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Nijinsky | Romola Nijinsky e Paul Claudel
Introdução
No mês de agosto de 1917, enquanto a Europa ardia em guerra, estavam no Rio de Janeiro – e conviveram por breve período – três figuras importantes da cultura: o poeta Paul Claudel, Ministro Plenipotenciário da França; o jovem Darius Milhaud, com 25 anos, seu secretário e adido da embaixada (1); e o genial bailarino russo/ucraniano Vaslav Nijinsky, com 28 anos, que vinha ao Rio pela segunda vez com os Balés Russos (Ballets Russes) de Serge de Diaghilev – empresário que, por sinal, nunca esteve na cidade em razão do seu terrível medo do mar.
Logo, a vida desses personagens iria mudar muito. Nijinsky, como se sabe, ficaria mentalmente doente, afastando-se dos palcos em 1919 após apresentação em Montevidéu, passando por internações em diversos sanatórios até a morte, em 1950. Ao piano, acompanhava-o Arthur Rubinstein – que também passara, antes, pelo Rio – nessa última apresentação. Milhaud se tornaria um compositor musical influente – integrante, nos anos 1920, do chamado Grupo dos Seis, com Poulenc, Honegger, Auric e outros – e, depois, professor do Conservatório de Paris. Sua principal composição orquestral, o balé sinfônico O boi no telhado (1920), apresenta ritmos e motivos relacionados ao samba, ao maxixe, ao tango brasileiro, decorrentes do contato que manteve, entre 1917 e 1918, com Donga e outros compositores populares. O Corta-jaca, por exemplo, de Chiquinha Gonzaga é facilmente identificável na peça. Leia Mais