A ordem do tempo | Carlo Rovelli

O livro A ordem do tempo foi lançado originalmente em 2017, pelo renomado físico teórico italiano Carlo Rovelli, e traduzido para diversos idiomas. Seus dois livros anteriores, Sete breves lições de física ( Rovelli, 2015 ) e A realidade não é o que parece ( Rovelli, 2017 ), também foram publicados no Brasil, tendo sido o primeiro um bestseller internacional com mais de um milhão de exemplares vendidos, o que configura um fenômeno para um livro de divulgação da física e rendeu ao autor a alcunha de “novo Stephen Hawking”.

Assim como em suas obras literárias anteriores, o objetivo de A ordem do tempo é trazer para o grande público uma análise retrospectiva da compreensão humana a respeito dos mistérios que compõem o tempo, desde um passado remoto até o estado da arte atual. A abordagem metodológica é praticamente a mesma dos livros anteriores: resumir conceitos contemporâneos da ciência, evitar detalhamentos e focar no essencial ( Rovelli, 2015 , 2017 ). Contudo, dada a natureza complexa e densa do tema escolhido, resta a sensação que dificilmente compreenderão a obra, ao menos em sua totalidade, os leitores não familiarizados com os conteúdos acadêmicos do ciclo básico de física comum a diferentes carreiras universitárias (física, química, engenharia, entre outras), assim como aqueles que não possuam conhecimentos prévios de filosofia, epistemologia ou história da ciência. Leia Mais

High Hitler: como o uso de drogas pelo Führer e pelos nazistas ditou o ritmo do Terceiro Reich | Norman Ohler

O livro High Hitler: como o uso de drogas pelo Führer e pelos nazistas ditou o ritmo do Terceiro Reich foi lançado em 2015, pelo romancista, roteirista e jornalista alemão Norman Ohler, e tornou-se imediatamente um bestseller na Alemanha, EUA e Grã-Bretanha, sendo traduzido até o momento para mais de 25 países. Essa é a primeira obra não ficcional do autor, que assume no prólogo que não pretende conceber um ensaio historiográfico, mas sim “uma perspectiva inconvencional e distorcida” ( Ohler, 2017 , p.13).

Embora Ohler tenha se valido de fontes documentais inéditas e valiosas, ao não adotar um procedimento teórico-metodológico mínimo, acaba por fazer afirmativas sem respaldo empírico. A polêmica obra descreve em tons fortes e com linguagem jornalística a necessidade crescente da utilização de estimulantes sintéticos pela sociedade alemã em geral e pela cúpula do Terceiro Reich em particular no período de 1933 a 1945. Além disso, o autor apresenta um amplo panorama no qual aborda historiograficamente a grande importância do segmento industrial químico-farmacêutico alemão na síntese de anfetaminas e “narcóticos que marcaram os acontecimentos no Estado nazista e nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial” ( Ohler, 2017 , p.12). Leia Mais