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Morte, Gênero e Sexualidade/Revista M./2023
Persistir no exercício da pesquisa não é uma tarefa fácil em lugar algum, face todas as demandas de produtividade e os recorrentes impedimentos que enfrentamos em termos de falta de tempo e estrutura, quanto mais em um cenário negacionista como o que nos é familiar, em que tão frequentemente as análises teóricas da cultura e das relações sociais são descartadas como luxo, futilidade ou até mesmo excentricidade acadêmica, como percebemos nos últimos governos brasileiros após o golpe de 2016. Todavia, o desafio se torna sensivelmente maior quando o objeto de pesquisa é percebido como tabu pela maior parte da sociedade – este é, sem sombra de dúvidas, tanto o caso da morte quanto o das reações de gênero, temas comumente tidos como ímãs de controvérsias, questões acerca das quais o melhor (segundo uma parcela conservadora da sociedade) seria “silenciar”. Leia Mais
Formação docente, Gênero e Sexualidade na (e para a) Formação Docente / Formação Docente / 2020.
A Revista Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (RBPFP) – é uma publicação do Grupo de Trabalho Formação de Professores (GT8), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) publicada em parceria da Autêntica Editora. Esta publicação refere-se ao segundo quadrimestre de 2020 – número 24, do volume 12 maio – agosto de 2020.
Este segundo número de 2020 apresenta uma discussão inédita nas páginas da RBPFP – trata-se do dossiê com um tema palpitante abrindo um debate sobre os temas de Gênero e Sexualidade na/para a Formação Docente. Organizado por duas pesquisadoras de renome internacional nos seus respectivos campos de estudos. Margareth Diniz (no campo da Psicanálise e Educação) nossa colega do GT8 e a Dra Ana Guil da Universidade de Sevilla (pesquisadora no campo dos Estudos de Gênero).
Os artigos referentes ao Dossiê que abrem este número conta com a colaboração de colegas da América Latina e Europa e serão apresentados oportunamente no artigo introdutório que contextualizam as temáticas (Gênero e Sexualidade) no campo da Formação Docente da autoria das pesquisadoras convidadas para coordenar o referido Dossiê.
Chamamos a atenção do leitor para este número porque ele traz para dentro do campo de pesquisa sobre a formação do professor, temas com pouca densidade nossos debates e nas pesquisas, os quais vêm recebendo ecos na área mãe – a Educação.
Não se pode dizer que está totalmente ausente, a exemplo disso que se pode indicar esforços aqui e ali da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. A questão de gênero na formação docente foi registrada em um importante livro produzido pelo grupo de Estudos da Faculdade de Educação da USP “Docência, memória e gênero” (1997), do qual participaram as professoras Denice Catani, Belmira Bueno e Cynthia Souza, que se constituiu em material de um mini curso oferecido pelo GT 08 responsável pela RBPFP.
Uma das temáticas entra pela segunda vez em pauta da RBPFP, a primeira veio com esforço da mesma pesquisadora que assina este dossiê, no vol.3, n4 de 2011. Que informava: A profusão de estudos sobre as bases do processo de feminização do magistério, suas implicações na representação social sobre essa categoria e em sua desvalorização no mercado das profissões, assim como as análises sobre a origem social e as discussões em torno do empobrecimento do/a professor/a, têm sido mais consideradas nas propostas oficiais destinadas a formar docentes.
Embora esses aspectos sejam extremamente relevantes, é necessário pensar a formação de professores/as considerando também as diferentes formas pelas quais homens, mulheres, negros, brancos, índios, heterossexuais, homossexuais e indivíduos formados em tradições religiosas diversas experenciam o mundo. Além desses fatores, sua experiência de vida e o modo como se integram e participam da sociedade têm profundas implicações nas formas de ser e agir dos/ as docentes, portanto não se pode desconsiderar as influências dos ambientes socioculturais em que circulam, os bens culturais a que tiveram e têm acesso, enfim, o capital cultural que podem mobilizar no exercício da docência (Diniz, el.al. 2011, p.17).
É importante considerar que ao falar de gênero estamos nos referindo à feminilidades e a masculinidades (sempre no plural) de acordo com Louro (2006) e a potencialidade do conceito talvez resida exatamente nesta noção, a de que se trata de uma construção cultural contínua, sempre inconclusa e relacional, atualmente bastante usual, permitindo-nos avançar das análises binaristas e polarizadoras entre homens e mulheres, buscando interrogar análises das pesquisas no campo da formação docente que, por vezes, reiteram posições hierarquizadoras, cuja polaridade masculina sai em vantagem.
Outro ponto que o dossiê destaca e a busca de inserção dessas categorias conceptuais tais como gênero e sexualidade, tendo em vista sua vertente relacional, pois, estas categorias de forma geral no campo da educação, e, em especial no campo da formação docente, ainda percebemos um ausência destes temas no campo, conforme demonstram as autoras em seu artigo de introdução ao dossiê. Em fim, esperamos que este dossiê, seja para o campo da pesquisa sobre a Formação de Professores (as) um tema provocador e quiçá, desperte jovens pesquisadores para estas temáticas.
Este número conta também com quatro artigos da demanda de submissão geral. Dois internacionais que vem da comunidade acadêmica de Língua Portuguesa. O primeiro da lavra de três colegas da Universidade de Aveiro em Portugal – Jane Machado, Ana Isabel Andrade e Rui Neves que trazem para o debate “Os planos curriculares de cursos em supervisão: um contributo para uma epistemologia da prática” e o segundo dos colegas das universidades de Licurgo e Rovuna em Moçambique. África, Geraldo Deixa e Rosalino Chicote que abordam sobre a formação inicial dos professores no artigo intitulado “A influência da indução de professores principiantes na qualidade de ensino no 1º grau do Ensino Básico em Moçambique”.
Na sequência se publica dois artigos nacionais também de demanda geral: um da região sul, de Suelen A.
Felicetti e Irinéa de Lourdes Batista, colegas de Universidade Estadual de Londrina (UEL), sobre a formação de professores para a educação inclusiva de alunos com deficiências. Um artigo de revisão na literatura. E por último, contamos com um artigo de professoras da Universidade Federal do Ceará sobre a “Docência na educação infantil: Diálogo entre Filosofia e Pscicomotricidade relacional” da lavra das professoras Rosalina R.A Morais; Silvana M.S.Morais e Ana M.M.C Frota.
Esperamos que este número que ora apresentamos da Formação Docente –Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores, seja relevante para o debate no campo, e possibilite a reflexão para os investigadores que atuam pesquisando sobre a Formação de Professores na América Latina.
Agradecemos atenção do leitor e o convidamos à leitura.
Referências
DINIZ, Margareth. A formação e a condição docente num contexto de complexidade e diversidade. In. Revista Brasileira de Pesquisa sobre a Formação de Professores. Belo Horizonte, v. 03, n. 04, p. 13-22, jan./jul. 2011.
REVISTA BRASILEIRA DE PESQUISA SOBRE FORMAÇÃODE PROFESSORES. volume 3., n.4. Belo Horizonte, 2011.
CATANI. D.B.; BUENO, B.O.; SOUSA, C.P.; SOUZA, MCCC. Docência, Memória e Gênero. Estudos sobre a formação. São Paulo. Ed. Escrituras, 1997.
José Rubens Lima Jardilino – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil.
JARDINLINO, José Rubens lima. Apresentação. Formação Docente. Belo Horizonte, v. 12, n. 24, p. 9-12, mai./ago. 2020. Acessar publicação original [IF]
Corpo, gênero e sexualidade no Caribe / Revista Brasileira do Caribe / 2017
Corpo – gênero – sexualidade no Caribe / Revista Brasileira do Caribe / 2017
O corpo é a expressão material e biológica da existência humana. Mas haveria um corpo material preexistente à experiência cultural? Na tradição ocidental há muito tempo cristalizou-se a ideia essencialista de um binarismo corpo/alma, corpo/espírito, corpo/mente, natureza/cultura. Entretanto, é impossível pensar o ser humano separado da cultura. Nesse sentido, o corpo não pode ser separado da cultura, em uma preexistência, como algo já dado em que se inscreve a experiência social e cultural. Portanto, o corpo é um produto histórico e cultural, e também produtor de cultura, status, identidades e sexualidades.
Se admitirmos que o corpo seja produto e produtor de identidades, então as identidades de gênero são mesmo performances sociais contínuas, nem verdadeiras ou falsas, nem reais ou aparentes, nem originais ou derivadas. Por conseguinte, as sexualidades também constituem disposições, representações e práticas voltadas para a experiência do desejo que contribuem na formação das identidades de gênero e de outra ordem. Por outro lado, a sexualidade também pode ser vista como um dispositivo normativo para controle da dissipação das energias, para o estabelecimento de normas e valores, enfim, para o controle e a docilidade dos corpos.
O trinômio corpo, gênero e sexualidade como produto e produtor das experiências culturais, históricas, políticas e sociais, tem produzido relações de poder em que o masculinismo e a heterossexualidade aparecem como hegemônicos e naturalizados, muitas vezes, marginalizando, excluindo, perseguindo e silenciando outras formas identidárias de gênero e de sexualidade.
Por essas razões, foi organizado para este número da Revista Brasileira do Caribe, um dossiê intitulado “Corpo, gênero e sexualidade no Caribe”, com o objetivo de debater as experiências históricas, artísticas, políticas e sociais dessas três categorias no Caribe. Como corpo, gênero e sexualidade se articulam no Caribe para formar identidades, relações de poder, desejo? O dossiê se inicia com o artigo “El amor en tiempos de Sidentidades: eros y thanatos en las “autohistorias” de Pedro Lemebel y Reinaldo Arenas” de Massimiliano Carta. Nesse artigo, Carta analisa como a obra de Reinaldo Arenas e Pedro Lemebel, no contexto sanitarista da pandemia da AIDS, nos EUA do final do século passado. O texto aborda a questão do amor, da morte, das identidades latino-americanas e LGBTQI (Lésbica, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queers e Intersexuais) na formação de identidades, mais especificamente as sidentidades proposta por Llamas.
O segundo artigo, “La metáfora de la libertad: el discurso del cuerpo en la literatura de Zoé Valdés” de Brigida Pastor trata de uma análise do romance La nada cotidiana da escritora cubana exilada em Paris, Zoé Valdés. Pastor aborda em seu artigo o uso da linguagem do corpo utilizada pela escritora Zoé Valdés como instrumento e “estratégia feminina/feminista” de resistência da mulher a qualquer forma de repressão.
O terceiro artigo, “Big Bang o el uso de los cuerpos en la poesía de Severo Sarduy”, de Denise León, trata da obra Big Bang de Severo Sarduy, que explora em sua poesia a divulgação científica, restos literários em uma linguagem minimalista, bem como o papel dos corpos no universo do desejo erótico e sua ambígua trajetória, onde o importante é ter algo ou alguém a quem desejar. São corpos que, nas palavras de León, se quebram sem limites e se abrem em infinita expansão.
No artigo “Corpo e negritude no discurso do rap cubano e do rap brasileiro: diálogos (d)e resistência”, Yanelys Abreu Babi analisa, por meio da análise de discurso de Pêcheux, como as condições de produção, formação ideológica e formação discursiva são usadas na construção de sentidos em torno do corpo negro. Para tanto, o artigo analisa seis letras de rap, compostas por rappers negros de Havana e São Paulo no período entre 2000-2012.
O artigo de Clara Heibron trata da representação da mulher Mokaná. A autora reúne na sua análise uma documentação variada constituída por crônicas, imagens do artesanato local que evidencia o constituir feminino na comunidade Mokaná, especialmente, da mulher mohana, a mulher guerreira.
A seção Outros Artigos abre-se com o artigo “Legal and Extra-Legal Measures of Labor Exploitation: Work, Workers and Socio-Racial Control in Spanish Colonial Puerto Rico, c. 1500-1850” de Jorge Chinea. O artigo analisa e debate a conexão entre trabalho, regimes de trabalho e o desenvolvimento da colônia espanhola de Porto Rico de 1500 até a metade do século XIX, em que os exploradores buscaram extrair o máximo de trabalho da população alvo ao mínimo custo possível para reduzir despesas operacionais e maximizar os lucros em seus empreendimentos de mineração, criação de gado e agricultura, bem como controlar essa população.
O artigo “Convenios laborales de las personas de origen africano y afrodescendientes en el valle de Toluca, siglos XVI y XVII”, de Georgina Flores, Maria Guadalupe Zárate Barrios e Brenda Jaqueline Montes de Oca, também trata da temática do trabalho. Com base na documentação histórica do Arquivo Geral de Notarías do Estado do México as autoras debatem parte da história laboral de homens e mulheres africanos e afrodescendentes que habitaram o vale de Toluca durante o período colonial. O artigo apresenta a forma na qual os escravos alcançaram a liberdade, as atividades realizadas, as relações sociais e econômicas entre os grupos étnicos, os contratos laborais pactuados entre indivíduos de diferentes qualidades etc.
Por sua vez, no seu artigo, “A Revolução Cubana e o perfil ideológico do Movimento 26 de Julho”, Rafael Saddi analisa o perfil ideológico do Movimento 26 de Julho na luta contra a ditadura de Fulgêncio Batista e algumas de suas consequências para a Revolução Cubana após a tomada do poder.
Fechando a seção de outros artigos, “Bob Marley: memórias, narrativas e paradoxos de um mito polissêmico”, de Danilo Rabelo, debate por meio da biografia de Marley as várias representações e discursos elaborados sobre Bob Marley durante sua vida e após a sua morte, estabelecendo significados, apropriações, estratégias políticas e interesses em jogo, bem como as contradições e paradoxos da sociedade jamaicana quanto ao uso das imagens elaboradas sobre o cantor.
Por último, a resenha sobre a obra de Elzbieta Sklodowska “Invento, luego resisto: El Período Especial en Cuba como experiencia y metáfora (1990-2015)” de Marcos Antonio da Silva. O autor nos convida a ler essa importante obra sobre a História do tempo presente em Cuba e as grandes mudanças do fim de século após o desaparecimento do campo socialista e os reflexos dessas transformações no cenário social e cultural da ilha caribenha.
Na oportunidade, agradecemos aos autores e autoras que contribuíram para a publicação deste fascículo e desejamos aos nossos leitores e leitoras uma ótima e proveitosa leitura.
Danilo Rabelo Isabel Ibarra
RABELO, Danilo; IBARRA, Isabel. Corpo, gênero e sexualidade no Caribe. Revista Brasileira do Caribe, São Luís, v.18, n.35, jul./dez. 2017. Acessar publicação original. [IF].
Corpo, gênero e sexualidade | Outras Fronteiras | 2017
Neste dossiê nossa proposta foi estabelecer uma ampla reflexão acerca do diálogo da história e as demais ciências, buscando dar visibilidade a uma temática que por muitas vezes foi negligenciada dos estudos acadêmicos: o corpo, a sexualidade e gênero. Busca-se, nesse sentido, uma discussão problematizadora das múltiplas relações que em nossa sociedade estabelecemos com o corpo, com a sexualidade e com o gênero, ora libertadora, ora excludente, às vezes anunciadoras de outras formas de existência e por muitas vezes assujeitadas a formas inauditas de violência física e simbólica.
Em, História do corpo2 , obra coletiva organizada por Georges Vigarelo, Alain Corbin e de Jean Jacques Courtine já vislumbrava estudos sobre a historicidade de problemas referentes às formas de controle e domesticação do corpo, às relações dissimétricas de poder que constrói assujeitamentos, às formas de sensibilidade para as quais o corpo é educado, para a percepção de que normas e preceitos sexuais são culturalmente construídos, o que, por fim, lançava luz questões políticas sobre as formas de coações e de luta pela conquista da posse do corpo, dos desejos, dos prazeres etc., o que curiosamente nos lança a olhar atentamente para nós mesmos, para uma relação de si consigo mesmo, pois a parte mais material de nossa existência que é o corpo, é a menos percebida. Leia Mais
Gênero e Sexualidade | Temporalidades | 2015
“É que o saber não é feito para compreender, ele é feito para cortar”
Michel Foucault
Não é demais insistir sobre a importância que os estudos do gênero e da sexualidade adquiriram nas últimas décadas, no Brasil e no mundo, nem é demais destacar que o sucesso dos instigantes trabalhos desenvolvidos nas universidades e em diferentes centros de pesquisa e educação respondem, sem dúvida alguma, a necessidades crescentes suscitadas pelas profundas transformações nos modos de vida, na produção das subjetividades, nas formas da sociabilidade e no imaginário cultural, na contemporaneidade.
Em nosso país, em especial, essas mudanças podem ser facilmente constatadas na maneira pela qual as mulheres se autonomizaram em grande parte, conquistaram o espaço público, questionaram a arraigada “ideologia da domesticidade” e o confinamento na esfera familiar e privada, o que também se evidencia na maneira como têm alcançado importantes postos de direção em várias frentes, demostrando enorme capacidade criativa e de gestão. Essas transformações também podem ser percebidas nas próprias definições da masculinidade construídas pelos jovens – e não apenas por eles -, que trazem novos modos de existir masculinamente e reinventam a cultura masculina, e ainda, na visibilidade que os grupos gays, lésbicos, transgêneros, entre outros, com suas demandas e inquietações têm adquirido ao longo das últimas décadas, em sua luta para desfazer oposições binárias que cristalizam identidades sexuais e normatizam o comportamento de todos e todas, enfim, em sua luta para viver sem terem de renunciar a si mesmos. Leia Mais
História, Gênero e Sexualidade: Abordagens Interdisciplinares / História, Histórias / 2015
“História, Gênero e Sexualidade: Abordagens Interdisciplinares” é o título deste dossiê. Nos tempos atuais, constitui-se em grande valentia publicar tal edição. Vivemos em tempos de retrocesso político e social em que falas e atos comprometem o estado democrático de direitos civis. O debate teórico proposto aqui visa reunir pesquisadoras e pesquisadores dos estudos de gênero que discutem questões que envolvem poderes sociais, políticos, econômicos e culturais, suas disputas e efeitos sobre os corpos, as subjetividades, os comportamentos sexuais e as relações de gênero. As diferenças e hierarquias entre o masculino e o feminino, produzidas historicamente através de jogos de significação e de relações de poder, marcam as desigualdades nas relações de gênero e as possibilidades de inserção e interdição dos indivíduos na vida social. Assim, este dossiê busca de maneira interdisciplinar articular pesquisas e reflexões preocupadas com as construções das sexualidades, das masculinidades e das feminilidades na história, a fim de desvelar os seus processos de difusão, construção e funcionamento, e os poderes que atravessam e mantêmessas construções.
O primeiro artigo desse dossiê, de autoriadeNatanael de Freitas Silva (UFRRJ), apresenta reflexões sobre a necessidade de investigarmos, no campo da história, as experiências de masculinidades e suas implicações em uma política de gênero. Desse modo, à luz dos estudos de Richard Miskolci e Albuquerque Júnior, o autor tece algumas considerações sobre o estudo das masculinidades e discute a articulação de uma histórica concepção de masculinidade na elaboração de projetos de poder engendrados em fins doséculoXIX e início do XX.
Já o segundo artigo, de Pollyana Dourado (UFG) e Ana Carolina Eiras Coelho Soares (UFG), apresenta uma análise das representações do feminino e dos mitos construídos sobre a Amazônia na minissérie “Amazônia –de Galvez a Chico Mendes”.
Ao abordar temas relativos à homossexualidade e à heterossexualidade compulsória, o terceiro artigo, de Elias Veras (UFSC) e Oscar Andreu (Universidad de Barcelona), analisa a invenção do estigma travesti no Brasil, destacando sua construção discursiva na mídia, especialmente em enunciados produzidos em Fortaleza (Ceará),nos anos de 1980. Seus olhares são precisos ao sugerir o quanto as representações dominantes constituídas pelos modelos de masculino e feminino encontram-se fragilizadas com a emergência de imagens e sentidos ancorados na experiência travesti.
do envelhecimento, da memória e das condutas homossexuaisna região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, nas cidades de Corumbá e Ladário,nas cercanias da fronteira com a Bolívia.
Ao adentrar nos arquivos da Polícia Militar, Andrea Schactae (UEPG), no sexto artigo, propõe uma reflexão sobre as feminilidades e masculinidades na Polícia Militar do Paraná, através de um estudo de caso de transgressão disciplinar praticado por uma agente da Polícia Feminina e por um oficial da PMPR, em 1979.
No sétimo artigo, Marilia Rodrigues de Oliveira (PUC-RIO) discute “narrativas de crimes” presentes na imprensa carioca da Primeira República, com o objetivo de mostrar como os jornalistas lançavam mão de uma gramática emocional e de uma estética melodramática para criarem diferentes representações de gênero que transgrediam e reiteravam padrões normativos de moralidade até então considerados bem definidos.
Lindsay Jemima Cresto (UTFPR) e Marinês Ribeiro Dos Santos (UTFPR), no oitavo artigo, discutem as representações de gênero na decoração de interioresdomésticos. Analisando um blog de decoração (Homens da Casa) voltado para um público masculino, as autoras observam como os textos eimagensque circulam nesse blog estão carregadosderepresentações de feminilidade e masculinidade que reforçam os estereótipos e desigualdades de gênero em nossa sociedade.
O nono e último artigo do dossiê, de Caetana de Andrade Martins Pereira (UnB), analisa o modo como a feminilidade é construída na revista Jornal das Moças,nos anos 1960, destacando o seu funcionamento como uma “tecnologia de gênero”, heteronormativa e racializada.
Os estudos de gênero adquirem novos contornos frente à insuficiência e às críticas em abordagens discursivas que não consideramas persistências das desigualdades entremulheres e homens,e que tratam a heterossexualidade, assim como a feminilidade e a masculinidade como dados biológicos e naturais. Os estudos de gênero não podem ser vistos apenas como sinônimos de estudos sobre as mulheres. Em volta do termo há o reconhecimento do caráter relacional e de sua constituição histórica, social e cultural, além de instâncias de poder que atribuem valores e características às subjetividades e às relações entre os sexos. Nesse sentido, os estudos feministas trazem importantes contribuições ao abordar o gênero como uma categoria que se relaciona com outros marcadores de diferenças (classe, raça, etnia, religião, idade, nacionalidade, orientação sexual, etc.) na constituição das subjetividades e experiências e, desse modo, buscam problematizar e desnaturalizar as concepções de sexo/gênero fundadas em preceitos universais e essencialistas.
As diferenças são históricas e socialmente forjadas e construídas. Portanto, as sensibilidades, comportamentos, valores, organizações e posicionamentos sociais dos indivíduos são construções. Nesse sentido, gênero, como categoria de análise, pode também contribuir no enriquecimento da historiografia, colocando em debate as verdades, convicções e poderes em torno de discursos e práticas baseados na existência de uma natureza humana imutável que rege as ações e pensamentos de homens e mulheres na história.
Não somos universais. Somos compostos da mesma matéria que as nuvens. Clivados, densos, leves e únicos: somos históricos. Esperamos que as leitorase os leitores desfrutem e se inspirem com esse dossiê.
Goiânia, 06 de agosto de 2015.
Profa. Dra. Ana Carolina Eiras Coelho Soares (UFG)
ORGANIZADORA
Relações de Gênero, Sexualidade & Cinema | ArtCultura | 2015
Ensaiar a explicação de uma obra é, sobretudo, saber e confessar o quanto ela nos atravessou, quanto ela nos ajuda a reconhecermo-nos através dela.
Octávio Paz
Este dossiê, idealizado e concebido a seis mãos, é fruto de uma paixão e uma fantasia partilhada. Um paixão pela magia embriagante do cinema, pelas ilusões diegéticas da narrativa e sua visualidade, pelas multidimensões sensoriais de sua operacionalidade maquínica no seio de diversas e diferentes culturas visuais, pela potencialidade de intervenção crítica no seio das práticas culturais das cidades, das mais distintas localidades, do modo fugidio como as imagens escapam das fronteiras pré-estabelecidas dos gêneros (cinematográficos), dos limites das produções (censuras, verbas, gramática, tecnologias), da forma dramática como os vários modos de se produzir um filme (dos clássicos à videoarte) marcam imaginários e imaginações.
A fantasia, nos termos como bem a colocou Joan Scott1 , é de transformar este conjunto de textos num amálgama de leituras que extrapolem a crítica por si mesma e invista no elo entre o saber e a confissão (conforme Octávio Paz), ou seja, o ato poético de entender e tensionar obras e práticas filmográficas, de diferentes idiomas e gramáticas, naquilo que elas têm de táteis, isto é, no seu poder de nos tocar ainda que tenham sido parte de um passado do qual jamais faremos parte. O ontem que vive hoje como aprendizado estético e político, mas também como estopim para autodescentramento e autodistanciamento, que nos faça ver nosso hoje com a alteridade crítica que ele requer. Nesse sentido, a fantasia de ir a diferentes países (Índia, Nicarágua, Guiné, Estados Unidos, México, Inglaterra), trespassando, interligando vozes (femininas, feministas, queer) que ousem dialogar ao mesmo tempo com formas de ver e entender dos que criam a maquinaria artística e a engrenagem da indústria cinematográfica e dos que se dispuseram e se dispõem a pensar os impactos e as atuações, enfim, os efeitos subjetivos e microfísicos desta usina de produções de sentidos, significados, emoções e racionalidades. Leia Mais
Gênero e Sexualidade / Em Tempo de Histórias / 2014
Entre nós, cotidianamente, faz-se presentes questões de gênero e sexualidade. Debates acerca dos discursos construídos e instituídos sobre os papeis desempenhados na nossa sociedade a partir das ideias de gênero e sexualidade, estão, cada vez mais, presentes de forma múltipla e diferenciada, e são discutidas, rotineiramente, em jornais, artigos, revistas e demais meios midiáticos, fazendo-se, assim, um tema de amplo debate tanto no meio social quanto acadêmico.
Entre os historiadores, os debates sobre o papel desempenhado pelas relações de gênero expandiram-se e ganharam força mediante a sua abertura para novos objetos e temas de pesquisa, o que se deu a partir das análises interdisciplinares que têm ganhado espaço nas últimas décadas. Compreender e analisar os diversos discursos construídos sobre o gênero e a sexualidade, permite aos pesquisadores observar as experiências históricas sob novos olhares e questionamentos, inserindo, de vez, as questões de gênero, em toda sua complexidade, dentro do métier do historiador atual.
Este novo número da Em Tempo de Histórias apresenta o Dossiê Temático “Gênero e Sexualidade”, o qual tem por objetivo problematizar as relações entre os debates acerca de gênero, sexualidade e historiografia. Busca-se, neste sentido, ampliar os horizontes de análise do historiador, dirigindo o seu olhar para um dos temas mais suscitados na sociedade contemporânea, apreendendo-se, assim, a correlação tão necessária entre estas três áreas do saber. Neste sentido, este Dossiê traz contribuições significativas que apresentam e discutem as imbricações entre questões de gênero e pesquisa histórica, abarcando interesses e temas de pesquisas atuais.
Dentre os artigos que compõem este Dossiê são abordados debates que envolvem as discussões sobre gênero e o discurso literário, a exemplo do artigo de Márcia Medeiros e Tânia Zimmermann, ou ainda, os debates voltados para a questão de gênero, tomando-se por base dados iconográficos, como no artigo de Humberto Araújo. Estão ainda presentes outras discussões, como a análise das práticas sociais e culturais, a partir das questões de gênero, nos movimentos artísticos da década de 1960 no Brasil, conforme apresentada por Andrea Beatriz Wozniak- Giménez, e a interessante relação entre gênero e história oral presente no artigo de Ilsyane do Rocio Kmitta e André Cândido da Silva. É bastante ampla e significativa a multiplicidade de questões presentes em outros artigos deste Dossiê, os quais perpassam o diálogo com a historiografia política, intelectual e cultural em suas diversas questões e possibilidades.
Este novo número apresenta também uma seção livre de artigos. Nesta seção são apresentados trabalhos com temáticas variadas, os quais abrangem diferentes temas de pesquisa e questionamentos. Questões relevantes como as suscitadas nos debates sobre os discursos construídos acerca da independência do Brasil e o ensino de história nas escolas, a título de exemplo, são apresentadas e debatidas no artigo de Joyce Karla Pereira. Portanto, este novo número traz aos leitores uma plêiade de artigos que, em seu conjunto e variedade, busca fomentar e enriquecer os debates historiográficos em voga na Academia nos últimos tempos, colaborando com o desenvolvimento de novos temas de pesquisa na área.
Aproveitamos para agradecer àqueles que contribuíram para este novo número de Em Tempo de Histórias. Desejamos uma boa e instigante leitura!
Diogo D’Angelo de Araujo Roriz
Walkíria Oliveira Silva
Universidade de Brasília
História, gênero e sexualidade / Nearco – Revista Eletrônica de Antiguidade / 2011
O texto do historiógrafo romano Tito Lívio, Ab Urbe Condita, é conhecido por sua extensão e pelo detalhismo de sua narrativa, a qual descreve em minúcias as batalhas lutadas pelos fundadores da cidade de Roma e pelos seus cônsules.
No livro XXXIX, contudo, percebe-se uma mudança de tema. Não que os detalhes tenham diminuídos – eles estão lá, presentes, ajudando a compor o enredo de seu autor. Todavia, sem fugir à sua pretensão de narrar a história pátria, Lívio quase compôs um suspense que prende a atenção do seu leitor até seu desenlace final.
Tito Lívio escrevia sobre a década de 180 AEC, plena fase de expansão militar que levaria a dominação latina a circundar todo o Mediterrâneo, e nos introduz ao contexto daquela sociedade: decaída por causa da ostentação importada. “O luxo das nações estrangeiras penetrou em Roma na esteira do exército da Ásia: foi ele quem introduziu na cidade os leitos adornados de bronze, os tapetes preciosos, os véus e os tecidos delicados” [2]. Junto com os tapetes e tecidos finos, chegaram do Oriente bens imateriais, como novas religiões, uma das quais apresentou ao cônsul seu problema quando bateu em sua porta um rapaz chamado Públio Ebúcio, “filho de um cavaleiro romano, tendo perdido o pai e, em seguida, os tutores, fora educado pela mãe, Durônia, e pelo segundo marido desta, Tito Semprônio Rútilo (…) que desempenhara a tutela de modo a não poder de forma alguma prestar contas, procurava desfazer-se do pupilo ou mantê-lo sob sua dependência por meio de um laço suficientemente forte. A única forma de corrompê-lo seria iniciá-lo nas bacanais” [3].
Em conluio com o marido, a mãe do jovem Ebúcio pediu-lhe que se mantivesse casto por alguns dias, para que pudesse iniciá-lo nos cultos báquicos em resposta a uma promessa feita, levantando suspeitas numa outra personagem, Híspala, “uma cortesã famosa, liberta (…) muito acima do ofício que desempenhara quando escrava e no qual, após sua manumissão, persistira por necessidade” [4]. Esta ex-escrava, vizinha do jovem, era sua amante, teve um acesso histérico quando soube dos planos de Durônia e relatou o que vira, quando jovem, numa dessas cerimônias de iniciação: festins orgiásticos com toda sorte de obscenidades, inclusive o estupro de jovens rapazes, cujos gritos eram abafados pelos sons de instrumentos musicais.
Tivesse o jovem acedido ao desejo materno e participado de tais rituais, estaria desonrado para o resto da vida e não poderia livrar-se da influência do padrasto – não se concebia um cidadão romano que tivesse representado, já adulto, o papel passivo numa relação sexual.
Vários são os primas através dos quais o historiador pode abordar este trecho do Ab Urbe Condita – o econômico (a disputa pelos bens de um herdeiro endinheirado); o jurídico (os direitos de tutelagem, por exemplo, estabelecidos já na Lei das XII Tábuas); da política (o cônsul e seu papel na administração da cidade) ou da cultura (a inserção de práticas helenísticas no contexto romano). A todos estes, porém, podemos acrescentar pelo menos mais um: a história do corpo. Nas palavras de Peter Gay:
“O historiador profissional tem sido sempre um psicólogo (…) ele opera com uma teoria sobre a natureza humana; atribui motivos, estuda paixões, analisa irracionalidades e constrói o seu trabalho a partir da convicção tácita de que os seres humanos exibem algumas características estáveis e discerníveis, alguns modos predizíveis, ou pelo menos decifráveis, de lidar com as suas experiências. (…) No início da década de 40, Marc Bloch assinalou a obrigação do historiador de explorar o que chamou de ‘as necessidades secretas do coração’ dos homens” [5].
O corpo e suas interpretações sociais: eis o campo onde os estudos transdisciplinares vêm inserindo o conhecimento históricos nas últimas décadas. O corpo, “o ausente da linguagem, o local do desejo e da infelicidade (…) e os historiadores, renovando os votos de Michelet, partiram para a pesquisa da própria vida (…), a ‘carne e o sangue da história” [6]
O corpo, e como consequência as relações entre os seres humanos, foi desnaturalizado. Não é um dado inquestionável. É, antes, o local primeiro da escrita da história, pois as percepções de gênero são “desenvolvidas e alimentadas por diversos mecanismos do meio social” [7], e tais locais são, claramente, objeto do olhar historiográfico.
No exemplo liviano que dá início a esse texto, diversos locais de produção da história são inscritos no corpo dos seus personagens, “sede do desejo, ele fundamenta a expressão desse desejo. Toda palavra é desejo, toda palavra vem do corpo” [8]. A mãe que, apaixonada, permite-se agir contra o próprio filho em prol do companheiro; a amante que, mais uma vez movida pelo desejo, revela ao jovem Ebúcio os horrores do culto báquico (e o faz rompendo o voto de silêncio imposto a todos os participantes).
A honra de Ebúcio, e sua manutenção o permitiria assumir em breve a herança legada pelo pai, é o foco central dessa narrativa. Sim, o jovem mantinha relações com uma cortesã; todavia, ressalta Lívio: “a vizinhança ensejara relações (…) que não prejudicavam a reputação do jovem” [9]; o verdadeiro risco residia na perspectiva de representar o papel passivo numa relação homossexual: “terríveis bramidos, ruídos de instrumentos, sons de címbalos e tímpanos afogavam os gritos do pudor ultrajado (…) de início suportaria todas as infâmias e depois as exerceria contra outros” [10]. Tais situações requerem “respostas inovadoras” daquele que a elas se achega para produzir História, e neste sentido “não só o gênero é visto como uma construção cultural, mas também o sexo” [11]. Ou nas palavras de Olwen Hufton, “uma gender history que se interessa pelo processo de definição tanto do masculino como do feminino” [12].
O debate sobre diferentes papeis sociais é questão central, não apenas da academia, mas da sociedade como um todo, e o conhecimento histórico não poderia abster-se de tal debate. Para Jonathan Ned Katz [13], é tema essencial e bastante debatido nas relações humanas, enquanto Michel de Certeau [14], ao abordar o lugar da História e do historiador na sociedade, afirma que não se pode isolar os pensadores do espaço em que vivem; antes, eles devem imiscuir-se no meio social sentir as preocupações e opressões de seu tempo, e produzir trabalhos que representem a sociedade na qual estão inseridos, numa epistemologia da história comprometida com o contexto social que a gerou.
Notas
2. LÍVIO, Tito. Ab Urbe Condita Libri, vol. V, livro XXXIX, cap. 6. São Paulo: Paumape, 1990, , p. 284, 285.
3. LÍVIO, Tito. Ab Urbe Condita Libri, vol. V, livro XXXIX, cap. 9. São Paulo: Paumape, 1990, p. 287.
4. LÍVIO, Tito. Ab Urbe Condita Libri, vol. V, livro XXXIX, cap. 9. São Paulo: Paumape, 1990, p. 288.
5. GAY, Peter. Freud para historiadores. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p. 25, 26.
6. REVEL, Jacques; PETER, Jean-Pierre. O Corpo. IN LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. Novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976, p.141.
7. SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005, p. 168.
8.REVEL, Jacques; PETER, Jean-Pierre. O Corpo. IN LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. Novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976, p.145.
9. LÍVIO, Tito. Ab Urbe Condita Libri, vol. V, livro XXXIX, cap. 10, p. 288. São Paulo: Paumape, 1990.
10. LÍVIO, Tito. Ab Urbe Condita Libri, vol. V, livro XXXIX, cap. 10, p. 289. São Paulo: Paumape, 1990.
11. SILVA, Andreia Cristina Lopes Frazão da. Aproximações historiográficas ao medievo: teorias, métodos e técnicas da História das mulheres e dos estudos de gênero. In ZIERER, Adriana; XIMENDES, Carlos Alberto. História Antiga e Medieval: cultura e ensino. São Luís: Editora UEMA, 2009, p. 99.
12. HUFTON, Olwen. Mulheres/Homens: uma questão subversiva. In BOUTIER, Jean; JULIA, Dominique. Passados recompostos: campos e canteiros da História. Rio de Janeiro: UFRJ, FGV, 1998, p. 247.
13. KATZ, Jonathan Ned. A invenção da heterossexualidade. Rio de Janeiro; Ediouro, 1996.
14. CERTEAU, Michel de. A operação histórica. In LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre. História: novos problemas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1976, p. 17-48.
José Maria Gomes de Souza Neto – Professor de História Antiga de Universidade de Pernambuco.
SOUZA NETO, José Maria Gomes de. A honra de Ebúcio: história, gênero e sexualidade. Nearco – Revista Eletrônica de Antiguidade, Rio de Janeiro, v.4, n.2, p.6-10, 2011. Acessar publicação original [IF].
Acessar dossiê [DR]