Magie als Waffe gegen Schlangen in der ägyptischen Bronzezeit | Katharina Stegbauer

Angela Kaiser Daniela Rutica e Katharina Stegbauer Fotos fhm
 Angela Kaiser, Daniela Rutica e Katharina Stegbauer |  Foto: fhm

Contextualização

A obra aqui analisada foi composta, originalmente, como uma tese doutoral na Fakultät für Geschichte, Kunst und Orientwissenschaften – Universität Leipzig. Após a publicação da tese, em 2010, o texto passou por incontáveis revisões bibliográficas e atualizações conceituais até a publicação do livro em seu formato final. Uma vez procedida a atualização da obra, ela veio inaugurar uma nova série acadêmica: “Ägyptologische Studien Leipzig”, que se dedica à publicação de estudos monográficos sob as regras do regime “Open Access”, via Propylaeum-ebooks1.

Graças à sua estruturação acadêmica original, a obra fornece ao leitor uma importante contextualização temática e conceitual sob a forma de um estado da arte sintetizando um século de desenvolvimento dos debates sobre a magia egípcia. Desse modo, a autora apresenta uma discussão historiográfica sobre como a antropologia cultural exerceu e exerce influência sobre o debate egiptológico. Leia Mais

Demons and Spirits in Ancient Egypt | Carolyn Graves-Brown

O que são “demônios”? Apresentação da problemática

A questão coloca-se quando atestamos o fato de que a língua egípcia não fornece um termo próprio para a definição de “demônio” (TE VELDE, 1975, 980). Representando uma definição “tradicional” do termo, Te Velde definiu “demônios” como uma categoria de entidades espirituais diretamente ligadas ao Caos. Todavia, os critérios adotados pelos egiptólogos para a construção de um conceito de demônio derivam da interpretação tardo-antiga e cristã do termo, que os opõe ao conceito cristão de “anjo” (AHN, 1997) – também inexistente na língua egípcia.

A definição da categoria pela Egiptologia assumiu como premissa a definição platônica do daimôn (Symposium 202E), onde demônios eram “mortais” e “criados” em oposição aos deuses. Por outro lado, todos os deuses egípcios eram percebidos como mortais e criados, o que inviabiliza imediatamente essa analogia. Ainda assim, a concepção platônica de “demônios” como seres intermediários entre o mundo mortal e o mundo divino é bem apropriada ao caso egípcio, uma vez que o debate entre o existir e não-existir é para o pensamento religioso egípcio mais relevante do que o debate entre bem e mal (LUCARELLI, 2010, 2). Leia Mais