O livro de Marc Ferro, A verdade sobre a tragédia dos Romanov2, já é provocativo pelo título. Em História, nos anos iniciais de formação, se aprende que a “verdade” não existe em estado puro, ou seja, ela é fruto de uma série de condicionantes que podem variar conforme a “lente” do pesquisador é manejada. A “verdade”, na pesquisa histórica, é sempre um juízo de algo a partir de um conjunto de fontes. No caso da obra de Marc Ferro, o termo ganha mais destaque se levarmos em conta que durante décadas se acreditou ou se divulgou, que toda a família do tzar Nicolau II, teria sido executada pelos bolcheviques e, de repente, surge a possibilidade de alguns de seus membros terem sido poupados. As filhas do tzar russo, Olga (22 anos), Tatiana (21 anos), Maria (19 anos) e Anastasia (17 anos), teriam sido poupadas do fuzilamento em julho de 1918.
As controvérsias a respeito do destino dos Romanov nos Urais começaram imediatamente após a divulgação da execução de Nicolau II. Em 23 de julho de 1918, os próprios bolcheviques, parte deles ao menos, noticiaram a morte do tzar no jornal Ouralski Rabotchi, no referido periódico o texto era claro ao dizer que o ex-soberano foi morto, sendo a esposa e os filhos levados para local seguro.3 Porém, em um documento atribuído a Trotski, Comissário da Guerra, este teria questionado Iankel Sverdlov4 sobre a família Romanov e foi informado de que todos estavam mortos.
Porém, outros dirigentes bolcheviques negaram a execução coletiva.5 A “guerra” de informações a respeito da execução do tzar e da família continuou, mesmo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com a eclosão da guerra civil entre Vermelhos e Brancos, a questão ganhou novos capítulos. Os bolcheviques negavam o fuzilamento coletivo, enquanto os Brancos afirmavam o contrário e acusavam os dirigentes da Revolução de Outubro de mentirosos.6
No entanto, após o fim da guerra civil entre Brancos e Vermelhos, vencida pelos últimos, se estabeleceu um consenso de que o tzar e toda a família haviam sido mortos na noite de 16 para 17 de julho de 1918 no interior da casa Ipatiev, na cidade de Ecaterimburgo, nos Urais. Mas, após o fim do governo de Stalin novas investigações foram iniciadas para tentar lançar luz para alguns pontos obscuros do processo que determinou que todos os Romanov haviam sido mortos naquela noite. A execução teria ocorrido diante da ofensiva dos Brancos sobre a cidade. O medo dos responsáveis pelos prisioneiros residia na possibilidade de libertação do ex-tzar, caso a cidade caísse sob domínio dos tchecoslovacos que avançavam em direção à cidade. Importante frisar que tanto Brancos como Vermelhos, nos anos 1920, concordaram com o juiz Nikolai Sokolov7 : toda a família foi assassinada.8
Em 1977-1978, no governo de Kruschev, a casa Ipatiev, local da última prisão dos Romanov e da execução, foi destruída por ordem do chefe da KGB. Interessante que, segundo o pesquisador, no ano anterior, 1976, jornalistas ingleses da BBC tinham descoberto que apenas uma pequena parte dos documentos do processo que determinou a execução foi publicada pelo juiz Sokolov: “Todas as peças que atestavam a eventual sobrevivência das princesas e da imperatriz haviam sido suprimidas”.9
No inquérito comando pelos Brancos, há uma testemunha que afirma ter visto a cabeça decapitada de Nicolau II em uma sala secreta no Kremlin. A informação da decapitação do tzar foi confirmada por um general Branco e um amigo do militar, ambos afirmaram que Yurovski10 teria levado as cabeças para Moscou.11 Essas informações e esses testemunhos se chocam com episódios ocorridos na década de 1980, pois se dizia que os crânios da família haviam sido encontrados no bosque Koptiaki em Ecaterimburgo.12
No entanto, as controvérsias não são apenas fruto da passagem do tempo e da distância temporal do ocorrido e teoricamente, portanto, mais difíceis de serem solucionadas. Elas existiram, como já dito anteriormente, logo na sequência da divulgação da morte do tzar. O primeiro, do lado dos Brancos, a investigar o desaparecimento dos corpos foi o capitão Rodion Malinovski.13 Ele duvidava da execução coletiva, mas a dúvida do militar não foi considerada pelo juiz Sokolov. O assistente de Malinovski, que compartilhava da mesma convicção, foi fuzilado pelos Brancos e o juiz que antecedeu Sokolov foi substituído por demonstrar que considerava outra hipótese além do assassinato coletivo.14 Além disso, o juiz Ivan Sergueiev, antecessor de Sokolov, declarou em dezembro de 1918 que após analisar os documentos acreditava que as grã-duquesas, a imperatriz e o tzarévitche 15, não foram mortos na casa Ipatiev. O magistrado foi fuzilado em janeiro de 1919. 16
De acordo com Marc Ferro, as narrativas acerca da execução ou não da família imperial russa estavam estreitamente ligadas ao Tratado de BrestLitovsk, principalmente as versões bolcheviques. As negociações da diplomacia russa com os diplomatas de Guilherme II permitiram que as versões sobre a execução não alterassem o acordo que retirou a Rússia do conflito bélico: “Os alemães sabiam que os seus haviam sido poupados. Essa manobra se inscrevia em uma situação internacional muito delicada para os soviéticos”17
Confusos, como tudo relacionado ao processo e às afirmações de execução ou sobrevivência das filhas do tzar, são os testemunhos acerca das transferências das grã-duquesas para Perm, cidade entre Moscou e Ecaterimburgo, após o fuzilamento de Nicolau II. Em março de1919 uma enfermeira afirmou ter sabido que as mulheres Romanov estavam em Perm e que uma delas havia fugido, sendo posteriormente recapturada. O testemunho da enfermeira, Natalia Vassilievna Mutnikh, é corroborado com o do médico Pavel Utkin. O médico testemunhou em fevereiro de 1919 e afirmou ter atendido Anastasia, a filha mais nova do ex-tzar, em setembro de 1918 em Perm.18
No fim de 1919 uma jovem na Alemanha se apresentou como sendo Anastasia. Mas, grávida e com o emocional comprometido devido aos espancamentos e violências sexuais, ela não revelou muito como havia chegado até ali: “O fato é que, em 1919, boa parte de sua família a reconheceu, notadamente suas tias Olga e Xenia, irmãs de Nicolau II”.19 No entanto, ao contrário das irmãs que teriam vivido no anonimato e não reclamaram herança, Anastasia reivindicou direito à ela e as tias que antes a reconheceram mudaram de posição: “As outras irmãs souberam ser mais discretas […] o medo de serem encontradas pelos bolcheviques e assassinadas como boa parte de sua família explicam por que permaneceram em silêncio”.20
Como Vermelhos e Brancos puderam ou quiseram afirmar que todas as grã-duquesas estavam mortas? Os testemunhos e versões são fruto do seu tempo. No caso dos Vermelhos, segundo o autor, era preciso afirmar a morte delas, caso contrário teriam que reconhecer que negociavam secretamente com os alemães e se diversos pontos do Tratado de Brest-Litovsk já eram alvo de críticas, muito mais seriam se reconhecessem a execução de um russo, o ex-tzar, para salvar a vida de mulheres com sangue alemão. Como justificar isso para uma população abertamente germanofóbica.21
Já para os Brancos, não era interessante sustentar que elas haviam sobrevivido. Conforme ressaltou Ferro,22 independente da sobrevivência das herdeiras de Nicolau II e da possibilidade delas um dia reivindicarem uma restauração, o projeto de poder dos Brancos não passava pela volta dos herdeiros dos Romanov, pelo menos não com uma filha do ex-tzar Nicolau II. As controvérsias e as dúvidas persistiram mesmo após exames de DNA. Os testes realizados em 1991, 1993 e 1998, na tentativa de identificar corpos que seriam da família do ex-tzar Nicolau II são contestados. A procissão suntuosa realizada em 1998 com o objetivo de devolver os restos mortais dos Romanov a São Petersburgo não contou com a participação dos descendentes da família imperial russa. Os “descendentes acham que se trata de uma mistificação”.23
Mistificação, mentiras, meias-verdades, falsificações, depoimentos contraditórios, parece haver de tudo na história em torno do fuzilamento dos Romanov na fatídica noite de julho de 1918 nos Urais. O livro de Marc Ferro demonstra um trabalho de pesquisa que buscou evidências em praticamente todos os tipos de fontes possíveis de serem acessadas por um historiador. Mas, apesar da investigação minuciosa do autor, o livro não nos dá a certeza que almejávamos no início da leitura.
Além de todas as controvérsias e debates que o assunto gerou ao longo dos últimos 100 anos, o ex-tzar foi canonizado pela Igreja Ortodoxa Russa em 2000 e a santidade também foi atribuída a todos os membros da família Romanov mortos em 1918 nos Urais. No ano de 2003 no terreno da antiga casa Ipatiev foi construída uma Igreja.24 Podemos considerar que tal episódio aumenta ainda mais a aura de mistério e de paixões pró e contra as versões do que ocorreu na casa Itapiev em Ecaterimburgo. Embora canonizados, a Igreja Ortodoxa reluta em reconhecer que os restos mortais são realmente dos membros da família de Nicolau Romanov.
Evento posterior à publicação do livro são os resultados de novos testes de DNA nos restos mortais atribuídos aos integrantes da família. Em 2018, as vésperas do centenário do ocorrido em Ecaterimburgo, o governo da Rússia anunciou que novas pesquisas determinaram a autenticidade dos restos mortais.25 Exames atestaram que o material genético encontrado corresponde a todos os Romanov que estavam sob o poder dos bolcheviques nos Urais. Portanto, além do ex-tzar, da sua esposa e do seu filho, há material genético correspondente a quatro mulheres: Olga, Tatiana, Maria e Anastasia. Após a leitura de A verdade sobre a tragédia dos Romanov e de uma pesquisa rápida na internet sobre os novos testes realizados nos ossos depositados na Catedral de São Pedro e São Paulo em São Petersburgo, podemos oscilar entre duas posições: uma que conclui que Marc Ferro esteve errado o tempo todo; outra que os exames são falsos, pois nem a Igreja Ortodoxa Russa assume abertamente e que tais testes são manipulados. Porém, nós não precisamos nos filiar nem a uma e nem à outra posição.
O fundamental na análise do livro do autor francês é perceber como a documentação disponível ao historiador pode trazer inverdades ou versões que se anulam. No trabalho de análise das fontes históricas, o pesquisador fica limitado ao que a documentação lhe permite afirmar e concluir. Além disso, as fontes não falam por si sós. Elas precisam ser inquiridas, analisadas e/ou mesmo contestadas pelo pesquisador e o historiador nunca é neutro. Se as conclusões de Marc Ferro estão erradas, não é porque houve dolo do autor. O que ocorreu é que o conjunto documental permitia que se aventassem tais hipóteses. Ambas as versões, a sobrevivência ou morte das filhas de Nicolau II em 1918, estão documentadas, conforme a leitura de A verdade sobre a tragédia dos Romanov demonstra.
Nesse sentido, vale lembrar mais uma vez a necessidade contínua de rescrita da História ressaltada por José Carlos Reis.26 Além disso, o próprio Marc Ferro já havia escrito que a História é muitas vezes “vigiada” e as versões são controladas por quem monopoliza o discurso. Por essa razão é preciso uma “contra-história”.27 A verdade sobre a tragédia dos Romanov pode ser considerada como uma “contra-história”, tendo em vista que todas as versões oficiais, à revelia dos indícios, tanto dos Brancos como dos Vermelhos, concordavam com o fuzilamento na casa Ipatiev. Mas, o próprio autor alerta que as novas versões “[…] não são mais marcadas pelo selo da verdade que a história oficial”. 28
Portanto, mais importante que estabelecer uma “verdade” sobre o destino dos Romanov, o livro de Marc Ferro é um trabalho que permite perceber o trabalho metodológico do historiador que diante de um conjunto de fontes, das mais variadas formas e de níveis diferentes de confiabilidade, precisa fazer a crítica documental.
Notas
2 Título original em francês: La vérité sur la tragédie des Romanov.
3 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 19-20.
4“Membro do Comitê Central Executivo do Partido Bolchevique, número dois do regime, morto em 1919”. FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 17.
5 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 20-21.
6 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 21-22.
7 Nikolai Sokolov publicou um dossiê, em 1924, sobre as mortes dos integrantes da família Romanov com o título “O assassinato da família imperial”. FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 60.
8 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 60-67.
9 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 54.
10 Jacob Yurovski foi o último comandante da Casa Ipatiev em Ecaterimburgo, local em que os Romanov teriam sido executados. FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 17.
11 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 66-67.
12 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 55-67.
13 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 17.
14 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 59. 15 Alexei de 13 anos, único filho homem e herdeiro de Nicolau II ao trono.
16 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 60.
17 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 74.
18 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 84, 94-95.
19 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 107.
20 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 108.
21 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 119.
22 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 120.
23 FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 121.
24 GIOVANAZ, Daniel; DALLABRIDA, Poliana. Nicolau II, o tirano que virou santo. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/nicolau-ii-o-tirano-que-virou-santo/.
25 LIMA, Lioman. O longo processo na Rússia para identificar o último Romanov (e o interesse de Putin na dinastia). 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional53617294 .
26 REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.
27 FERRO, Marc. A história vigiada. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 16.
28 FERRO, Marc. A história vigiada. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 53.
Referências
FERRO, Marc. A história vigiada. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017.
GIOVANAZ, Daniel; DALLABRIDA, Poliana. Nicolau II, o tirano que virou santo. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/nicolau-ii-o-tirano-que-virou-santo/. Acesso em: 13 set. 2020.
LIMA, Lioman. O longo processo na Rússia para identificar o último Romanov (e o interesse de Putin na dinastia). 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53617294. Acesso em: 13 set. 2020.
REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.
Resenhista
Lourenço Resende da Costa – Doutor em História pela UFPR. Professor de História pela SEED-PR. http://lattes.cnpq.br/2808082220840091. E-mail: resendedacosta@gmail.com
Referências desta Resenha
FERRO, Marc. A verdade sobre a tragédia dos Romanov. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2017. Resenha de: COSTA, Lourenço Resende da. A execução dos Romanov nos Urais. Revista Hydra. São Paulo, v.5, n.9, p. 357- 362, abr. 2021. Acessar publicação original [DR]
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