O segundo semestre de 2011 trouxe importante efeméride para a política internacional: em setembro, registrou-se o primeiro decênio dos atentados terroristas de fundamentalistas islâmicos a duas cidades dos Estados Unidos: Nova York, centro financeiro, e Washington, sede política.
O ataque simbolizou o fim da crença da inviolabilidade do território norte-americano. Durante quase duzentos anos, a parte continental do país permaneceu preservada de investidas de caráter ideológico – a última havia sido na Guerra de 1812 com a Grã-Bretanha. Outrossim, ele significou viabilizar a execução da denominada guerra preemptiva, isto é, a do ataque amparado na possibilidade eventual de agressão de um adversário de médio porte, na melhor das hipóteses. A II Guerra do Golfo, iniciada em março de 2003, foi o primeiro caso – diante da suposta existência de armas de destruição em massa por parte da ditadura iraquiana e do possível emprego contra a população norte-americana, Washington, a despeito da ferrenha oposição da comunidade internacional, empreendeu o confronto, de escassos resultados positivos.
Destaque-se que os últimos dez anos não representam uma diminuição do poderio material norte-americano se comparado a outras potências como China, Japão, Rússia, França ou Alemanha. O desgaste que se observa não decorre propriamente do manejo de dois conflitos de grandes proporções, no Iraque e no Afeganistão, ao mesmo tempo, e nem mesmo da exaustão financeira causada por um sistema militar tensionado e pressionado ao extremo. Parece mesmo decorrer do fato de que a liderança do país, incontestável nos momentos iniciais do pós-Guerra Fria, se desgasta em decorrência de várias ações mal planejadas e mal executadas. Historicamente, a potência maior contribuiu de modo decisivo para manter a estabilidade sistêmica; no presente momento, os Estados Unidos tumultuam o sistema.
O ideário da democracia neoliberal, recomendado nos anos 90, cedeu a vez ao do combate ao terrorismo, notadamente religioso, o que teria apontado ao planeta a inexorabilidade de um choque de civilizações. Todavia, à medida que o tempo passa, o impacto do atentado de 11 de setembro de 2001 tende a diluir, porque a própria movimentação terrorista tem sido contida. Outros problemas terminariam então por preocupar a sociedade global: entre eles, os efeitos da crise econômica de 2008.
De toda forma, a trajetória da escalada terrorista nos últimos anos tem na edição especial de Meridiano 47 uma análise acurada e multifacetada, devido exatamente à importância do tema na política externa dos Estados Unidos e, por certo, na agenda internacional contemporânea.
Organizadores
Antônio Carlos Lessa – Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília – UnBe pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. E-mail: alessa@unb.br
Virgílio Caixeta Arraes – Professor do Departamento de História da Universidade de Brasília – UnB. E-mail: arraes@unb.br
Referências desta apresentação
LESSA, Antônio Carlos; ARRAES, Virgílio Caixeta. Editorial. Meridiano 47, v.12, n.126, p3., jul./ago. 2011. Acessar publicação original [DR]
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