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Crônica/memória e história: formação historiográfica dos sertões da Bahia | Erivaldo Fagundes Neves
O livro Crônica, memória e história: formação historiográfica dos sertões da Bahia1 do professor da Universidade Estadual de Feira de Santana Erivaldo Fagundes Neves, a principal referência para pesquisa em história dos sertões da Bahia, é um livro esperado para aqueles que acompanham a produção do autor. Erivaldo Neves já havia abordado o tema de teoria e metodologia da história regional2, que complementava e desenvolvia argumentos apresentados em texto sobre corografia e historia regional3. Crônica, memória e história abrange estes estudos e contempla as incursões do autor aos temas da escravidão4, ocupação territorial5, caminhos coloniais6, história regional e local7, cultura8, sertão9, história da família, pecuária10 e historiografia11 desde o período colonial, passando pelo império e república, até a produção contemporânea. Além de um exaustivo levantamento bibliográfico, o trabalho é um comentário desenvolvido para o longo percurso de textos históricos apresentados.
A obra tem um prefácio do professor Paulo Santos Silva da UNEB, uma introdução, considerações finais e se divide em três partes, i) leituras sobre a colonização dos sertões baianos, ii) as crônicas, memórias e histórias sobre os mesmos no império e primeira república e iii) as perspectivas historiográficas posteriores a 1930, todas subdivididas em seções. Crônica, memória e história se justificaria por várias razões, mas julgamos duas de vulto: a tipologia apresentada para um extensivo levantamento de textos sobre os sertões baianos que abrange cinco séculos e a história do pensamento histórico sobre um tema que se desenvolve desde crônicas e memórias até uma historiografia técnica e disciplinar produzida em programas de pós-graduação em história de universidades. A polissemia do livro revela a paciência com a qual o mesmo foi gestado: o livro é resultado de um projeto de 25 anos que se desdobrou em outros trabalhos do autor, cuja obra é referência para uma geração de historiadores dos sertões baianos que lhe seguiram e que retornaram ao livro como exemplares de novas perspectivas historiográficas. Leia Mais
Fiel é a Palavra: Leituras Históricas dos Evangélicos Protestantes no Brasil | Elizete da Silva
A obra organizada pelos historiadores Elizete da Silva, Lyndon de Araújo Santos e Vasni de Almeida traz à luz uma importante discussão histórica acerca da presença das, por assim dizer, igrejas protestantes reformadas no Brasil, mais nomeadamente anglicanas, luteranas, presbiterianas, batistas, metodistas e congregacionais.
A primeira contribuição das discussões colocadas pelos autores é a importância das leituras por eles levantadas sobre parcela importante da população brasileira – os evangélicos reformados – no campo historiográfico nacional. A renovação historiográfica que alcançou a academia a partir do século passado tem nessa referida obra seu fecundo sinal ao enfocar novos objetos: a religião e a religiosidade dos “crentes”; novos enfoques: a institucionalização das igrejas; e novas preocupações: as questões de gênero, a mídia, a educação. Leia Mais
Protestantismo Ecumênico e Realidade Brasileira: Evangélicos Progressistas em Feira de Santana | Elizete Silva
Investigar a diversidade do mundo protestante não é tarefa fácil para historiadores. É comum encontrar preconceito, por parte das lideranças, contra a própria realização da pesquisa. Prefere-se as efemérides e os registros comemorativos, ao invés da análise histórica, mesmo que compreensiva. Outro problema são as fontes existentes, nem sempre disponibilizadas. Na verdade, boa parte delas foi sequer conservada, sendo comum as igrejas jogarem fora os “papéis velhos” para liberar espaço. Há ainda as grandes divergências internas, as vezes por motivos aparentemente pequenos, só perceptíveis para quem observa de perto o campo evangélico.
Foi o que fez a autora dessa obra, tanto em termos de escolha do movimento pesquisado quanto em termos de escala geográfica. A cidade de Feira de Santana, segundo município em presença populacional e em importância econômica no estado da Bahia, oferece um micro-cosmo para a análise local das tendências históricas mais gerais. O protestantismo brasileiro entrava em sua terceira geração quando buscou fincar raízes sociais e culturais, já não era uma proposta trazida por estrangeiros, e esse é o tema da obra: o protestantismo progressista. Leia Mais