Contending Economic Theories: Neoclassical, Keynesian and Marxian | R. Wolff e S. Resnick

Contending Economic Theories, escrito em sua maior parte pelos professores eméritos de Economia do Massachusetts Institute of Technology Richard Wolff e Stephen Resnick é, na verdade, uma revisão ampliada da discussão desenvolvida em uma obra anterior, de 1987. O livro se apresenta como uma proposta “única e distinta” de comparação entre teorias econômicas. Nesse sentido, um primeiro reparo se mostra necessário, quando os autores vinculam diretamente a microeconomia à economia neoclássica e a macroeconomia ao keynesianismo, deixando em aberto a contribuição do marginalista León Walras à macroeconomia, com sua noção de equilíbrio geral , a qual influenciou não apenas visões agregadas do produto de uma economia, como a elaborada por Wassily Leontief, no início dos anos 1970, mas também a própria concepção das ideias de oferta e demanda agregadas. Leia Mais

Desenvolvimento Econômico: controvérsias em torno de um consenso | Márcio Jorge Porangaba Costa

Leitura fácil, fluente, informativa, didática e interessante por toda a sua extensão. O autor perpassa o histórico do conceito de desenvolvimento econômico desde suas origens, ligadas aos primórdios da Economia Política e às concepções de modernidade, passando pela relação com o subdesenvolvimento e a contribuição da Comissão Econômica Para a América Latina (CEPAL) ao debate, até as teorias ligadas ao neoliberalismo, bem como as que apresentam um contraponto entre desenvolvimento social e desenvolvimento humano e as que simplesmente concebem a idéia de desenvolvimento como um mito. Tal passagem é feita com vários cuidados que constituem, em nosso ver, as virtudes maiores da obra. Leia Mais

O Brasil tem jeito? | A. Ituassu

O título é sedutor. A proposta parece progressista. Entre os textos organizados estão autores como Luiz Gonzaga Belluzzo e Wanderley Guilherme dos Santos. Um transeunte ingênuo na livraria poderia até dizer que a presença de Miriam Leitão, Merval Pereira e Gustavo Franco forneceriam certa pluralidade à proposta dos autores. Se estiver com pressa, e não olhar a orelha do livro que “pretende servir de base para o cidadão nos pleitos que virão”, acaba até levando-o para casa. Confesso a minha desatenção.

Ao começar a folhear o livro em casa, dando-me conta do engodo, tentei me conformar com o argumento de que “afinal, trata-se de uma amostra do pensamento da intelligentsia brasileira”. Pesquisa de campo. No final, a sensação de estar diante de um “museu de grandes novidades” persistiu em uma obra que nada acrescenta ao atual debate sobre a conjuntura brasileira, e, no que visa a propor, comete erros e simplificações grosseiras. Leia Mais

A New Economic History of Argentina | G. Paolera e A. Taylor

O livro se apresenta como uma “homenagem” ao trabalho de Carlos Díaz Alejandro, autor de obras clássicas na historiografia econômica argentina, como… O livro o homenageia na medida em que busca “atualizar” e “expandir” a análise originalmente feita por Alejandro. Foi reunido, no livro de Paolera e Taylor, um grupo de pesquisadores de universidades argentinas, estadunidenses e européias, para a tarefa.

O resultado, como é de praxe numa obra coletiva, revela-se heterogêneo, tanto em sua forma, quanto em seus resultados. A questão da “regressão secular” da economia argentina é revisitada, a nosso ver, de uma maneira ligeiramente inferior à apresentada por Alejandro. Por outro lado, o capítulo sobre os ciclos econômicos argentinos é instigante e quase tão provocativo quanto o trabalho original de Guido di Tella sobre os ciclos decenais argentinos, publicado no final da década de 1960. Leia Mais

Economia Contemporânea em Moçambique: sociedade linhageira, colonialismo, socialismo, liberalismo | Beluce Belucci

O livro, elaborado por um pesquisador que trabalhou por mais de uma década com projetos de desenvolvimento em Moçambique, apresenta um panorama da formação da economia contemporânea do país, cuja inserção na divisão internacional do trabalho, desde a exploração colonial portuguesa, até a guerra de libertação do regime salazarista, passando pela experiência socialista do governo da Frelimo, hoje encontra-se frente ao impasse das exigências de uma “globalização” que possui todas as características de mais uma rodada espoliativa dos países centrais junto à periferia e índices de desenvolvimento humano que revelam que a opção pela liberalização da economia, feita sob a chantagem do Banco Mundial e do F.M.I. na década de 1980, deu-se muito mais como opção política ― inclusive da classe dirigente de Moçambique ― do que uma questão de julgar-se a eficiência ou viabilidade da economia planificada socialista. Leia Mais

China: Infra-estruturas e crescimento econômico | E. Jabbour

Trata-se da dissertação de mestrado do autor, publicada com pequenas alterações de texto e formato. O assunto, a economia chinesa, tem-se mostrado cada vez mais relevante na pauta de assuntos ligados à Economia e à História contemporâneas. O mercado editorial doméstico tem, em concordância com essa demanda, inundado as prateleiras das livrarias especializadas com títulos abordando o desempenho e as razões deste para a China, que adentra o século XXI como um país verdadeiramente emergente no cenário internacional, uma economia interna que mantém as maiores taxas de crescimento mundiais, e um parceiro comercial temido e desejado.

Como em todo boom editorial, a qualidade das obras é bastante heterogênea, com títulos realmente informativos e, por outro lado, livros que, ao refletirem pouco além do senso comum ou de pontos específicos de marketing internacional estadunidense (como no caso das traduções), praticamente deixam o leitor no mesmo lugar de onde o retiraram no início. Seria o caso deste livro? Leia Mais

A Economia das fraudes inocentes: verdades para o nosso tempo | John Kenneth Galbraith

John Kenneth Galbraith pertence a uma geração de economistas que marcou o século XX. Intelectual controverso, escreveu uma vasta obra na qual constam O Novo Estado Industrial e A Era da Incerteza, entre outros. Quase centenário, Galbraith encontra alento para mais um livro: A Economia das fraudes inocentes.

A princípio, o livro parece leve. São apenas 84 páginas, na edição brasileira. Onze capítulos, uma introdução e uma conclusão. Nem um gráfico. Nem uma tabela. Nem um fluxograma. Nenhuma nota de referÍncia [1]. A leitura é fácil, didática, quase sequencial. Parece-se com um livro mais despretensioso da obra de Galbraith (como Economia, Paz e Humor), mas, a certa altura, alto lá! Deparamos com o seguinte trecho:

“O sistema econômico praticado por todos os países economicamente adiantados do mundo e, em formas mais difusas, pelos demais- com exceção da Coréia do Norte, de Cuba e, formalmente, mas não de fato da China- confere o mais alto poder econômico àqueles que dominam as indústrias, os equipamentos e as terras de maior importância (p. 18). ” Leia Mais