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Meio Ambiente, Museus e Patrimônio / História (Unesp) / 2013
O presente número da revista História (São Paulo) traz aos leitores o dossiê Meio ambiente, museus e patrimônio. Organizado com a colaboração do Dr. Paulo Henrique Martinez, da UNESP, o conjunto de artigos oferece diferentes perspectivas de temáticas que cada vez mais têm chamado a atenção dos estudiosos e da sociedade no Brasil e no mundo.
Regina Horta analisa o estimulante diálogo entre o historiador ambiental e a sociedade civil em face dos desequilíbrios ecológicos da atualidade. José Luiz de Andrade Franco aborda a formação do conceito de biodiversidade e a emergência da biologia da conservação por meio de obras, de eventos e da trajetória de pesquisadores. A interação entre a sociedade e a natureza no passado é investigada por Marcelo Lapuente Mahl no contexto da expansão cafeeira no Noroeste Paulista, mediante publicações, fotografias e ilustrações do período. A intervenção institucional e social nos espaços públicos urbanos, com a finalidade de preservar a natureza e promover a cultura, é um desafio dos mais urgentes das cidades brasileiras e objeto de estudo de dois outros trabalhos. No primeiro, três autores – Marta Mantovani, Raquel Glezer e Paulo Massabki – abordam o complexo gerenciamento de um museu universitário de ciências dentro de uma área de preservação ambiental da cidade de São Paulo. No segundo, Luiz Henrique Assis Garcia analisa a implantação de um parque público em Belo Horizonte e as ações ecológicas e culturais ali desenvolvidas.
Na seção de artigos livres, um conjunto variado de temas é abordado de forma original. As relações médico – cientificas entre o Brasil e a Alemanha são sistematizadas por Jaime Benchimol com vistas a compreender as redes e a circulação de saberes em escala transnacional, assim como a conversão do país europeu em modelo das práticas médicas brasileiras, de meados do Oitocentos até a Primeira Guerra Mundial. O trabalho seguinte, escrito a três mãos – Agnaldo Valentin, José Flávio Motta e Iraci del Nero da Costa – propõe uma inovadora metodologia de análise demográfica para o estudo de inventários post mortem, tomando como exemplo duas localidades do interior de São Paulo durante o século XIX. O texto de Victor A. de Melo se debruça sobre um costume esquecido, as touradas, uma prática do Brasil colonial herdada dos colonizadores ibéricos, que despertou polêmicas no Rio de Janeiro do final do Império, quando as posições favoráveis e condenatórias se cruzaram com as mudanças políticas e culturais nacionais. O Estado Novo, regime a respeito do qual tudo parece ter sido dito, merece uma interessante análise de Adriano Codato em torno do papel das Interventorias Federais no exercício do controle político dos estados pelo governo Vargas. O último dos artigos, de Maria Carmen G. M. de Oliveira, analisa como a monja alemã Hildegard de Bingen desenvolveu um imaginário da salvação da alma em uma de suas obras, Scivias, no contexto do reformismo papal do século XII.
Na seção de resenhas, são apreciados livros recentes que tratam de Francisco Adolfo de Varnhagen, da história ambiental e das civilizações da antiguidade.
Os editores
Editores. Apresentação. História (São Paulo), Franca, v.32, n.2, 2013. Acessar publicação original [DR]