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Espaços da cultura e representações do espaço: entre o simbólico e o concreto / Revista Espacialidades / 2015
A Revista Espacialidades, por meio do dossiê intitulado Espaços da cultura e representações do espaço: entre o simbólico e o concreto – voltado às discussões, manifestações e problematizações das diversas matizes que envolvem a ideia e o conceito de cultura –, apresenta seu 8º volume. Organizar este dossiê, como todos os outros, não foi uma tarefa simples, mas é o resultado final que nos faz, ano após ano, perceber o quão importante é esta publicação. A certeza de que nossa publicação é fundamental à comunidade científica e demais leitores interessados nos fez decidir que esta tarefa se tornará mais prazerosa e onerosa, visto que é este o último volume anual da Espacialidades – que passará a ser semestral a partir do ano vindouro.
Agradecemos ao nosso quadro de pareceristas, formado por profissionais de destacado renome nacional e internacional, que com seu profissionalismo atua para que a qualidade desta publicação se mantenha com o passar dos anos. Outrossim, os articulistas que nos confiaram a missão de divulgar suas produções merecem também nosso profundo agradecimento. É para nós salutar expressar também os mais sinceros agradecimentos a Tyego Flankim da Silva, que exerceu a função de editor-gestor na edição passada, pela valorosa ajuda também neste volume, e a Adriel Silva, aluno do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), cujo talento nos brindou com a belíssima imagem que ilustra a capa desta edição.
Este volume, cujo dossiê é voltado à discussão cultural, é contemplado ainda com duas entrevistas, uma resenha e um resumo de dissertação, nova modalidade de publicação que resolvemos acolher. De maneira igualmente fundamental apresentamos os artigos da seção livre, cujas temáticas abordadas são múltiplas, sem as quais não seria possível a diversidade desta publicação.
Recebemos textos de articulistas de diversas universidades, e mantivemos em nossa publicação um artigo escrito por um aluno de nosso Programa de Mestrado, como tradicionalmente defende a Revista. Doravante, apresentaremos esses textos e contamos com a divulgação e apreciação por parte de vocês, leitores – a parte central da engrenagem que forma e que motiva a Espacialidades e sua equipe editorial.
Abrindo o 8º volume da Revista Espacialidades, Carolina Ferreira de Figueiredo e Nicoll Siqueira da Rosa, ambas mestrandas em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apresentam o artigo “A eficiência cultural da forma: apontamentos sobre o uso de imagens nas áreas de história e antropologia visual”, e fazem uma discussão teórica acerca do uso das imagens como forma de produção do conhecimento, em um momento em que o debate acerca da cultura visual é relevante à compreensão do mundo contemporâneo.
Em seguida, Alicia Karina Valente, mestranda do Instituto de Historia del Arte Argentino y Americano – Facultad de Bellas Artes, da Universidad Nacional de La Plata (UNLP – Argentina), apresenta seu texto, “Palimpsestos visuales en un espacio cultural autogestionado”, que traz a análise de uma forma estética marcada pela presença do graffiti e do sténcil no interior e exterior de um espaço cultural autogerido, o Centro Cultural y Social El Galpón de Tolosa, da cidade de La Plata, na Argentina.
Aguiomar Rodrigues Bruno, mestre pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), apresenta seu texto “Tractatus de arte et scientia bene moriendi: a literatura pedagógica da morte no interior Fluminense Oitocentista (Freguesia de Piraí)”, que busca evidenciar o alcance e a influência da literatura devocional da boa morte no imaginário e nas práticas populares mortuárias no interior do Vale do Paraíba Fluminense, especificamente na freguesia de Piraí, na primeira metade do século XIX.
Amanda Teixeira da Silva, professora da Universidade Federal do Cariri (UFCA), proporciona ao leitor o estudo intitulado “A fisionomia da pedra: um olhar sobre a escultura de Agostinho Balmes Odísio”, que aborda a influência da arte funerária sobre a escultura de Agostinho Balmes Odísio, escultor italiano que viveu em Juazeiro do Norte entre os anos de 1934 e 1940.
Alexandra Lis Alvim, mestranda em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apresenta seu artigo, intitulado “‘Anos 70, não deu pra ti…’: considerações sobrea memória, juventude e período autoritário através do filme “Deu pra ti, anos 70…” (1981) e da peça teatral ‘Bailei na Curva’ (1983)”, no qual a autora se propõe a fazer uma análise das produções culturais surgidas nos anos finais da última ditadura brasileira: o longa-metragem em Super 8, lançado em 1981,“Deu pra ti, anos 70…”, de Nelson Nadotti e Giba Assis Brasil, e a peça teatral “Bailei na Curva”, que estreou em 1983, pelo grupo Do Jeito Que Dá – duas produções que discorriam em tom nostálgico e reflexivo sobre a experiência da geração que cresceu sob o período autoritário.
Henrique Masera Lopes, aluno do Programa de Pós-Graduação em História da UFRN, oferece ao leitor seu artigo “A linha de fronteira se rompeu: poéticas musicais de um nordeste psicodélico nos anos 70”, que se ocupa em problematizar a emergência de novas culturas espaciais a partir da segunda metade do século XX através do que se convencionou denominar por corrida espaço-sideral.
Partindo à segunda parte desta publicação, cujas temáticas são livres, Ada Raquel Teixeira Mourão, docente da Universidade Federal do Piauí (UFPI), José Elierson de Sousa Moura, mestrando pela UFPI, e Larice Íris Marinho Moura, licenciada em História pela UFPI, através do texto “Picos nas sombras do tempo: a cidade pré-reforma urbanística como espaço da saudade” analisam o estranhamento identificado em alguns moradores com relação à cidade de Picos (Estado do Piauí) da contemporaneidade, evocado através do sentimento de saudade da cidade associado à década de 1950, período de destaque da economia agrícola às margens do Rio Guaribas, e da década de 1960, quando a cidade oferecia uma variedade de espaços de lazer e convivência para os citadinos.
Francisco Ramon de Matos Maciel, mestre em História e professor do Projovem Campo Ceará, apresenta em seu texto, intitulado “Territórios da Seca: ordenamento e resistência na cidade de Mossoró na seca de 1877”, um estudo das formas de ordenamento e controlo espacial encontrado na cidade de Mossoró durante a seca de 1877.
Cristiano Luiz da Costa e Silva e Ludmila Pena Fuzzi, ambos do Instituto de Pesquisa Histórica e Ambiental Regional (IPHAR), em artigo intitulado “Identidade sustentável: espacialidade, identidade e memória nos estudos sobre comunidades quilombolas”, tratam da relação das comunidades quilombolas com seu território, buscando na Identidade Sustentável do Instituto de Pesquisa Histórica e Ambiental Regional (IPHAR) respaldos para a manutenção e perpetuação das Memórias Solidificadas, propiciando a legitimação destes espaços.
Carlos Alexandre Barros Trubiliano, docente da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), apresenta o texto “A fundação do homem público nos primórdios do coronelismo em Campo Grande – MT / MS (1905-1917)”, que trata do papel de Campo Grande enquanto principal centro econômico e político do sul de Mato Grosso. O artigo discute sobre a elite política formada por homens cuja principal fonte de riqueza provinha da criação de gado. Para esses coronéis, a administração pública era uma continuidade da sede da fazenda.
Edson Silva, mestre em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no artigo “A produção do lazer na urbe: a construção do Estádio Municipal Francisco Rocha Pires (Jacobina – BA – 1955-1959)” promove uma análise da edificação do estádio municipal Francisco Rocha Pires, inserida dentro de um processo de modernização urbana, ocorrido na cidade de Jacobina em meados da década de 1950. O autor procura descrever e examinar a construção do campo esportivo na medida em que esse espaço instituía no mapa urbano um ambiente de lazer e prática de esportes.
Julio César dos Santos, docente do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e doutorando em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com Luciene Aparecida Castravechi, doutoranda em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), apresentam o texto “Alberto Torres: uma revisita historiográfica”. Os autores contextualizam os escritos de Alberto Torres dentro de um complexo processo de discussão acerca da identidade da nação brasileira, nos finais do século XIX e inícios do século XX, a partir de sua mais significativa publicação: “A Organização Nacional”, datada de 1914.
Elynaldo Gonçalves Dantas, mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), apresenta no texto “Gustavo Barroso, um intérprete do Brasil: a nação na escrita integralista barrosiana” uma reflexão sobre a organização do espaço nacional no pensamento integralista de Gustavo Barroso, utilizando-se dos livros “O Integralismo em Marcha” e “O Integralismo de Norte a Sul” como fontes.
João Paulo França, mestre em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), através do artigo “A Rua do Esquecimento: a memória dominante nos logradouros centrais de Campina GrandePB”, apresenta uma visão acerca do processo de nomeação e renomeação das ruas do núcleo central da cidade de Campina Grande, alertando que as mudanças pelas quais passaram a cidade ficaram registradas nos nomes que foram conferidos às Ruas, demonstrando assim, um processo de transformação espacial e cultural.
Francisco Antônio Zorzo, Leda Maria Fonseca Bazzo, professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Lucian Conceição de Alcântara, discente da mesma universidade, apresentam seu texto “Território Urbano e Memória Coletiva – As Lavandeiras Comunitárias de Salvador e o caso do Alto das Pombas”, que trata de uma pesquisa em desenvolvimento em uma lavanderia pública estadual de Salvador, a saber, a lavanderia Nossa Senhora de Fátima. A pesquisa, além de levantar dados sobre o funcionamento do equipamento e da história das lavandeiras comunitárias mantidas pelo governo do Estado da Bahia, investiga as formas de resistência cultural empreendidas pelas lavadeiras para manter o seu modo de vida e garantir o seu espaço de moradia e de trabalho.
Rodrigo Pereira, doutorando pelo Museu Nacional (UFRJ), faz em seu texto “As transformações no matriarcado Nagô nos candomblés do estado do Rio de Janeiro (séculos XX e XXI): a figura do homem no comando dos axés”, a apresentação de uma amostragem de dados sobre candomblés fluminenses em que a quantidade de dirigentes do sexo masculino é maior que a feminina. O autor discute como o sexo masculino tem ganhado espaço em um processo histórico de aceitação destes na liderança dos axés.
Inaugurando a seção que engloba resumos de dissertações e teses, Rodrigo dos Santos apresenta as discussões realizadas em sua dissertação, intitulada “Discursos sobre imigração no jornal Folha do Oeste – Guarapuava, Paraná”, produzida na Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), sob orientação do Prof. Dr. Fernando Franco Netto. O objetivo principal de seu texto é analisar os discursos do jornal Folha do Oeste sobre imigrantes, no período de 1946 a 1960.
Roger Diniz Costa, mestrando em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOSTE), apresenta a resenha intitulada “A construção do engenho e a saudade na literatura de José Lins do Rego”, cujo livro é de autoria de Diego José Fernandes Freire e se intitula: “Contando o passado, tecendo a saudade: a construção simbólica do engenho açucareiro em José Lins do Rego (1919-1943)”.
O fechamento deste volume ocorre com duas entrevistas com os professores doutores Flavia Galli Tatsch, professora adjunta de História da Arte Medieval na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e Paulo Roberto Tonani do Patrocínio, professor do Departamento de Letras-Libras da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os professores nos presenteiam com duas entrevistas sobre suas trajetórias acadêmicas, suas produções recentes e sobre os desafios enfrentados pelo pesquisador diante dos seus objetos.
Boa leitura a todos!
Marcia Vasques – Doutora, editora-chefe; Aledson Manoel Silva Dantas; Flávia Emanuelly Lima Ribeiro Marinho; Francisca Kalidiany de Abrantes Lima; Keidy Narelly Costa Matias; Livia Brenda da Silva Barbosa e Raphael Alves da Costa Torres, membros da equipe editorial do corrente ano.
VASQUES, Marcia Severina; MARINHO, Flávia Emanuelly Lima Ribeiro; et al. Apresentação. Revista Espacialidades. Natal, v.8, n. 01, 2015. Acessar publicação original [DR]
História Ambiental, relações socioculturais e suas espacialidades / Revista Espacialidades / 2014
A Revista Espacialidades, idealizada pelos discentes do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apresenta com satisfação os resultados de seu sétimo volume, intitulado “História Ambiental, Relações Socioculturais e suas espacialidades”.
Neste dossiê temático, a Espacialidades tem como objetivo propiciar a discussão de trabalhos que abordem as mais diversas categorias espaciais presentes nos estudos da História Ambiental. Aqui publicamos artigos que discutem o processo de caracterização de ambientes naturais e suas transformações, análises históricas das ideias, percepções e valores aplicados ao mundo natural e estudos sobre os processos de exploração econômica e seu impacto sociocultural no ambiente natural; considerando as diversas relações que caracterizam o espaço como uma produção histórica.
Sendo assim, iniciamos nossa revista com o artigo de Cícero Pereira da Silva Júnior e Pere Petit, intitulado “Memórias Alagadas: a Amazônia Oriental e os projetos hidrelétricos, o caso da UHE de Estreito (MA / TO)”. Nele o autor analisa os depoimentos dos moradores do reassentamento “Mirindiba”, da cidade de Araguaína, em Tocantins, para investigar as memórias dessas pessoas que tiveram de deixar suas moradias, na Ilha de São José, por ocasião da inundação da barragem.
Em seguida, tendo por tema a questão da seca, trazemos o artigo de Antonio Alexandre Isidio Cardoso, intitulado “As secas e as migrações entre o Ceará e o território amazônico (1845-1877)”. Inserindo o papel do próprio migrante, o autor busca problematizar a perspectiva que enxerga o fenômeno de 1977-79 através do estudo das políticas públicas / migração percebidas como desdobramentos da estiagem.
Silvano Fidelis de Lira e João Batista Gonçalves Bueno, no texto “Modernizar a agricultura, salvar o ’Nordeste’: considerações acerca da polifonia discursiva sobre a agricultura no Nordeste no início do século XX”, discutem o papel da cultura do agave como elemento para o discurso de modernização do setor agrícola nordestino. Os autores oferecem uma análise da atuação tanto do governo quanto dos agrônomos envolvidos diretamente nesse processo.
Ana Paula da Cruz Pereira de Moraes, no texto “Sertão, sociedade e meio ambiente no Rio Piranhas, Capitania da Paraíba do Norte, 1670-1750”, discute sobre o envolvimento dos agentes sociais com o meio ambiente no contexto da colonização dos sertões da América, sobretudo, do sertão do Rio Piranhas, no interior da Capitania da Paraíba do Norte.
Emy Falcão Maia Neto, no artigo “O abastecimento de água em Fortaleza – CE (1813 –1867)”, reflete sobre o papel dos trabalhadores domésticos e carregadores de água no contexto do abastecimento de água em Fortaleza, entre os anos de 1813 e 1867. Recorrendo a textos de memorialistas e literatos, o autor demarca a importância fundamental dos chamados “carregadores humanos”, tentando extrair daí os sentidos da água para a população naquele momento histórico.
Diego José Fernandes Freire, no artigo “O Passado Verdejante: a defesa das árvores nos artigos jornalísticos de Gilberto Freyre (1921- 1926)”, utiliza-se do “Diário de Pernambuco” como fonte para destacar a dimensão saudosa de Gilberto Freyre frente ao arvoredo recifense, na medida em que os textos do Jornal alertam para a preservação ambiental.
Natascha de Vasconcellos Otoya, em texto intitulado “Conexão Brasil-Namíbia: duas nações em busca de petróleo e progresso”, reflete sobre a ligação entre esses dois países por meio da questão petrolífera. A autora discute sobre a exploração do petróleo vinculado a uma ideia de progresso, demarcando, nesse contexto, a questão da importância da preservação do meio ambiente.
David Durval Jesus Vieira, no artigo “Sensibilidade (In)civilizada: poder público, animais de tração e touradas em Belém (1897-1911)”, reflete sobre o “Código de Polícia Municipal” dessa cidade, preocupando-se com as políticas relativas ao uso de animais durante os anos de 1897 e 1911, período do apogeu da economia gomífera.
Assis Daniel Gomes, no texto “O ‘Rio Civilizador’ e o ‘Vale Do Cariri’: a eletrificação urbana do sul do Ceará (1949-1961), analisa as construções imagético-discursivas do Rio São Francisco no âmbito da criação da Companhia de Eletricidade do Cariri, defendendo ser uma correlação de forças entre passado, presente e futuro que atuou no sentido de reinventar a imagem do Rio.
Encerramos o dossiê temático com o texto de Raimundo Nonato Ribeiro Santana que, no artigo “História e Natureza: mudanças ambientais no norte de Goiás em relatos de cronistas e viajantes naturalistas no século XIX”, qualifica o Brasil desse período como recebedor de inúmeros viajantes naturalistas. Detendo-se ao estudo da então Província de Goiás, o autor analisa as transformações regionais perceptíveis a partir da documentação produzida por tais viajantes. Dessa forma, oferece um estudo sobre a transformação paisagística e a navegação do Rio Araguaia.
Dando prosseguimento, com o intuito de ser um mecanismo de ampla divulgação de produção científica, a Revista Espacialidades conta ainda com a Seção Livre. Nela contamos com publicações de temáticas variadas, não contempladas pelo dossiê temático, dentro da área História e Espaço.
Nesse sentido, apresentamos a contribuição de Helder Alexandre Medeiros de Macedo, em artigo intitulado “Reflexões sobra a questão indígena no Seridó: entre a História e o patrimônio cultural”. Em seu texto, o autor destaca a importância da presença pretérita de comunidades indígenas para a cultura do Seridó norte-rio-grandense, fazendo parte do patrimônio cultural da região.
Em seguida, contamos com a contribuição de Gil Eduardo de Albuquerque Macedo, que em seu artigo intitulado “Theatrum Mundi: Antônio Vieira e a comédia de Deus”, discorre sobre a “História do Futuro”, polêmica obra do jesuíta Antônio Vieira. O “Quinto Império”, cuja emergência está descrita na obra do jesuíta, tinha como intuito situar Portugal como responsável pela expansão do cristianismo pelo mundo. Através da análise da metáfora “Teatro do Mundo”, o artigo investiga a postura do homem diante do mundo através da obra do padre jesuíta.
Recebemos ainda a contribuição de Felipe Alves Paulo Cavalcanti, através do artigo intitulado “À procura das infâncias perdidas: espaço, poesia e sensibilidades saudosistas em ‘Evocação do Recife’, de Manuel Bandeira (1925-1936)”. Fazendo uso da categoria espacial em sua dimensão poética, o autor discute sobre as formas de pensar e de sentir a saudade presentes no poema “Evocação do Recife”, do escritor Manuel Bandeira. Interessante destacar que esse poema foi escrito a pedido do intelectual pernambucano Gilberto Freyre, por ocasião da publicação do “Livro do Nordeste”.
A revista encerra seu sétimo volume com o artigo escrito por João Gilberto Neves Saraiva, intitulado “Relatos de viagens, mapas e noticiário de Guerra: representações do Nordeste brasileiro no The New York Times antes das instalações militares norte-americanas (1940-1941)”. O autor faz uso dos conceitos de “representação” e de “espaço” para refletir sobre as representações do Nordeste brasileiro, a partir do que fora produzido pelo jornal The New York Times, no recorte temporal imediatamente anterior ao ingresso oficial dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, nos últimos dias de 1941.
Nós da “Espacialidades” agradecemos aos articulistas por considerarem a nossa revista como o meio de divulgação para as suas produções científicas, bem como aos professores pareceristas do Conselho Consultivo, e aos colaboradores convidados por terem se dedicado e contribuído imensamente no âmbito da revisão dos artigos deste volume. Por fim, convidamos os leitores a apreciarem os textos de nossa revista.
Boa leitura e até o próximo volume!
Cordialmente,
Equipe Editorial da Revista Espacialidades.
Marcia Severina Vasques – Doutora (editora responsável), Flávia Emanuelly Lima Ribeiro Marinho, Francisca Kalidiany de Abrantes Lima, Keidy Narelly Costa Matias, Priscilla Freitas de Farias, Renan Vinícius Alves Ramalho, e Tyego Franklim da Silva.
VASQUES, Marcia Severina et al. Apresentação. Revista Espacialidades. Natal, v.7, n. 01, 2014. Acessar publicação original [DR]