Posts com a Tag ‘Planeta do Brasil (E)’
Eterna vigilância: como montei e desvendei o maior sistema de espionagem do mundo | Edward Snowden
Eterna Vigilância, escrito por Edward Snowden, é um livro autobiográfico que narra o percurso que levou o ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA) e da Agência Nacional de Segurança (NSA) americanas a se transformar num dos mais emblemáticos whistleblowers do século XXI. Lançado em 2019, manteve-se durante semanas como um dos mais vendidos em diversos países, impulsionado pelo próprio governo americano ao anunciar que seria recolhido na tentativa de impedir a divulgação de dados sigilosos. Todavia, o livro não apresenta revelações que já não tenham sido publicadas pela imprensa. A grande novidade da obra em si é o esforço para ordenar e justificar, na forma autobiográfica, as ações de Snowden ao longo de uma trajetória de vida. Leia Mais
Espiritualidade para corajosos: a busca de sentido no mundo de hoje – PONDÉ (C)
PONDÉ, Luiz Felipe. Espiritualidade para corajosos: a busca de sentido no mundo de hoje. São Paulo: Planeta do Brasil, 2018. Resenha de: RECH, Maria Helena Bortolon. Conjectura, Caxias do Sul, v. 25, 2020.
O autor e sua filosofia – Luiz Felipe Pondé é filósofo, escritor e ensaísta. Doutor pela USP e pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv (Israel), é professor na FAAP e PUC-SP, além de colunista na Folha de S. Paulo e comentarista da TV Cultura. Autor de vários livros, entre eles os bestsellers Filosofia para Corajosos e Amor para corajosos, também pela Editora Planeta.
A ideia e a filosofia de Pondé baseiam-se num certo pessimismo, na valorização das tradições religiosas ocidentais e no combate ao pensamento politicamente correto, nos meios universitários. Carrega fortes influências do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, do niilismo e do existencialismo. Em 2011, em entrevista à revista Veja, Pondé declarou ter deixado de ser ateu. Comecei a achar o ateísmo aborrecido do ponto de vista filosófico. A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. […] Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica, afirmou. Leia Mais
Terceiro Reich na história e na memória: novas perspectivas sobre o nazismo, seu poder político, sua intrincada economia e seus efeitos na Alemanha do pós-guerra – EVANS (RBH)
O suicídio de Adolf Hitler, em 1945, assinalou o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa e do regime nacional-socialista. Experiências históricas que marcaram a memória e a história de diversas maneiras. De lá para cá, inúmeros estudiosos estão a narrar e a interpretar o nazismo. A cada livro novo, a cada geração de pesquisadores, os saberes históricos sobre o nacional-socialismo são revisados e ampliados. Leia Mais
Mulheres e Poder: um manifesto | Mary Beard
A capa do livro Mulheres e Poder (originalmente publicado: Woman & Power) chama logo a atenção pelo título e pelo seu subtítulo aclamativo: “um manifesto”. Para completar, anuncia: “best-seller nos Estados Unidos e Europa”. Desde esse primeiro encontro, o leitor se vê instigado. Sua autora tem um currículo respeitável: historiadora dedicada aos estudos sobre a Antiguidade Clássica, em especial acerca do Império Romano, a inglesa Mary Beard é professora da Universidade de Cambridge e, além desse livro, publicou outras obras de renome sendo SPQR – Uma História da Roma Antiga a “sua obra prima”, segundo a Editora Planeta, que publicou ambos os livros no Brasil.
Baseado em duas palestras proferidas em 2014 e 2017, Mulheres e Poder, apesar de curto frente à relevância dos temas que aborda, é assertivo ao discutir sobre o quão intrínsecos à sociedade e à cultura ocidental estão os mecanismos que silenciam as mulheres e as excluem dos centros de poder. Leia Mais
Império. Como os britânicos construíram o mundo moderno | Niall Ferguson
A história do Império Britânico não é tradicionalmente contemplada pela produção histórica e editorial brasileira ou, no mínimo, não no nível que seria desejável, dada a importância desse Império – o maior que já houve no mundo – para a história brasileira e mundial. Dessa forma, é bem vinda a tradução em português do novo livro do historiador escocês Niall Ferguson, o qual faz um apanhado geral da trajetória do Império britânico desde a era das grandes navegações até o seu fim, na segunda metade do século XX. Mesmo assim, se havia a chance de traduzir algum bom trabalho do inglês para o português sobre o Império britânico, a impressão que fica é que os leitores brasileiros saíram perdendo, já que o trabalho de Ferguson traz poucas novidades em termos teóricos e tem um viés ideológico tão forte que acaba por diminuir o seu valor.
Em linhas gerais, com efeito, o livro de Ferguson, apesar de bastante informativo e de interesse para os não iniciados no tema, não traz grandes novidades em termos de estrutura ou abordagem, a qual é bastante formal e cronológica. Também não apresenta novas fontes ou uma abordagem teórica inovadora, se limitando a utilizar a imensa produção histórica a respeito do tema para apresentar opiniões e fazer avaliações. Leia Mais
O Renascimento do Império | Claudia Trevisan
Saiu pela editora Planeta do Brasil o relato da jornalista Cláudia Trevisan sobre sua viagem e permanência na China. Trata-se de obra de cunho jornalístico e, assim, pouco rigorosa, do ponto de vista da análise social e econômica. Mas num contexto onde uma visita à China é difícil, e as informações escassas, mesmo a aparente pouca objetividade do relato biográfico é uma fonte valiosa para a pesquisa social.
O objetivo da autora é revelar informações e impressões que teve no período em que viveu na China. Logo, são as informações que o livro traz as que mais importam para a discussão sócio-econômica da China atual, e não a estrutura da obra propriamente dita, ou suas idéias e teses, explícitas ou subjacentes. Uma seqüência de capítulos da primeira das oito partes do livro é: “Cerimônias em alta, casamentos em baixa; Os esquecidos; A língua; Xangai; Beleza Artificial”. Isto é, faz-se uma miscelânea, lançando-se mão de curiosa diagramação: os capítulos mais formais, com informações sociais e econômicas, esto em formatação comum; os capítulos com relatos sobre costumes, cultura etc., estão em itálico. Leia Mais