Em tempos ásperos de pandemia e de pandemônio, de vírus e de vermes instalados no Brasil e em outros cantos e recantos do mundo, a ArtCultura 40 está no ar. Mobilizamos, para tanto, uma ampla rede de colaboradores, que foi da retaguarda proporcionada por dezenas de pareceristas até 21 pessoas que atuaram na linha de frente desta edição, seja como autores ou organizadores de minidossiês. Elas se distribuíram pela Argentina e pelo Brasil, abarcando ao todo 14 instituições e 8 estados (Ceará, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo) de 4 regiões (Nordeste, Norte, Sudeste e Sul) do território nacional.
Sem colocar trancas no repertório temático, este número ― para não fugir ao que é próprio da ArtCultura ― se abre a leituras diversas de objetos diversos. Ele se inicia com a publicação de uma palestra acerca da trajetória da fotomontagem em terras brasileiras. Na seção Além-Brasil registra uma colaboração proveniente da Argentina para refletir sobre arquivos, arqueologia e resistência. Na sequência, acolhe dois minidossiês, organizados pelos editores da revista, que fazem ascender ao primeiro plano das discussões dois domínios de pesquisa que nos são muito caros. Teatro(s) & práticas artísticas, de um lado, e Cenas musicais alternativas, de outro, reúnem 8 contribuições.
Em Primeira mão, é oferecida aos leitores uma amostra grátis de 2 livros prestes a serem publicados, um direcionado para os cruzamentos entre cena teatral e ficção, outro, para os enlaces entre cinema e análise fílmica. Segue-se a seção Artigos, que, como é habitual, enfeixa 4 textos que transpassam tempos, temas e lugares variados. Por último, 2 resenhas servem como fecho da ArtCultura 40. Uma delas se reporta à censura e autoritarismo no universo do teatro, questão que, por vias oblíquas, se mostra, até certo ponto, de candente atualidade nestes tempos vividos no Brasil. A outra, mergulhada escancaradamente nos dias de hoje, tomados por uma avalanche autoritária, joga luz sobre uma produção literária de um artista que, como poucos, conjuga práticas que remetem aos dois minidossiês desta edição. Referimo-nos, claro, a Chico Buarque, que transita com desenvoltura pelo terreno da música popular e do teatro.
Esperamos, assim, continuar contribuindo, ainda que modestamente, para afiar a imaginação histórica.
Organizadores
Adalberto Paranhos – Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor do Instituto de Ciências Sociais e dos Programas de Pós-graduação em História e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2007. E-mail: akparanhos@uol.com.br
Kátia Rodrigues Paranhos – Professora dos cursos de graduação e pós-graduação em História da UFU, pesquisadora do CNPq e membro da Câmara de Ciências Humanas, Sociais e Educação da Fapemig.
Referências desta apresentação
PARANHOS, Adalberto; PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v. 22, n. 40, p. 5, jan./jun. 2020. Acessar publicação original [DR]
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