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Las Casas del Alma: Maquetas arquitectónicas de la antigüedad (5.500 a.C./300 d.C.) – Centre de Cultura Contemporània de Barcelona (CA)
CENTRE DE CULTURA CONTEMPORÀNIA DE BARCELONA (Org.). Las Casas del Alma: Maquetas arquitectónicas de la antigüedad (5.500 a.C./300 d.C.). Barcelona: Editora Institut d’Edicions Diputació de Barcelona, 1994; SCHÁVELZON, Daniel. Treinta Siglos de Imágenes: Maquetas y Representaciones de Arquitectura en México y América Central Prehispánica. Buenos Aires: Editora Fundación Cepa, 2004. Resenha de: PESSIS, Anne Marie; MAIOR, Paulo Martin Souto. Clio Arqueológica, Recife, v.26, n.1, 2011.
Autores
No livro Las Casas del Alma: Maquetas arquitectónicas de la antigüedad (5500 a.C./300 d.C.), os artigos foram escritos por vinte e dois autores com formação em Arquitetura, Arqueologia, Engenharia, História, Letras Clássicas, Artes Plásticas e Filosofia. Em comum entre eles, estão os temas de suas teses de doutorado ou das pesquisas realizadas sobre a análise de representações arquitetônicas e urbanas da antiguidade. Em contrapartida, Treinta Siglos de Imágenes foi escrito por Daniel Schávelzon, professor da Universidade de Buenos Aires com formação em Arqueologia.
Estrutura, conteúdo e conceitos
O catálogo da exposição Las Casas del Alma — que ocorreu em 1994 em Barcelona e exibiu miniaturas, relevos, estuques, mosaicos, papiros e pinturas murais de representações arquitetônicas e urbanas — está dividido em duas partes. A primeira contém seis capítulos separados por culturas e áreas geográficas: Maquetas y planos del mundo antiguo occidental; Egipto; Mesopotâmia; Grécia; Roma; e El valor de la antiguedad. A segunda apresenta as fotografias e as fichas descritivas dos vestígios da exposição.
Dos quatorze capítulos do livro Treinta Siglos de Imágenes, os três primeiros são conceituais e introdutórios e os demais onze referem-se às tipologias das representações arquitetônicas relacionadas às áreas geográficas nas quais foram encontradas: Las Maquetas prehispánicas y sus interpretaciones; Imágenes de poblados y su entorno; Las primeras representaciones de la arquitectura; Las maquetas de Mezcala; Las maquetas zapotecas y mixtecas; Teotihuacán: maquetas prefabricadas, dibujos y pinturas murales; Las maquetas de Nayarit, Jalisco y Colima: la imagen de la vida cotidiana; El Oriente de México: maquetas, templos en miniatura, relieves y grabados rupestres; Los mayas y sus diversas formas de representar la arquitectura; La arquitectura pintada en las cerámicas y muros mayas; Las maquetas del altiplano mexicano; Las maquetas aztecas; Las maquetas en Mesoaméricas: hipótesis e interpretación e Las maquetas en Sudamérica.
O catálogo Las casas del Alma diferencia-se de Treinta siglos de Imágenes pela diversidade da formação dos autores e por isso não pode ser visto como um texto unitário.
Dessa forma, Jeam Píer Adam, conhecido por seu livro La Construcion Romana: Materiales y Técnicas, faz um relato sobre as diferentes representações arquitetônicas da antiguidade que podem ter as funções de projeto, místicas e ou até anedóticas.i Golvin e Vergniex reproduzem o santuário do grande templo de Aton, através de um modelo informático em três dimensões, a partir de gravuras nas tumbas de Amarna.ii Wilson, em outro artigo, propõe a utilização das miniaturas como subsídios para se compreender os Dez livros de 197 Arquitetura de Vitruvio.iii E Harth propõe até relações simbólicas com projetos modernista do início do século XX.iv Em contrapartida, Muller evoca o aspecto decorativo e figurativo desses vestígios.v Num enfoque semelhante, Bartoli afirma que as maquetes são modelos inspirados em tipologias reais.vi Dessa forma, e no contexto geral da publicação, os artigos não analisam necessariamente as peças da exposição de 1994. Alguns desses textos são tentativas teóricas e interpretações com conclusões improváveis ou inócuas, especialmente em virtude da falta de subsídios ou de dados arqueológicos mais consistentes.
Comparativamente, Schávelzon adverte no início de seu livro que o acúmulo de hipóteses nos vários trabalhos referenciados impede uma única interpretação das miniaturas e, portanto, tenta estabelecer interpretações específicas para cada cultura.vii Assim, em Puebla, no México, algumas delas seriam modelos de prédios reais. Ou então, no caso olmeca, representariam construções da realeza.viii Caso mais explícito das que se encontraram em Mezcala e que teriam um significado simbólico de morada após a morte.ix Essa é a intenção maior do seu livro: a busca de hipóteses de interpretação dos significados e símbolos desses vestígios arqueológicos.
Em conjunto, os dois livros são válidos na medida em que registram as técnicas, os materiais e a estética das próprias miniaturas das representações arquitetônicas. Valem pelo caráter inventarial. Entretanto, as interpretações e justificativas funcionais são especulações ou suposições que, em alguns casos, carecem de base científica sólida. Mesmo assim, o contraponto geográfico e cronológico dos livros América pré-hispânica (Norte e Central) e o Velho Mundo entre 5.500 a.C. e 300 d.C. (Europa, Norte da África e Mesopotâmia) tornam esses textos complementares e obras de referência para a Arqueologia, uma vez que apresentam algumas tipologias arquitetônicas e urbanas que desapareceram e, portanto, se conhecem apenas através desses vestígios.
Notas
i ADAM, Jeam Pierre. 1994. “Dibujos y maquetas: la concepción arquitectónica antigua”, 25–34.
ii GOLVIN, Jean-Claude, VERGNIEX, Robert. 1994. “Primer análisis para la elaboración de una maqueta electrónica del santuario del gran templo de Atom en Amarna”, 35–40.
iii JONES, Mark Wilson. 1994. “Los procesos del diseño arquitectónico: comprender a Vitruvio a partir de los dibujos y maquetas romanos”, 119–128.
iv HARTH, Carlos Guri. 1994. “Signos de abstracción e imágenes invariantes”, 150–156.
v MULLER, Béatrice. 1994. “Las maquetas arquitectônicas del Próximo Oriente Antíguo: usos y significados”, 54–61.
vi BARTOLI, Gilda. 1994. “Las urna en forma de Cabaña de la protohistoria lacia y etrusca, y sus relaciones con la arquitectura real”, p. 111–118.
vii SCHÁVELZON, 2004: 36.
viii SCHÁVELZON, 2004: 46.
ix SCHÁVELZON, 2004: 77.
Anne Marie Pessis
Paulo Martin Souto Maior
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