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Patrimônio Urbano e História / História Social / 1999
História Social é uma revista anual dirigida e editada pelos alunos do Programa de Pós-Graduação em História Social da UNICAMP. Desde o seu primeiro número, em 1994, a revista sofreu algumas mudanças, não apenas no seu Conselho Editorial, renovado anualmente, mas também nos seus objetivos e aspirações. Em primeiro lugar, a abertura cada vez maior à colaboração externa, que tem origem na apresentação freqüente de textos originais de procedências diversas, e não apenas aqueles oriundos do programa de pós-graduação na UNICAMP. Isso prova que História Social já se tornou uma opção respeitável para a publicação dos pesquisadores em história do país. Na tentativa de consolidar essa posição, tentamos também reforçar a abertura a temas atuais, promovendo entrevistas com importantes historiadores contemporâneos e traduzindo contribuições significativas do debate historiográfico. A consolidação da estrutura da revista, dividida em seções fixas – dossiê, artigos, tradução, fontes e arquivos, entrevistas e resenhas – responde a esse mesmo impulso de estabelecer com mais clareza os espaços de publicação em História Social.
É preciso também lembrar algumas das características da organização interna da revista: seu comitê editorial é composto por alunos do Programa de Pós-Graduação em História Social da UNICAMP; além deste há um comitê científico, renovado bi-anualmente e formado por professores ligados ao Programa; enfim, a partir do próximo ano, entrará em atividade também um corpo de consultores, reunido a cada número da revista, e constituído por professores de várias instituições de ensino e pesquisa no país e fora dele, que foram ex-alunos deste Programa. O objetivo do novo conselho, além de multiplicar as trocas acadêmicas entre as diferentes gerações de alunos e as diferentes instituições em que estes colaboram, é, especialmente, o de intensificar o intercâmbio intelectual e tornar mais plural e rico o debate em torno da revista.
Junto a isso, estamos mantendo a tradição de transparência no processo de seleção dos artigos – marca particular de História Social –, onde a autoria das colaborações e dos pareceres é conhecida, tornando público, para os interessados, os critérios e responsabilidades envolvidos nas avaliações.
Estamos tentando sedimentar as bases para as transformações futuras – e necessárias – que a revista deverá passar nos próximos números: vencer o desafio de uma periodicidade semestral estável, a busca pelo cadastro nos indexadores nacionais e internacionais de história, a ampliação do alcance desta publicação no meio acadêmico dos historiadores. Todo esse esforço presente seria inútil sem a colaboração do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História Social da UNICAMP, tanto em sua participação no Conselho Editorial quanto no envio de artigos e resenhas; do mesmo modo os professores do Programa, com seu apoio intelectual e logístico, e a Coordenação da Pós-Graduação, que apoiou financeiramente a realização deste número. Agradecemos ainda a gráfica do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), que imprime História Social.
Este sexto número da revista traz uma série de colaborações importantes. Em torno do tema do dossiê – Patrimônio Histórico –, apresentamos uma entrevista, feita por Ana Cláudia Brefe, com Pierre Nora, o historiador francês que publicou, entre outras coisas, Les Lieux de mémoire. Além da entrevista, Ana Rosas Mantecón trata em seu artigo das representações elaboradas pelas classes populares sobre o patrimônio histórico na cidade do México; Carlos Kessel, por outro lado, trata das polêmicas arquitetônicas em torno do estilo “neo-colonial” no Brasil nas décadas de 20 e 30, enquanto Marly Rodrigues discute, através da experiência do CONDEPHAT, em São Paulo, os sentidos e alcances das idéias de patrimônio e memória. Para além do dossiê, apresentamos a tradução do artigo do historiador italiano Giovanni Levi, onde polemiza com parte da história cultural contemporânea, representada pelo trabalho de Robert Darnton, influenciada pelo antropólogo americano Clifford Geertz. Em seu artigo, Benito Schmidt explora as representações utópicas que um militante operário dos fins do século XIX construiu em torno da idéia de uma cidade / sociedade socialista. Na seção “Fontes e arquivos”, João Fábio Bertonha apresenta os arquivos diplomáticos brasileiros, italianos, ingleses e americanos, discutindo sua riqueza para a história social no país. A seção de resenhas esquadrinha algumas das contribuições em torno da história social publicadas recentemente.
O Conselho Editorial
Conselho Editorial. Apresentação. História Social. Campinas, n.6, 1999. Acessar publicação original [DR]