A História Medieval na formação docente e na educação básica: experiências, propostas e reflexões atuais | Ponta de Lança | 2022

Detalhe de capa de A Historia Medieval entre a formacao de professores e o ensino na Educacao Basica no seculo XXI Imagem Luciano Jose Viana 2021
Detalhe de capa de A História Medieval entre a formação de professores e o ensino na Educação Básica no século XXI | Imagem (Luciano José Viana, 2021)

Nas últimas décadas, a História Medieval como disciplina nos cursos de história nas universidades brasileiras consolidou-se como uma área com amplas atividades, ou seja, apresentando-se não somente como disciplina (BOVO, 2018), mas também sendo tema de congressos, seminários, grupos de estudo e pesquisa, além de ser tema de diversas revistas acadêmicas que trazem publicações especializadas sobre o período. Em termos de formação curricular e de materiais didáticos, o período medieval também tem sido intensamente discutido e trabalhado, o que demonstra a preocupação por parte dos especialistas desta área e dos docentes que atuam com esta disciplina em cursos universitários em problematizar tais aspectos (SILVA, 2011; PEREIRA, 2017; LIMA, 2019).

Além disso, a História Medieval também tem sido objeto de publicações recentes que trazem diversas propostas na abordagem deste período, não somente na formação de professores, mas também na educação básica (VIANNA, 2021), assim como a interação da mesma com propostas historiográficas recentes que incidem sobre o ensino de História na atualidade (BUENO; BIRRO, BOY, 2020). De todas as formas, esta disciplina se apresenta nos currículos dos cursos de história das universidades brasileiras, onde docentes problematizam diversas perspectivas advindas das práticas de ensino e pesquisa referentes a este período (MIATELLO, 2017). Leia Mais

Pensar la imagen: dialogos con la fotografia y la Historia en América Latina/ Ponta de Lança/2022

En la más reciente publicación de la revista mexicana Acta Poética (2023), fue divulgado un apartado especial que traduce un interesante debate que sostienen los intelectuales Georges DidiHuberman y Enzo Traverso, ambos referentes de los estudios históricos en la actualidad (Traducido por Melina Balcázar Moreno y Esther Cohen, 2023, p. 13). En el documento, por medio de un juego, entre notas y cartas editoriales, discuten por la dimensión política y cultural de la fotografía, apropósito de la obra del fotógrafo francés Gilles Caron (1939-1970), quien retrató una emblemática escena de un manifestante arrojando una piedra en el marco de las protestas anticatólicas que se llevaron a cabo en Irlanda del Norte en 1969 (2023, pp. 13-19). El debate gira en torno al concepto estético de belleza y sus implicaciones en el mundo de lo visual, cuyos significados se desprenden, -si se quieren viajan-, por muchos campos de sentido. Así, ambos coinciden en el desgarro de la mirada, pues a todos nos interesa algo distinto en la foto, para unos será lo estético, para otros lo político o lo ideológico (2023, p. 17). Leia Mais

História das Doenças e das Artes de Cura | Ponta de Lança | 2021

Dispensario do Hospital Candelaria

Vista Interna do Dispensário do Hospital Candelária – 752 | Imagem: Museu Paulista da USP

O dossiê História das Doenças e das Artes de Cura reúne textos baseados em pesquisas em torno da história das doenças, das epidemias e práticas de curar, em diversas abordagens, espaços geográficos e temporalidades. O resultado demonstra a consolidação do nosso campo historiográfico no Brasil. Podemos identificar um crescente surgimento de estudos, que destacam a historicidade das experiências de adoecimento, das artes de curar e das instituições de cura brasileiras há cerca de trinta anos, e, para refletir sobretudo a respeito do campo da história das doenças, integramos ao dossiê uma entrevista com Dilene Raimundo do Nascimento, professora do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Fiocruz. A historiadora se dedicou a projetos de pesquisa sobre diversos temas relacionados à história das doenças e construiu redes e parcerias com historiadores e instituições do Brasil e de países da América Latina e Europa, o que se concretizou em diversas publicações e eventos. A trajetória de Dilene Nascimento se confunde, portanto, com a consolidação e expansão do campo. Leia Mais

Religião e Indústria Cultural | Ponta de Lança | 2021

GOSPEL PRIME
Tela inicial do site Gospel Prime, 27 jul. 2021

Diversas pesquisas no âmbito das ciências humanas têm constatado que no campo religioso (BOURDIEU, 1998) brasileiro evidencia-se ampla concorrência entre seus agentes, o que os tem levado cada vez mais a criar novas estratégias e bens simbólicos de salvação plausível, aqueles que garantam às instituições religiosas forças na luta pelo monopólio da gestão desses bens, pela manutenção ou ampliação do seu capital social. Nessas disputas, os meios de comunicação têm desempenhado um papel primordial, principalmente com a mediação da cultura moderna, onde foram plasmadas as maneiras como as formas simbólicas são produzidas, transmitidas e recebidas nas sociedades modernas, bem como as maneiras como as pessoas experimentaram as ações e acontecimentos que se dão em contextos dos quais estão distanciados, tanto no espaço como no tempo (THOMPSON, 1995).

Num mundo marcado pelos meios de comunicação, as tradições se tornaram mais e mais dependentes de formas simbólicas mediadas. Elas foram desalojadas de lugares particulares e reimplantadas na vida social de novas maneiras. Mas o deslocamento e a nova ancoragem das tradições não se tornam necessariamente inautênticas, nem foram condenadas à extinção. Com o avanço dos meios de comunicação, o papel das tradições orais, por exemplo, não foi eliminado, mas foi suplementado e reconstituído pela difusão dos produtos da mídia (THOMPSON, 2002). Leia Mais

Como as ciências sociais e humanidades veem, sentem e leem o território? / Ponta de Lança/2020

A pergunta que dá título ao dossiê representa anseios convergentes de diversas matizes que buscam não apenas sintetizar, mas todo o contrário, possibilita oferecer um exercício de análise que seja verdadeiramente abrangente.

O objetivo central deste questionamento é apresentar os diversos vieses científicos sobre os quais o território é encarado e discutido, desde sua tradição ontológica que traz o sentido de dimensão espacial que se revela através dos processos tanto de dominação concretos, quanto em termos imateriais na produção de identidades, subjetividades e simbolismos criados e recriados pelos atores / agentes responsáveis pela sua (re)produção. Leia Mais

De América portuguesa a Império do Brasil: rupturas, dinâmicas e relações de poder em contextos de transformação e crises políticas no longo século XIX / Ponta de Lança/2020

A organização do dossiê “De América portuguesa a Império do Brasil: rupturas, dinâmicas e relações de poder em contextos de transformação e crises políticas no longo século XIX”, que, com especial satisfação, chega ao leitor, teve missão bastante modesta, mas resultado animador. Mais que inspirado pelas oportunas exigências de comemoração de datas fundamentais para a compreensão dos processos históricos tão significativos em escala continental e local 1 num arco temporal intencionalmente amplo (1750-1930), não pautado pela mudança cronológica de séculos, mas definidor de questões de formação do mundo sociopolítico e de seus traços como conhecidos hoje, esse esforço quer, sobretudo, demarcar a importância da investigação do passado essencialmente por meio do singular, necessário e insubstituível manejo profissional dos historiadores. Leia Mais

Religiões e religiosidades no nordeste brasileiro: permanências e rupturas / Ponta de Lança/2019

A composição dos textos aqui constituídos parte dos pressupostos que as religiões e religiosidades são definidas pela transmissão e perpetuação da memória de um acontecimento fundador original através de uma “linhagem religiosa” ou “linha de crença”. Isso implica mobilizações de memórias coletivas nas quais o passado fica sendo simbolicamente como um todo imutável e situado “fora do tempo” no qual fazer memória desse passado dá sentido ao presente e ao futuro. Ao contrário da suposta continuidade da tradição religiosa, as instituições religiosas e seus respectivos agentes mascaram suas mudanças e rupturas (HERVIU-LÉGER,2005). Leia Mais

“Para que serve a História? ” / Ponta de Lança/2019

A pergunta que dá título ao dossiê – “Para que serve a História?” – resume bem o quadro geral das preocupações que marcam as reflexões epistemológicas das ciências humanas e sociais na última década. Nesse período, historiadores e cientistas sociais passaram a questionar seu ofício não apenas do ponto de vista teórico-metodológico, mas também a partir das perguntas fundamentais acerca dos pressupostos que sustentam e motivam seus discursos.

Impulsionados por uma espécie de reação ao sentimento de “crise da história”, isto é, de crise da capacidade de conferir uma explicação e um sentido coletivamente aceitos para as diferentes experiências sociais, os historiadores retomaram o questionamento sobre quais são os critérios que marcam a correção das análises científicas, quais são os valores que sustentam a investigação histórica, o que está em jogo para eles e seus pares quando escrevem e que revelam o significado mais substantivo e a destinação final do seu ofício. Leia Mais

Escravidão e sociedade em espaços lusófonos / Ponta de Lança/2018

O mundo lusófono, considerado como um todo, cruza mares e continentes. Constituído por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor Leste, este mundo transnacional e cosmopolita inclui atualmente cerca de 250 milhões de falantes do português. O estudo do espaço cultural criado pela adoção da língua portuguesa ainda carece de pesquisas acadêmicas multi e interdisciplinares amplas e a partir de várias perspectivas. Atualmente, essa lacuna tem sido suplantada pela realização de estudos que procuram mostrar a lusofonia a partir de uma perspectiva globalizante que une diferentes regiões desse imenso espaço. Leia Mais

80 anos da morte de Lampião. Releituras do cangaço / Ponta de Lança/2018

As permanências da memória de Lampião no cenário cultural brasileiro contemporâneo são o ponto de partida para a revisão da história do cangaço nos 80 anos da morte do Rei do Cangaço. Eis o impulso gerador das tramas tecidas nesse dossiê da Revista Ponta de Lança: História, Memória & Cultura, que, agora, vem a público. A rede formada no itinerário da edição conta com contribuição de pesquisadores/as de diferentes instituições de ensino e pesquisa do contexto universitário nacional e internacional.

Esse passado que não quer passar do cangaço, principalmente na região nordestina, convive com uma obsessão contemporânea da cultura da memória repleta de jogos de lembrança, esquecimento e silêncio. Só se comemora o que é significativo, sendo que várias indagações emergem quando as comemorações instauram a experiência de temporalidade fronteiriça em suspensão entre o pretérito e o porvir, oportuna às releituras de acordos e conflitos reveladores do presente, que rememora, coletivamente, marcas do que considera sua identidade. Leia Mais

Políticas de memoria y usos de la historia en espacios regionales y locales / Ponta de Lança/2017

Políticas de memoria – Usos de la Historia en Espacios Regionales y Locales / Ponta de Lança/2017

Los estudios sobre la construcción de memorias en Argentina han estado centrados preferentemente en las memorias nacionales, con escasa atención a los espacios regionales y locales, en los cuales se advierte la existencia de diversos grupos que construyen sus propias identidades y memorias colectivas, con distintas formas de vinculación con la nacional. Para ello, elaboran representaciones que se materializan en festividades, conmemoraciones, obras literarias y artísticas y otros “lugares de memoria” que recientemente han comenzado a analizarse. Leia Mais

Os indígenas sob o olhar de novas investigações / Ponta de Lança/2017

Esta edição traz um dossiê com recentes estudos sobre os povos indígenas do Brasil escritos por pesquisadores oriundos de diversos Programas de Pós-Graduação, que podemos enquadrar como Nova História Indígena.

A sessão de dossiê é aberta pelas reflexões sobre a etnografia visual como instrumento de representatividade das mulheres indígenas xinguanas. O texto escrito a quatro mãos pelo doutorando Gustavo Batista Gregio e pela professora doutora Sandra de Cássia Araujo Pelegrini, ambos da Universidade Estadual de Maringá, estabelece uma perspectiva interdisciplinar de diálogo entre história e antropologia para analisar como as imagens das mulheres indígenas possibilitaram torn´-las interlocutoras de suas comunidades e guardiãs de suas memórias e práticas culturais. Leia Mais

Reflexões sobre o turismo e o desenvolvimento socioespacial / Ponta de Lança/2016

Entendendo o turismo como uma prática social da atualidade, não podemos relacioná-lo apenas como uma alternativa para alavancar o desenvolvimento econômico. As repercussões geradas a partir de sua expansão implicam em mudanças comportamentais dos vários planos da vida cotidiana, tanto no que diz respeito à (in) formalidade laboral, quanto ao cultivo das novas experiências de convivências com a economia do turismo, uma vez que imprimem novos ritmos e tempos aos lugares.

Num momento em que a humanidade experimenta as transformações nas relações de produção e consumo, mediados cada vez mais pelos meios técnicos e informacionais, os sistemas de objetos da comunicação e informação (Mobile Internet) são reveladores da emergência de novos paradigmas, de novas relações de poder e experiências na escala humana que transcendem aspectos das culturas e lógicas pautadas da exploração de meros objetos, como paisagens e lugares de contemplação. Leia Mais

Sociedades senhoriais no medievo: diversidades culturais e relações de poder / Ponta de Lança / 2016

Os estudos medievais no âmbito do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Sergipe são uma realidade indiscutível, assim como no restante do nosso país.

Não é mais possível relegar ao status de “exótico” e “alienado” a preocupação de historiadoras e historiadores por temas que versam a respeito de um período da história das relações de poder que, aparentemente, estaria tão distante de nós. Estudar e pesquisar, refletir e produzir historiografia sobre a Idade Média (ou das “Idades Médias”) não se restringe a fazer justificadas conexões culturais de herança de um passado que não deixa de ser também nosso. Mas de perceber que o processo constante entre dominantes e dominados, de saberes culturais e complexidades de relações políticas devem ser sempre olhadas ao crivo do método e da teoria da História e que nós historiadores não somos servos e adoradores de Clio, essa musa que é erigida diariamente como intocável às críticas, elas sim, tão necessárias ao fazer histórico. Nós somos e devemos ser aqueles que olham para o horizonte repensando caminhos e posições e que põem em cheque constantemente o risco de imobilidade na Educação. Leia Mais

Ponta de Lança | UFS | 2007

PONTA DE LANCA1

A Ponta de Lança – Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura (São Cristóvão, 2007-) é um periódico científico interdisciplinar, que prioriza as áreas de História, Estudos Culturais, Geografia e Letras, vinculado ao Grupo de Pesquisa História Popular do Nordeste do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Sergipe.

A revista tem por objetivo divulgar as pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa, mas, principalmente, estabelecer o intercâmbio com pesquisadores de outras instituições.

Com periodicidade semestral, a revista aceita artigos, comunicações de pesquisas e resenhas inéditas. com reconhecido rigor teórico e metodológico e relevância intelectual na área de História, Letras e demais Ciências Humanas.

Todos os artigos apresentados à Revista Ponta de Lança serão submetidos à apreciação de dois pareceristas membros do Conselho Editorial ou, caso necessário, a parecerista ad hoc não integrante do Conselho Editorial, com titulação mínima de Doutor e pesquisa próxima à área do artigo em questão. Havendo algum parecer contrário, os artigos serão encaminhados a um terceiro parecerista. Em todo o processo de avaliação, está garantido o anonimato de autores e pareceristas.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN: 1982-193X.

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