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Free Trade For The Americas? The United States’ Push for the FTAA Agreement. | Paulo Vizentini e Marianne Wiesebron
Um dos mais conhecidos fenômenos dos anos 1990 mas nem sempre corretamente percebido ou criticamente analisado foi a aceleração dos processos de integração regional, sugerindo-se que o mundo do pós-Guerra Fria seria organizado em torno de blocos comerciais e econômicos. Superado o conflito bipolar, o fortalecimento do entorno asiático, chinês e japonês, somado à evolução da União Européia (UE) e à criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul), parecia indicar que a alternativa regional se fortalecia como meio de inserção mundial e progresso interno. Nesse contexto, mesmo países como os Estados Unidos, que nunca haviam demonstrado um interesse específico nessas políticas, apresentaram propostas de integração em seu hemisfério, começando pela Iniciativa das Américas (IA); depois o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), formalizando a interdependência pré-existente entre esse país, o Canadá e o México; até a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que visa abranger todo o continente.
Diante desses processos, muitos foram os que indicaram o início de uma nova era de prosperidade, sustentada nesses blocos, mas, principalmente, no fortalecimento das parceiras globais através desses novos atores. A despeito das implicações políticas e estratégicas que teriam tais acordos, essas discussões eram relegadas a um plano secundário à medida que o viés econômico, comercial e financeiro ganhava destaque, sendo percebido como motor de um crescimento e riqueza inevitáveis. Tais promessas eram particularmente disseminadas no continente americano, no qual os países menores percebiam a possibilidade de um acordo com os Estados Unidos como uma chance de recuperação doméstica e incremento de participação no sistema internacional. Porém, passada mais de uma década da eclosão da nova onda regionalista (a primeira fora nos anos 1950, com o nascimento da construção européia), poucos foram ainda os resultados reais em direção à prosperidade ou até na constituição dos acordos propostos. Leia Mais