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Viagens de educadores, circulação e produção de modelos pedagógicos / Revista Brasileira de História da Educação / 2010
Neste número 22 da Revista Brasileira de História da Educação (RBHE), a Comissão Editorial vem saudar a nova Diretoria da Sociedade Brasileira de História da Educação, nas pessoas dos Professores Doutores Wenceslau Gonçalves Neto e José Gonçalves Gondra. Eleita por sufrágio dos associados, essa Diretoria tomou posse na Assembleia Geral da entidade, que teve lugar durante o IX Congresso Iberoamericano de História da Educação Latino-americana, realizado em novembro de 2009 na capital do Rio de Janeiro. Desejamos todo o sucesso aos colegas que assumiram os diversos cargos e responsabilidades concernentes à gestão da entidade que há uma década legitimamente representa a comunidade brasileira de historiadores da educação. Saudamos, igualmente, a Diretoria que encerrou o mandato sob merecidos aplausos, nas pessoas da Professora Doutora Cláudia Alves e do Professor Doutor Wenceslau Gonçalves Neto, cujo apoio generoso e incondicional à RBHE permitiu à Revista a manutenção de sua excelente qualidade e representatividade.
A própria Comissão Editorial, por sua vez, foi recomposta, em obediência ao revezamento previsto no Estatuto. A referida Assembleia Geral endossou as indicações de duas novas colegas para a sua composição, a Professora Doutora Heloísa Helena Pimenta Rocha (Unicamp) e a Professora Doutora Flávia Obino Corrêa Werle (Unisinos), a quem, publicamente, damos as boas-vindas neste Editorial. Expressamos, além disso, o nosso agradecimento e a devida reverência ao competente trabalho realizado nesta comissão pelos colegas Dislane Zerbinatti Moraes e Carlos Eduardo Vieira, a quem as professoras vieram substituir. A RBHE conta também, a partir deste número, com novos Conselhos Editoriais, compostos por renomados historiadores da educação, que representam programas e instituições de ensino e pesquisa de todo o país, bem como dos países com os quais nossa comunidade mantém relações mais próximas. A todos os membros dos conselhos agradecemos pelo aceite e expressamos a honra de poder contar com suas preciosas colaborações.
Neste número, que abre o conjunto de três edições para as quais obtivemos os recursos do Edital MCT / CNPq-MEC / Capes nº 16 / 2009 – Editoração e Publicação de Periódicos Científicos Brasileiros, a RBHE traz o Dossiê “Viagens de educadores, circulação e produção de modelos pedagógicos”, organizado por José Gonçalves Gondra, cujos artigos versam sobre a interessante e, ao menos entre nós, pouco explorada temática das viagens de educadores. Como Gondra bem expressa na apresentação do dossiê, os artigos de Carla Simone Chamon e Luciano Mendes de Faria Filho, Ana Chrystina Venancio Mignot, Joaquim Pintassilgo e Alessandra Frota Martinez de Schueler trazem os momentos decisivos em que tais viajantes tornaram-se vetores da circulação de livros, ideias e modelos pedagógicos, compondo em seu conjunto um instigante panorama para novas pesquisas e debates.
Apresentamos, também, o artigo de Claude Carpentier, “Manuais e programas escolares franceses de história e geografia: identidades, globalização e construção europeia (1995-2002)”, em tradução de Dislane Zerbinatti Moraes, que, ancorado em substantiva documentação, trata do modo como os manuais e programas dessas disciplinas têm apresentado aos secundaristas franceses a problemática questão do duplo processo de globalização e de construção da identidade europeia. O artigo de Antonio Simplício Neto, “Ensino de história e cultura escolar: fontes e questões metodológicas”, articulando discussão teórica e pesquisa com documentação escolar, defende uma história das disciplinas que privilegie a análise das práticas escolares, a fim de superar interpretações que sobrelevam as problemáticas externas e que tendem a empobrecer o papel da escola e de seus agentes na produção dos saberes disciplinares. O artigo de Mônica Yumi Jinzenji, “As escolas públicas de primeiras letras de meninas: das normas às práticas”, trata da organização dessas escolas em Minas Gerais no século XIX, com especial atenção para as tensões entre controle e resistência que povoaram o cotidiano de professoras, alunas e suas famílias. Esta edição encerra-se com a entrevista do reconhecido historiador da educação espanhol, Antonio Viñao Frago, que, respondendo a Marcus Taborda, aborda tópicos de grande interesse para historiadores da cultura e da educação e para educadores, tais como a importância do espaço e do tempo na organização e cultura escolares, a realização histórica da utopia da escola para todos e o propalado anacronismo da instituição escolar na sociedade contemporânea.
Uma ótima leitura a todos!
Comissão editorial. Editorial. Revista Brasileira de História da Educação. Maringá, v.10, n.1, jan. / abr., 2010. Acessar publicação original [DR]