Nos anos 1950, mostra a expansão geográfica do Pedro II com a criação das unidades do Engenho Novo e Humaitá e, posteriormente, da Tijuca.

O mais importante nesse trabalho é a preservação do distintivo de qualidade de ensino que ficou na memória da sociedade carioca, onde a “marca” Pedro II perdura até hoje, apesar dos surtos de pseudomodernidades que nos assolam nos tempos atuais.


Resenhista

Roberto Schmidt de Almeida – Doutor em Ciências (Geografia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ (2000), sócio titular do IHGRJ. E-mail: almeidar1@br.inter.net


Referências desta Resenha

SANTOS, Beatriz Boclin Marques; ANDRADE, Vera Lucia Cabana de Queiroz. Colégio Pedro II: A Trajetória de seus Uniformes Escolares na Memória coletiva da Cidade. Rio de Janeiro: Editoras Mauad X; FAPERJ, 2016. Resenha de: ALMEIDA, Roberto Schmidt de. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, ano 24, n.24, p. 237-238, 2017. Acessar publicação original [DR]

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