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Ensino de História / Fronteiras – Revista Catarinense de História / 2015
O número 25 da revista Fronteiras, a Revista Catarinense de História, traz o Dossiê Ensino de História como um convite à reflexão de profissionais dos diferentes níveis de ensino e acadêmcios que acreditam, buscam e fazem do seu oficio uma luta constante por formas diferenciadas de apreneder e ensinar História para além das velhas formas canômicas.
Neste número apresentamos artigos que tratam deste tema produzidos por graduandos / as em História a professores / as que possuem larga experiência como docentes tanto no ensino básico como no superior.
No artigo Educar para o “são patriotismo”: o ensino de História e a Educação Primária catarinense nas décadas de 1910-1930 as autoras de Luiza Pinheiro Ferber e Cristiani Bereta da Silva discutem “a seleção de saberes históricos para a Educação Primária catarinense nas primeiras décadas do século XX, destacando-se seus usos e atribuições de finalidades para a conformação de sujeitos patrióticos”. A partir da análise dos programas de ensino e relatórios das primeiras décadas do século XX problematizou-se os saberes selecionados para serem estudados nos Grupos Escolares e nas Escolas Isoladas. Segundo as autoras estes materiais “serão analisados como documentos / monumentos, percebidos como instrumentos de poder, cujos discursos não têm relação direta com as práticas que designa, mas que informam representações de práticas que possuíam razões, códigos, finalidades e destinatários específicos que dão a ler e interpretar as marcas e interesses sociais de um determinado tempo”.
O segundo artigo também trata da história no ensino inicial, só que na atualidade e em uma escola na cidade de Parintins / Amazonas. Maria Aparecida Batista Pereira e Clarice Bianchezzi no artigo intitulado O Ensino de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: desafios e possibilidades em uma escola municipal de Parintins / Amazonas apresentam o resultado de uma pesquisa desenvolvida na Escola Municipal “Santa Luzia” do Macurany – Parintins-AM, no qual tinham como objetivo identificar como o Ensino de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental está sendo desenvolvido.
Jean Carlos Moreno e Sabrina Felício de Souza contribuem para este dossiê com o artigo Consciência histórica: uma proposta a partir das representações da identidade afro-brasileira na produção teatral no qual traz uma proposta de utilização, na aprendizagem escolar da História, de peças teatrais que colocaram em evidência a questão afro-brasileira no século XX. A partir das peças teatrais Sortilégio II: mistério negro de Zumbi redivivo (1951; 1979) e Arena Conta Zumbi (1965) é discutido questões referentes a Didática da História, a subjetividade dos estudantes e a ressignificação dos discursos identitários brasileiros.
O artigo Forma escolar e os manuais de didática da História no Brasil de Osvaldo Rodrigues Junior “discute as aproximações entre a forma escolar e os manuais de Didática da História destinados a professores no Brasil.” A partir da discussão desenvolvida por Vincent, Lahire e Thin (2001) o autor buscou “identificar a relação entre a constituição da disciplina de História e os manuais de Didática da História no Brasil.”
Lara Rodrigues Pereira no seu artigo Cinema e ensino de História: notas sobre formação, rotinas e práticas de professores aprofunda a discussão sobre o uso de filmes em sala de aula. Após pesquisa feita com professores da rede Municipal de ensino de Florianópolis em 2011 a autora desenvolvu sua análise a fim de “compreender o lugar ocupado pelo cinema na formação acadêmica dos entrevistados e, os usos que estes fazem de filmes em sua prática docente.”
Carolina Corbellini Rovaris e Jéssica Cristina Back Gamba contribuíram com o artigo O ensino de História no Noturno: especificidades, desafios e perspectivas. A partir da experiência de estágio em uma turma de 1º Ano, desenvolvido como parte da formação das autoras no Curso de História da UDESC, as autoras tem como “objetivo discutir as especificidades do ensino de História no ensino médio noturno, através da, apontando os desafios desta trajetória e perspectivas de um ensino que considere suas características singulares e contribua para a aprendizagem histórica do aluno.”
Além dos artigos, o dossiê é composto pela resenha Campanha de Nacionalização, Ensino de História e História da Educação, de autoria de Rosiane Ribeiro Bechler. A autora comenta o livro “Educar para Nação: cultura política, nacionalização e ensino de História nas décadas de 1930 e 1940”, uma coletânea composta artigos que problematiza as interseções entre a Campanha de Nacionalização promovida nos governos de Getúlio Vargas (1930-1945), a História da Educação, o Ensino de História e a narrativa histórica sobre o estado de Santa Catarina no referido período.
Apresentamos este Dossiê com agradecimentos a todos os colaboradores para sua realização. Entendemos que ao socializarmos essas produções, resultado de estudos e pesquisas, tenhamos contribuído com os questionamentos, novas formas, problematização e interlocução entre os professores e acadêmicos que militam em prol de um Ensino de História aberto a novas possibilidades.
Esperamos que a leitura dos artigos aqui publicizados inspirem o leitor a outras leituras, escrituras e práticas.
Boa leitura!
Elison Antonio Paim
Luciana Rossato
Organizadores do Dossiê
PAIM, Elison Antonio; ROSSATO, Luciana. Apresentação. Fronteiras: Revista catarinense de História. Florianópolis, n.25, 2015. Acessar publicação original [DR]