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Pesquisa com narrativas de crianças e jovens | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2020
A ampliação de diálogos entre diversas áreas de conhecimento e a diluição de fronteiras epistemológicas têm sido promissoras para assumir crianças e jovens como seres plenos, sujeitos de direitos e de cultura, assim como para a compreensão de base científica que deles se pode fazer. Do ponto de vista epistemológico, teórico-conceitual e de opções metodológicas, a pesquisa com crianças e jovens interroga em diferentes nuances a complexidade inerente à vida humana, com base na escuta de suas vozes, seus modos de ser, de (con)viver e de agir, em sociedades cada vez mais marcadas por aceleradas viragens econômicas, políticas, culturais, digitais.
Entende-se que os desafios são sempre múltiplos. Nesse sentido, há que se superar preconceitos sobre a produção do conhecimento quando a pesquisa se alinha por paradigmas e práticas que legitimam as vozes e reflexões de jovens e crianças na pesquisa e/ou na profissão que é exercida com elas. É nisso que acreditamos, ao admitirmos que os resultados dessas reflexões podem e têm o poder de ecoar nas políticas públicas que se voltam para essas realidades, tão atuais, tomando o ponto de vista educacional como base para as demais: econômicas, políticas, culturais, digitais. Para os problemas humanos, as ciências humanas e sociais têm um papel preponderante na oferta de novas pro(res)postas. Daí, o seu estatuto reivindicar, simultaneamente, preocupações com mudanças estruturais e práticas suscetíveis de promover a ética do bem-estar, do cuidado e da qualidade de vida para o maior número de pessoas. Para tanto, há que teorizar, igualmente, rupturas epistemológicas no que concerne a visões que põem em jogo relações de poder, de saber, de dever e de querer, com sentido. Leia Mais
Escritas de si, literatura e cinema: diálogos (auto)biográficos | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2016
[A narrativa] está presente no mito, na lenda, na fábula, no conto, na novela, na epopeia, na história, na tragédia, no drama, na comédia, na pantomima, na pintura […], no vitral, no cinema, nas histórias em quadrinhos, no fait divers, na conversação. Além disto, sob estas formas quase infinitas, a narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades; a narrativa começa com a própria história da humanidade; não há em parte alguma povo algum sem narrativa; todas as classes, todos os grupos humanos têm suas narrativas […]
Roland Barthes1
Na epígrafe, Roland Barthes nos diz que as narrativas, por sua quase infinita diversidade (histórica, literária, biográfica, autobiográfica, cinematográfica…), e por sua onipresença na história da humanidade, representam formas de manifestação inalienáveis do ser humano, onde quer que ele se encontre, não importando o momento de sua vida, e em qualquer tempo histórico. Nessa quase infinita diversidade, os seres humanos encontram nas narrativas biográficas e autobiográficas um modo próprio de ser e de contar a história de vida de outrem (biografia) e a história de sua própria vida (autobiografia), constituindo e constituindo-se enquanto seres sociais, racionais, líricos, históricos, místicos, políticos, artísticos, míticos… Leia Mais