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Los procesos de patrimonialización: museos, monumentos y conmemoraciones como dispositivos de poder y contrapoder/Revista de Historia/2021
La tradición inaugurada en los años 50 por la Escuela de Birmingham, conformada por Richard Hoggart, Stuart Hall, Raymond Williams y E.P. Thompson, propició la institucionalización de los Estudios Culturales o cultural studies bajo la tradición sociocultural. En Francia se desarrolló particularmente la sociología de la cultura, representada centralmente por la obra de Pierre Bourdieu, quien exploró dimensiones como el habitus, el gusto, los medios masivos, entre otras cuestiones. Además, la labor de R. Chartier (cuarta generación de los Annales) y sus investigaciones en torno a los libros y los lectores en la Europa moderna y la de historiadores como Robert Darnton, Peter Burke y Natalie Zemon Davis junto a la larga tradición de estudios culturales abierta por la Escuela de Frankfurt -Adorno, Horkheimer, Benjamin, Marcuse o Habermas- fue convirtiendo a lo cultural en objeto de interés. Fue concebido como textura del lazo entre los integrantes de la sociedad, como la instancia que explica la relación de la sociedad con ciertos valores, como el modo de afirmación e identificación de ciertos colectivos, como el alimento de las utopías, como productor de sentidos sobre pasados y futuros viables, entre otras formas de interpretación. Leia Mais
Documentário Iconográfico de Cidades e Monumentos do Brasil | Anais do Museu Histórico Nacional | 1953
Organizador
Gustavo Barroso – Diretor do M. H. N.
Referências desta apresentação
BARROSO, Gustavo. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v. 7, 1953. Acesso apenas pelo link original [DR]
Catálogo das moedas brasileiras do Museu Histórico Nacional: moedas da República 1889-1946 | Anais do Museu Histórico Nacional | 1950
Catálogo das moedas brasileiras do Museu Histórico Nacional: moedas da República 1889-1946 | Anais do Museu Histórico Nacional | 1950, BARROSO Gustavo (Org d), Moedas (d), América – Brasil, Séc. 19-20, Museu Histórico Nacional (d),
Referências desta apresentação
[Catálogo das moedas brasileiras do Museu Histórico Nacional: modas da República 1889-1946]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.11, 1950.Acessar dossiê [DR]
IV Centenário do Rio de Janeiro | Anais do Museu Histórico Nacional | 1965
IV Centenário do Rio de Janeiro | Anais do Museu Histórico Nacional | 1965, MONTELLO Josué (Org d), Centenário do Rio de Janeiro IV (d), América – Brasil, Séc. 20
Organizador
Josué Montello – Diretor do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
MONTELLO, Josué. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.15, 1965. Acesso apenas no link original [DR]
1º Centenário da Batalha do Tuiuti | Anais do Museu Histórico Nacional | 1967, Centenário da Batalha do Tuiuti I (d),
1º Centenário da Batalha do Tuiuti | Anais do Museu Histórico Nacional | 1967
Referências desta apresentação
[1º Centenário da Batalha do Tuiuti]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.17, 1967. Acessar dossiê [DR]Imperador D. Pedro II | Anais do Museu Histórico Nacional | 1975
Imperador D. Pedro II | Anais do Museu Histórico Nacional | 1975, Imperador D. Pedro II (d), América – Brasil, Séc. 19
Referências desta apresentação
Editorial. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.26, 1975. Acesso apenas no link original [DR]
OBS: No editorial não apresenta o autor (a)
75 anos de Fundação do Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 1997
75 anos de Fundação do Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 1997, Museu Histórico Nacional (d), América – Brasil, Séc. 20, TOSTES Vera Lúcia Bottrel (Org d)
Organizador
Vera Lúcia Bottrel Tostes – Museóloga. Mestre em História Universidade de São Paulo. Diretora do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
TOSTES, Vera Lúcia Bottrel. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.29, 1997. Acesso apenas no link original [DR]
Bicentenário de D. Pedro | Anais do Museu Histórico Nacional | 1998
Bicentenário de D. Pedro | Anais do Museu Histórico Nacional | 1998, Bicentenário de D. Pedro (d), América – Brasil, Séc. 19, TOSTES Vera Lúcia Bottrel (Org d)
Organizador
Vera Lúcia Bottrel Tostes – Museóloga. Mestre em História Universidade de São Paulo. Professora de Heráldica e Genealogia Universidade do Rio de Janeiro. Diretora do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
TOSTES, Vera Lúcia Bottrel. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.30, 1998. Acesso apenas no link original [DR]
- João VI | Anais do Museu Histórico Nacional | 1999
- João VI | Anais do Museu Histórico Nacional | 1999, TOSTES Vera Lúcia Bottrel (Org d), D João VI (d), América – Brasil, Séc. 19
Organizador
Vera Lúcia Bottrel Tostes – Museóloga. Mestre em História Universidade de São Paulo. Professora da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-Rio). Diretora do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
TOSTES, Vera Lúcia Bottrel. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.31, 1999. Acesso apenas no link original [DR]
Fotografia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2000
Fotografia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2000, MAUAD Ana Maria (Org d), Fotografia (d)
Organizador
Ana Maria Mauad – Doutora em História. Professora Adjunta Universidade Federal Fluminense.
Referências desta apresentação
MAUAD, Ana Maria. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.32, p.10-14, 2000. Acesso apenas pelo link original [DR]
Expressões da expansão Luso-Atlântica no Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2000
Expressões da expansão Luso-Atlântica no Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2000
Referências desta apresentação
[Expressões da expansão Luso-Atlântica no Museu Histórico Nacional]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.32, 2000.Acessar dossiê [DR]
Coleção | Anais do Museu Histórico Nacional | 2001
Coleção | Anais do Museu Histórico Nacional | 2001, Coleção (d), KNAUSS Paulo (Org d)
Organizador
Paulo Knauss
Referências desta apresentação
KNAUSS, Paulo. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.33, p.19-22, 2001. Acesso apenas no link original [DR]
Centro de Referência Luso-Brasileira 2000-2001 | Anais do Museu Histórico Nacional | 2001
Centro de Referência Luso-Brasileira 2000-2001 | Anais do Museu Histórico Nacional | 2001, BITTENCOURT José (Org d), Centro de Referência luso-Brasileira (d), Séc. 20-21
Organizador
José Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.33, p.155-159, 2001. Acesso apenas no link original [DR]
Acervos-indumentária | Anais do Museu Histórico Nacional | 2001
Acervos-indumentária | Anais do Museu Histórico Nacional | 2001, LIMA Vera Lúcia (Org d), Acervos (d), Indumentária (d)
Organizador
Vera Lúcia Lima – Museóloga. Pesquisadora do Museu Histórico Nacional. Curadora da Coleção de indumentária do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
LIMA, Vera Lúcia. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.33, p.237-240, 2001. Acesso apenas no link original [DR]
Arquitetura | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002
Referências desta apresentação
Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.34, p.7-10, 2002. Acesso apenas no link original [DR]
Arquitetura | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002
Arquitetura | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002, KESSEL Carlos (Org d), Arquitetura (d)
Organizador
Carlos Kessel – Arquiteto e Historiador pesquisador associado do Centro de Referência Luso-Brasileira do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
KESSEL, Carlos. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.34, p.19-20, 2002. Acesso apenas no link original [DR]
Historiografia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002
Historiografia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002, GUIMARÃES Manoel Luís Salgado (Org d), Historiografia (d)
Organizador
Manoel Luís Salgado Guimarães – Historiador. Professor Adjunto departamento de História UFRJ.
Referências desta apresentação
GUIMARÃES, Manoel Luís Salgado. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.34, p.67-70, 2002. Acesso apenas no link original [DR]
Museografia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002
Museografia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002, BITTENCOURT José Neves (Org d), Museografia (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.34, p.149-152, 2002. Acesso apenas no link original [DR]
Potencialidades | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002
Potencialidades | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002, ALMEIDA Cícero Antônio Fonseca de (Org d)
Organizador
Cícero Antônio Fonseca de Almeida
Referências desta apresentação
ALMEIDA, Cícero Antônio Fonseca de. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.34, p.223-226, 2002. Acesso apenas no link original [DR]
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2002, BITTENCOURT José Neves (Org d), Acervos (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.34, p. p.295-296, 2002. Acesso apenas no link original [DR]
Cidade do Rio de Janeiro | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003
Cidade do Rio de Janeiro | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003, TAVARES Luiz Edmundo (Org d), Cidade do Rio de Janeiro (d), América – Brasil
Organizador
Luiz Edmundo Tavares
Referências desta apresentação
TAVARES, Luiz Edmundo. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.35, p.13-14, 2003. Acesso apenas no link original [DR]
O papel dos Museus na melhoria de vida no Rio de Janeiro | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003
O papel dos Museus na melhoria de vida no Rio de Janeiro | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003, BITTENCOURT José Neves (Org d), BITTENCOURT José Neves (Org d); TOSTES Vera Lúcia Bottrel (Org d)
Organizadores
José Neves Bittencourt
Vera Lúcia Bottrel Tostes
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves; TOSTES, Vera Lúcia Bottrel. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.35, p.105-106, 2003. Acesso apenas no link original [DR]
Olhares sobre Gustavo Barroso | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003
Olhares sobre Gustavo Barroso | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d), Gustavo Barroso, América – Brasil, Séc. 20
Organizador
Aline Montenegro Magalhães
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.35, p.177-178, 2003. Acesso apenas no link original [DR]
O Rio no acervo do Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003
O Rio no acervo do Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003, BITTENCOURT José Neves (Org d), Rio de Janeiro (d), Acervo (d), Museu Histórico Nacional (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.35, p.267-270, 2003. Acesso apenas no link original [DR]
Olhares sobre o Mundo Lusófono | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003
Olhares sobre o Mundo Lusófono | Anais do Museu Histórico Nacional | 2003, FREIXO Adriano de (Org d), Mundo Lusófono (d)
Organizador
Adriano de Freixo
Referências desta apresentação
FREIXO, Adriano de. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.35, p.387-388, 2003. Acesso apenas no link original [DR]
Museologia na prática | Anais do Museu Histórico Nacional | 2004
Museologia na prática | Anais do Museu Histórico Nacional | 2004, FERNANDES Lia Silvia Peres (Org d), Museologia (d)
Organizador
Lia Silvia Peres Fernandes
Referências desta apresentação
FERNANDES, Lia Silvia Peres. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.36, p.21-24, 2004. Acesso apenas no link original [DR]
Anais, nova série-dez volumes de sucesso | Anais do Museu Histórico Nacional | 2004
Anais, nova série-dez volumes de sucesso | Anais do Museu Histórico Nacional | 2004, BITTENCOURT José Neves (Org d), Anais do Museu Histórico Nacional (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.36, p.99-102, 2004. Acesso apenas no link original [DR]
Cultura Material-MHN | Anais do Museu Histórico Nacional | 2004
Cultura Material-MHN | Anais do Museu Histórico Nacional | 2004, BITTENCOURT José Neves (Org d), Cultura Material (d), Museu Histórico Nacional (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.36, p.205-208, 2004. Acesso apenas no link original [DR]
Trajetórias do Patrimônio | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005
Trajetórias do Patrimônio | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d), Patrimônio (d)
Organizador
Aline Montenegro Magalhães
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.37, p.38-40, 2005. Acesso apenas no link original [DR]
Museus e Tecnologia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005
Museus e Tecnologia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005, GOUVEIA Inês (Org d), Museus (d), Tecnologia (d)
Organizador
Inês Gouveia
Referências desta apresentação
GOUVEIA, Inês. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.37, p.100-103, 2005. Acesso apenas no link original [DR]
Objetos e construções simbólicas | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005
Objetos e construções simbólicas | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005, BITTENCOURT José Neves (Org d), Objetos (d), Construções Simbólicas (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.37, p.154-157, 2005. Acesso apenas no link original [DR]
Cultura Material no Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005
Cultura Material no Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2005, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d), Cultura Material (d), Museu Histórico Nacional (d)
Organizador
Aline Montenegro Magalhães
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.37, p.222-225, 2005. Acesso apenas no link original [DR]
Arqueologia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006
Arqueologia | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006, LIMA Pablo Luiz de Oliveira (Org d), Arqueologia (d)
Organizador
Pablo Luiz de Oliveira Lima
Referências desta apresentação
LIMA, Pablo Luiz de Oliveira. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.38, p.20-24, 2006. Acesso apenas no link original [DR]
Numismática | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006
Numismática | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006, VIEIRA Rejane Maria Lobo (Org d), Numismática (d)
Organizador
Rejane Maria Lobo Vieira
Referências desta apresentação
VIEIRA, Rejane Maria Lobo. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.38, p.130-132, 2006. Acesso apenas no link original [DR]
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006, BEZERRA Rafael Zamorano (Org d), Acervos (d)
Organizador
Rafael Zamorano Bezerra
Referências desta apresentação
BEZERRA, Rafael Zamorano. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.38, p.208-211, 2006. Acesso apenas no link original [DR]
Reserva técnica dos Anais | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006
Reserva técnica dos Anais | Anais do Museu Histórico Nacional | 2006, BITTENCOURT José Neves (Org d), Reserva Técnica (d), Anais do Museu Histórico Nacional (d)
Organizador
José Neves Bittencourt
Referências desta apresentação
BITTENCOURT, José Neves. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.38, p.250-252, 2006. Acesso apenas no link original [DR]
Pintura de História | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007
Pintura de História | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007, CHRISTO Maraliz de Castro Vieira (Org d), Pintura de História (d)
Organizador
Maraliz de Castro Vieira Christo
Referências desta apresentação
CHRISTO, Maraliz de Castro Vieira. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.39, p.44-48, 2007. Acesso apenas no link original [DR]
Museus e Público Jovem | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007
Museus e Público Jovem | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d); PEREIRA Marcelle R. N. (Org d), Museus (d), Público Jovem (d)
Organizadores
Aline Montenegro Magalhães
Marcelle R. N. Pereira
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro; PEREIRA, Marcelle R. N. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.39, p.242-244, 2007. Acesso apenas no link original [DR]
Conservação e Restauro | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007
Conservação e Restauro | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007, CESTARI Jussara Faria (Org d), Conservação (d), Restauro (d)
Organizador
Jussara Faria Cestari
Referências desta apresentação
CESTARI, Jussara Faria. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.39, p.364-366, 2007. Acesso apenas no link original [DR]
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d), Acervos (d)
Organizador
Aline Montenegro Magalhães
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.39, p.416-420, 2007. Acesso apenas no link original [DR]
Reserva técnica dos Anais do Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007
Reserva técnica dos Anais do Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2007, BEZERRA Rafael Zamorano (Org d), Reserva Técnica (d), Anais do Museu Histórico Nacional (d)
Organizador
Rafael Zamorano Bezerra – Historiador. Mestre em Ciência Política pela UFRJ. Pesquisador e editor dos Anais do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
BEZERRA, Rafael Zamorano. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.39, p.512-521, 2007. Acesso apenas no link original [DR]
Comemorações | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008
Comemorações | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008, ABREU Marcelo Santos (Org d), Comemorações (d)
Organizador
Marcelo Santos Abreu – Universidade de Uberlândia. Professor Assistente de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.
Referências desta apresentação
ABREU, Marcelo Santos. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.40, p.30-33, 2008. Acesso apenas no link original [DR]
Representação dos Negros em museus | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008
Representação dos Negros em museus | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008, BARBOSA Nila Rodrigues (Org d), Representação (d), Negros (d), Museus (d)
Organizador
Nila Rodrigues Barbosa – Bacharel em História. Especialista em Organização de Arquivos. Especialista em Estudos Africanos e Afro-brasileiros. Membro da equipe técnica do Museu Abílio Barreto da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.
Referências desta apresentação
BARBOSA, Nila Rodrigues. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.40, p.144-147, 2008. Acesso apenas no link original [DR]
Patrimônio Lusófono: ações educativas de valorização | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008
Patrimônio Lusófono: ações educativas de valorização | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d), Patrimônio Lusófono (d), Ações Educativas (d)
Organizador
Aline Montenegro Magalhães – Historiadora. Mestre em História Social pela UFRJ e doutoranda pela mesma universidade. Coordenadora do Centro de Referência Luso-Brasileira do Museu Histórico.
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.40, p.278-281, 2008. Acesso apenas no link original [DR]
Conservação e Restauro. Uma abordagem metodológica e conceituação | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008
Conservação e Restauro. Uma abordagem metodológica e conceituação | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008
Organizador
Rafael Zamorano Bezerra – Historiador. Mestre em Ciência Política. Pesquisador do Museu Histórico Nacional.
BEZERRA Rafael Zamorano (Org d)
Referências desta apresentação
BEZERRA, Rafael Zamorano. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.40, p.346-349, 2008. Acesso apenas no link original [DR]
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008
Acervos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2008, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d), Acervos (d)
Organizador
Aline Montenegro Magalhães – Historiadora. Mestre em História Social pela UFRJ e doutoranda pela mesma universidade. Coordenadora do Centro de Referência Luso-Brasileira do Museu Histórico.
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.40, p.432-435, 2008. Acesso apenas no link original [DR]
José de Alencar | Anais do Museu Histórico Nacional | 2009
José de Alencar | Anais do Museu Histórico Nacional | 2009, PELOGGIO Marcelo (Org d), José de Alencar (d)
Organizador
Marcelo Peloggio – Professor Adjunto de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará. Possui Graduação em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996). Mestrado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2001). E doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2006).
Referências desta apresentação
PELOGGIO, Marcelo. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.41, p.24-28, 2009. Acesso apenas no link original [DR]
Estudos sobre Imigração no Brasil | Anais do Museu Histórico Nacional | 2009
Estudos sobre Imigração no Brasil | Anais do Museu Histórico Nacional | 2009, BENCHETRIT Sarah Fassa (Org d), Estudos sobre Imigração (d), América – Brasil (d)
Organizador
Sarah Fassa Benchetrit – Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Mestrado em Sociologia na Universidade Hebraica de Jerusalém. Assessora da Direção do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
BENCHETRIT, Sarah Fassa. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.41, p.178-184, 2009. Acesso apenas no link original [DR]
Museus e Museologia em Foco | Anais do Museu Histórico Nacional | 2009
Museus e Museologia em Foco | Anais do Museu Histórico Nacional | 2009, Museus (d), Museologia (d)
[Museus e Museologia em Foco]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.41, 2009. Acessar dossiê [DR]Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2010
Museu Histórico Nacional | Anais do Museu Histórico Nacional | 2010, Museu Histórico Nacional (d)
Referências desta apresentação
[Museu Histórico Nacional]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.42, 2010. Acessar dossiê [DR]Museus e Turismo | Anais do Museu Histórico Nacional | 2010
Museus e Turismo | Anais do Museu Histórico Nacional | 2010, Museus (d), Turismo (d)
[Museus e Turismo]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.42, p.105-106, 2010. Acessar dossiê [DR]Perspectivas Teóricas sobre Museus, Patrimônios e Coleções | Anais do Museu Histórico Nacional | 2011
Perspectivas Teóricas sobre Museus, Patrimônios e Coleções | Anais do Museu Histórico Nacional | 2011, Teorias sobre Museus (d), Patrimônios (d), Coleções (d)
Referências desta apresentação
[Perspectivas Teóricas sobre Museus, Patrimônios e Coleções]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.43, 2011. Acessar dossiê [DR]Museus e Coleções | Anais do Museu Histórico Nacional | 2011
Museus e Coleções | Anais do Museu Histórico Nacional | 2011, Museus (d), Coleções (d)
Referências desta apresentação
[Museus e Coleções]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.43, 2011. Acessar dossiê [DR]Estudos Temáticos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2011
Estudos Temáticos | Anais do Museu Histórico Nacional | 2011
Referências desta apresentação
[Estudos Temáticos]. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.43, 2011. Acessar dossiê [DR]O patrimônio cultural coreano | Anais do Museu Histórico Nacional | 2013
O patrimônio cultural coreano | Anais do Museu Histórico Nacional | 2013, TOSTES Vera Lúcia Bottrel (Org d), Patrimônio Cultural Coreano (d), Ásia – Coréia
A história da institucionalização das práticas patrimoniais do mundo ocidental é bastante conhecida no universo acadêmico brasileiro, principalmente graças ao trabalho de historiadores do calibre de Dominique Poulot e Françoise Choay. No Brasil a trajetória das práticas patrimoniais foi objeto de estudos de historiadores como Márcia Chuva, Lúcia Lippi, Aline Montenegro, Leila Bianchi, entre outros. Todos os autores que se debruçam sobre o tema afirmam que o patrimônio cultural configura-se como um fenômeno mundial, estando relacionado com as transformações dos modos de vida tradicionais e da modernização resultante das revoluções industriais e tecnológicas das últimas décadas.
A característica dessa “razão patrimonial”, usando aqui o termo cunhado por Poulot, leva o filósofo francês Henry Pierre Jeudy a considerar que as cidades modernas, ao passar por processos de revitalização em seus centros históricos, acabam contraditoriamente se tornando mais homogêneas e menos interessantes, configurando aquilo que ele considera uma petrificação e estetização das cidades.
Todavia, a instauração dos patrimônios culturais está intimamente relacionada com os projetos nacionais e políticos de cada país, suas experiências históricas, estratégias de afirmação de identidades, relações internacionais, entre outros. Conhecer as práticas patrimoniais distantes da nossa realidade latino-americana é um caminho para pensar como o patrimônio cultural configura-se como um fenômeno global e local, fruto das relações históricas e políticas que marcam cada nação.
Assim, os Anais do Museu Histórico Nacional, v. 45, ano 2013, apresentam um dossiê cuja temática é inédita no Brasil: o patrimônio cultural coreano. A oportunidade é ímpar, uma vez que neste ano comemora-se o 50o aniversário da imigração coreana ao Brasil. O dossiê é formado por textos de autores novos e consagrados como a professora da Universidade da Califórnia, Hyung Il Pai, autora de Constructing “Korean” origins, um dos maiores best-sellers sobre o patrimônio coreano, e que gentilmente nos autorizou a traduzir um artigo seu para este volume, o pesquisador norte-americano Roger Janelli, a curadora coreana Hyeon Mi Chung, o professor italiano Andrea De Benedittis da universidade de Ca’ Foscari, o filipino Gian Carlo e o pesquisador do MHN e organizador do dossiê Rafael Zamorano Bezerra.
No ano de 2012, o historiador Rafael Zamorano Bezerra foi contemplado com uma bolsa para intercâmbio com o Korean Folk Museum, em Seul. Compartilhar conhecimentos possibilitou, além da experiência pessoal do funcionário, o estreitamento das relações museológicas entre as duas instituições. Constitui, portanto, especial satisfação inserir o dossiê dedicado ao patrimônio cultural coreano no volume 45 dos Anais, conjugando a celebração do aniversário com o reconhecimento ao acolhimento do funcionário do Museu Histórico Nacional.
Em harmonia com esse dossiê apresentamos artigos sobre práticas patrimoniais em cidades e museus brasileiros, artigos esses enviados gentilmente pelos autores para avaliação dos nossos pareceristas. A leitura do volume abre uma série de possibilidades e estudos sobre a história das trajetórias de patrimonialização em dois países que, apesar de distantes geograficamente, encontram saberes e práticas na visão do patrimônio.
Organizador
Vera Lúcia Bottrel Tostes – Museóloga e diretora do Museu Histórico Nacional.
Referências desta apresentação
TOSTES, Vera Lúcia Bottrel. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.45, p.8-10, 2013. Acessar publicação original [DR]
André Desvallées: entre museologias | Anais do Museu Histórico Nacional | 2015
André Desvallées: entre museologias | Anais do Museu Histórico Nacional | 2015, BRULON Bruno (Org d), André Desvallées (d), Museologias (d)
Existem, talvez, duas maneiras de se conhecer uma pessoa: a partir dos resultados de seu trabalho e pessoalmente. Eu conheci André Desvallées, primeiro, a partir do seu trabalho no Comitê Internacional de Museologia – ICOFOM e de sua trajetória emblemática no contexto dos museus franceses. Enquanto estudante da graduação em museologia, no início dos anos 2000, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, eu conheci a figura de André Desvallées por meio de suas obras, e em particular seus inúmeros textos no ICOFOM Study Series, publicação anual do Comitê de Museologia, desde os anos 1980. Em seguida, aprendi a respeitar e admirar o trabalho desse comitê graças aos grandes nomes da museologia mundial que estavam associados a ele. Nesse primeiro contato, eu conheci o Desvallées “do papel”, por meio de sua boa escrita, do amor pelos museus e, sobretudo, do amor por uma museologia renovada, investida da prática e da teoria críticas.
Com o passar dos anos, André Desvallées, o ICOFOM e as ideias da “nova museologia” se tornaram parte do meu objeto de estudo, quando eu começava a traçar um caminho pela pesquisa em museologia no Brasil. Mas foi somente em 2006, no primeiro simpósio do ICOFOM em que participei, em Córdoba e Alta Gracia, na Argentina, que eu conheci André Desvallées pessoalmente. Nesse primeiro encontro trocamos apenas algumas palavras e ele já sugeria leituras direcionadas para a minha pesquisa de mestrado. Alguns anos mais tarde, em 2011, quando eu estava em Paris para a pesquisa de doutorado, ele se tornaria o principal ator de uma tese em construção. Na França, eu tinha muitas questões e André Desvallées me deu não apenas as respostas, mas outras questões fundamentais e indispensáveis para a reflexão sobre o meu objeto de estudo. Nos meses em que permaneci em Paris, entre 2011 e 2012, eu conheci Desvallées, o professor, o informante generoso, o verdadeiro museólogo e pensador por detrás do papel.
A proposta inicial de organizar um dossiê em torno da obra escrita de André Desvallées para ser publicado nos Anais do Museu Histórico Nacional surgiu do próprio desejo desse autor de ver os seus pontos de vista sobre a museologia traduzidos ao português em um periódico brasileiro. A partir de uma entrevista realizada no dia 30 de março de 2012, em Paris, e de diversos outros encontros, trocas de e-mails, envios de documentos, o próprio Desvallées sugeriu que organizássemos juntos uma só entrevista para ser traduzida ao português e publicada no Brasil. A partir de sua ideia, e da generosa oferta de se organizar um dossiê por parte dos editores dos Anais do Museu Histórico Nacional, teve início um processo de seleção de outros textos para que fossem traduzidos compondo a presente obra.
Da seleção dos textos – processo do qual participou Desvallées ativamente e em todas as etapas – pode-se dizer que muitas podiam ter sido as escolhas e os caminhos tomados na museologia desvalleéesiana. Sua obra escrita é correspondente à vastidão mesma de sua atuação no campo da museologia e dos museus. Da museografia tradicional aos ecomuseus, da expografia (termo este criado por ele) à comunicação do patrimônio global… André Desvallées atuou no limiar entre museologias que se pensavam distintas e que foram moldadas e renovadas por suas próprias ideias e práticas, que influenciaram diversos seguidores ao longo dos anos e que fizeram aflorar uma só museologia, praticada e reconhecida nos quatro cantos do mundo, debatida criticamente nos textos aqui apresentados.
Para a seleção final dos textos, considerou-se, preponderantemente, o que havia de mais relevante – ainda que pontual – para duas trajetórias específicas que estes trabalhos devem testemunhar: de uma lado a própria trajetória pessoal e profissional de André Desvallées, que ao lado de Georges Henri Rivière, atuando como responsável pela realização das galerias do Musée national des Arts et Traditions populaires, teve a sua entrada no mundo da museologia marcada por um olhar questionador sobre os próprios modelos e conceitos fundadores desse campo profissional e disciplinar; de outro, há a trajetória da própria museologia, atravessada pela eclosão do movimento da Nova Museologia (anos 1980) que Desvallées ajudou a criar e pelo advento dos ecomuseus, que se tornaram objetos de sua investigação ao passar a fazer parte da Inspeção Geral de Museus – IGM, a partir do final da década de 1970.
O que se pretendeu foi marcar os diversos momentos da história da museologia em que as contribuições desse autor – que nunca se definiu como um teórico, mas como um homem “da prática” em suas próprias palavras – alteraram significativamente a ordem da museologia internacional, ou instauraram uma nova. O primeiro breve artigo, O ecomuseu: museu grau zero ou museu fora das paredes?, de 1985, publicado na renomada revista de etnologia Terrain, foi escrito com o propósito de questionar as próprias limitações da compreensão da noção de ecomuseu, mas também tem valor de manifesto, uma vez que foi publicado no momento em que Desvallées reivindicava o apoio do Ministério da Cultura francês a esse novo tipo de instituição.
O segundo texto, do mesmo ano, intitulado Museologia Nova (1985), e publicado pelo ICOFOM no boletim Nouvelles muséologiques, n. 8, editado por esse comitê, é o registro de uma conferência proferida por Desvallées em 1984, a pedido do ICOM, respondendo aos idealizadores do Movimento Internacional por uma Nova Museologia – MINOM, que reivindicavam a criação de um comitê, no ICOM, sobre ecomuseus, e, paralelamente, o reconhecimento do MINOM como organização associada. Nessa ocasião, Desvallées explica como criou o termo “nova museologia”, proposto inicialmente como “museologia (nova)” na sua atualização do verbete de Germain Bazin para a Encyclopedia Universalis de 1981. O texto original de 1981, segundo o próprio autor, não apresenta nada de revolucionário, e ele mesmo me desencorajou a traduzi-lo para o presente volume. O segundo texto, aqui traduzido, não apenas apresenta o termo explicitando o sentido proposto por seu idealizador, como também evidencia os seus antecedentes históricos, chamando a atenção para a falta de legitimidade de um discurso que pregava a ruptura entre uma museologia ampla e crítica estudada pelo ICOFOM, e a “nova museologia”, ou a “ecomuseologia” – correntes essas que foram disseminadas em primeiro lugar dentro desse mesmo comitê, e que se basearam nas ideias geminais de Georges Henri Rivière e Hugues de Varine, os principais responsáveis em lhes conferir algum sentido.
Uma das características mais marcantes da museologia, segundo André Desvallées, é exatamente a ausência de rupturas e de oposições revolucionárias que tenham interrompido o curso de uma só museologia contínua, em sua prática e na teoria. Nessa vertente, as mudanças são parte inerente do curso dos processos museais (no termo mais usado por Desvallées – seriam “museológicos” no Brasil) e se mostram flagrantes tanto na museologia quanto na museografia das últimas décadas do século 20. No artigo publicado em 1987 na revista Brises, Desvallées faz referência a Uma virada da Museologia, que teria levado à concepção de novos modelos teóricos e práticos. Como agente nesse campo de mudanças, ele aponta a evidente confusão terminológica que atesta o processo de estruturação da museologia. E fica claro, nesse sentido, que a virada a que se refere diz respeito a um movimento de (re)contextualização dos museus e dos objetos que eles expõem, seguindo a vertente contextual da museologia francesa que, como ele demonstra, não está completamente distante da via de pensamento aberta pelos teóricos do leste europeu. Nessa perspectiva, é então apresentada ao leitor uma revisão do que se reconhecia como a teoria da museologia na época e a diversidade de novos termos para designar as formas adotadas pelos museus. Desvallées realiza um tipo de análise terminológica cuja preocupação principal é com a historicidade dos conceitos, que é semelhante a que se veria de modo ampliado mais tarde na sua busca incansável pela definição de uma terminologia da museologia, e no Dictionnaire encyclopédique de muséologie, que organizaria junto com o seu mais atuante discípulo, François Mairesse1.
Podemos dizer, com certa precisão, que foi a sua “museologia (nova)” que levou Desvallées a perseguir o exercício de investigar os conceitos por detrás dos termos, exercício este que ele assume como constante a partir de então – e sobretudo em sua atuação no ICOFOM. Com efeito, a sua produção textual ao longo das décadas de 1980 e 1990 se vê marcada pela busca de um historicismo e de uma terminologia para o campo. Na Apresentação escrita para a coletânea sobre textos da Nova Museologia publicada com o título de Vagues, Une anthologie de la Nouvelle muséologie, Desvallées descreve com precisão de testemunho o contexto em que surgiu o movimento ao tentar historicizar os seus antecedentes. A partir dos textos coletados para sua “antologia”, inédita em seu propósito congregador dos olhares sobre a “nova museologia”, e que haviam sido publicados pelos diversos autores ao longo do processo de revisão da museologia que se deu nos anos 1970 e 1980, Desvallées torna evidente em sua análise os limites supostos de um movimento cuja definição exata não estava clara para muitos.
Tais fronteiras definidoras da museologia contemporânea são novamente mencionadas e reafirmadas no texto final desse dossiê, que reúne as informações necessárias para que o leitor comece a desenvolver uma plena percepção histórica e geopolítica do campo da museologia no mundo. A entrevista, realizada em 2012, traz para a atualidade a confirmação dos fundamentos da museologia (nova) – e a atual – proposta por Desvallées nos anos 1980. A instauração dos novos modelos de museus experimentais, as correntes de pensamento que os sustentavam, as idiossincrasias da política de museus na França e a constituição do Comitê de Museologia são alguns dos temas abordados por ele nessa conversa entre dois museólogos, saindo dos confins de suas próprias museologias para investigar as suas bases.
Entre as ondas de uma museologia que é pensada como una por um de seus maiores transgressores, contempla-se o conjunto de correntes e influências que levaram à estruturação de um campo disciplinar a partir do alargamento dos seus ideais e dos princípios que, segundo Desvallées, já estavam na base da museologia com a qual alguns desavisados pretendiam romper. Na perspectiva desse museólogo (no sentido mais amplo dado ao termo pelos franceses), a museologia, em suas formas de diferenciação ou de assimilação de novas correntes teóricas e práticas, é composta por confluências e afluências que a conduzem a desembocar sempre no mesmo oceano, ainda que alterado.
Nota
1 Cf. DESVALLÉES, André & MAIRESSE, François. Dictionnaire encyclopédique de muséologie. Paris: Armand Colin. 2011.
Organizador
Bruno Brulon – Professor de Museologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
BRULON Bruno (Org d)
Referências desta apresentação
BRULON, Bruno. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.47, p. 9-14, 2015. Acessar publicação original [DR]
Mídias | Anais do Museu Histórico Nacional | 2017
Mídias | Anais do Museu Histórico Nacional | 2017, MONTEIRO Christiano Britto (Org d); PEREIRA Wagner Pinheiro (Org d), Mídias (d)
Cinema, games e museus: meios, usos e mediações dos acervos históricos na era das audiovisualidades
O presente dossiê apresenta um conjunto representativo de algumas das pesquisas mais atuais e instigantes sobre as relações entre história, cinema, games e museus na constituição das interfaces, interdisciplinaridades e especificidades dos “meios, usos e mediações”1 dos acervos históricos na “Era das Audiovisualidades”.
Na primeira metade do século XX, os estudiosos da chamada Escola de Frankfurt – como Theodor Adorno2, Max Horkheimer3, Walter Benjamin4, seguidos mais à frente por pesquisadores contemporâneos como Guy Debord5, Jean Baudrillard6, Douglas Kellner7, Néstor García Canclini8, Jesús MartinBarbero9, Pierre Lévy10, dentre outros, têm refletido sobre a sociedade de massas na “Era do espetáculo dos meios de comunicação” e avaliado o papel das novas mídias nas práticas sociais e culturais que, cada vez mais, tem valorizado uma postura interativa do público espectador frente às “obras de arte na época da sua reprodutibilidade técnica”.11
Indubitavelmente, a emergência de uma cultura da mídia e o desenvolvimento tecnológico das audiovisualidades, em pleno processo dialético com suas sociedades massificadas, representou um paradigma para as formas de construção da narrativa da História e da configuração das representações da memória histórica. Neste sentido, o presente dossiê objetiva congregar estudos que apresentem propostas e experiências de teorias, metodologias e pesquisas que, marcadas pelo caráter multidisciplinar, discutam como a cultura das audiovisualidades gerou mudanças comportamentais que afetam a noção de tempo, de espaço e dos dados históricos, conceitos fundamentais para o trabalho historiográfico, assim como reflitam acerca da forma como o espaço da memória histórica de museus e seus acervos são incorporados, ressignificados e trabalhados pelos recursos das audiovisualidades: cinema, televisão, games, vídeos, aplicativos, smartphones e as demais tecnologias de informação e comunicação (TICs).
Refletir sobre as possíveis conexões, convergências, diálogos e interações entre as novas tecnologias midiáticas dos séculos XX e XXI e os museus, acervos e patrimônios históricos possibilita aprofundar, potencializar e incorporar os instigantes debates contemplados nestas distintas áreas. O intuito é problematizar o intercâmbio do conhecimento sobre novas mídias, bem como viabilizar novas metodologias de divulgação e ludicidade aplicadas aos acervos museológicos.
Os artigos do dossiê estão agrupados de acordo com uma ótica estrutural organizada em três eixos temáticos principais, a saber:
O primeiro grupo contempla os artigos dedicados às diferentes fontes e temáticas que envolvem as relações História, Cinema e Televisão.
O artigo “Meridional Filmes: trajetórias desconhecidas do cinema pernambucano durante o Estado Novo (1937-1945)”, do doutorando em História pela UFPE, Arthur Gustavo Lira do Nascimento, realiza uma análise das produções da empresa cinematográfica Meridional Filmes, contratada diversas vezes pelo governador pernambucano Agamenon Magalhães para realizar filmes sobre as ações políticas do Estado Novo em Pernambuco.
O artigo de Quezia Brandão, Mestra em História Social pela USP, apresenta uma análise sobre “A poética cinematográfica latino-americana de Glauber Rocha: Uma análise do filme A Idade da Terra (1980)”. Partindo do estudo do roteiro cinematográfico nunca produzido de “América Nuestra” (1965), a historiadora investiga as transformações sofridas pelo projeto original de Glauber Rocha até a produção do filme A Idade da Terra, considerado por Quezia Brandão como a “obra síntese” da filmografia do cineasta baiano Glauber Rocha. Para auxiliar o leitor a decifrar o “filme maldito” e mais incompreendido do maior expoente do Cinema Novo Brasileiro, a autora discute aspectos externos que envolveram a produção cinematográfica, assim como se dedica, com sensibilidade, a desvendar a linguagem estética e as alegorias crísticas presentes no último filme de Glauber Rocha.
Concluímos este primeiro bloco com o artigo “Controle e Espetáculo: Imagens cinematográficas da televisão dos anos 1990”, de Thiago Henrique Felício, doutorando em História pela UFPR, que através do estudo dos filmes O Efeito Ilha (dir. Luiz Alberto Pereira, 1994), Como Nascem os Anjos (dir. Murilo Salles, 1996) e Um Céu de Estrelas (dir. Tata Amaral, 1996), discute como essas produções refletiram sobre algumas das questões e dilemas da década de 1990. Segundo expõe o autor, essas obras foram bastante críticas, pois procuraram apontar para uma certa banalização da cultura pelas imagens, bem como para a alienação e para o controle provocados e exercidos através dos melodramas televisivos, que se tornavam cada vez mais onipresentes com a repetição das suas mensagens nos mais diferentes meios de divulgação.
Estes dois últimos artigos auxiliam a compreensão das relações da produção de cinema e TV com a transição da ditadura civil-militar para o período democrático no Brasil República.
O segundo grupo temático reúne artigos que refletem sobre as questões que permeiam as relações entre História e videogames.
Em “O espaço virtual da reconstituição histórica em Assassin’s Creed III (2012)”, Robson Scarassati Bello, doutorando em História Social pela USP, levando em conta que os jogos de videogame apresentam uma nova forma de representar e simular a realidade histórica através do espaço virtual, reflete como o jogo Assassin’s Creed III representou a Guerra Franco-Indígena e a Revolução Americana (1776), transformando os eventos históricos em uma espécie de parque de diversões.
Também trabalhando com a cultura dos games, temos o artigo de Diogo Trindade Alves de Carvalho, doutorando em História pela UFBA, que se debruçou na análise temática “Civilizados, Incivilizados e Primitivos no jogo Victoria 2 (2010): uma análise dos diários de desenvolvimento publicados no fórum da Paradox”. Neste artigo, o autor aponta que o jogo Victoria 2 reproduz um discurso eurocêntrico e racista na busca de glorificar a visão conservadora de um passado glorioso para da história do Império Britânico, entre 1836-1946, período no qual o jogo transcorre e que constrói a memória em torno de eventos históricos e objetos museológicos.
O terceiro bloco é composto por textos que debatem as relações da História com cinema, games e museus, que também perpassam a educação e suas influências na forma de trabalho e de percepção dos artefatos e objetos museológicos.
Nesta senda, o artigo “Um salão de belas novidades: um olho no cinematógrafo, outro no museu!”, de Geyzon Bezerra Dantas, mestre em Letras (Literatura e Cultura) pela UFPB, reconstitui através da história da primeira sala de cinema instalada no Rio de Janeiro, no final do século XIX, como o advento da novidade tecnológica produziu efeitos no imaginário e na vida cultural carioca. À margem das instituições museais que também se formavam no período, surge no contexto do entretenimento popular um museu integrado ao espetáculo cinematográfico. Dessa forma, o autor analisa a presença desse museu popular, na primeira época do cinema brasileiro (1896- 1912), destacando ainda o aspecto de confluência entre a exibição de filmes e a exposição de objetos durante a Exposição Nacional de 1908.
Na sequência, Marta Dile Robalinho, pós-graduanda em História do Brasil pós-30 pela UFF, no artigo “Museu, objeto e o digital no Ensino de História”, reflete sobre como podemos pensar o ensino de História a partir da leitura de objetos museais através do digital. Para isso, a autora realiza uma pesquisa de objetos pertencentes ao século XIX da exposição do Museu da República, no Rio de Janeiro, e da forma como eles podem ser trabalhados com alunos do Ensino Fundamental II de uma escola pública. A partir desse exercício, a autora nos apresenta subsídios para a elaboração do roteiro de atividades em aplicativo para smartphone e tablet.
Já “Produção de Museu Virtual na Escola: uma experiência didático-pedagógica para estudos africanos”, artigo de produção conjunta dos autores Larissa de Souza Reis, doutoranda em Educação e Contemporaneidade da UNEB, Alfredo Eurico Rodrigues Matta, doutor em Educação pela UFBA/ Université Laval (Canadá), e Francisca de Paula Santos, doutora em Educação pela UFBA, dedica-se a apresentar o processo de construção do Museu Virtual de Contos Africanos e Itan (MUCAI), resultante da pesquisa decorrente da Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da UNEB, desenvolvida no período de 2015 a 2017 e patenteada em uma escola municipal de Salvador, com turmas do 4º ano do Ensino Fundamental I. Para isso, os autores utilizaram-se de “contações de histórias”, oficinas de produções artísticas com desenhos e teatro, além da criação do portal resultante das práticas pedagógicas, o que possibilita a realização de um relevante diálogo em torno do currículo da Educação das Relações Étnico-Raciais, além do compartilhamento deste material didático-pedagógico com profissionais da área e demais interessados pela valorização da História e da Cultura Afro-Brasileira.
O penúltimo artigo “Experiências sensoriais: o Museu do Festival de Cinema de Gramado na perspectiva das novas tecnologias”, obra conjunta de autoria de Daniel Luciano Gevehr, doutor em História pela UNISINOS, Franciele Berti, doutoranda em Turismo pela UCS, e Roger Pierre Vidal, mestre em Desenvolvimento Regional pela FACCAT, investiga o processo que envolveu a criação e a reformulação do Museu do Festival de Cinema de Gramado (MFCG), no Rio Grande do Sul, que após passar por um trabalho de reconfiguração de suas ambiências, buscando se aproximar da ideia de museu interativo, valeu-se, segundo demonstrado pelos autores, de novas tecnologias visuais, que permitem a interação do público com os recursos disponíveis na expografia do museu, dedicada a contar a história do cinema brasileiro e da trajetória percorrida pelo Festival de Cinema de Gramado, explorando, para tanto, a exposição de imagens – fotografia a audiovisual – que permitem a veiculação das narrativas visuais.
O último artigo do dossiê, “O século XXI e a educação histórica: Patrimônio Cultural, Museus e Jogos Eletrônicos”, de autoria de Paulo Sérgio Micali Junior, mestre em História pela UEL, elabora uma proposta educativa aos moldes de aula-oficina, amparada em mediadores culturais e tendo em vista o avanço tecnológico e a liquefação das relações humanas, com a finalidade de desenvolver uma prática educacional que envolva dos preparativos que antecedem a visita museal ao emprego de gameplays para estimular os alunos acerca dos elementos dotados de patrimonialidade.
Diante desta breve apresentação, é possível ao leitor perceber que encontrará neste dossiê uma reunião de artigos que, através da pluralidade de olhares de seus autores e dos recortes temáticos de suas pesquisas, apresenta interessantes e intrigantes formas de se relacionar as audiovisualidades com os museus e a educação. Dessa forma, o leitor verá contemplada uma vasta gama de temas, fontes e abordagens teórico-metodológicas, que possibilitam traçar um panorama da cultura audiovisual contemporânea.
Gostaríamos de finalizar essa apresentação do dossiê agradecendo a significativa contribuição de todos os autores que colaboraram nesta presente edição, assim como a dedicação dos editores dos Anais do Museu Histórico Nacional, que nos possibilitou apresentar ao público leitor um conjunto diversificado, sério e atualizado da produção acadêmica dedicada aos estudos das audiovisualidades e de suas relações com a História e os museus. Temos convicção de que o público leitor apreciará os artigos deste dossiê. Uma excelente leitura!
Notas
1 Expressão de: MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2009.
2 HORKHEIMER, Max & ADORNO, Theodor W. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
3 HORKHEIMER, Max & ADORNO, Theodor W. “A indústria cultural. O Iluminismo como mistificação de massa”. In: LIMA, Luis Costa (org.). Teoria da Cultura de Massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010. p.169-214.
4 BENJAMIN, Walter. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Primeira Versão”. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas – volume 1. São Paulo: Brasiliense, 1986. p.165-196.
5 DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo / Comentários Sobre a Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 1997.
6 BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Elfos, 1995.
7 KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia. Identidade Política Entre o Moderno e o Pós-moderno. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
8 GARCIA CANCLINI, Néstor. Consumidores e Cidadãos. Conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2001.
9 MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2009.
10 LÉVY, Pierre. Que é o Virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 2003.
11 Expressão cunhada pelo filósofo alemão Walter Benjamin, no texto “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica” Op. cit.
Organizadores
Christiano Britto Monteiro – Doutor em História e professor adjunto da Universidade Federal Fluminense (UFF). Autor da dissertação “Medal of Honor e a construção da memória da Segunda Guerra Mundial”, pelo PPGH – UFF e da tese “Medal of Honor e Call of Duty: uma comparação entre missões do videogame e eventos históricos”, pelo PPGHC/UFRJ.
Wagner Pinheiro Pereira – Doutor (2008) em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), onde também realizou o Pós-Doutorado (2010). Atualmente é professor adjunto de História da América e História do Audiovisual nos cursos de Bacharelado em História e de Bacharelado em Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Referências desta apresentação
MONTEIRO Christiano Britto; PEREIRA Wagner Pinheiro. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.49, n.1, p.6-12, 2017. Acessar publicação original [DR]
Museus, sujeitos e itinerários | Anais do Museu Histórico Nacional | 2018
Museus, sujeitos e itinerários | Anais do Museu Histórico Nacional | 2018, FARIA Ana Carolina Gelmini de (Org d); POSSAMAI Zita Rosane (Org d), Museus (d), Sujeitos (d), Biografias (d)
O dossiê “Museus, sujeitos e itinerários” reúne estudos que investigam as relações entre sujeitos, seus itinerários biográficos e profissionais e os museus, especialmente em perspectiva histórica. Campo, intelectual, mediador e rede de sociabilidade são algumas das categorias operacionais utilizadas na bibliografia brasileira e internacional sobre museus e Museologia, oferecendo oportunidades de conhecer as ideias e práticas de indivíduos no âmbito da formação de coleções, do funcionamento dos museus e na conformação disciplinar da Museologia.
Naturalistas, artistas, historiadores, arquitetos, conservadores de museus, educadores, escritores, advogados, entre outros povoam esse universo no Brasil. Entretanto, alguns personagens são constantemente visitados pelos pesquisadores, a ponto de haver identificação entre as instituições museológicas e seus gestores. Isso decorre de uma história dos museus que privilegia a atuação de seus diretores, majoritariamente homens. E como é característico das operações da memória, na visibilidade de determinados sujeitos, outros são deixados na penumbra.
Portanto, este dossiê traz um duplo desafio: propor novas abordagens sobre personagens cujas atuações já foram investigadas; e dar visibilidade a sujeitos, homens, mulheres, LGBT+, ainda parcamente conhecidos no âmbito da Museologia e da história dos museus.
Abrem o dossiê dois artigos que miram um espaço de interações específicas vinculadas à Museologia e aos museus. Essa abordagem permite compreender, por um lado, a conformação de um campo particular de atuação e, por outro, a invisibilidade de profissionais que atuam em determinado ofício.
Assim, o artigo “O campo dos museus no Brasil: indícios das relações instituídas em meados do século XX”, de autoria das organizadoras deste número especial, propõe caracterizar a configuração de um campo dos museus no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950. Nesse campo homens, mulheres e organizações compartilhavam um espaço de disputas e negociações relacionadas às questões museológicas, entre os quais foram identificados naturalistas, conservadores de museus, artistas, entre outros. Para as autoras, no contexto em estudo o conceito de campo apresentou-se como adequado para abordar processos marcados por relações entre inúmeros sujeitos, em vez de uma abordagem que privilegia a ação solitária de determinadas personalidades.
No mesmo sentido, o artigo “Sujeitos ocultos dos museus: os profissionais dos Laboratórios de Conservação e Restauração do Museu Imperial e do Museu de Astronomia e Ciências Afins”, de Marcus Granato, Eliane Marchesini Zanatta e Cláudia Penha dos Santos, aborda os profissionais vinculados a aspectos específicos da cadeia operatória museológica e que dividem um espaço de atuação relativo a práticas e saberes compartilhados. Como o título sugere, o estudo focaliza os profissionais ligados especialmente à conservação nos laboratórios do Museu Imperial e do Museu de Astronomia e Ciências Afins. Os autores almejam valorizar esses sujeitos invisíveis, por considerarem seus ofícios e atuação inestimáveis para a existência dos acervos e para o cumprimento da missão dos museus. Ao comparar dois museus com características diversas, os autores concluem que a “invisibilidade” desses profissionais se manifesta independentemente dessas diferenças.
Pesquisar o itinerário de determinados indivíduos implica no esforço de buscar e cruzar documentos e arquivos localizados em países diversos, como é o caso do artigo “Domingos Vandelli: mediador de dois mundos”, de Letícia Julião, Marta Eloísa Melgaço Neves e Verona Campos Segantini. As autoras analisam a trajetória de Domingos Vandelli, compreendendo-a como estruturante e referencial de práticas colecionistas engendradas no império luso-brasileiro. Por meio de uma mirada cruzada entre documentos provenientes do velho e do novo continente e ainda pouco explorados pela historiografia, as autoras propõem considerar Vandelli como mediador entre dois mundos, por ter proporcionado o intercâmbio entre o centro colecionador português e os domínios colonizados a serem explorados. No pensamento museológico do naturalista, a filosofia natural iluminista articulava-se ao projeto político pombalino.
Para além do período colonial, o desenvolvimento científico e a consolidação das instituições museológicas no Brasil foram marcados pela presença de inúmeros pesquisadores estrangeiros. Em “O legado de Betty Meggers na constituição de acervos museológicos no Brasil”, Camilo de Mello Vasconcellos e Mariana Moraes de Oliveira Sombrio lançam um olhar sobre as coleções reunidas pela arqueóloga norte-americana Betty Jane Meggers (1921-2012), provenientes das expedições arqueológicas realizadas por ela e seu esposo, Clifford Evans, na região do Baixo Amazonas, entre os anos de 1948 e 1949. Os autores analisam os critérios de divisão, documentação, organização e trabalho com essas coleções no Museu Nacional e no Museu Paraense Emílio Goeldi, e Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. enfatizam os trânsitos, itinerários e relações envoltas na circulação desses objetos. A análise dos artefatos coletados por Meggers e Evans proporcionou interpretações sobre o modo de vida de grupos já extintos que habitaram a antiga Amazônia e continuam sendo referências fundamentais dos conhecimentos arqueológicos sobre a região.
O artigo de Vasconcellos e Sombrio também dá a ver a presença e atuação das mulheres nos museus, podendo ser inserido nas recentes abordagens com foco em relações de gênero na Museologia brasileira. Diferente de pesquisar as representações da mulher nas coleções, abordagem necessária para compreender o lugar da mulher na sociedade brasileira, neste dossiê as mulheres são consideradas protagonistas, seja como cientistas, seja como gestoras dos museus, e compartilham um espaço de interações predominantemente masculino.
Essa perspectiva é adotada por Ana Lúcia de Abreu Gomes e Maria Margaret Lopes no artigo “Agentes e agências na proteção do patrimônio antes do Patrimônio: Heloisa Alberto Torres e o Museu Nacional”, no qual abordam o protagonismo de Heloisa Alberto Torres, primeira mulher a ingressar como professora no Museu Nacional e a assumir a direção daquela instituição, cargo que ocupou entre 1938 e 1955. As autoras analisam a resposta de Heloisa Alberto Torres à consulta solicitada por Rodrigo Melo Franco sobre o anteprojeto elaborado por Mário de Andrade para a criação do Serviço do Patrimônio Artístico Nacional (Span). Em carta 9 de maio de 1936, Heloisa expõe sua discordância em relação à proposta apresentada por desmembrar as coleções científicas do Museu Nacional, ameaçando sua integralidade. Para as autoras, compreender determinados itinerários biográficos exige conhecer as questões práticas das ações de homens e mulheres. Por outro lado, nas palavras de Gomes e Lopes “(…) retomar aqui o protagonismo de Heloisa Alberto Torres na construção do Sphan busca reforçar que também as construções sobre o patrimônio no país dependeram muito mais das ações, disputas e contradições entre diversos agentes e agências do que foram obras de algum homem-monumento”.
Além das mulheres, o dossiê abre espaço para a presença LGBT+ nos museus e na Museologia, por meio do artigo “Clóvis Bornay: memória de um centenário esquecido!”, de Ivan Coelho de Sá, Anna Laudicea Itaborai Echternacht e Raquel Villagrán Reimão Mello Seoane. Os autores procuram valorizar a memória do carnavalesco e museólogo Clóvis Bornay, explorando a contradição entre uma imagem pública perpetuada por intensa atuação no carnaval brasileiro e o apagamento de sua importante trajetória como museólogo. Além disso, os autores buscam valorizar a memória LGBT+ presente na Museologia e muito pouco conhecida.
Essa pequena amostra de estudos aqui apresentados sobre os sujeitos que habitaram e habitam nossos museus e a Museologia no Brasil não pretende constituir um inventário, nem esgotar as possibilidades de pesquisa. Ao contrário, almeja inspirar e suscitar novos olhares para documentos e museus constantemente visitados ou ainda a serem descobertos, a partir dos quais a ação de homens e mulheres possa ser conhecida.
Organizadores
Ana Carolina Gelmini de Faria – Graduada em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), mestre e doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente do curso de Museologia da UFRGS. E-mail: carolina.gelmini@ufrgs.br
Zita Rosane Possamai – Graduada, mestre e doutora em História pela UFRGS. Docente do curso de Museologia, do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, todos da UFRGS. E-mail: zitapossamai@gmail.com
Referências desta apresentação
FARIA, Ana Carolina Gelmini de; POSSAMAI, Zita Rosane. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.50, p.8-12, 2018. Acessar publicação original [DR]
Educar e aprender em museus. Perspectivas para o ensino de História | Anais do Museu Histórico Nacional | 2019
Educar e aprender em museus. Perspectivas para o ensino de História | Anais do Museu Histórico Nacional | 2019, MAGALHÃES Aline Montenegro (Org d); COSTA Carina Martins (Org d); RAMOS Francisco Regis Lopes (Org d), Educar (d), Aprender (d), Museus (d)
As pesquisas sobre educação em museus cresceram enormemente nas últimas duas décadas, ainda que a área de História não ocupe um lugar de proeminência, sendo subsumida pelas Ciências Naturais e pelas Artes. Ademais, o universo dos museus e suas práticas monológicas e lineares foram intensamente bombardeados tanto pelos movimentos sociais, como por pesquisadores/as e profissionais desse campo, ensejando rupturas e densidades nas narrativas museais, tendo na educação, muitas vezes, a plataforma para atualização memorial e diálogo com as diferentes demandas sociais.
É possível perceber, assim, uma inflexão ético-política no debate sobre representações históricas nos museus, que se aprofunda nas reflexões sobre nossa própria capacidade de historicizar e narrar experiências tão diversas em relação à temporalidade. Evidentemente, tal debate também questiona a possibilidade dos museus atuarem como atores importantes nas disputas memoriais e na projeção (ou mesmo alargamento) de novos horizontes de experiência, tão estrangulado pelo presentismo e pelas demandas consumistas da contemporaneidade.
O esforço de reunir pesquisadores/as pertencentes a diferentes gerações e campos de atuação visa ainda subsidiar novas estratégias de apropriação dos museus pela História, transcendendo diagnósticos pessimistas acerca da relação entre poder e memória, vitalizando, dessa forma, novas possibilidades de exercitar o poder da memória. Da mesma forma, a compreensão transdisciplinar promove uma rica reflexão para o ensino de História, por meio dos olhares advindos da Educação, da Museologia, da Antropologia, da Arte e da História. O respeito à diversidade, coerente com as escolhas temáticas do dossiê, coaduna com o esforço em reunir pesquisadores de diferentes regiões do Brasil, com representatividade indiciária para pensar a agenda das pesquisas recentes em ensino de História nos museus. A contribuição de uma pesquisadora argentina atuando no Canadá busca internacionalizar os diálogos propostos.
Dessa forma, o dossiê abarca três dimensões articuladas ao “boom” da memória e das demandas por História — em primeiro lugar, historicizar os projetos de educação em museus, com o objetivo de mapear sujeitos, narrativas e práticas. Nessa perspectiva, o artigo “Educar em museus históricos: entre deveres e devires da memória”, de Carina Martins Costa, destaca ações educativas realizadas no Museu Mariano Procópio (Juiz de Fora-MG), durante parte da gestão da diretora Geralda Armond. Trata-se de um projeto de ensino da história posto em prática sob a égide de uma “pedagogia de coturno”, que lamentavelmente, encontra ressonância nos tempos atuais. Francisco Régis Lopes Ramos, por sua vez, no artigo “A pedagogia dos antiquários: Gustavo Barroso e o passado que objetos e palavras podem conter”, propõe uma reflexão sobre uma “pedagogia antiquária” identificada na escrita da história de Gustavo Barroso, na qual o primeiro diretor do Museu Histórico Nacional estabelece relações entre passado e presente mediadas por objetos e representadas na tensa fronteira entre História e ficção. Já o artigo “Notas sobre a Diáspora Africana na exposição e nas ações educativas do Museu Histórico Nacional”, escrito por Aline Montenegro Magalhães, Erika Azevedo, Fernanda Castro e Stephanie Santana traz uma contribuição profícua, oriunda do encontro entre olhares e diálogos dos núcleos de pesquisa e educação do Museu Histórico Nacional. Ao abordarem as narrativas sobre negros/negras na exposição, demonstram evidências de ignorância, desconhecimento, reiteração de estereótipos e invisibilização, transmutadas, pela ação de pesquisa e educação, em conhecimento, problematização e protagonismos.
A segunda dimensão visa aprofundar o debate sobre a diversidade nos museus, com um olhar apurado para práticas museais relacionadas ao gênero, ao debate étnico-racial e às memórias silenciadas. Em conexão com o artigo anterior, Valdemar de Assis Lima e Elisom Paim, no artigo “Educação museal e educação escolar: diálogos para uma sociedade antirracista”, exploram, ancorados na interculturalidade crítica e na perspectiva decolonial de educação, as narrativas de professoras e educadoras museais sobre as experiências de situação de visita dos públicos escolares, aos museus que preservam acervos de matriz cultural africana e afro-brasileira. A pesquisadora Andrea Roca, no artigo “Os usos do patrimônio e dos museus no ensino da História”, traz uma importante contribuição sobre experiências de problematização da história oficial argentina em relação ao povo indígena Mapuche, encetadas no Museu Etnográfico de Buenos Aires entre 2000 e 2010. Face à ausência de materiais escolares e de divulgação científica em contexto de ataques aos direitos indígenas, a autora demonstra a potência das ações educativas do museu e a importância de sua conexão com o tempo presente.
A terceira dimensão propõe-se a refletir sobre a apropriação de professores/as e alunos sobre narrativas e linguagem museal. Neste sentido, a compreensão do artefato, da expografia e da tecnologia museal torna-se ferramenta para a construção de outras linguagens e reflexões, incluindo aqui desvios e interpretações a contrapelo de narrativas consideradas oficiais. Marcele R. N. Pereira, no artigo “Museus Escolares: trajetória histórica e desafios à luz da museologia social”, historiciza os museus escolares e, sob a perspectiva da museologia social e da educação museal contemporâneas, aponta para possibilidades de um novo tipo de museu escolar, comprometido com a comunidade a que pertence. Já os artigos “Museu e imaginação histórica”, de Isabella Carvalho de Menezes e Lana Mara de Castro Siman, e “Do patrimônio musealizado à produção de exposições por estudantes de escolas públicas, de Alyne Mendes Fabro Selano e Benílson Mario Iecker Sancho, apresentam ações educativas nas quais os estudantes foram diretamente envolvidos como protagonistas na produção de material pedagógico e exposições mobilizados para o ensino de História em museus. No primeiro caso, inspiradas na noção de imaginação histórica, de Robin Collingwood, as autoras analisam a criação de um jogo de cartas produzidas com base no acervo do Museu do Ouro (MG), cuja trama foi elaborada pelos alunos. Já no segundo, o foco é dado a duas exposições protagonizadas por estudantes do nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas. Experiências pedagógicas que se constituíram na interface entre escola, museu e universidade, desenvolvidas pelos autores, no âmbito do Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Nesse dossiê sobre educar e aprender nos e com os museus, procuramos reunir variadas formas de aproximação e de leitura que articulam, em perspectivas teóricometodológicas diversas, o material ao imaterial, o local ao global, os processos de silenciamento aos gritos, a cronologia ocidental às temporalidades decoloniais. Assim, esperamos oferecer uma contribuição aos/às professores/as e aos/às pesquisadores/as do ensino de História.
Organizadores
Aline Montenegro Magalhães – Doutora em História Social pelo PPGHIS/UFRJ. Bolsista de pós-doutorado sênior do CNPq e pesquisadora no Museu Histórico Nacional. Professora do MBA em Gestão de Museus da UCAM e do PROFHISTÓRIA da Unirio. E-mail: aline.magalhaes@museus.gov.br
Carina Martins Costa – Doutora em História, Política e Bens Culturais (FGV-CPDOC), mestre em Projetos Sociais e Bens Culturais (FGV- CPDOC), mestra em Educação (UFJF) e licenciada em História (UFJF). Professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ESDI-DAU). E-mail: martinsgaruda@gmail.com
Francisco Regis Lopes Ramos – Professor Titular do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisador do CNPq (bolsa produtividade nível 2). E-mail: regisufc@hotmail.com
Referências desta apresentação
MAGALHÃES, Aline Montenegro; COSTA, Carina Martins; RAMOS, Francisco Regis Lopes. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.51, p.7-10, 2019. Acessar publicação original [DR]
Educação Museal | Anais do Museu Histórico Nacional | 2020
Educação Museal | Anais do Museu Histórico Nacional | 2020, CASTRO Fernanda Santana Rabello de (Org d), Educação Museal (d)
Em 2018 celebraram-se os sessenta anos da realização do Seminário Regional da Unesco sobre a função educativa dos museus, sediado no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, em setembro de 1958. O evento e o seu relatório1 produzido por Georges Henry Rivière representam um marco internacional para a educação museal, que mereceu ser destacado em seu sexagésimo aniversário, especialmente por manter-se ainda atual.
Por sugestão da Rede de Educadores em Museus e Centros Culturais do Rio de Janeiro (REM-RJ), que comemorou seus quinze anos de fundação, esse tema pautou a realização de dois seminários em uma parceria que envolveu a REM-RJ, o Museu Histórico Nacional e o Museu da República. Sendo parte das atividades da 12a Primavera dos Museus, as celebrações começaram com o seminário A Função Educacional dos Museus 60 anos depois, realizado no Museu da República, no Museu Imperial, no Museu de Arte Moderna, no Museu das Remoções e no Museu Histórico Nacional, incluindo mesas redondas, conferências e visitas técnicas, entre os dias 18 e 21 de setembro de 2018.
Na sequência, encerrando as atividades da parceria, ocorreu entre os dias 9 e 11 de outubro de 2018, o Seminário Museu e Educação: 60 anos da Declaração do Rio de Janeiro.2 Essa versão do Seminário Internacional do Museu Histórico Nacional, que celebra em outubro o aniversário do museu, contou com convidados internacionais e nacionais. Foram realizadas quatro conferências, duas mesas redondas, além de quatro painéis temáticos com a apresentação de 43 comunicações orais, e de uma mesa de relatos de experiências nos museus do Ibram.3 O evento contou ainda com uma exposição sobre a história da educação museal no Brasil, que reuniu acervo bibliográfico do Museu Histórico Nacional e de educadores colaboradores.
Este dossiê dos Anais do Museu Histórico Nacional é uma edição especial que contém artigos com os temas das apresentações dos conferencistas e palestrantes do seminário realizado no MHN. Na conferência de abertura, Mário Chagas, museólogo, poeta e professor, refletiu sobre o tema do seminário, e aqui seu artigo “O Seminário Regional da Unesco sobre a função educativa dos museus (1958): sessenta anos depois” abre o dossiê. Baseado na fala do autor, ele analisa o contexto e os bastidores do evento de 1958, sua composição, resultados e documentos históricos de referência.
Em seguida, na primeira mesa redonda, Andrea Costa, educadora museal da Seção de Assistência ao Ensino do Museu Nacional e professora da Escola de Museologia da Unirio, abordou a contribuição do Museu Nacional para a constituição da história e da memória dos projetos e ações em educação museal no Brasil. No artigo “A educação museal no Brasil pré-seminário de 1958: a atuação precursora do Museu Nacional”, escrito em coautoria com a professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Guaracira Gouvêa, as autoras ressaltam a atuação intelectual e prática de educadores e demais profissionais de museus que atuaram no período anterior a 1958.
Na mesma mesa, Maria Esther Alvarez Valente, pesquisadora da Coordenação de Educação em Ciências do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e docente do curso de pós-graduação Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia (PPACTMAST), apresentou um panorama histórico do desenvolvimento da educação museal no Brasil. Seu artigo, “Panorama da história da educação museal no Brasil: uma reflexão”, aborda aspectos educativos que prevaleceram nos museus nos séculos XIX e XX, com especial atenção às décadas que antecederam o seminário de 1958 e destacando a relação museu-escola.
No mesmo debate, Milene Chiovatto, educadora coordenadora do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo e, naquele momento do evento, presidente do Comitê de Educação e Ação Cultural (CECA) do Conselho Internacional de Museus (ICOM), narra em “CECA- ICOM: suas raízes, historias, atividades e dilemas contemporâneos” os atos de criação do ICOM e do CECA que se deram no contexto do seminário de 1958. Sublinha influências e permanências nos dias atuais das discussões realizadas por essas organizações, evidenciando a importância dos desdobramentos do evento na constituição das instituições e suas práticas, e de todo o pensamento museal na segunda metade do século XX, e, ainda hoje, com destaque para as ideias de cultura, democracia cultural e educação que engendraram.
Na segunda mesa redonda, Fernanda Castro, educadora do Museu Histórico Nacional e gestora da Rede de Educadores em Museus do Brasil, expôs um panorama das políticas públicas de educação museal no Brasil. No artigo “História das políticas públicas de educação museal no Brasil” ilumina a participação da sociedade civil organizada na formação dos campos político, profissional e prático da educação museal, pontuando que a prática e atuação dos educadores museais historicamente orientou a constituição de políticas públicas para a área, e que as sugestões do evento de 1958 refletem-se ainda nas políticas contemporâneas. Toma por base uma análise comparativa entre o relatório daquele seminário regional e a Política Nacional de Educação Museal (PNEM), definida em 2017 pelo IBRAM.
Por fim, Francisco Régis Lopes Ramos, docente da área de História, na Universidade Federal do Ceará, traz-nos um artigo referente à conferência de encerramento do Seminário do MHN. Em “A história sem vergonha do tempo: uma leitura da Política Nacional de Educação Museal (PNEM)”, brindando-nos com uma mescla de literatura, história e memória da trajetória de educação museal no Brasil até a constituição da PNEM. Num exercício de interdisciplinaridade, o artigo nos leva a experimentar etimologias, pesquisas, instituições e lembranças afetivas da conformação de uma prática educativa que tem tanto dos profissionais, quanto dos próprios seres viventes das experiências educativas em museus.
Portanto, trazemos ao volume 52 dos Anais do Museu Histórico Nacional uma degustação memorial do que foi o Seminário Museu e Educação: 60 anos da Declaração do Rio de Janeiro. Esperamos que os textos aqui apresentados contribuam para a consolidação do campo da educação museal, sua história e trajetória política, estabelecendo pontes entre o passado e o presente. Acreditamos que este dossiê colabore para a difusão do conhecimento específico produzido e que sirva para a constante reflexão sobre a prática educativa museal, apoiando sua profissionalização e o fortalecimento de um campo científico próprio pautado na prática, na teoria e na ação política.
Notas
1 A primeira versão completa do relatório de Georges Henry Rivière foi traduzida em português no livro publicado pelo Museu da República, fruto do seminário realizado em setembro nessa parceria: CHAGAS, M. e MACRI, M. (orgs.). A função educacional dos museus: 60 anos do Seminário Regional da Unesco. Disponível no link: http://museudarepublica.museus.gov.br/wpcontent/uploads/2019/05/Livro_seminario_WEB.pdf.
2 O nome do seminário do MHN merece uma nota. Em meio às pesquisas que deram base à organização do seminário, surgiu uma dúvida quanto à nomeação de um texto intitulado “Declaração do Rio de Janeiro”, publicado em coletânea sobre a legislação de museus, organizada pela Câmara dos Deputados: Legislação sobre museus (recurso eletrônico). Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2012, disponível em: http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/14599/legislacao_museus.pdf?sequence=5. O texto em questão é um extrato do relatório do evento de 1958, de George Henry Rivière, traduzido por M. Pierina Camargo e por Maria Cristina Bruno. Esta última contatada por nós, afirmou que não deu esse título à tradução, apenas traduziu o trecho selecionado, remetendo-o ao solicitante, o Instituto Brasileiro de Museus. Acreditamos que o editor da publicação criou um título para o trecho traduzido, sem fazer a necessária menção de que o relatório de Georges Henry Rivière não apresentava esse título.
3 Os resumos expandidos dos trabalhos apresentados nos painéis temáticos e na mesa de relatos de experiências integram o Caderno de Resumos do Seminário Museu e Educação de 2018, disponível na biblioteca virtual do Museu Histórico Nacional, na base Docpro.
Organizador
Fernanda Santana Rabello de Castro – Doutora em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação pela UFF, professora do PROFHISTÓRIA/UNIRIO, educadora museal no Museu Histórico Nacional/IBRAM e integrante do Comitê Gestor da Rede de Educadores em Museus do Brasil. E-mail: fernanda.castro@museus.gov.br
Referências desta apresentação
CASTRO Fernanda Santana Rabello de. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.52, p.6-10, 2020. Acessar publicação original [DR]
Do Rio para o mundo: na rota do café (com escala no Real Gabinete) | Anais do Museu Histórico Nacional | 2020
Do Rio para o mundo: na rota do café (com escala no Real Gabinete) | Anais do Museu Histórico Nacional | 2020, TELLES Angela (Org d), Rio de Janeiro (d), Café (d), Real Gabinete de Leitura (d)
No intuito de realizar um encontro de pesquisadores interessados na história do café no Segundo Reinado, o Polo de Pesquisas Luso-Brasileiras (PPLB), vinculado ao Centro de Estudos do Real Gabinete Português de Leitura, promoveu nos dias 12 e 13 de setembro de 2019, o seminário Do Rio para o mundo: na rota do café (com escala no Real Gabinete).
O Real Gabinete Português de Leitura conserva importante acervo documental relativo às exposições nacionais e internacionais de café organizadas pelo Centro da Lavoura e Comércio (1881-1884), sediado no Rio de Janeiro. O centro era uma associação não-governamental, considerada o principal elo entre os cafeicultores brasileiros e os consumidores internacionais. Tal acervo pode ser explicado pelo fato de os comerciantes portugueses Eduardo Lemos e Joaquim Ramalho Ortigão terem sido membros fundadores do Centro da Lavoura e Comércio e, ao mesmo tempo, presidentes do Real Gabinete Português de Leitura. Ambos foram, também, responsáveis pela construção do atual prédio desta biblioteca, cujo teto traz em relevo ramos de café. Dentre as obras relativas à história do café no Brasil cabe destacar os Relatórios da primeira e segunda exposição de café (1881-1882), publicados pelo referido centro, bem como o Catálogo da Exposição de Amsterdã (1883), de autoria de Eduardo Lemos, e que serviu de modelo para Paranhos Júnior, futuro Barão do Rio Branco, quando da exposição de café, em São Petersburgo.
Importante apontar que no final do século XIX foi dado um grande impulso no campo do comércio internacional. Tratados e convenções bilaterais passaram a ser firmados além de serem padronizadas as regras de intercâmbio diplomático e econômico. O Centro da Lavoura e Comércio, a convite do governo imperial, apresentou propostas econômicas que foram aceitas e implementadas. Além disso, percebia-se como eram fundamentais as exposições internacionais e as bolsas de café. Sabe-se que os EUA eram o maior importador de café do Brasil, tendo sido criada, em 1882, a bolsa de café em Nova Iorque. Como pode-se observar no Catálogo da Exposição de Amsterdã, organizado por Eduardo Lemos, “Decidiu-se, em princípio, somente se ocupar dos cafés chamados ‘Rio’, e abriram-se as operações afixando dois boletins recebidos do Rio de Janeiro por cabo, indicando a situação no mercado da capital brasileira”.1
O período era de remodelação do sistema capitalista mundial entre 1873 a 1896, considerado uma reviravolta decisiva da economia mundial. Discutia-se, naquele momento no Brasil, a substituição da mão de obra escravizada, ao mesmo tempo em que os grandes produtores do Vale do Paraíba no Rio investiam em maquinário sofisticado para o beneficiamento do café. Vivia-se sobre o impacto das transformações produzidas pela segunda revolução industrial. Um mundo que passou a ser movido a vapor. Um mundo mais interconectado através de cabos submarinos, que possibilitaram a criação de uma bolsa de café em Nova York, só para negociar o café “Rio”.
A região do Vale do Paraíba fluminense foi suplantada pela produção paulista somente a partir de 1890. Era o café “Rio” que alavancava a economia brasileira no exterior. Sabe-se que cerca de 80% da produção mundial de café no século XIX deveu-se ao Brasil.
Pode-se observar que os trabalhos apresentados no seminário Do Rio para o Mundo: na rota do café (com escala no Real Gabinete) revelaram uma história do café encoberta e esquecida por grande parte da historiografia nos últimos setenta anos. Apesar da relevância das exposições de café para a compreensão da política comercial do país no final do império, não há estudos sobre essas mostras, nem seus autores. Percebe-se que a historiografia sobre o assunto, depois da obra clássica de Taunay (A História do Café no Brasil, 1939), silenciou-se. Salvo a historiografia diplomática que, preocupada com a memória de Rio Branco, focaliza a exposição de café do Brasil na Rússia,. Destaca-se na historiografia diplomática: a Biografia de Rio Branco (1945), de Álvaro Lins; o trabalho de S. Topick, publicado em Rio Branco: a América do Sul e a modernização do Brasil (2002), organizado por Carlos Henrique Cardim e João Almino; e a documentação da exposição de São Petersburgo do próprio Barão do Rio Branco, conservada no Arquivo Histórico do Itamaraty, divulgada nos Cadernos do CHDD (2012).
Breve comentário sobre os artigos derivados dos trabalhos apresentados no seminário Importante observar que os trabalhos de Humberto Fernandes Machado (UFF), “Rio de Janeiro: sede da Corte e dos primeiros cafezais”, e de João Marcos Mesquita (UFF), “Negócios oitocentistas: Manoel Pinto da Fonseca e o enriquecimento no Rio de Janeiro (1835-1850)”, abordam as primeiras décadas do império brasileiro, em que o café estava começando a se expandir no Vale do Paraíba fluminense, onde a mão de obra escravizada sofreu um aumento em sua demanda. Os demais trabalhos irão focalizar a última década do império, momento em que se discutia a crise mundial que impactava a economia cafeeira e a substituição da mão de obra escravizada. Foi o momento das exposições internacionais de café, organizadas pelo Centro da Lavoura e Comércio, que propiciaram a divulgação do produto mundo afora, vinculando definitivamente o nome do café ao país.
No artigo “Do Rio para o mundo: as exposições de café organizadas pelo Centro da Lavoura e Comércio na década de 1880” pode-se verificar que os documentos disponíveis relativos à história do café no Brasil Imperial, conservados no acervo do Real Gabinete, forneceram pistas que auxiliaram na compreensão do papel de comerciantes e financistas na condução da política imperial relacionada à economia cafeeira em um momento de grande reviravolta na economia mundial. Lemos e Ortigão fizeram parte de um grupo de empresários do café sediados no Rio, que tiveram um papel relevante na organização e realização das mostras nacionais e internacionais de café do Brasil, bem como na condução da política referente ao comércio exterior no final do império, que tinha como mola propulsora o café. Verificou-se também que o café “Rio” foi o mais valorizado internacionalmente até o final desse período. Além disso, pode-se observar que várias mulheres eram administradoras de fazendas, produzindo café de alta qualidade, participando das exposições nacionais e internacionais do Brasil. Sabe-se que o porto do Rio de Janeiro até o final do império era o de maior movimentação comercial do Brasil, por onde se escoava o grosso das exportações de café. Partia do Rio de Janeiro a rota das exposições internacionais de café (1881-1884) organizadas pelo Centro da Lavoura e Comércio.
Maria Pace Chiavari (UFRJ), no trabalho “Vistas das de fazendas de café encomendadas ao pintor Facchinetti para as exposições de propaganda do produto”, focaliza as pinturas das fazendas de café realizadas pelo artista ítalo brasileiro Nicolò Facchinetti (1824-1900), que respondiam ao propósito de resgatar a sofisticação no uso da linguagem adotada pelos organizadores das exposições nacionais e internacionais na promoção do seu produto. Segundo Maria Pace, a partir da forma de divulgação, é possível evidenciar o espírito empreendedor e a nova lógica que regula o sistema de tal produção agrícola, indícios do desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro no final do século XIX e de seu ingresso na modernidade.
Em “A fazenda do Lordello e a aristocracia cafeeira: a marquesa do Paraná”, Ana Pessoa (FCRB) comenta, por meio de cartas e depoimentos, a trajetória da austera Maria Henriqueta Carneiro Leão (1809-1887), a marquesa do Paraná, e sua atuação como administradora de uma grande propriedade de café, a fazenda do Lordello, em Sapucaia, Rio de Janeiro.
No artigo “Entre os mundos da fazenda e da Corte: trajetória da baronesa de Paraná”, Ana Lucia Vieira dos Santos (UFF) analisa o papel de Zeferina Carneiro Leão, baronesa de Paraná. Zeferina esteve ligada durante toda a sua vida ao mundo rural do cultivo de café, seja na fazenda Cortiço, onde nasceu, seja na fazenda Lordello, de propriedade dos marqueses de Paraná, herdada por seu marido. Por outro lado, teve participação ativa na vida da Corte, no Rio de Janeiro. A baronesa de Paraná atuou também em obras sociais, tendo sido uma das financiadoras dos cursos femininos implantados no Liceu de Artes e Ofícios. Atuou ainda na promoção de jovens artistas e de eventos de artes plásticas, participando, com aquarelas e trabalhos manuais, de exposições destinadas à difusão do café brasileiro.
Otto Reuter Lima (UFF), em “O Congresso Agrícola (1878) e a crise do capitalismo mundial (1873-1896)”, enfoca temas discutidos no Congresso Agrícola de 1878, como a substituição da mão de obra escravizada, o crédito agrícola, uma reforma tributária, a criação de um banco nacional para a agricultura e “o problema dos ingênuos”. Otto salienta que o congresso fez parte dos anseios de uma classe agrícola brasileira que enfrentava momentos de dificuldades ocasionados pelo processo de fim da escravidão e por uma crise do sistema capitalista global. Nas palavras de Otto Lima, o centro capitalista global, até então latino-americano, foi transferido, no final do século XIX, para o sudeste asiático devido a fluxos e refluxos globais, não só do capital, mas também de mão de obra.
Nota
1 LEMOS, Eduardo. Catálogo da Exposição de Amsterdã, 1883.
Organizador
Angela Telles – Doutora em História. Diretora da Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura, integrante do polo de pesquisa sobre relações luso-brasileiras e professora auxiliar da Universidade Estácio de Sá nos cursos de História e Relações Internacionais. E-mail: angela_telles@yahoo.com.br
Referências desta apresentação
TELLES, Angela. Apresentação. Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.53, p.7-11, 2020. Acessar publicação original [DR]