Arte e Ciência, um processo operativo / Varia História / 2016

Apresentamos, nesta nossa publicação, três textos que se inserem no dossier da Revista Varia do Departamento de História da UFMG. Nossa preocupação foi dispor ao estudioso da história da arte alguns textos inéditos dedicados à reflexão do objeto artístico. Estes estudos discutem e investigam a arte sob pontos de vista não apenas históricos ou sob as vestes culturais, mas analisam ainda sob concepções formalistas, numa dinâmica imagética mais atual, apesar dos temas aqui exibidos não disporem de uma mesma cronologia, ao contrário, insistimos numa abordagem diversificada, tanto sob o ponto de vista da forma, como do espectro cultural. Optamos igualmente por uma estrutura diversificada dos temas, muito mais que um processo homogêneo e linear.

É importante ver a História da Arte estudada em sua conjuntura ampla nas possibilidades de investigação. Não apenas uma pesquisa filológica ou de pura catalogação ou inventário, mas um estudo mais abrangente e interdisciplinar. Estão aqui não apenas o curioso objeto como uma pintura ou uma construção arquitetônica, mas um processo operativo vinculado a dispositivos culturais arraigados ao universo de produção do próprio objeto.

O nosso propósito foi o de discutir aspectos do objeto artístico, mas contemplando a História Cultural e a História da Arte (e também a história da ciência) em suas múltiplas e diversas formas de apresentação imagética. Este dossier pretendeu abranger toda e qualquer abordagem no âmbito cultural, seja especificamente com discussões formalistas em relação à arte, seja em reflexões históricas e metodológicas. O universo imagético pressupõe-se a partir de estudos entre os tons culturais, entre as formas e a iconografia. Uma engrenagem voltada para debates profícuos e específicos da História da Arte e da História da Ciência. Este universo tenciona abarcar toda a discussão da imagem como arte, desse modo, novas problematizações, novos conceitos e novas dinâmicas foram utilizados numa experiência interdisciplinar, o que permitiu uma discussão mais profícua e menos engessada dos conceitos tradicionais da História da Arte. O leitor terá em mãos temas (assuntos) diluídos entre os três artigos de modo a promover uma interlocução entre os textos e sua interação nos diferentes conteúdos aqui apresentados. Essa organização permitirá avançarmos em assuntos diversos sem ter de seguir uma linha condutora exclusiva.

leitor-estudioso perceberá nossa preocupação desde o discurso formal, até a discussão histórico-cultural. Não está esquecido o artista e a obra; os trânsitos culturais – legados culturais artísticos; os vestígios e a construção histórica da arquitetura; o saber ver e as discussões culturais; as variantes arquitetônicas e cenográficas; a história da imagem como construção de um ideal cultural; a literatura científica; as considerações técnicas e os processos operativos na obra de arte. Nossas discussões permearam todos esses temas e, sendo assim, os artigos, que hora se apresentam estão inseridos numa ampla contextura. Tencionou-se estimular a abertura de novas propostas metodológicas no estudo do objeto artístico com vistas a renovar as investigações com novas sugestões de pesquisas. O organizador espera que este dossier exponha um tributo essencial aos estudos sobre o conhecimento artístico tanto a partir de enfoques específicos da arte como também da História da Arte, do que vale lembrar que história da arte é, história e arte.

Não nos custa lembrar que a História da Arte ocupa um lugar de destaque nas Ciências Sociais, no entanto, é conveniente realizar uma revisão crítica de seus métodos para então conhecer seus fundamentos e a realidade científica de seus posicionamentos operacionais (ou operativos), sejam no campo da teoria ou das disposições da práxis. A revisão prática historiográfica da arte permitirá saber como se estruturar esta História da Arte e em que situação ela existe. Damos aqui apenas algumas das ferramentas para que o leitor possa construir seu imaginário.

Sabe-se que a História da Arte se formou ao longo de décadas como resultado de conceitos operativos e critérios de investigação diante do manancial de obras artísticas. O uso dos discursos, dos seus métodos depende de circunstâncias plenamente culturais. A principal questão é o enfoque. Muda-se isto, e, consequentemente, a História da Arte apresenta novo leque de proposições. Segundo alguns autores, tantas histórias da arte, quanto práticas historiadoras.

Contextualizado nestas poucas observações o dossier proposto pretendeu absorver reflexões sobre a produção artística em suas mais variadas seções. Os autores escolhidos, Sara Fuentes, Beatriz Hidalgo e Alfredo Morales são investigadores (e professores) que se preocupam com a dinâmica clara e objetiva da Arte, mas igualmente com suas estruturas históricas e contribuições científicas nas diversidades das análises: tudo apresentado numa problemática inédita. No artigo El perfil de Andrea Pozzo como maestro de perspectiva encontramos uma diversa análise e um estudo metódico do jesuíta trentino e um dos perspécticos mais influentes do século de setecentos desde o estudo sistemático da perspectiva, passando pelo simulacro arquitetônico, tudo transformado num método didático e prático, publicado em forma de dois tomos no fim do século XVII, com uma repercussão global entre os séculos XVIII e XIX, atingindo não apenas o Continente Europeu, mas avançando para as Américas e ainda o Oriente. As análises são bem construídas exemplificando não apenas a formação cultural de Pozzo, mas também seus enfoques técnicos e suas preocupações em atender ao artista praticante da pintura de falsa arquitetura com pressupostos perspécticos, isto é, a quadratura ou a pintura de Sotto in sù, como ele mesmo denomina em seu texto. Já o estudo de Beatriz Hidalgo, com o título A originalidade técnica no desenho de Goya e seus contemporâneos. Abordagens sobre o desenho na segunda metade do século XVIII, nos apresenta um estudo instigante sobre “a arte do desenho”, uma expressão artística de grande variedade e que aqui concentra seus esforços durante o século XVIII num dos mais significativos artistas espanhóis: Francisco Goya. O desenho não é apenas a representação da forma sobre um suporte, como o papel, uma parede ou mesmo coberturas abobadadas e cupuladas, mas o desenho expressa o contexto de uma época, de um mecanismo estilístico e, naturalmente, um contexto operativo-cultural. Enfim, adaptações e estratégicas culturais que motivaram Goya em suas criações, mas também com outros artistas, como a autora bem demonstra (ou demonstrou). O estudo de Alfredo Morales sobre Cartografía y cartografía simbólica. Las “Theses de Mathematicas, de Cosmographia e Hidrographia” de Vicente De Memije nos brinda com um tema abordado de modo original e que cobre a rota marítima entre a Península Ibérica e as Filipinas. Para além de apresentar um contexto histórico abordando a missionação no Oriente, este texto expõe de modo analítico e meticuloso nova proposta cartográfica que se pode chamar artística, não apenas por suas concepções imagéticas / simbólicas, mas porque atrela-se a outro valor científico / funcional. Mudanças de paradigmas, evidências num novo contexto entre o espaço tridimensional e a representação no papel. Além da restituição gráfica operacional do relevo territorial e seu controle, o autor nos mostra a fruição consciente de um novo espaço conhecido não apenas em contexto específico da gnomônica, mas em espectros culturais por meio do vasto universo das belas estampas que escondem um mágico universo simbólico que entre Ocidente e Oriente preenchia todo o imaginário dos “homens do mar” e suas dinâmicas de apreensão entre espaço projetado e mensurabilidade, entre áreas percorridas e ícones / imagens em seus mais intrínsecos significados.

Assim, espero que a diversidade destes textos possa ser um estímulo para o jovem leitor e estudioso da arte, mas também do pesquisador mais acurado e determinado em pesquisas específicas, em novos processos e em novas dinâmicas interdisciplinares.

Magno Moraes Mello – Departamento de História, Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: magnomello@gmail.com


MELLO, Magno Moraes. Apresentação. Varia História, Belo Horizonte, v.32, n.60, set. / dez., 2016. Acessar publicação original [DR]

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Arte e Cultura na História | Temporalidades | 2011

Este novo número da Revista online Temporalidades apresenta não somente mais um vasto número de artigos de especialistas e alunos atentos ao estudo da história, mas em especial a edição do primeiro volume em forma de dossiê totalmente endereçado ao campo de investigação da história da arte, intitulado Arte e cultura na história. A organização e disposição dos textos no referido dossiê seguiram uma ordem alfabética, pois dado a ampla diversidade de assuntos não seria possível reuni-los numa escala temática.

Neste sentido, novas problemáticas são abordadas ou reativadas. Dentre elas a questão específica da arte sob o ponto de vista técnico-formal, mas também as questões histórico-culturais como os estudos pertinentes à conservação e ao restauro. O campo de análise investido neste dossiê é amplo e permite criar uma visão panorâmica da história da arte disponibilizando possibilidades de pesquisas num campo pouco investigado, mas nem por isso menos importante. É nesta área de estudos, rica e próspera, as vezes mal compreendida porque não suficientemente investigada, que se vêm alguns textos mais reveladores e inovadores da historiografia da arte geral. Muito tem sido descoberto e quase tudo tem sido repensado e reavaliado. Leia Mais

História da Arte / Varia História / 2008

O presente dossiê inserido neste número da Revista Varia História do Departamento de História da UFMG apresenta uma série de textos especializados sobre o estudo e as preocupações da história da arte, para além de inéditas reflexões sobre o objeto artístico.

Os textos aqui em questão discutem e analisam a arte sobe o ponto de vista teórico-formal, mas também apresentam uma dinâmica histórico-cultural: do universo imagético ao sentido intrínseco. Como Panofsky afirmava é fulcral atravessar o quadro; é necessário passar da iconografia à iconologia, pois para este teórico a primeira não era apenas um meio, mas a compreensão global da obra de arte. É neste sentido que as pesquisas aqui escolhidas viajam desde o universo da forma, até uma acurada análise especializada do universo invisível da arte, isto é, as importantes questões culturais e históricas que possivelmente explicam um conteúdo específico.

Neste momento o principal objetivo foi o de difundir e tornar visível o universo da história da arte em suas diferentes aparições. Apresentar este universo artístico em suas mais amplas facilidades de estudo: o aspecto visível e o universo invisível, que, mesmo fora das linhas da objetiva visibilidade, está ali como ponto complementar. Mostrar as inúmeras possibilidades e o quanto esta disciplina pode apresentar conjunturas infinitas tanto para o estudioso que inicia suas pesquisas, como para o grande investigador. Foi a tentativa de propor ao estudioso da história da arte uma reflexão, uma espécie de provocação e por isso apresenta-se aqui um mundo de diversificações, de análises e de futuros estudos.

O campo aqui escolhido é bastante amplo, mas não foi nosso intuito criar uma visão panorâmica da história da arte, mas apenas mostrar as possibilidades de investigação que esta disciplina nos fornece. Nossa preocupação não foi dar um sentido linear (de pura continuidade) na organização, pois os assuntos são muitos diferentes e não apresentam continuidades específicas. Discute-se o ver a arte, seja simplesmente no seu aspecto formal, ou em suas particularidades culturais como uma aliança do conhecimento, mas nunca a partir de uma simples obrigatoriedade. Assim, apresentam-se ao leitor tanto as probabilidades imediatas do objeto em si, como ainda as análises das suas funções e do seu sentido retórico ou persuasivo.

É fundamental dizer que a história da arte não deve ficar exclusivamente presa a uma preocupação voltada para grandes problemas ou grandes soluções de atribuição de autoria. O que mais importa é saber o que representa esta ou aquela pintura, quais são seus universos e quais são as mensagens ali caracterizadas.

Com o exercício do olhar pode-se analisar tanto uma obra de arte antiga como outra contemporânea. Penso que está é a mensagem mais importante de todos estes artigos. Neste contexto as investigações aqui apresentadas nos mostram que a história da arte procede de problemas, por tendências e por confrontos, por encontros e desencontros e nunca por cronologia, com bem salienta o historiador de arte italiano Maurizio Fagiolo.

Outro aspecto que merece referir-se diz respeito ao conjunto de artigos aqui escolhidos. Trata-se de pesquisadores oriundos do Brasil, da Colômbia, do Canadá, da Itália, da França e de Portugal. As diferentes análises permitirão ao leitor interessado no estudo da história da arte criar diferentes comodidades para se pensar as inúmeras questões pertinentes não só ao campo da arte, mas também conectadas ao universo da história.

Da importância de refletir sobre o barroco toscano nasce o texto de Fauzia Farneti, da Università degli Studi de Florença. Sua pesquisa abrange estudos originais sobre o quadraturismo (pintura de falsa arquitetura) e o universo da arte setecentista barroca florentina. Trata-se de investigação pautada não só em relação a novas atribuições, como também no real entendimento da pintura perspéctica em Florença. Sua análise e metodologia mostram um estudo apurado ao pesquisador interessado na cidade de Florença não apenas como marco do Renascimento, mas também como centro difusor de um universo barroco pouco conhecido. Acreditamos que a língua original permitiria visualização melhor de seus conteúdos e conceitos, para além do fato de criar, junto com os demais uma coerência internacional.

O artigo de Paula André, professora do ISCTE de Lisboa discute os processos específicos e fundamentais no modo de ver e conceber a obra de arte. Sua pesquisa mostra que os aspectos formais estão vivos dentro dos pintores sejam eles do presente ou do passado. As formas viajam e não se pode perder de vista o sentido de apropriação num diálogo constante entre obra e artista.

O artigo de Roberto Carvalho Magalhães, professor da Università Internacionale dell’Arte de Florença é impecável nesta discussão da arte e do artista, pois sua formação invade dois campos muito próximos: o da arte e o da museologia. Roberto Magalhães trata destas e de outras questões de modo dinâmico e nos faz pensar muito sobre as inúmeras questões relativas ao universo da história da arte onde estamos sempre vinculados a conceitos e a especificidades.

O estudo de Alexandra Gago da Câmara, na Universidade Aberta de Lisboa, abrange um amplo conjunto de inventários fotográficos do pesquisador Santos Simões e sua repercussão no estudo do patrimônio azulejar em Portugal. Percebe-se um universo geográfico gigantesco traduzido em inventário e que permitirá constituir categorias específicas para futuras pesquisas. Salienta-se aqui a envergadura deste trabalho sempre inovando com metodologias inéditas na possibilidade de trazer à luz diferentes interpretações ao universo dos azulejos luso-brasileiros.

O artigo de Márcia Cristina Leão Bonnet, professora de história da arte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul intitulado A representação do Cristo Seráfico na igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência do Rio de Janeiro contempla estudos importantes sobre questões iconográficas associadas ao estudo do culto franciscano. Esta abordagem apresenta pesquisa iconográfica franciscana medieval e seu contínuo desenvolvimento até o período setecentista, alvo específico das investigações desta pesquisadora.

Outro texto que aborda importante artista baiano, chamado Vitoriano dos Anjos Figueiroa, é o artigo de Luís Alberto Freire, professor na Escola de Belas Artes da UFBA. Trata-se de um estudo minucioso de um artista que operou em Salvador, mas que em meados do século XIX inicia atividade em Campinas, São Paulo. Um texto bem construído e de grande fôlego.

As preocupações com o estudo da perspectiva como disciplina específica nas Academias Militares é o ponto fulcral do artigo de Jorge Galindo, professor na Universidad Nacional de Colombia. Suas preocupações voltam-se para o ensino da técnica da perspectiva junto ao universo dos engenheiros militares desde os séculos XV e XVI na Academia Real de Matemática de Barcelona.

O texto intitulado Arquitectura, Esquema, Significado – Problemas de semántica de la arquitectura de Dominique Raynaud na Université Pierre-Mendès-France em Grenoble diz respeito a questões concernentes a aspectos semióticos e semânticos na arquitetura. O autor afirma que a conexão de uma forma arquitetônica com o seu significado não acontece por acaso. Suas preocupações são extremamente complexas. Como exemplo o autor coloca a idéia de ascensão vinculada a diversas arquiteturas desde as pirâmides no Egito antigo, até as construções da atualidade. Tudo como exemplo de elevação, verificado desde a subida do faraó, ou desde a conquista da luz divina na arquitetura gótica ou mesmo o alto poder econômico dos edifícios na contemporaneidade, momento máximo de uma conquista social e presa a determinações financeiras.

Outro trabalho é o de Maria Helena Flexor, professora emérita da UFBA. Seu estudo desvenda a presença do escultor Pedro Ferreira que a autora salienta como obra muito importante, pouco estudada pela historiografia na Bahia.

Luís de Moura Sobral é professor titular no Departamento de História da Arte Université de Montréal. Este artigo intitulado Uma nota sobre o ilusionismo e alegorias na pintura barroca de Salvador da Bahia contempla uma série de pinturas expostas na igreja do antigo Colégio dos Jesuítas, como ainda analisa a pintura de falsa arquitetura no teto da Antiga Biblioteca do mesmo Colégio. Sua análise é minuciosa em relação ao português Antônio Simões Ribeiro em Salvador colocando-o como o criador da chamada “Escola Baiana de pintura”

O artigo intitulado A história da arte na encruzilhada, de autoria de José Alberto Gomes Machado, professor catedrático da Universidade de Évora nos brinda com questões importantes para a análise crítica da história da arte nos tempos atuais. Para além do tema em pesquisa, o autor lança uma questão polêmica e que merece destaque: pode se falar de uma história da arte global? Assim, José Alberto instiga o leitor a ver e a rever outras questões paralelas.

Acredito que este universo de visão e de experiências artísticas apresentadas possa constituir futuros estudos e que surjam novas preocupações em relação ao objeto artístico. As formas, o desenho, as variantes cromáticas e as questões intrínsecas dos mais diferentes formatos artísticos foram tratadas e expostas como novas possibilidades, marcando um renovado percurso que culminariam num estudo sistematizado, seja a partir da simples idéia do formato e de questões técnicas, seja em questionamentos e significados histórico-culturais completando esta infinita dimensão do estudo e das investigações da história da arte.

Não poderia deixar de manifestar o meu agradecimento aos convidados que aqui participaram e deram o seu contributo histórico na confecção deste dossiê. Agradeço ainda a antiga editora da revista, Prof.ª Júnia Furtado e a atual editora, Prof.ª Adalgisa Arantes Campos; finalmente, ao bolsista da FAPEMIG Mateus Alves Silva, que nos ajudou com toda a disposição no remate final e na organização dos textos apresentados no dossiê.

Belo Horizonte, Dezembro de 2008.

Magno Moraes Mello – Organizador do dossiê. Departamento de História / UFMG. E-mail:
magno@fafich.ufmg.br


MELLO, Magno Moraes. Apresentação. Varia História, Belo Horizonte, v.24, n.40, jul. / dez., 2008. Acessar publicação original [DR]

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