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Pibid / Revista do LHISTE / 2018
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) foi, inicialmente, uma proposta de governo para incentivar a permanência dos estudantes em cursos de licenciatura e para aperfeiçoar a formação docente inicial, com foco na articulação entre o mundo universitário e as escolas públicas de Educação Básica[1]. Atualmente, a realização de programas de iniciação à docência está prevista no artigo 62, parágrafo 5o da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394 / 1996), mas seu formato se modifica conforme são lançados editais por parte do setor da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) responsável por políticas para a Educação Básica.
Por ser um programa de formação inicial de professores que reconhece e institucionaliza a escola como espaço privilegiado de aprendizagem docente, sua concretização buscou uma difícil conciliação entre as expectativas das escolas, dos gestores da política pública e dos docentes das instituições de ensino superior envolvidas. Além disso, distintas concepções sobre formação docente, carreira, estágio e prática como componente curricular atravessaram os muitos formatos de execução do Programa, havendo variações conforme a instituição coordenadora e, dentro desta, das escolhas tomadas em cada subprojeto.
O essencial é que o Pibid apóia uma concepção de formação docente que recusa a visão do professor como exclusivamente técnico ou exclusivamente artesão de práticas e de saberes. A interlocução com professores experientes da educação básica, orientadores universitários e licenciandos potencializa a articulação das dimensões estética, política e cognitiva do aprendizado da docência. Obviamente, o programa por si só não garante tal conexão, mas abre espaço para isso, caso os agentes envolvidos tenham a intenção de romper com velhos paradigmas do aprendizado da docência.
Nesse sentido, o modelo de formação inicial e contínua proposto pelo Pibid permite que concepções de professores como intelectuais transformadores (conforme propõe a tradição da pedagogia crítica [2]) e como agentes culturais (proposta explícita nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores de 2015 [3]), ganhem espaço institucional, na medida em que as ações desenvolvidas passam ao largo do modelo de intervenção pontual para sanar problemas de aprendizagem. Trata-se de um exercício coletivo, de ritmo lento, mas progressivo, em que o diagnóstico da escola e das situações de sala de aula; o planejamento de atividades (aulas, oficinas, objetos de aprendizagem, intervenções, etc.); e a avaliação se dão em função do aprendizado da docência. E não se trata apenas da formação dos estudantes da Licenciatura, mas também dos docentes supervisores e dos coordenadores de área.
A primeira iniciativa de implementação de um subprojeto História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul aconteceu em 2009, conduzido por alguns professores da Área de Ensino de História do Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação. Parte das produções desse primeiro período foi publicada em um livro em 2013 [4]. Com o edital Pibid 2014-2018, foi composta uma coordenação interdepartamental, com os docentes já existentes e outros, do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.
Nesse período, mantiveram-se 24 bolsas de Iniciação à Docência (contemplando aproximadamente o dobro de estudantes, devido a distintos tempos de permanência no projeto), quatro bolsas de Supervisão (sete professores diferentes revezaram-se nesse lugar [5]) e duas bolsas de Coordenação de Área. As escolas que participaram desse período foram o Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Colégio de Aplicação da UFRGS, a Escola Estadual Coronel Afonso Emílio Massot e a Escola Estadual Técnica Irmão Pedro. As atividades desenvolvidas entre 2014 e 2017 foram palco de estudo de um projeto de pesquisa sobre formação docente e construção coletiva de conhecimentos [6].
Além de espaço de produção de conhecimento, o Pibid também é espaço de luta. Esses dois aspectos se dividem apenas para análise, pois, na prática, não há separação (pelo menos, não na nossa perspectiva de docência) entre manifestar-se nas ruas e nos fóruns em defesa da educação pública e produzir conhecimentos didáticos de forma responsável e com qualidade negociada. Em 2015, os primeiros rumores de cortes financeiros ou, até, de suspensão do programa se fizeram ouvir. Houve mobilização no país todo, ao longo das diversas ondas de disputa entre a Capes e o Fórum de Coordenadores Institucionais do Pibid (Forpibid). Da mesma forma, os participantes do Pibid envolveram-se nas greves docentes, nas ocupações, nas greves gerais e em outras iniciativas nesse período de golpes sucessivos.
Para finalizar o ciclo 2014-2018, decidimos organizar uma publicação que, de alguma forma, refletisse parcialmente os conhecimentos produzidos por professores (em formação inicial ou contínua, da escola e da universidade) e estudantes da educação básica em coletivo. Para isso, enviamos convites para todas as pessoas que foram ou estavam vinculadas ao Subprojeto História do Pibid UFRGS no final de 2017, para que enviassem suas propostas por meio da Revista do LHISTE. As produções que foram recebidas, avaliadas e aprovadas são as que seguem.
O dossiê está composto principalmente por relatos de experiências produzidos por bolsistas de iniciação à docência e trazem reflexões sobre as vivências escolares, a elaboração e aplicação de sequências didáticas e oficinas.
“Lembrando a greve: relatos produzidos como parte do acervo do memorial da escola técnica estadual Irmão Pedro”, de autoria de Fernanda Sperotto e Arthur Maia Gomes, relata a ação educativa desenvolvida por bolsistas de iniciação à docência no sentido de realizar uma exposição sobre a greve docente do ano de 2017. Quais os significados daquela greve para a comunidade escolar? Quais as marcas que ela deixou e o que os e as estudantes queriam dizer sobre aquele acontecimento? A experiência desenvolvida é um bom exemplo de como as aulas de história podem se valer de acontecimentos do presente para pensar sobre o conhecimento histórico, suas relações com a memória, as relações de poder e a construção de narrativas históricas.
Andressa Borba, Bibiana Harrote Pereira da Silva e Caio Tedesco apresentam “Gênero e ensino de história: reflexões sobre práticas de iniciação à docência no Pibid / história (UFRGS)”, uma reflexão sobre como surgiu a proposta de realizar uma oficina sobre história e relações de gênero para estudantes do Ensino Médio e quais foram os desafios de trabalhar com essa abordagem. A oficina realizou atividades ao longo de um semestre, tendo como eixos centrais os debates sobre gênero, corpos e sexualidades na história e nas sociedades contemporâneas.
“É imperialismo que nem o Donald Trump Sor?: um relato de experiência sobre Imperialismo no âmbito do PIBID”, de autoria de Carlos Eduardo Barzotto e Bruno Corrales apresenta as estratégias utilizadas pelos bolsistas para trabalhar o conceito de Imperialismo, contextualizando as diferenças entre o imperialismo ateniense do século V e o uso do conceito na história contemporânea.
Ainda como relato de experiência, o professor Leonardo de Lara, que atuou como supervisor do Subprojeto História UFRGS entre 2015 e 2017, discute a importância da docência compartilhada como um lugar de aprendizagens mútuas que permitiu a professores e professoras das escolas uma proximidade com a Universidade e com debates atuais no campo da historiografia e do ensino de história. Ao mesmo tempo, o autor fala da experiência de ser supervisor e trabalhar com os e as bolsistas de iniciação à docência.
Carolina Monteiro e Ignacio Angues apresentam o relato intitulado “O partido nazista era o PT da Alemanha?”. Esta pergunta realizada por uma estudante para a dupla de bolsistas do PIBID UFRGS fomentou uma reflexão sobre o ensino de história de temas sensíveis, especialmente quando o passado é ressignificado nas disputas políticas do presente.
Ainda como relato de experiência, o professor Leonardo de Lara, que atuou como supervisor do Subprojeto História UFRGS entre 2015 e 2017, discute a importância da docência compartilhada como um lugar de aprendizagens mútuas que permitiu a professores e professoras das escolas uma proximidade com a Universidade e com debates atuais no campo da historiografia e do ensino de história. Ao mesmo tempo, o autor fala da experiência de ser supervisor e trabalhar com os e as bolsistas de iniciação à docência.
Júlia Barbosa e Douglas Ramos discutem em seu relato de experiência o trabalho desenvolvido nas aulas da disciplina de Estudos Latino-americanos, ofertada para os anos finais do ensino fundamental no Colégio de Aplicação / UFRGS. O texto indica que as atividades de iniciação à docência foram importantes não apenas para pensar o ensino de história da educação básica. Mas também para refletir sobre a própria formação, enquanto graduandos de uma licenciatura em história.
Além dos relatos, temos um artigo de Lidiane Malaguês, que realizou um levantamento e análise das produções bibliográficas resultantes do Subprojeto História, indicando a diversidade de temas e problemáticas discutidas por integrantes das diferentes equipes que o integraram. Este artigo é importante permite dimensionar que a iniciação à docência precisa considerar alguns aspectos: o contato com o cotidiano da educação pública, o estudo e o planejamento das atividades docentes e a reflexão sobre as práticas desenvolvidas em sala de aula. Acreditamos que, desde 2013, quando o Subprojeto História iniciou, estes três eixos da ação docente foram objeto de nossa preocupação.
Em “O ensino de História e a resistência aos medos de falar, de ser e de dizer” Pedro Soares Gediel e Fernando Seffner discutem o crescente cenário de cerceamento à liberdade de ensinar recorrente de movimentos e projetos de lei que visam censurar temas e abordagens dentro das instituições escolares. Para os autores, essas propostas visam sublinhar que estudantes não possuem qualquer tipo de senso crítico e informações prévias. E desacreditam o lugar dos professores e das professoras como intelectuais, capazes de exercer mediações e produzir conhecimentos junto com os seus alunos / as.
Finalizando o dossiê, apresentamos uma entrevista concedida pela Profa. Dra. Katani Monteiro da Universidade de Caxias do Sul, que coordenou o Subprojeto História PIBID UCS durante 2015-16. Na conversa, realizada em maio de 2018, a Professora Katani reflete sobre os impactos do PIBID para a Universidade, para os e as bolsistas de Iniciação à Docência e para as escolas envolvidas.
Na sessão de temas livres, a Revista do LHISTE apresenta cinco artigos que versam sobre temas extremamente atuais para o ensino de história. Matheus Oliveira da Silva apresenta os debates sobre a Base Nacional Curricular Comum. Lair Faria apresenta sua experiência abordando história das mulheres e música. O tema dos Direitos Humanos é o assunto do texto de Anita Natividade Carneiro, desenvolvido a partir de uma experiência de estágio no ensino médio. Filipe Cambraia do Canto analisa o potencial do ensino de história como disciplina transformadora, a partir de sua experiência no projeto Territórios Negros. Finalizando esta edição, o artigo de Luciano Teles apresenta a experiência do desenvolvimento do jornal discente Folha da História e convida à reflexão sobre a importância dos periódicos alternativos, especialmente dentro dos espaços universitários.
Notas
1. CAPES. Portaria n. 72, de 09 de abril de 2009. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2018.
2. GIROUX, Henry. Professores como intelectuais. Porto Alegre: Artmed, 1997.
3. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 01 de 2015. Disponível em: http: / / portal. mec.gov.br / conselho-nacional-de-educacao / atosnormativos- -sumulas-pareceres-e-resolucoes?id=21028 . Acesso em: 11 jan. 2016.
4. MEINERZ, Carla B. et al. (orgs.). Caderno pedagógico de História – Pibid / UFRGS: saberes e práticas de professores de História em formação. Porto Alegre: Oikos, 2013.
5. Ana Gabriel, Leonardo Lara, Raquel Grendene, Franciele Luvison, Larissa Grisa, José Luis Morais e Edson Antoni.
6. Até o momento, foi publicado um artigo acadêmico sobre essa pesquisa, além de resumos e comunicações em eventos (PACIEVITCH, Caroline. Conhecimento didático e formação de professores de História: contribuições para a teoria e a prática. Diálogo Andino, Tarapacá, n. 53, p. 117-126, 2017. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2018).
Caroline Pacievitch – Doutora em Educação pela Unicamp e professora do Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS.
Natália Pietra Méndez – Doutora em História pela UFRGS e professora do Departamento de História da UFRGS.
PACIEVITCH, Caroline; MÉNDEZ, Natália Pietra. Editorial. Revista do LHISTE. Porto Alegre, v.5, n.7, jul. / dez., 2018. Acessar publicação original [DR]
Ensino de História, Cidadania, Cultura e Identidades / História e Diversidade / 2015
História e Diversidade: Ensino de História, Cidadania, Cultura e Identidades
É com grande satisfação que apresentamos o sétimo volume da Revista História e Diversidade, do curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT – Campus de Cáceres que tem como objetivo a constituição de um espaço de divulgação de pesquisas e reflexões sobre História e Diversidade, priorizando a publicação de artigos que versam sobre História, Ensino de História, Diversidade Cultural, Formação e Prática Docente.
Este volume apresenta o Dossiê intitulado História e Diversidade: Ensino de História, Cidadania, Cultura e Identidades que é composto por duas seções: 1) Ensino de História, Patrimônio e Diversidade, que tem como foco principal a dinâmica entre o ensino de história, diversidade, e direitos sociais; e 2) Teoria da História, Capital e Diversidade, que articula artigos com reflexões sobre a construção do conhecimento histórico, o setor elétrico brasileiro, e uma discussão de gênero a partir da personagem Laura de Vison.
O artigo de abertura intitulado “Entre muitos ‘outros’: ensino de história e integração latino-americana”, de autoria de Juliana Pirola da Conceição, Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Unicamp, tem como objetivo analisar de que maneira o ensino de história influencia a prática cotidiana dos indivíduos, em especial a relação entre o ensino da América Latina e a integração entre os latinos americanos. Para tanto, teve como objeto de estudo específico um conjunto de entrevistas realizada com 73 jovens, de duas escolas públicas da região central da cidade de São Paulo, desse universo de jovens, 6 eram bolivianos, o que potencializa a contribuição do seu recorte analítico.
O segundo artigo “As decisões do Tribunal Superior do Trabalho como instrumento para o ensino dos Direitos Sociais: a formação de um banco de dados”, elaborado por Alisson Droppa (Doutor em História pela Unicamp) e Magda Barros Biavaschi (Doutora em Economia pela Unicamp), tem como objetivo apresentar o banco de dados das decisões do Tribunal Superior do Trabalho, que teve como área de jurisprudência a terceirização, com o propósito de pensar na constituição de documentos para o ensino dos direitos sociais e da luta pela construção do direito e da cidadania no Brasil.
O terceiro artigo “A importância do ensino de história para a reflexão do tempo presente: o conceito de estranhamento e seu potencial para um inconformismo sadio” de Filipe Cambraia do Canto, graduado em História, é um relato e uma reflexão sobre a prática docente, a partir da experiência com o desenvolvimento do estágio, em que ministrou 24 aulas para o Ensino Médio. Os questionamentos e interesses dos estudantes possibilitaram indagações, procurando estabelecer conexões com o tempo presente, o ensino de história, e a desnaturalização dos objetos, possibilitando a problematização da realidade dos alunos do Ensino Médio, como ponto de partida para o fazer histórico em sala de aula.
O quarto artigo “Territórios negros: patrimônio, diáspora e tempo” elaborado por Gabriel Gonzaga, estudante da licenciatura em História da UFRGS, teve como objetivo questionar a noção temporal que norteou a construção de algumas práticas no interior do projeto patrimonial “Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre”, procurando estabelecer relações transversais entre a cultura afro-brasileira e o ensino de história.
O quinto artigo, o primeiro da segunda seção desse dossiê, intitulado “O sentido da História: entre metanarrativas e particularidades”, de Paulo Robério Ferreira Silva, Mestre em Ciências Sociais pela PUC Minas, propôs reflexões sobre o fazer histórico, sobretudo sobre os questionamentos provenientes da consideração de que o conhecimento histórico é uma modalidade do discurso. Diante desse questionamento, procurou estabelecer conexões para o conhecimento histórico, em que se destaca os elos da generalização e da especificidade.
O sexto artigo, “A “ética” da concorrência: concentração de capital no setor elétrico brasileiro – 1900 / 1950”, de Marcelo Squinca da Silva, Doutor em História pela PUC São Paulo, discutiu a postura de alguns empresários frente ao processo de urbanização do Brasil, em especial a superação da demanda da energia elétrica, o que evidenciou a postura conservadora da burguesia empresarial, que foi gestada dependente e subordinado ao Estado.
O sétimo artigo, “Laura de Vison: um(a) artista de nossos tempos de discussão sobre gênero”, de Walace Rodrigues, Doutor em Humanidades pela Universiteit Leiden (Holanda), a partir da apresentação da personagem Laura de Vison, sobre o seu trabalho performático nos anos 1980 e 1990, no cenário gay do Rio de Janeiro. O autor propõe uma historiografia das personalidades históricas LGBT brasileiras. Além do dossiê, este número da Revista História e Diversidade, publica ainda cinco artigos extras e uma resenha.
O primeiro artigo intitulado “Entre guerras “justas” e “injustas”: jogos de interesses no hinterland de Benguela e a produção de cativos (século XVIII), de Bruno Pinheiro Rodrigues, Doutor em História pela Universidade Federal de Mato Grosso, apresenta uma análise do quadro de alianças formado no hinterland de Benguela, um dos maiores portos exportadores de cativos para a América portuguesa durante o século XVIII e início do XIX, e uma reflexão sobre a construção da legitimidade de uma guerra “justa”, a partir dos arranjos políticos e alianças com chefes locais.
O segundo artigo, “Relações entre Museus e Cidades: experiências de professores de história no Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte- MG”, de Jesulino Lucio Mendes Braga, Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais, aborda a relação entre o Museu de Artes e Ofícios (MAO) e a cidade de Belo Horizonte a partir de uma pesquisa feita com professores de história que fazem uso educativo da exposição museal. A análise considera as experiências e as narrativas que os docentes produzem no contato com a exposição. Os docentes elaboram significados para as ações de ensino com o uso da exposição do MAO e apontam as potencialidades de usos dos espaços da cidade para a educação.
O terceiro artigo, “As cadeias no Mato Grosso do século XIX: um olhar sobre o cárcere”, de autoria de Patrícia Figueiredo Aguiar, doutoranda em História pela Universidade Federal de Uberlândia, realiza uma análise sobre as circunstâncias em que se estabeleciam as cadeias na primeira metade do século XIX na província de Mato Grosso.
O quarto artigo denominado “Práticas de esporte, educação física e educação moral e cívica na Ditadura Militar: uma higiene moral e do corpo”, de Reginaldo Cerqueira Sousa, doutorando em História pela Universidade Federal do Paraná, analisa as formas de legitimação do regime autoritário por meio da análise dos manuais e Educação Moral e Cívica e das práticas esportivas nos espaços de educação de jovens e o processo de constituição de uma espécie de pedagogia moral e do corpo viabilizado, principalmente, pela reestruturação do ensino por meio de reformas na educação, de programas e de projetos educacionais em fi ns dos anos de 1960 e durante a década de 1970.
O quinto artigo, “O efeito Cólera em meio às mutações ideológicas do Punk brasileiro”, de Tiago de Jesus Vieira, doutorando em História pela Universidade Federal de Mato Grosso, analisa dois álbuns da banda Cólera, como elementos interlocutores para explicitar o conturbado contexto da produção das identidades punk no decurso da década de 1980. A partir da análise dos álbuns, o estudo visa compreender como estes se inseriram no processo de “composição ideológica punk” no Brasil.
Por fim, a resenha organizada por Valdeci da Silva Cunha, doutorando em História pela Universidade Federal de Minas Gerais, apresenta a obra de RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. 1ª edição. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
Desejamos que as leitoras e os leitores apreciem os artigos que compõem esse volume da revista História e Diversidade, se sintam encorajados a participar dos debates propostos e enviem contribuições para os próximos volumes.
Boa leitura!
Caroline Pacievitch
Halferd Carlos Ribeiro Júnior
Osvaldo Mariotto Cerezer
PACIEVITCH, Caroline; RIBEIRO JÚNIOR, Halferd Carlos; CEREZER, Osvaldo Mariotto. Apresentação. História e Diversidade. Cáceres, v.7, n.2, 2015. Acessar publicação original [DR]