Posts com a Tag ‘Linguagem (d)’
LGBTQIA+: sessualità, soggettività, movimenti, linguaggi | Diacronie – Studi di Storia Contemporanea | 2021
Significado da sigla LGBTQUIA+ | Foto: Globo
Possiamo leggere nella realizzazione di questo numero uno dei tanti segnali di un interesse crescente per gli studi LGBTQIA+, da parte di un pubblico sempre più esteso. Se l’attenzione è crescente all’interno degli studi accademici, anche all’esterno possiamo registrare come i temi connessi all’identità di genere e all’orientamento sessuale abbiano assunto nel dibattito pubblico una centralità sempre maggiore in seguito all’introduzione della legge che regolamenta le unioni civili per le coppie same-sex e alla discussione intorno all’introduzione di norme a tutela della discriminazione omo-lesbo-bi-transfobica.
Tra i segnali di interesse manifestati per il contesto italiano alcuni sono davvero incoraggianti: le ricerche e le pubblicazioni scientifiche relative a identità e sessualità queer [1] si stanno senz’altro moltiplicando [2], anche se l’istituzionalizzazione degli studi LGBTQIA+ è un processo quantomeno in fieri. D’altro lato, sono altrettanto chiari i segni che evidenziano in questa produzione di ricerche e pubblicazioni un carattere, per così dire, “imprevisto”, per utilizzare un termine che torna nella storia del femminismo e degli studi di genere: una storia non attesa dai percorsi di istruzione universitaria e dalle settorializzazioni disciplinari. Leia Mais
Ensino de História e Linguagem: discurso, narrativa e práticas de significação do tempo / História Hoje / 2015
As pesquisas no campo do ensino de História que hoje consideram os referenciais da historiografia e da teoria da História no diálogo com diversos outros campos de conhecimento têm crescido em quantidade e qualidade no Brasil. No entanto, em que pese o avanço teórico evidente e sua importante contribuição para a renovação do ensino dentro e fora da escola, poucos são os investigadores que têm se dedicado às questões concernentes à linguagem destacando, por um lado, a leitura e a escrita como práticas sociais, e, por outro, os gêneros discursivos em sua relação com o ensino e aprendizagem da História.
Destarte, o ensino de História é permeado e impactado pelas questões da Linguagem de forma singular, assemelhando-se e distinguindo-se da historiografia em seu sentido estrito. Nesse diálogo permanente, significantes como narrativa histórica tornam-se elementos centrais das empreitadas analíticas situadas em lugar de fronteira na busca por compreensão dos diferentes processos de significação do tempo presente que tomam lugar no espaço escolar. Articulados, tempo e narrativa, por sua qualidade discursiva compõem o processo de compreensão da existência temporal do ser humano, dado que o espaço do contar é um espaço de compreensão.
Movidas por essa preocupação, procuramos reunir neste dossiê estudos cujas preocupações recaem sobre os diálogos e tensões surgidos nos enfrentamentos e indagações pela aproximação de referenciais provenientes de dois campos: Ensino de História e Linguagem. Nesse sentido, ressaltam, em exercícios e propostas teórico-metodológicas, que a compreensão do tempo é produção linguística e que as operações discursivas envolvidas na narrativa implicam também um processo constitutivo da compreensão do mundo pelo homem, envolvendo, ainda, a constituição do próprio ser. A produção de sentido histórico no ensino de História está, dessa forma, impregnada pelo narrar o tempo e por seus desdobramentos pelos múltiplos e complexos espaços vividos.
Nesse marco analítico, propõe-se o adensamento de questões a princípio triviais e cotidianas da História escolar como os atos de ler o livro, copiar do quadro, escrever no caderno, responder provas, comprar e ler periódicos de divulgação de História e tantos outros aspectos que constituem este universo complexo, múltiplo, híbrido, ambivalente e polissêmico, que desperta muitos questionamentos e possibilidades investigativas.
A seção Dossiê é aberta pelo texto “Potencialidades das ‘narrativas de si’ em narrativas da história escolar”, de Ana Maria Monteiro e Mariana de Oliveira Amorim. As autoras apresentam as bases teórico-metodológicas de uma pesquisa em andamento que busca examinar as potencialidades das “narrativas de si” de professores, em sala de aula, para a construção do saber histórico escolar e, também, para a produção de identidades docentes.
Carmen Teresa Gabriel apresenta “Jogos do tempo e processos de identificação hegemonizados nos textos curriculares de História”, instaurando um diálogo com as teorizações do discurso e os estudos narrativos. Seu objetivo é explorar os jogos do tempo que articulam passado, presente e futuro nas narrativas identitárias hegemonizadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de História (PCNs) que tem como leitor potencial o professor desta disciplina.
Patricia Bastos de Azevedo em “História Ensinada e Dialogismo: prática de letramento no 6º ano do Ensino Fundamental” empenha-se em compreender a produção de sentido em práticas de letramento na história ensinada que tomam lugar em uma sala de aula de história em uma escola estadual no Rio de Janeiro / Baixada Fluminense.
Marcelo Fronza convida-nos a ler o artigo “As narrativas históricas gráficas como expressão da aprendizagem histórica de jovens estudantes do ensino médio – perspectivas da educação histórica”. O autor enfoca aspectos da expressão da consciência histórica de jovens estudantes de ensino médio tomando como objeto de análise suas narrativas históricas gráficas. No texto, Fronza indaga-se se os conceitos de intersubjetividade e verdade, ligados à identidade histórica dos jovens, interferem na orientação de sentido no tempo.
Em “Práticas de escrita escolar no ensino de História: indícios de significação do tempo em manuscritos escolares”, Maria Lima analisa aspectos expressivos e contextuais de um manuscrito escolar de uma aluna de 6º ano, cuja produção é, socialmente, considerada insuficiente do ponto de vista de uma escrita convencional. A autora privilegia o enfoque dos aspectos expressivos e contextuais com a intenção de identificar as marcas que fortalecem a hipótese de que os sentidos ali instituídos remetem a movimentos de exclusão social apoiados em formações discursivas relacionadas a processos de silenciamento empreendidos por práticas que se utilizam da escrita e da História para doutrinar, mais do que para formar.
Maria Aparecida Leopoldino apresenta-nos o artigo “A leitura de textos literários no ensino de história escolar: entrelaçando percursos metodológicos para o trato com os conceitos de tempo e espaço”. A partir de uma abordagem focada no conceito de tempo e espaço em diálogo com literatura contextualizada no ensino de História nos anos iniciais de escolaridade, a autora realiza um exercício de leitura que se constitui em proposta teórico-metodológica que favorece a desnaturalização dos heróis e a crítica às datas comemorativas.
No artigo “Enseñanza de la Historia y enfoque narrativo”, Virginia Cuesta analisa narrativas históricas produzidas por crianças e jovens do “nível secundário” no contexto de aulas de História em que privilegiou o uso didático da empatia histórica. Sua análise é fundamentada no enfoque narrativo preconizado por Gerome Bruner, e nos aportes de Kieran Egan no concernente às relações entre o poder da imaginação no ensino e o pensamento narrativo. Mobiliza também referenciais da Crítica Literária para pensar o aspecto processual da produção de narrativas históricas pelos alunos, reforçando a ideia de que as práticas de ensino de História pressupõem um trabalho comprometido com a escrita.
Fechando o Dossiê, Ana Zavala aborda em seu texto “Pensar ‘teóricamente’ la práctica de la enseñanza de la Historia” o que significa falar em teorização da prática de ensino. Confronta, para isso, os dois modos de teorização, o acadêmico e o realizado pelos professores na sala de aula da Educação Básica. A autora nega a contradição entre teoria e prática, pensando sua complementaridade e potencialidades, destacando que há uma teoria guiando a prática concebida pelos próprios praticantes, sejam eles os professores, sejam os pesquisadores que investigam as práticas docentes.
Na seção Entrevista, convidamos você leitor a uma conversa instigante com o prof. Dr. Gonzalo de Amézola, docente da Universidade Nacional de La Plata (UNLP). O diálogo norteou-se, inicialmente, pelas reflexões em torno do que chamou de esquizohistoria, termo mobilizado no contexto de suas reflexões sobre as relações entre o conhecimento histórico acadêmico e o escolar em uma perspectiva histórica. Além disso, o prof. Amézola apresenta um panorama histórico do processo de constituição da disciplina escolar de História na Argentina, destacando como uma tradição de memorismo e nacionalismo, que marcam a prática docente naquele país até a atualidade, foi instaurada ao longo dos séculos XIX e XX na História ensinada, em uma perspectiva cada vez mais autoritária.
Na terceira seção, Falando de História Hoje, podemos ler o artigo intitulado “A teoria da história de Jörn Rüsen no Brasil e seus principais comentadores”, escrito por Wilian Carlos Cipriani Barom. Nesse artigo, pautando-se numa revisão da literatura produzida no Brasil, o autor busca identificar as principais contribuições da teoria de Rüsen para a história e seu ensino, de acordo com a opinião de pesquisadores e comentadores nacionais. Utiliza-se de uma amostragem de 34 artigos publicados em revistas e anais eletrônicos de eventos dedicados às áreas de História e Educação.
A quarta seção, E-storia, é composta por dois artigos. No primeiro, intitulado “Ensino de História e tecnologias digitais: trabalhando com oficinas pedagógicas”, Marcella Albaine Farias da Costa discorre sobre possibilidades de trabalho com / sobre tecnologias digitais a partir de sua própria experiência ao desenvolver atividades com oficinas pedagógicas. Reflete sobre as diferenças entre as estratégias propostas e uma atividade dita “tradicional”, defendendo o ponto de vista que as fixam enquanto espaço e tempo de formação e pesquisa
Em seguida, Joelci Mora Silva e Sônia da Cunha Urt, no texto “Professores de História e a internet nas escolas: concepções e caminhos”, discorrem sobre a inserção das redes sociais on-line no fazer docente assumindo como principais objetivos o estudo e a reflexão acerca dos caminhos do ensino de História em sua interlocução com o uso escolar da internet.
Na seção História Hoje na sala de aula somos instigados pelo artigo do professor Décio Gatti Júnior intitulado “Uma experiência de formação de professores em torno do conhecimento histórico-educacional na Universidade Federal de Uberlândia”. O texto traz uma reflexão sobre sua experiência de ensino da disciplina História da Educação em cursos de formação de professores entre 1994 e 2014. Destacando os esforços de construção de um programa disciplinar ajustado aos interesses dos alunos e que se conjugue aos propósitos formativos, o autor fornece subsídios para pensarmos a importância da permanência da disciplina nos cursos de licenciatura.
Na seção Resenha, Isabelle de Lacerda Nascentes e Sérgio Armando Diniz Guerra Filho apresentam-nos o livro Pesquisa em Ensino de História: entre desafios epistemológicos e apostas políticas, organizado por Ana Maria Monteiro, dentre outros autores. Ressaltam que o propósito central das discussões converge para o enfrentamento dos dilemas político-institucionais ligados ao reconhecimento e valorização do potencial da escola pública como lócus privilegiado de difusão e democratização de bens culturais, incluindo o conhecimento científico. Destacam ainda que os autores assumem um desafio epistemológico, articulando campos distintos e mobilizando discursos da historiografia, das teorias do currículo, da didática e da pedagogia que construam sentido e legitimidade para o ensino da disciplina de História.
Célia Santana Silva convida à leitura do livro Ensino de História: usos do passado, memória e mídia, organizado por Helenice Rocha, Marcelo Magalhães, Jaime Ribeiro e Alessandra Ciambarella. De acordo com ela, os autores apresentam reflexões sobre o uso social da História e suas interfaces entre o ensino de história e a circulação social da história nas diversas esferas de produção, além de considerações acerca dos usos do passado em diferentes mídias. Ressalta como os textos contribuem para a ampliação de diálogos e olhares com e para a história pública, ou seja, as histórias que são produzidas para e além dos muros da escola.
Na seção Artigos leremos três textos de caráter distinto.
Maria Aparecida da Silva Cabral é autora do artigo “O Currículo Mínimo, o Ensino de História e o Sistema Estadual de Avaliação no Estado do Rio de Janeiro: reflexões sobre os processos de ensino e aprendizagem na escola básica”. A autora analisa o processo de implementação, a partir de 2012, do Currículo Mínimo proposto pela Secretaria de Educação e Cultura estadual, enfocando o impacto dessa política educacional no cotidiano escolar, especificamente, nas aulas de História do Ensino Fundamental II.
Marta Ferreira, em “Os cadernos diários nos cotidianos do Ilè Aṣé Omi Larè Ìyá Sagbá”, convida-nos a conhecer as redes educativas construídas nesse terreiro de candomblé por meio da leitura dos ìtàn (histórias de òrìṣà) como narrativa histórica que dá sentido à religião, bem como dos cadernos / diários de crianças e adolescentes candomblecistas, que registram por escrito o aprendido nos cotidianos desse terreiro.
Por fim, o texto “Conexões entre escola e universidade: o Pibid e as estratégias de residência docente” assinado pelos professores da área de Ensino de História do Departamento de Ensino e Currículo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Fernando Seffner, Carla Beatriz Meinerz, Carmem Zeli de Vargas Gil, Caroline Pacievitch e Nilton Mullet Pereira. Os autores apresentam reflexões produzidas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) desenvolvido com alunos do Curso de História da UFRGS.
Os debates tecidos neste volume não se fecham em si, mas abrem possibilidades outras, pois apresentam diferentes questões, algumas em seu processo embrionário e outras com uma trajetória mais consolidada. Nosso desafio, nesse sentido, é provocar no leitor um desassossego e um exercício de contrapalavra. Para isso, lançamos um convite aos graduandos, professores, pesquisadores e a comunidade mais ampla ao exercício de olhar com mais atenção ao comum e cotidiano e ao exótico e excepcional, pois trazemos uma incompletude e um inacabamento estruturante próprio desse processo de diálogo entre dois campos fecundos – ensino de História e Linguagem – que apresentam muitos desafios a serem enfrentados futuramente.
Maria Aparecida Lima dos Santos – Doutora em Educação. Docente do curso de Pedagogia, Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Membro do Grupo de Pesquisas Oficinas da História, sediado na UERJ. Campo Grande, MS, Brasil. E-mail: maria.lima-santos@ufms.br.
Patrícia Bastos de Azevedo – Doutora em Educação. Professora da área de Ensino de História, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Nova Iguaçu, RJ, Brasil. E- mail: patriciabazev@gmail.com.
Acessar publicação original desta apresentação
Lenguaje (s) dibujado (s): poética y políticas / Domínios da Imagem / 2014
Este dossier propone un espacio de indagación en relación a las artes gráficas y el dibujo con el objeto de debatir sobre las distintas configuraciones de los objetos artísticos, las continuidades y transformaciones de sus condiciones de producción y percepción y los modos novedosos de su circulación y emplazamiento. Partimos del dibujo como manifestación que es, a vez, instituyente e instituido, acción y proceso cuyos efectos de sentido no pueden ser nunca concluyentes. Por otro lado, los artículos reunidos están focalizados en problemas históricos, en momentos contemporáneos y en el despliegue crítico y metacrítico de los cambios en la enunciación, clasificación y jerarquización de los lenguajes.
Entendemos la poética y la política como parte del mismo movimiento: un estado de lenguaje y un modo histórico de representación y discursividad. Podría decirse que es un dossier que desdibuja las fronteras cercadas de la línea y de la forma y que entiende el arte como lenguaje antes que como institución: “en tanto dice la relación necesaria –adecuada o no- de un pensamiento con su objeto”. (RANCIÈRE, 2012, 95).
El objetivo ha sido reflexionar sobre el dibujo en tanto forma que desestabiliza, denuncia y corroe los límites de eso que alguna vez llamamos “arte” y hacerlo, además, desde sus costados imprevisibles o menos habituales. En términos históricos, estamos frente a una categoría contradictoria: dibujo. ¿Qué es un dibujo? ¿Una expresión de arte popular?, ¿una forma de expresión gráfica y estilística?, ¿un arte visual y plano?, ¿industria, medio de comunicación o lenguaje?.
En las fronteras de las culturas mayores y menores, los artistas gráficos han transitado su oficio inmersos en luchas simbólicas y materiales con la expectativa de alcanzar reconocimiento por su trabajo. Sin embargo, recién en los últimos años las llamadas artes gráficas han sido revalorizadas por el sistema de creencias del campo artístico, por la crítica y por la academia. Las razones son amplias y complejas: a la crisis del arte plástico contemporáneo, habría que sumar un cambio profundo en las condiciones de producción y circulación de las obras, así como una transformación en el modo de entender la relación entre el arte y el mercado.
A partir de este giro y de manera paradigmática, el dibujo ocupa un lugar central en los relatos y ensayos de críticos, intelectuales e investigadores. Disciplinas y áreas de estudio como la sociología, las ciencias de la comunicación, la historia cultural, la historia del arte, o los estudios visuales, han puesto atención en la producción gráfica como manifestación plena y múltiple de procesos políticos, sociales y culturales. Nada indica que el futuro de la historieta (o su pasado futuro en términos históricos y de producción crítica y teórica) esté amenazado, aun si el lugar que ocupan las revistas, tiras gráficas y series no es el mismo que hace algunas generaciones.
Este dossier propone, precisamente, rastrear distintas operaciones, itinerarios y programas en donde el dibujo haya sido una herramienta central en la conformación de discursos e imaginarios de época. Asimismo, buscamos problematizar la relación imagen-texto a partir de la reflexión técnica, estética y formal de su abordaje. Con estos objetivos, se indagan manifestaciones y soportes con la intención de recuperar la dimensión política, polisémica y creativa de las artes gráficas.
El trabajo de Cecilia Belej aborda las formas de intervención y acción del artista británico Bansky en su tensión entre lo público, el arte y el mercado al mismo tiempo que problematiza el concepto de canon y la institución del museo en tanto espacio de cosificación. La autora se detiene en el modo en el que el artista articula la crítica, la protesta y el tránsito global como método para el análisis del arte gráfico y sus posibilidades de expansión. La vandalización de reproducciones de obras clásicas como gesto político y de denuncia, el trabajo del esténcil callejero, la intervención sobre publicidades o carteles señalizadores donde se invierten los significados: todo ello apunta a una acción desacralizadora y fundamentalmente, polémica.
Por su parte, el artículo de Aarnoud Rommens y Pablo Turnes desarrolla una lectura sobre la adaptación que el dibujante Alberto Breccia realiza del relato de Ernesto Sábato Informe sobre Ciegos. El texto indaga en las relaciones entre literatura e historieta para revelar las condiciones de posibilidad y experimentación en los límites y deslindes del lenguaje. La dimensión política está presente en esa búsqueda de corrimiento y “puesta en discusión” de las reglas del dibujo. En lugar de una adaptación fiel y servil, transposición pobre y reducida de la literatura a la historieta, Breccia radicaliza las formas de la escritura y la línea mediante la ruptura estética y narrativa. Esa ruptura pone en escena una visión de mundo que no acepta las determinaciones.
Entretanto, el aporte de Sebastián Gago recupera la dimensión política en las lecturas realizadas por distintas generaciones de lectores de dos reconocidas historietas argentinas: El Eternauta y Nippur de Lagash. Desde un enfoque comparativo el trabajo de Gago es clave para estudiar las formas de inserción que ha tenido la historieta en tanto medio de comunicación y forma narrativa en contextos culturales e históricos diferentes, y cómo se la ha leído en esos contextos. Se trata de un abordaje que atiende los sentidos políticos en la lectura a partir del estudio en recepción que delimita y recorta múltiples complejidades.
Asimismo, el artículo de Lorena Vanesa Mouguelar plantea un acercamiento a la revista ilustrada y de actualidades Gestos y Muecas que se editó en la ciudad de Rosario (Argentina), entre 1913 y 1914. A partir del análisis de las imágenes desplegadas en sus páginas y de la reconstrucción de los periplos que por esos años realizaron sus principales ilustradores, el análisis propone pensar las redacciones periodísticas de comienzos del siglo XX como focos de discusión y actualización estética.
Mientras tanto, el artículo de Ana Raquel Abelha Cavenaghi se detiene en la relación educación, lenguaje e historieta a partir de las célebres tiras gráficas de Quino. En efecto, las tiras de Mafalda le permiten a la autora elaborar un planteamiento de la enseñanza de idiomas en el aula atendiendo los sentidos contrapuestos, los recursos gramaticales y estilísticos, las figuras retóricas y los metatextos del discurso. El artículo plantea la complejidad del lenguaje visual en el proceso de alfabetización y adquisición de un idioma y lo hace a partir de una lectura crítica y productiva.
El trabajo de Richard Gonçalves André se detiene en el análisis del personaje “Capitán América” para dar cuenta de qué manera en el contexto de la Segunda Guerra Mundial, sus historietas funcionaron como un instrumento político eficaz de propaganda gubernamental. A partir de un marco teórico fundado, principalmente, en los aportes de Roger Chartier, el autor describe los principales elementos de la serie poniendo en escena un discurso centrado en el “peligro amarillo” y asociado a la amenaza imperialista militar.
Por su parte el artículo de Rozinaldo Antonio Miani aborda la importancia de los estudios iconográficos (en tanto fuente y documento legítimo de acceso a la información historiográfica) desde una perspectiva crítica y transdisciplinaria El autor pone el acento en la importancia analítica del humor gráfico em tanto se trata de un lenguaje con una amplia capacidad de resistencia, subversión e intertextualidad.
Victor Callari analiza el discurso y la posición política de la editorial Marvel Comics y lo hace a partir de um comic que tematiza el acontecimiento del 11 de septiembre. Las representaciones de los ataques terroristas y las políticas de Estado subsiguientes adoptadas por la admistración de George Bush le permiten al autor plantear una perspectiva teórico metodológica acerca de las estrategicas comunicacionales de los comics y dar cuenta de como interpelan a sus lectores colaborando en la producción de imaginarios sociales.
Finalmente, la reseña de Martín Groisman sobre la publicación del primer número de la revista Entre Líneas (revista de estudios sobre historieta y humor gráfico) brinda una lectura crítica y productiva sobre los aportes e intereses fundacionales del campo. En este sentido, señala Groisman que Entre Líneas “…ya desde el titulo se juega con el doble sentido, aludiendo a la línea como organizadora del dibujo y a la vez manifestando la intención de ejercitar una lectura de los bordes, de producir un descubrimiento de lo “no-dicho” en el enunciado del texto”.
Resta señalar que este dossier no busca ser exhaustivo ni ofrecer una lectura homogénea sobre el sentido y las formas del dibujo. A partir de piezas, escenas, significaciones y discursos, la gráfica se torna una materialidad compleja para la indagación de tradiciones y las experimentaciones. Y, en definitiva, se trata de pensar en las gráficas profanas de circulación masiva y extendida y de “robarle” al arte mayúsculo (al menos por un rato) el monopolio de la atención.
Referência
RANCIÈRE, Jacques. La palabra muda. Ensayo sobre las contradicciones de la literatura. Buenos Aires: Eterna Cadencia Editora, 2012.
Laura Vazquez – Doctora em Ciencias Sociales por la Universidad de Buenos Aires (UBA) e investigadora Adjunta del CONICET.
VAZQUEZ, Laura. Presentación. Domínios da Imagem, Londrina- PR, v. 8, n.16, jun/dez, 2014. Acessar publicação original [DR]
História e Linguagem / Projeto História / 1992
Conselho editorial. Apresentação. Projeto História, São Paulo, v. 8-9, 1992. Acesso apenas pelo link original [DR]