Walter Benjamin historiador | Revista de Teoria da História | 2021

Walter Benjamin OPERA Walter Benjamin
Cena da ópera “Benjamin, última noite”, de Michel Tabachnik | Imagem: RTP, 2019

O pensamento histórico de Walter Benjamin é abordado por teóricos de muitas estirpes, animados por interesses os mais diversos. Há quem se aproxime da concepção benjaminiana da História ao investigar a literatura, e este leitor há de se ocupar, entre outros títulos, com as Passagens, livro tido por Benjamin como uma História Social da Paris do Séc XIX, e que, no entanto, se assemelha ao que hoje entendemos por História Cultural. A literatura e suas relações com a modernidade, a literatura e suas relações com a memória e a política – assuntos primordiais desta obra inconclusa que chegou a ser pensada como um livro sobre Baudelaire.

A História que se faz a partir da literatura, com vistas a uma teoria da modernidade. Assim, o leitor, a leitora que munidos do interesse pela linguagem se aproximam de Benjamin, deparam-se a todo momento com seu pensamento histórico, seja no conceito de crítica, que ele pretende historizar, seja no conceito mesmo de origem, que, à maneira de Foucault e sua arqueologia, Benjamin mobiliza para criticar a História científica, de matriz historicista – a História dos Historiadores. Leia Mais

Walter Benjamin e a Teoria da História / Revista de Teoria da História / 2016

Em 2006, foi editado no Brasil aquele que é considerado o principal trabalho de Walter Benjamin. O projeto editorial original, levado a cabo pela editora Surkhamp, de Berlim, reúne grande quantidade de anotações, comentários e citações transcritas por Benjamin, tem sido alvo de intensos debates. No entanto, independente de como se veja a obra, como compêndio de materiais preparatórios para um livro que nunca chegou a tomar forma ou como projeto modernista em que fragmentos são convertidos em miniaturas autônomas que, somadas, deveriam compor uma história da Paris do séc. XIX, o fato é que a edição das Passagens no Brasil gerou um crescente interesse por parte daqueles historiadores que buscam estabelecer o diálogo entre teoria da história, estética, literatura e política. Como já havia ocorrido em relação a Foucault e Norbert Elias, cada vez mais historiadores começaram a se indagar sobre a pertinência de um pensamento produzido por um autor que, além de não ser historiador de formação, construiu todo um arcabouço crítico que toma por alvo justamente o cânone teórico da historiografia científica. Leia Mais