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História e ensino de história / Mnemosine Revista / 2017
A construção deste dossiê segue recortes temáticos, temporalidades e espacialidades diversas, porém, tem como fio condutor trabalhos que refletem sobre temas ligados a História cultural das instituições escolares: refletindo sobre questões ligadas a educação infantil, profissional e do campo; representações e práticas do cotidiano escolar; identidades e diferenças; construção de masculinidades; disciplinarização dos corpos e relações de gênero.
No artigo que introduz o dossiê “Refúgio das crianças”: os institutos de amparo as crianças desvalidas e a adestração de corpos na Paraíba (1889-1930), os autores Azemar dos Santos Soares Júnior (UFRN), Edna Maria Nóbrega Araújo (UEPB) e Joedna Reis de Meneses (UEPB), nos conduzem a cidade da Parahyba entre o final do século XIX e início do século XX, cartografando subjetividades construídas pela pedagogia, medicina, polícia para as práticas de disciplinarização dos corpos infantis, durante o período de 1889 a 1930.
Os caminhos / descaminhos da educação profissional no Brasil e no Rio Grande do Norte no século XX são abordados em dois artigos. O primeiro sobre “O ensino profissional no Rio Grande do Norte: uma análise das ações do estado entre os anos de 1908 e 1957” é resultado do mapeamento das ações do governo Potiguar referente ao ensino profissional, no período de 1908- 1857. As autoras Karla Katielle Oliveira da Silva (IFRN) e Olívia Morais de Medeiros Neta (UFRN) refletem especialmente, sobre as criações de instituições, cursos e subvenções, para o ensino profissional no estado.
O segundo artigo, sobre “O ensino profissional no Rio Grande do Norte: uma análise das ações do estado entre os anos de 1908 e 1957” os autores Karla da Silva Queiroz (UERN) e Francisco das Chagas Silva Souza (IFRN), nos convidam a refletir sobre o processo de industrialização e as políticas educativas de formação profissional no Brasil ao longo do século XX.
As autoras, Ana Claudia de Andrade Costa (UFERSA) e Kyara Maria de Almeida Vieira (UFERSA), no artigo “O olhar e o sentir: aula de campo como metodologia de ensino e aprendizagem” nos convidando a pensar acerca da aula de campo como metodologia de ensino e aprendizagem. Apontando, dentre outras questões, para a luta e o protagonismo das mulheres, que lutam todos os dias contra as desigualdades de gênero e o capitalismo para manterem de forma solidária, saudável e sustentável a agricultura familiar, a agroecologia e a economia no oeste potiguar.
Experiências em sala de aula, práticas educativas sobre o corpo, filosofia da diferença, estas são algumas das questões analisadas no artigo “Porta giratória da diferença: “quem de nós não foi ainda amaldiçoado (a) pela víbora?””, a autora Eronides Câmara de Araújo (UFCG), nos convida a refletir sobre a relação do “Eu com o Outro”.
Em “entre vivências e experiências: o PIBID de História do CERES / UFRN e a Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel (Caicó- RN – 2012-2014), as autoras Ana Carla de M. Trindade (UFPB) e Jailma Maria de Lima (UFRN), refletem sobre a importância do PIBID de História para a formação docente dos licenciandos, relatando algumas das experiências desenvolvidas no cotidiano escolar.
No artigo “Pedagogias da virilidade: modelos e avessos do homem trabalhador em A Bagaceira (1928)” os autores, Matheus da Cruz e Zica (UFPB) e Carlos André Martins (UFCG) a partir do romance “A Bagaceira” escrito por José Américo de Almeida (1887-1980) e publicado em 1928 e chama-nos atenção para refletir sobre as representações de masculinidades e virilidades, enquanto “instituinte da própria ideia de região”.
No artigo Receitas e conselhos: “O Livro das Noivas“ pedagogizando a família, a autora Regina Coelli Gomes Nascimento (UFCG), propõe uma reflexão acerca da construção de modelos femininos e discursos disciplinadores das relações de gênero para formação das famílias na década de 1930, a partir da leitura de “O Livro das Noivas” de Receitas e Conselhos Domésticos, publicado em 1929.
No texto da professora Suelly Costa (SEC / PB), “O patronato agrícola de bananeiras: uma experiência de atendimento e educação para a infância pobre na Paraíba (1924-1934)”, está posta a discussão sobre a criação e dinâmica interna do Patronato Agrícola de Bananeiras entre os anos de 1924 e 1934, avaliando o desenvolvimento de ações escolares assentadas no ideário civilizador e de modernização do setor agrícola brasileiro à época, com remissão aos rumos da educação profissionalizante desenvolvida nessas instituições se firmaram na tradição da modernidade, nacionalismo e ideologia do progresso, e a ação reflexa dos proprietários rurais em particular no âmbito da sociedade civil
Em “Bem-estar / mal-estar docente: a perspectiva dos professores de história da educação básica”, de Gabriela Alves Monteiro, em pesquisa que incorporou entrevistados em escolas das redes públicas e privada apresenta-se a tentativa de identificar os fatores que mais influenciam a incidência do bem-estar e do mal-estar docente a partir da perspectiva dos professores de História da educação básica, e a partir disso indicar os níveis de bem-estar no trabalho apresentados pelos professores. Para tanto, utilizou-se a Escala de Bem-Estar no Trabalho (EBET) proposta por Paschoal e Tamayo (2008), e a técnica de análise de dados da estatística descritiva e a análise de conteúdo.
No texto de Mariane Vieira da Silva e do professor Antônio de Pádua Carvalho Lopes “A função de direção escolar na legislação educacional piauiense (1910-1947)” é investigado o processo histórico que instituiu a configuração da prática da direção escolar no ensino primário piauiense entre 1910 e 1947, a partir da legislação, sua dimensão legal imposta a partir de 1910, dentro dos grupos escolares implantados no estado, e a dinâmica que levou as variações dessa função mapeadas neste artigo , notadamente os critérios de escolha, remuneração, qualificação e experiência para o exercício deste, particularmente a mudança no critério de experiência docente para a de domínio de conhecimentos em torno da administração escolar, sobretudo, por intervenção do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos / INEP.
Assim, envolvendo professores pesquisadores de diferentes instituições (IFRN, UFCG, UFPB, UEPB, UFRN, UFESA, SEC / PB, UFPI) os textos ora apresentados abordam aspectos diversos de práticas educativas, campo de discussão que cada vez mais se afirma e firma nas pesquisas educacionais e historiográficas. Boa Leitura!
Jailma Maria de Lima – Pós- doutora em História pelo PNPD / UFCG e professora do DHC / UFRN
Regina Coelli Gomes Nascimento – Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas (UFPB) Professora do Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de Campina Grande
Organizadoras
LIMA, Jailma Maria de; NASCIMENTO, Regina Coelli Gomes. Apresentação. Mnemosine Revista, Campina Grande – PB, v.8, n.2, abr / jun, 2017. Acessar publicação original [DR]