Posts com a Tag ‘Navegando com o sucesso: lições de liderança/trabalho em equipe e capacidade de superar desafios (T)’
Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios – SCHÜRMANN (MB-P)
SCHÜRMANN, Vilfredo. Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. 153p. Resenha de: SORENZUTTI, Patrícia Simon. A arte de velejar e o exercício da liderança. Marinha do Brasil/Proleitura, 2016/2017.
A temática da liderança perpassa a literatura desde o início do século XX e sua complexidade e aplicabilidade apresentam desafios após mais de um século de pesquisas.
É possível identificarmos que o conceito de liderança é diferenciado conforme cada autor que o desenvolve e aqui repousa a particularidade do livro “Navegando com o sucesso”.
Nele, o autor Vilfredo Schürmann faz um paralelo entre os desafios de velejar e o exercício da liderança demonstrando, na prática cotidiana a bordo do veleiro Aysso, como conduziu sua tripulação (equipe) numa desafiadora jornada marítima.
Ao longo das 153 páginas que compõem o livro, Schürmann narra de forma entusiasmada as duas circunavegações que realizou com sua família e demais tripulantes: a primeira que durou de 1984 até 1994 abrangendo 44 países; e a segunda, denominada Magalhães Global Adventure, que alcançou 19 países nos anos de 1997 até 2000, reeditando a rota do português Fernão de Magalhães. A tônica da narrativa perpassa uma analogia do veleiro, como uma empresa repleta de desafios e o mar bravio, como o mundo empresarial moderno, dinâmico e mutante. Ao descrever sua jornada marítima, Schürmann expõe como conduziu sua tripulação diante dos desafios impostos pela vida no mar e exerceu sua liderança, com maestria, equilibrando dois fatores apontados pelo autor como fundamentais: a capacidade de planejamento e a gestão das pessoas a bordo.
Ao seguirmos a narrativa do autor, empresário e economista com vasta experiência administrativa e gerencial, é possível identificarmos como ele transforma um sonho em projeto (o desejo de velejar pelos mares ao redor do planeta), seleciona uma boa equipe de trabalho (sua tripulação), executa cada fase do planejamento com organização, disciplina, treinamento e, principalmente, envolve toda a tripulação do Aysso em cada etapa (tanto os componentes da equipe de apoio logístico em terra quanto os membros a bordo do veleiro). Tais aspectos nos indicam como o planejamento, a supervisão e o monitoramento do trabalho, vinculados ao comprometimento da equipe, são fundamentais para o sucesso de qualquer trabalho.
O autor apresenta em seus relatos os desafios enfrentados em diversas áreas: econômica, logística, estrutural, mudanças da equipe e riscos como de morte, de acidente ou de ataques de piratas em determinados oceanos. Para todos os desafios a resposta engloba a identificação do risco, a tomada de decisão para resolver a situação, o bom treinamento dos tripulantes para lidar com o problema e, principalmente, a responsabilidade de todos a bordo. Dessa forma, Schürmann demonstra com sua experiência que o bom líder não é, necessariamente, o melhor ou o mais competente mas, sim, aquele que sabe muito bem, e estrategicamente, qual o seu papel e o de cada um na engrenagem do processo. Além disso, sua capacidade de comunicação clara e assertiva fica evidente em vários episódios descritos no livro.
Nesse sentido, os exemplos práticos do exercício da liderança apresentados por Vilfredo Schürmann, a bordo do veleiro Aysso, consistem numa abordagem precisa, entusiasmada e detalhada de atitudes concisas e coerentes por parte de um comandante, tendo como foco central o comprometimento da tripulação com todas as decisões tomadas.
Tais exemplos práticos, elencados no decorrer de sua obra, indicam uma proximidade de sua liderança a abordagens, entendidas conceitualmente, como democráticas (como definido pelo teórico Kurt Lewin), flexíveis e democráticas (tal como propõem Blake e Maouton na Teoria do Grid Gerencial) ou o quanto o líder consegue influenciar os liderados, como nos ensina a Teoria do Modelo de Participação do Líder, de Vroom e Yetton. Cabe ressaltar que outras aproximações teóricas são possíveis, pois um dos aspectos centrais da apresentação apaixonada de Schürmann sobre sua arte de transformar o sonho de velejar num projeto de vida autossustentável é o seu comprometimento, como líder, com as pessoas e com os processos.
Patrícia Simon Lorenzutti – CT (T) Marinha do Brasil
Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios – SCHÜRMANN (MB-P)
SCHÜRMANN, Vilfredo. Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. 153p. Resenha de: ANGELATS, Thaís de Souza Carvalho. Marinha do Brasil/Proleitura, 2016/2017.
Vilfredo Schürmann, em seu livro Navegando com o Sucesso, traça um paralelo entre os desafios impostos pela navegação oceânica a bordo de um veleiro e os desafios encontrados na gestão de uma empresa. As semelhanças são traduzidas em metáforas com ensinamentos sobre o papel do capitão em relação à sua tripulação, a importância das relações interpessoais, a tranquilidade na tomada de decisões e no gerenciamento dos riscos, e o maior segredo para transformar sonhos em realidade: o planejamento.
Nos capítulos iniciais, Schürmann relata o início do sonho de ser a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo, em um veleiro, com filhos pequenos a bordo. Para transformar a aventura em uma realidade, a família Schürmann planejou cada passo, desde a mudança para uma vila de pescadores para aprenderem sobre o mar, até a compra do primeiro veleiro e aulas de vela. Então, eles definiram que em dez anos suspenderiam para a primeira viagem de volta ao mundo.
Nos anos seguintes, compraram um veleiro maior, participaram de regatas no Brasil e no exterior, frequentaram aulas de navegação astronômica, leram livros sobre viagens transoceânicas e sobre os desafios das famílias que vivem em veleiros. Vilfredo Schürmann destaca que, durante todo o tempo, a gestão financeira foi fundamental, especialmente para uma viagem que, inicialmente estava prevista para durar três anos e terminou dez anos depois.
Em família, eles se tornaram empreendedores e, com as diversas atividades desempenhadas por todos, conseguiram equilibrar o orçamento e tornar a viagem autossustentável. Uma das melhores decisões foi começar a filmar as viagens, com o intuito de vender as imagens para canais de televisão interessados. Assim, a aventura deles ficou conhecida por todo o país.
Nos capítulos posteriores, o autor discorre sobre diversos aspectos relacionados à seleção da tripulação, relacionamento interpessoal, trabalho em equipe e liderança. Schürmann ressalta que, em um veleiro, os principais desafios não são as tempestades, mas sim o relacionamento entre as pessoas, em razão do espaço reduzido e do isolamento em travessias oceânicas. Destaca também que, em situações de conflito, cabe ao líder conduzir o diálogo para não afetar as relações interpessoais.
O autor segue fazendo o paralelo entre as tempestades enfrentadas em alto-mar e as turbulências de um mercado incerto, no qual as empresas estão inseridas. Só alcançarão o topo e permanecerão nele os que souberem se integrar à equipe e, assim, como em um veleiro em que o trabalho de um tripulante depende diretamente do trabalho do outro, nas equipes de sucesso não há lugar para egos inflados e atitudes que não sejam de colaboração. Para Schürmann, um líder precisa ter competência e capacidade de comunicação, além de ser ético e dinâmico. E, acima de tudo, um líder tem que saber trabalhar em equipe.
Nos capítulos finais, o autor destaca a importância das pessoas e departamentos se verem como parte do todo, não como células estanques, independentes. Em sua liderança, as inovações e iniciativas pessoais eram constantemente incentivadas para que cada um pudesse trabalhar explorando todo o seu potencial e o dos seus companheiros. O comprometimento com os objetivos do projeto sempre foi muito estimulado e recompensado por Vilfredo Schürmann, o líder da equipe.
Esse reconhecimento foi fundamental para motivar a tripulação, estimulando o crescimento individual e do grupo.
Em Navegando com o sucesso, portanto, Vilfredo Schürmann descreve que a bordo de um veleiro, o relacionamento entre as pessoas e os diferentes cenários são os principais desafios enfrentados. Para ter sucesso, um líder precisa se conhecer muito bem e aprender a entender o outro. Cabe ao capitão do barco, o comandante, a responsabilidade de conduzir os diálogos, analisar com a tripulação os meios para superarem as adversidades, mantendo-se sempre os objetivos alinhados e definidos. Por meio do sucesso de suas expedições, aprendeu que “não se pode mudar a direção dos ventos, mas se pode regular as velas para viver um sonho e realizar a felicidade”.
Thaís de Souza Carvalho Angelats – 1º. Tenente da Marinha do Brasil