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Homenagem a Pierre Ansart: quais suas herança para pensarmos as linguagens das paixões políticas? | História- Questões & Debates | 2022
Por que um dossiê da revista História: questões e debates homenageia academicamente o sociólogo Pierre Ansart (1922-2016), professor emérito da Université Paris VII-Denis Diderot? Com certeza por ser um sociólogo de prestígio internacional cuja ousadia, compartilhada pelo colega e amigo Eugène Enriquez, introduziu a psicologia no campo da sociologia tradicional. Aqui, entre nós no Brasil, foi decisiva sua contribuição teórica e organizacional ao Núcleo História e Linguagens Políticas: razão, sentimentos e sensibilidades (UNICAMP), criado no Convênio PARIS VII/ UNICAMP em 1991. Ansart, crítico declarado das ortodoxias e adepto das abordagens transdisciplinares, estudou a obra de Proudhon e as utopias políticas projetando suas significações sócio-históricas e em particular suas dimensões emocionais. Apontou questão sensível para historiadores e outros pesquisadores das ciências humanas – o lugar dos sentimentos e das paixões na história e sua relevância para a compreensão do político e sua gestão. Por duas décadas atuou significativamente neste Núcleo onde realizou conferências, participou dos debates e das publicações; na França editou coletâneas de três dos Colóquios aqui sediados: Sentiments et identités: les paradoxes du politique (Les Cahiers du Laboratoire de Changement Social, Paris: Ed.Paris VII, 1998); Le ressentiment (Bruxelas: Bruylant, 2002) e Le sentiment d’humiliation [Press Editions, 2006].
Os artigos se detêm na reflexão sobre a(s) herança(s) de Ansart, ele mesmo se reconhecendo herdeiro de vários outros autores, como legado presente de distintas maneiras nos trabalhos de membros do Núcleo, suscitando a questão: de que herança(s) Ansart e nós somos herdeiros? Herança(s) entendidas como re-afirmação do passado e inscrição na vida por vir, em usos não pre(e)scritos [Derrida; Roudinesco. De quoi demain. Dialogue. Paris: Galilée, 2001]. A iniciativa do dossiê se soma à tradução para o português, por Jacy Seixas, das obras mais conhecidas de Ansart: La Gestion des Passions Politiques (L’Age d’Homme, 1983), lançada em 2019; e Les Cliniciens des Passions Politiques (Éditions du Seuil, 1997), publicada agora em 2022, ambas pela Editora da UFPR. Leia Mais
Homenagem a Pierre Ansart: quais suas herança para pensarmos as linguagens das paixões políticas? | História- Questões & Debates | 2022
Por que um dossiê da revista História: questões e debates homenageia academicamente o sociólogo Pierre Ansart (1922-2016), professor emérito da Université Paris VII-Denis Diderot? Com certeza por ser um sociólogo de prestígio internacional cuja ousadia, compartilhada pelo colega e amigo Eugène Enriquez, introduziu a psicologia no campo da sociologia tradicional. Aqui, entre nós no Brasil, foi decisiva sua contribuição teórica e organizacional ao Núcleo História e Linguagens Políticas: razão, sentimentos e sensibilidades (UNICAMP), criado no Convênio PARIS VII/ UNICAMP em 1991. Ansart, crítico declarado das ortodoxias e adepto das abordagens transdisciplinares, estudou a obra de Proudhon e as utopias políticas projetando suas significações sócio-históricas e em particular suas dimensões emocionais. Apontou questão sensível para historiadores e outros pesquisadores das ciências humanas – o lugar dos sentimentos e das paixões na história e sua relevância para a compreensão do político e sua gestão. Por duas décadas atuou significativamente neste Núcleo onde realizou conferências, participou dos debates e das publicações; na França editou coletâneas de três dos Colóquios aqui sediados: Sentiments et identités: les paradoxes du politique (Les Cahiers du Laboratoire de Changement Social, Paris: Ed.Paris VII, 1998); Le ressentiment (Bruxelas: Bruylant, 2002) e Le sentiment d’humiliation [Press Editions, 2006].
Os artigos se detêm na reflexão sobre a(s) herança(s) de Ansart, ele mesmo se reconhecendo herdeiro de vários outros autores, como legado presente de distintas maneiras nos trabalhos de membros do Núcleo, suscitando a questão: de que herança(s) Ansart e nós somos herdeiros? Herança(s) entendidas como re-afirmação do passado e inscrição na vida por vir, em usos não pre(e)scritos [Derrida; Roudinesco. De quoi demain. Dialogue. Paris: Galilée, 2001]. A iniciativa do dossiê se soma à tradução para o português, por Jacy Seixas, das obras mais conhecidas de Ansart: La Gestion des Passions Politiques (L’Age d’Homme, 1983), lançada em 2019; e Les Cliniciens des Passions Politiques (Éditions du Seuil, 1997), publicada agora em 2022, ambas pela Editora da UFPR. Leia Mais