Teatro latino-americano contemporâneo: memória e testemunho/Literatura, História e Memória/2022

Querer ofrecer un panorama de las prácticas escénicas latinoamericanas contemporáneas o incluso, más concretamente, del teatro latinoamericano contemporáneo, es a todas luces una empresa abocada al fracaso. La amplitud y variedad de sus territorialidades culturales impide tal cometido o, en el mejor de los casos, nos llevaría al reduccionismo. Dicho esto, podemos señalar que una línea temática y escénica que el teatro latinoamericano contemporáneo frecuenta es la reflexión sobre la memoria y la historia, con inclusión en el teatro más reciente del testimonio y la consecuente liberación del concepto de representación, convirtiendo a este género artístico en un vehículo privilegiado de debate entre la cultura y la poítica y su representación. Por lo demás, la función política del teatro es reivindicada no sólo en su aspecto temático más explícito sino también en relación con el lugar que ocupa el individuo en la sociedad, el cuerpo en el espacio público, la mirada sobre el otro o la exposición a la mirada de los demás. Junto a ello, la metateatralidad, ya presente en los clásicos, cobra en la dramaturgia contemporánea una evidente preponderancia temática y escénica. Leia Mais

1964-2014: Memórias, testemunho e Estado / Fronteiras – Revista Catarinense de História / 2014

O número 24 da revista Fronteiras, a Revista Catarinense de História, traz o Dossiê – 1964-2014: memórias, testemunho e Estado, com discussões produzidas a partir do XV Encontro Estadual de História da ANPUH-SC – “1964-2014: Memórias, Testemunhos e Estado”, ocorrido em agosto de 2014, em Florianópolis. Neste volume, o dossiê apresenta artigos de autores e autoras que se debruçaram, em diferentes perspectivas e enfoques, na temática que envolveu o período militar no Brasil, especialmente no Estado de Santa Catarina; e um relato da Comissão da Verdade em Santa Catarina. Também apresenta artigos de fluxo contínuo e resenhas.

Caroline Jacques Cubas apresenta o artigo Igreja Católica em tempo de ditadura militar: do diálogo à subversão em páginas impressas, onde problematiza os posicionamentos desta instituição religiosa em relação ao regime militar; as representações sociais e políticas observadas em periódicos nacionais entre 1968 e 1979. Reinaldo Lindolfo Lohn, no artigo intitulado Santa Catarina e a ditadura empresarial: o caso da política agrária, nos mostra como a política agrária dos setores vinculados à agropecuária empresarial em Santa Catarina, encontrou meios para impor diretrizes e interesses com a instauração do golpe militar; e analisa o aparelho estatal ao longo das décadas de 1950 e 1960.

O documentário “Que bom te ver viva” é tema de estudos de Arielle Rosa Rodrigues e Mariana Cristina Silva. As autoras analisam questões relacionadas com as memórias de mulheres ex-militantes da esquerda revolucionária brasileira, sobreviventes da tortura física e psicológica sofridas nas prisões da ditadura, entre as décadas de 1960 e 1970; refletem sobre a relação entre história e memória e as experiências traumáticas vividas por mulheres. Segue o tema das mulheres com o artigo Novembrada: as mulheres, o cárcere e as solidariedades, de Marlene de Fáveri. A autora recupera memórias de mulheres que participaram do evento contestatório ao regime militar ocorrido em Florianópolis, em novembro de 1979; mostra parte do cotidiano da prisão, os atos de solidariedade e as resistências, observando as relações de poder e gênero.

Em seguida, o artigo de Luiz Felipe Falcão que traz o título Alegorias da verdade: esboços nas conexões entre História Oral e História do Tempo Presente sobre a resistência à ditadura e o processo de democratização no Brasil nas últimas décadas do século XX. O autor analisa depoimentos de ex-militantes e ativistas das esquerdas brasileiras acerca de suas atividades de resistência ao regime militar, e o processo de democratização; aborda versões dos acontecimentos e reflexões historiográficas para formulações de uma história do Tempo Presente.

Derlei Catarina de Luca apresenta um relato dos trabalhos da Comissão Estadual da Verdade de Santa Catarina, criada para auxiliar a Comissão Nacional da Verdade; o intuito era de examinar e esclarecer as violações de direitos humanos praticadas por motivação exclusivamente política, ocorridas entre 1946 e 1988, no Estado de Santa Catarina. Esta Comissão foi criada por decreto governamental em março de 2013, com o objetivo de efetivar o direito à memória e à verdade histórica. Neste relato, que se intitula A Busca da Verdade, a autora historiciza os trabalhos da Comissão; seus resultados; publiciza nomes de pessoas que estiveram sob a mira do aparato repressivo; as resistências; assassinatos; torturas; e conclui que é “Para que nunca se esqueça. Para que nunca mais aconteça.” Derlei Catarina de Luca é membro da Comissão Estadual da Verdade e militante do Coletivo Catarinense Memória, Verdade, Justiça.

Na seção Artigos, André Souza Martinello e Marcos Fábio Freire Montysuma apresentam o texto intitulado Experiências e percepções ambientais de migrantes japoneses no sul do Brasil nos anos de 1950 a 197; observam, através das memórias destes migrantes, o contato com diferentes configurações geográficas, climáticas e culturais; as adaptações e as diferenciações em relação aos espaços de terra trabalhados. Noutro artigo, com o título “Não deixe o Canto do Morcego acabar”: embates entre preservacionistas e investidores na Praia Brava – Itajaí (SC), Gloria Alejandra Guarnizo Luna mostra as denúncias sobre a ocupação de forma desordenada e a consequente destruição da orla marítima no município de Itajaí, analisando discursos das mídias contemporâneas e os movimentos de resistência da população.

Na seção Resenhas, Waldir José Rampinelli faz uma análise sobre a trilogia de Elio Gaspari, que trata da ditadura militar brasileira: A ditadura envergonhada: as ilusões armadas; A ditadura escancarada: as ilusões armadas, e A ditadura derrotada: o sacerdote e o feiticeiro. Heloísia Nunes dos Santos resenha o livro de Derlei Catarina de Luca, No corpo e na alma; e Daniele Beatriz Manfrini apresenta a obra de Margareth Rago, A aventura de contar-se.

Marlene de Fáveri

Janine Gomes da Silva

Samira Moretto Peruchi

Organizadoras do Dossiê


FÁVERI, Marlene de; SILVA, Janine Gomes da; PERUCHI, Samira Moretto. Apresentação. Fronteiras: Revista catarinense de História. Florianópolis, n.24, 2014. Acessar publicação original [DR]

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