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Gordos, magros e obesos: uma história do peso no Brasil | Denize Bernuzzi de Sant’Anna (R)
Denise Bernuzzi de Sant’Anna | Foto: Editora Contexto |
Sobre o corpo delineamos nossas identidades e, com ele, perfazemos as nossas vivências. Experimentamos nossas relações socioculturais com a pele e com todas as nossas marcas sensoriais: cheiramos, ouvimos, degustamos, tocamos e percebemos o mundo em suas multiplicidades com a história de nosso corpo, pelo o qual transparecemo-nos, também, por meio da arte, desde tatuagens e piercings a performances e marcas discursivas. Com o corpo, apresentamo-nos à vida. Porém, se aquilo que transmitimos com nossa imagem destoa do que é vigente, do que é a ‘voga’ de um tempo, vemos nossas identidades em xeque.
Nos aeroportos, nos parques, nas estações de trem e ônibus, pessoas que não se enquadram nos moldes – tracejados pelos cartazes, outdoors, variadas propagandas contemporâneas, embalagens e invólucros dos atuais espaços públicos – sentem-se fora de seu lugar: do obeso que, para se sentar em uma fileira num cinema ou num assento de ônibus coletivo, ouve as agressões e piadas sobre o seu tamanho, às magérrimas meninas, que são impulsionadas a seguir sempre magérrimas para serem aceitas em seus grupos sociais. As cidades do século XXI criam seus espaços de exclusão rotineiramente por meio de símbolos: semideuses personificados em roupas de marcas, ícones da perfeição estética que ditam os padrões de beleza e alimentos que são in [1] criam os cenários de estigmas sociais.
Como o gordo se sente nesse meio? Qual é a história da obesidade neste país? Que instrumentos a indústria alimentícia (com a força da indústria cultural da propaganda de massa) lança mão a seu favor? Não seriam antagônicas e incoerentes as imagens midiáticas que se proliferam no cotidiano das cidades, em relação aos corpos das pessoas? Do outro lado dos problemas relativos à obesidade, como a anorexia e a bulimia estão transformando mulheres, em especial jovens, em face ao estado de temor de serem percebidas como gordas?
Perguntas como essas são levantadas no livro de Denise Bernuzzi de Sant’Anna, Gordos, Magros e Obesos: uma história do peso no Brasil, publicado pela Estação Liberdade (2016, 184 p.). Professora e emérita pesquisadora livre-docente de História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Denise B. de Sant’Anna, há alguns anos, dedica-se às pesquisas sobre a história do corpo, da higiene e das relações entre o corpo e subjetividade, destacando-se por seus artigos publicados nos mais acessados periódicos, além de suas organizações de livros históricos e sociológicos que trazem tais temáticas à vista da comunidade acadêmica.
Já na apresentação, a autora joga-nos em um acontecimento, no mínimo, ambíguo da vida na Corte: numa quermesse que se deu no Cassino Fluminense em 1886, a família imperial promovera uma festa que duraria dias, com toda a fartura de alimentos e com o intuito de arrecadar fundos para os mais desamparados e famintos da sociedade carioca. Regada de ceias gordurosas, vinhos e todas as formas de quitutes, os nobres e a realeza se fartaram no banquete, num desfile de seus corpos opulentos e vantajosos: “Os Orleans, Bourbons e Braganças ainda podiam sentir orgulho por serem pesados” (SANT’ANNA, 2016, p. 12). Era uma cultura alimentar do peso que se refletia como poder: no século XIX e no começo do século XX, a correlação entre o excesso ou baixo peso e a distinção de classe social era nítida.
No primeiro capítulo, intitulado Triunfo da gordura e medo da penúria, vale destacar a notável pesquisa história da autora, buscando em fontes de jornais e revistas da época, como O Paiz, Fon-Fon, Careta, etc., material relevante para o entendimento das representações que o corpo de magros e obesos adquiriram com o decorrer do século XX (valendo-se das propagandas, charges, poemas, paródias e notícias). De um lado, o corpo gordo, algumas vezes, era representado pela imagem do animal para abate (o gordo era o ‘boi’, ‘o porco’, ‘o leitão’), por outras vezes, como elementos geométricos de circunferência ampla (eram os ‘homens-balões’ e as mademoiselles Zeppelin, ou senhoritas Zepellin); por outro lado, até meados do século XX, a imagem do homem gordo ainda resistia como símbolo da riqueza e ostentação. Entre as imagens circenses, cômicas e inusitadas do corpo de homens gordos e mulheres obesas, Sant’Anna (ibid., p. 24-25) aponta o fardo social que se representava nesse período histórico: o tamanho corporal como uma ranhura nas identidades de pessoas, que culminaria no crescimento da epidemia da obesidade no final do século XX e começo do século XXI.
Dos campeonatos de comida às mudanças do uso das palavras como ‘guloseima’, ‘gulodice’ e o aparecimento da palavra ‘gastronomia’ no vocabulário das cidades, o peso corporal, durante anos, demarcou as identidades sociais e de classe no país. De um lado, o gordo corpulento que possuía as economias para se abastecer, enchendo as prateleiras de seu “corpo-armazém” (ibid., p. 39); de outro, a figura do magricela, muito bem representada pela personagem Jeca Tatu de Monteiro Lobato, era percebida como a imagem do insalubre e sem prosperidade, alvo das propagandas inescrupulosas de elixires e xaropes messiânicos: como o remédio Sargol que “era possível encher o corpo e ganhar entre cinco e sete quilos de ‘carne sólida e permanente'” (ibid., p. 35). Válido ainda notar o trabalho investigativo de Sant’Anna sobre as ofensas direcionadas às pessoas magras deste período, além da crítica ao modo como se subjugavam as mulheres à função de reprodutora da família (ibid., p. 50), que eram válidas pelas suas ‘ancas’ bem torneadas.
Ao final desse capítulo, a autora retrata a imagem da ‘criança robusta’, divisora de águas da relação entre o gordo e o magro no imaginário cultural que havia se consolidado inclusive no cinema (o famoso filme O gordo e o magro, em inglês, The Lucky Dog, de 1921). Denise B. de Sant’Anna analisa também as imagens de bebês que deixaram “à margem da história e à sombra do sucesso os bebês e crianças julgados magricelas, assim como as mães que ignoravam as leis básicas da boa nutrição” (ibid. p. 59-60). De fato, os magros eram enxotados da representação de uma nação cuja imagem corporal era um desejado espelho da ‘robustez’.
Porém, com o avanço da industrialização no país, a percepção da imagem sobre o gordo será reinterpretada e redesenhada [2]. No segundo capítulo, Vergonha de ser gordo, a imagem do homem obeso é dada como descartável, inapta ao momento histórico em que o corpo (agora o ‘corpo-termodinâmico’, ‘corpo-máquina'[3]) se tornaria sinônimo de energia a ser bem empregada no progresso e na produtividade, especialmente, no dispêndio de forças e energias nas fábricas.
Após 1930, o corpo agora tinha à sua frente a figura do sportman, i.e., o homem esportista, saudável, aquele que seria esculturalmente preparado para os desafios da sociedade. O ‘corpo-armazém’ começava a ser questionado face aos perigos dos excessos do peso: o obeso se tornava um fardo estético e social. Surgem nos jornais os regimes e cardápios para emagrecer e a balança se tornaria o fantasma de muitos que destoavam da imagem sugerida pelas propagandas da época (ibid., p. 77).
A representatividade da ‘barriga’ dos brasileiros que a professora traz é considerável. Até a metade do século XX, ter uma barriga avantajada condicionava valores sociais, políticos e afetivos: relacionava-se com o status quo na figura de políticos; como a imagem do bem-sucedido; como o símbolo de um casamento feliz, em que o lar era bem abastado e abastecido; e como chamariz da economia local, representada pelos restaurantes que indicavam que ali se comia até “ter que abrir o cinto” (ibid. pp. 87-89).
Se de um lado, o grande peso corporal masculino foi mais resistente no século XX, a imagem corporal feminina tendeu a se transformar: é a passagem da imagem da ‘matrona’ do começo do século XX à delgada senhora do lar, aquela que não perde a graça da formosura do corpo esbelto, mesmo sendo relegada ao espaço privado e à reprodução da família. Tem-se, portanto, uma nova relação entre o corpo e a estética: é a explosão, nesse cenário, das cirurgias plásticas nas barrigas de mulheres que tiveram filhos, o aparecimento da lipoaspiração e a crescente exploração da imagem feminina para a criação de um padrão de beleza que só se consolidaria por meio das inúmeras dietas ofertas semanal ou diariamente em magazines, as revistas voltadas para as donas de casa da época.
É sobre isso que, no terceiro capítulo do livro, Do sonho da fartura à realidade das dietas, Denise B. Sant’Anna discorre. A primeira problemática se dá com relação às propagandas vinculadas à alimentação na metade do século XX: o american way of life (estilo de vida americano, estadunidense) cresce, consideravelmente, na sociedade brasileira, com a promoção de alimentos industrializados e uma variedade cada vez mais inovadora de aparelhos técnicos e eletrodomésticos voltados para o ambiente da cozinha de uma casa. Se se mudava, dia após dia, a estética da casa, principalmente, da arquitetura das cozinhas, a nova dona do lar também deveria se transformar, conservando a beleza estética e a elegância de uma mulher magra, como as propagandas em revistas dos anos 50 e 60.
O Brasil assistiu à ascensão das lanchonetes, nos anos de 1970 e 1980, e, com ela, a adaptação da alimentação de sua população, em especial, nos grandes centros urbanos. Um novo nicho mercadológico surge, o da alimentação das crianças: as pequenas bolsas de couro, que eram as lancheiras e merendeiras das crianças, darão lugar às de plástico e adesivadas com personagens do imaginário infantil, com garrafas térmicas e divisórias internas. Público-alvo de um mercado em expansão, as crianças tiveram sua alimentação redirecionada e recondicionada.
Ao lado dessa indústria de propaganda, o corpo feminino também era repensado: a moda excluirá os que não tinham o peso ideal, as farmácias passam a vender inúmeros produtos para o extermínio das celulites e remédios para emagrecimento, a comida diet e light (livre de açúcares e de baixa gordura) entrarão no jogo da luta contra o corpo obeso temido, e as revistas masculinas (como uma das mais conhecidas, a Playboy) celebravam, semanalmente, a estética da beleza corporal feminina a ser seguida. É a ambivalência da passagem histórica do corpo magro, antes execrado, agora o modelo idealizado de perfeição: “‘A magra de ruim’ aproximou-se da imagem dos bons hábitos alimentares. Também no universo erótico, a mulher emagreceu” (ibid. p. 120).
No quarto capítulo, Entre liberdades e patologias, as questões serão direcionadas à saúde do corpo: da obesidade, que é um fator crescente, verificado por dados e estatísticas na população brasileira, desde o final do século XX e começo do XXI, à presença dos corpos anoréxicos e do aumento da bulimia entre jovens.
Um número sem fim de dietas e remédios, a psicose da ‘lipofobia’ (o medo da gordura, de ser ou estar gordo), a preocupação com o meio ambiente e a alimentação, o mercado de inibidores de apetite, os adoçantes, as mudanças conceituais da nutrição (‘sobrepeso’, ‘obesidade mórbida’, ‘obesidade em graus’, etc.), a cirurgia bariátrica e os programas televisivos atuais[4] formam um cenário de temor ao peso, que estigmatiza aqueles que sofrem com a obesidade e cria um espetáculo do terror em jovens (em sua maioria, as mulheres), que se veem levadas a mudanças drásticas em sua alimentação, tornando-se anoréxicas ou sob o distúrbio da bulimia[5].
Emblemático, dualista, ambíguo: o corpo contemporâneo está no limiar de uma guerra simbólica. De um lado, o cortejo por uma sociedade mais ativa na saúde surge como uma saída para a luta contra o mal-estar com o corpo, por meio das inúmeras campanhas que apontam a necessidade de se exercitar continuamente, fazer caminhadas, corridas pelas cidades, passeios ciclísticos, além da ascensão das academias de ginástica e dos seus personal trainers (símbolos de profissionais que encenam uma perfeição estética a ser atingida). Do outro lado, encontram-se as explosões de lanchonetes, praças de alimentação [6] repletas de fast-foods [7], alinhadas ao encarecimento da alimentação saudável e ao tempo escasso para a massa populacional poder se cuidar. Com isso, vemos que a obesidade atinge proporções epidêmicas, principalmente, hoje, entre as famílias mais carentes, cujo acesso à alimentação fitness (saudável, natural, livre de gorduras e açúcares) é uma miragem.
Alimentar é, também, um espetáculo midiático. Sant’Anna apresenta, ao final, uma discussão sobre o aumento de programas televisivos de culinário, varandas gourmet e Food Trucks (carros que oferecem comidas rápidas, como hambúrgueres, lanches, bebidas alcóolicas, etc.), que oferecem mais do que o alimento: privilegiam a “experiência da alimentação” (ibid. p. 122), obviamente, a um preço mais ‘calórico’ do que em ambientes e restaurantes mais populares. Surge o ‘coaching alimentar’, que, mais do que o nutricionista, é símbolo do fetiche e da incapacidade de bem-estar autônomo com o corpo.
Do século XIX ao XXI, a passagem histórica sobre o corpo dos brasileiros é o sinal das transformações comportamentais e da cultura alimentar de um povo. Em O peso da história, último capítulo do livro, encontramos uma síntese da pesquisa histórico-discursiva da autora: as representações sobre o gordo e o magro, a mudança nos hábitos e na cultura alimentar brasileira, além da problemática da crescente obesidade nacional e os distúrbios da bulimia e anorexia.
De fato, os corpos de obesos, assim como o corpo marcado pela anorexia e bulimia, são representativos de um cenário de estigmatização. Diferentes, fora do padrão, alienados, espaçosos, desproporcionais e estranhos, tais pessoas convivem, cotidianamente, com os olhares maliciosos e preconceituosos.
A obesidade é uma distinção corporal que traz cenas repetidas de exclusão nas relações sociais, tanto na família, na escola, nas relações trabalhistas, na vida afetiva e sexual. O corpo obeso é percebido como corpo em negação, corpo estranho, sujeito à segregação e estigmas sociais: corpo transgressor, pois viola as regras de uma, dita, correta, boa e certa alimentação; que vive em eterno descontrole dos desejos, numa ansiedade constante, já que “o obeso (seu corpo o trai) passa por alguém que come mais do que os outros, mais do que o normal, numa palavra: mais do que sua parte” (FISCHLER, 1995, p. 74).
Assim, com Denise B. de Sant’Anna, aprendemos que o corpo é terreno de lutas simbólicas, com discursivas batalhas que encenam as representações em torno do que é o poder, o sucesso e a felicidade na sociedade. De fato, o livro Gordos, magros e obesos: uma história do peso no Brasil é uma obra referencial e que traz um estudo de significante valor e pauta para as discussões nas cadeiras das ciências humanas e sociais que voltam-se para as pesquisas das relações entre ‘corpo’, ‘história’ e ‘gênero’.
1. Em outras palavras, alimentos, roupas e acessórios que são aceitos socialmente; vale apontar que aqueles não os conhecem estarão out, fora dos padrões da, dita, normalidade.
2. Georges Vigarello (2012, p.10) assim sintetiza sobre a passagem da imagem do corpo gordo como símbolo de riqueza e poder para o de problemático: “(…) Prestígio e modelo mudaram: as antigas tabelas de alimentos empilhados desaparecem, o acúmulo alimentar já não é sinal de força, mas sim de descuido ou grosseria. A história do gordo está ligada a essas reviravoltas. O desenvolvimento das sociedades ocidentais promove o afinamento do corpo, a vigilância cerrada da silhueta, a rejeição do peso de maneira mais alarmada. O que transforma o registro da gordura, denegrindo-a, aumentando o seu descrédito e privilegiando insensivelmente a leveza. A amplitude do volume afasta-se cada vez mais do refinamento, enquanto a beleza se aproxima mais e mais do que é magro, esguio”.
3. O estudo de Denise Bernuzzi sobre essa passagem histórica da representação do corpo está inserido em “Corpo e História” (In: SANT’ANNA, 1995).
4. Por exemplo, ‘The Biggest Loser‘ (‘O Grande Perdedor’) e ‘Quilos Mortais, ambos transmitidos no Brasil pelo canal Discovery Home & Health.
5. Os casos apresentados por Sant’Anna (ibid.p. 147-148) retratam as mortes de duas modelos, Isabelle Caro, francesa, 28 anos, e Ana Carolina Reston, brasileira, 21 anos, ambas vítimas da anorexia.
6. Nos espaços de alimentação como praças, em shopping centers, perdemos nossa capacidade de se relacionar cultural, geográfica e sazonalmente com a comida.
7. Sobre a indústria do fast-food, o filme “A dieta do palhaço” (2004) apresenta uma experiência que retrata a precarização nutricional dos alimentos ricos em gordura, sódio e carboidratos. Fast-food é alimentação rápida, com alto teor calórico e de açúcares. Também é denominada de junkie-food, i.e., uma ‘comida lixo’.
FISCHLER C. Obeso Benigno, Obeso Maligno. In: SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de (org.). Políticas do Corpo. São Paulo: Liberdade, 1995. p. 69-82.
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. Corpo e história. Cadernos de subjetividade. Núcleo de estudo e pesquisa da subetividade – Programa de estudo de Pós-graduação em Psicologia Clínica – PUC/SP, 1995 (2), p. 243-266.
SUPER size me – A dieta do Palhaço. Direção de Morgan Spurlock. EUA: The Con, 2004. 1 DVD (98 min.)
VIGARELLO, G. As metamorfoses do gordo: história da obesidade. Petrópolis: Vozes, 2012
Renato Marcelo Resgala Júnior – Graduado em Letras pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Santa Marcelina em Muriaé-MG; Mestre em Letras pelo PROMEL: Teoria Literária e Crítica da Cultura, na Universidade Federal de São João Del Rei-MG; Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro (UENF), em Campos dos Goytacazes -Rio de Janeiro. Membro do ATEGEN – Ateliê de Gênero do Centro de Ciências do Homem (CCH- UENF). Bolsista CAPES-Cnpq. E-mail: renatoresgalajr@gmail.com
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. Gordos, magros e obesos: uma história do peso no Brasil. 1. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2016. 184p. Resenha de: RESGALA JR Renato Marcelo. À mesa fata, a fome e a gula: corpos brasileiros e sua história, por Denise B. de Sant’Anna. Projeto História. São Paulo, v.70, p.346-354, jan. / abr. 2021. Acessar publicação original [IF].