A julgar pelo lançamento de dossiês em periódicos, pela publicação de obras coletivas e autorais, bem como pela organização de congressos, o estudo da espiritualidade cristã na Idade Média Central continua promovendo grande interesse da medievística brasileira.
Contando com a participação de quatro docentes de IES, o dossiê que acompanha o presente volume se soma ao empenho historiográfico nacional em (re)visitar assuntos de grande alcance e relevância, como o milenarismo, as ordens mendicantes e suas inserções políticas e as peregrinações. Um traço comum de suas contribuições diz respeito ao cuidado com que os autores examinaram diferentes documentos, como comentários exegéticos, bulas canônicas, epístolas e estatutos universitários ou mesmo relatos de viagens.
Renata Nascimento (UFG-UEG-PUC-Go), no artigo “Viagens reais e imaginadas: dois olhares sobre a Terra Santa”, compara dois relatos de viagem da segunda metade do século XII e analisa as imbricações entre peregrinação, santidade e o culto às relíquias, considerando a crescente importância que Jerusalém assumia no imaginário ocidental.
O artigo “A recepção do Apocalipse de João na Itália medieval a partir do Expositio in Apocalypsim”, de Valtair Miranda (FABAT), investiga as ressignificações do Apocalipse de João no corpus literário de Joaquim de Fiore (m. 1202), fundador de uma ordem monástica envolvida em controvérsias e de grande impacto sobre interpretações escatológicas no século XIII.
“Fons Sapientie. Teoria, abordagens e análise da bula de canonização de Domingos de Gusmão”, de Thiago de Azevedo Porto (UFPA), examina a bula atribuída a Gregório IX, a partir da análise do discurso de Foucault. Deste modo, o autor discute tanto as correlações entre o papado e a ordem dominicana quanto põe em relevo o debate relativo ao perfil de santidade no mesmo século XIII.
Também atenta aos dominicanos, no artigo “Entre Paris e Bolonha: a inserção dos frades pregadores na vida universitária do século XIII”, Carolina Coelho Fortes (UFF) compara as diferentes relações estabelecidas nos dois principais centros universitários do Ocidente. Para a autora, as distintas estratégias mobilizadas em cada contexto reforçaram a vinculação entre a ordem e o ambiente e universitário e contribuíram para sua legitimação.
Em seu conjunto, a despeito de diferentes opções teóricas, os artigos exprimem o discernimento com que os pesquisadores brasileiros se detêm no amplo leque documental referente ao tema da espiritualidade, convidando os leitores a ampliarem os horizontes de suas próprias pesquisas.
Paulo Duarte Silva – organizador do dossiê
SILVA, Paulo Duarte. [A espiritualidade medieval em debate (s. XII-XIII) ]. Revista de História Comparada. Rio de Janeiro, v.12, n.1, 2018. Acessar publicação original [DR]
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