DUTRA, Eliana Regina de Freitas (Org). BH: horizontes históricos. Belo Horizonte: C/ Arte, 1996. Resenha de: DUARTE, Regina Horta. Varia História, Belo Horizonte, v.13, n.18, p. 507-508, nov., 1997.
De que é feita uma cidade? A resposta a tal indagação pode ter um número vasto de abordagens, como nos mostra a obra B.H — horizontes históricos. Na verdade, qualquer um teria dificuldades de pensa-la ou defini-la sem realizar associações imediatas como todas as sensações e impressões mescladas as imagens de cidades em que viveu, conheceu de passagem ou através de fotos, textos literários, poesias ou imagens cinematográficas.
Mas é justamente a dificuldade de precisar a cidade o segredo para pensá-la. Pois uma cidade e feita de vida e experiencias, inscritas em suas pedras, ruas, nas luzes que brilham a noite, nos rostos das pessoas que passam, nos locais onde se encontram ou se resguardam. Ela não é uma totalidade fechada a ser desvendada nem um espaço de relações passive! de ser aprisionado em um sistema organizado. Esta e sua beleza, este é seu fascínio.
A perspectiva da comemoração do centenário de Belo Horizonte tem, certamente, nos estimulado a refletir sobre seus problemas e esperanças. Mas o aniversario traz também a noção de tempo decorrido. Surge, aqui, a questão de se pensar a história desta capital: os sonhos que a mobilizaram, os homens que a ocuparam e nela construíram suas vidas, as múltiplas cidades que a formam. Pois se horizonte é um substantivo no singular, sua unidade e uma mera abstração de nosso olhar sobre o céu. 0 horizonte e de infinitos, formação de incontáveis e indistintos pontos e trajetos. Belo Horizonte: termo que unifica, afetivamente, toda a pulsação e a explosividade de uma série de práticas dos homens que a habitaram em momentos diversos, na mem6ria que imprimiram pelos seus quatro cantos, na presença de seus vivos ou nos sinais que estes tentam deixar aos seus sucessores.
BH — horizontes históricos, organizado pela professora Eliana de Freitas Dutra, do Departamento de Histeria da UFMG e publicado pela Editora C/Arte, apresenta-se como um momento propiciador de indagarmos essa multiplicidade de Belo Horizonte. A cidade vista nas relações de seus homens e mulheres, nos projetos em que foi delineada, nas práticas que a tentaram definir e em que se construíram suas identidades, em suas praças e parques, ruas e bondes, casas e cinemas, cafés e bares, estatuas e placas comemorativas, Igrejas e imagens.
Formado por seis ensaios sobre a cidade — todos eles produzidos ou orientados no Âmbito do Departamento de História da UFMG — a obra possui uma rica diversidade temática, convidando o leitor a viajar por Belo Horizonte por caminhos muitas vezes impensados. A partir de uma alta qualidade acadêmica, os autores obtiveram o resultado de uma leitura extremamente agradável, com um tratamento preciso e, simultaneamente, simples das questões envolvidas nas reflexões históricas propostas.
Dirigido a um público amplo, BH — horizontes históricos possibilitara a seus leitores, com alta qualidade e extrema singeleza, a reflexão em torno de fascinantes aspectos da vida de nossa cidade. E, ao ressaltar a complexidade de nossa histeria, acaba por abrir-nos promissoras perspectivas de tudo o que pode ser construído no âmbito ilimitado da capacidade criativa de seus cidadãos.
Regina Horta Duarte – Professora do Departamento de História FAFICH- UFMG.
[DR]
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